sexta-feira, 16 de maio de 2008

O ARREBATAMENTO


Uma pesquisa recente da revista U.S. News & World Report descobriu que 61 por cento dos americanos acreditam que Jesus Cristo vai voltar à terra, e 44 por cento acreditam no Arrebatamento da Igreja.[1] O que é o Arrebatamento? Com tamanha certeza popular, por que há tanta confusão interpretativa a respeito desses acontecimentos? A doutrina do Arrebatamento pré-tribulacional é um ensino bíblico importante não apenas por oferecer percepções interessantes sobre o futuro, mas também porque oferece aos crentes motivação para a vida contemporânea.
O Arrebatamento pré-tribulacional ensina que, antes do período de sete anos conhecido como Tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (tanto os vivos quanto os mortos) serão arrebatados nos ares para o encontro com Jesus Cristo e depois serão levados ao céu.
O ensino do Arrebatamento é mais claramente apresentado em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa seus leitores de que os crentes que estiverem vivos por ocasião do Arrebatamento serão reunidos aos que morreram em Cristo antes deles. No versículo 17 a palavra "arrebatados" traduz a palavra grega harpazo, que significa "dominar por meio de força" ou "capturar". Essa palavra é usada 14 vezes no Novo Testamento Grego de várias maneiras diferentes.
Ocasionalmente o Novo Testamento usa harpazo com o sentido de "roubar", "arrastar" ou "carregar para longe" (Mateus 12.29; João 10.12). Também pode ser usada com o sentido de "levar embora com uso de força" (João 6.15; 10.28-29; Atos 23.10; Judas 23). No entanto, para nossos propósitos, um terceiro uso é mais significativo. Diz respeito ao Espírito Santo levando alguém de um lugar para outro. Encontramos esse uso em quatro ocorrências (Atos 8.39; 2 Coríntios 12.2, 4; 1 Tessalonicenses 4.17; Apocalipse 12.5).[2]
Esse último uso é ilustrado em Atos 8.39, quando Filipe, ao completar o batismo do oficial etíope, é "arrebatado" e divinamente transportado do deserto até a cidade costeira de Azoto. De modo semelhante, a Igreja será, num momento, levada da terra ao céu. Não deve-se estranhar, portanto, que um autor contemporâneo tenha chamado esse evento peculiar de "O Grande Seqüestro".[...]
Por que a doutrina da iminência é significativa para o Arrebatamento?
O ensino neo-testamentário de que Cristo poderia voltar a qualquer momento e arrebatar a Sua Igreja sem sinais ou advertências prévios (i.e. iminência) é um argumento tão poderoso em favor do pré-tribulacionismo que se tornou uma das doutrinas mais ferozmente atacadas pelos oponentes da posição pré-tribulacionista. Eles percebem que, se o Novo Testamento de fato ensinar a iminência, um arrebatametno pré-tribulacional estará praticamente assegurado.
Definição de Iminência
Qual é a definição bíblica de iminência? O Dr. Renald Showers define e descreve iminência da seguinte maneira:
1) Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66). Assim, a iminência traz consigo o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes do evento iminente, mas nada precisa acontecer antes que ele aconteça. Se alguma coisa precisa acontecer antes de determinado evento ocorrer, tal evento não é iminente. Em outras palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destrói o conceito de iminência.
2) Uma vez que é impossível saber exatamente quando ocorrerá um evento iminente, não se pode contar com a passagem de determinado período de tempo antes que tal evento iminente ocorra. À luz disso, é preciso estar sempre preparado para que ele aconteça a qualquer momento.
3) Não se pode legitimamente estabelecer direta ou implicitamente uma data para sua ocorrência. Assim que alguém marca uma data para um evento iminente, destrói o conceito de iminência, porque ao fazer isso afirma que um determinado intervalo de tempo deve transcorrer antes que tal evento ocorra. Uma data específica para um evento é contrária ao conceito de que tal evento possa ocorrer a qualquer momento.
4) É impossível dizer legitimamente que um evento iminente vai acontecer em breve. A expressão "em breve" implica que tal evento precisa ocorrer "dentro de um tempo pequeno (depois de um ponto específico designado ou implícito)". Em termos de contraste, um evento iminente pode ocorrer dentro de um pequeno intervalo de tempo, mas não precisa fazê-lo para ser iminente. Espero que você perceba, agora, que "iminente" não é igual a "em breve".[3]
O fato de que Jesus Cristo pode voltar a qualquer momento, mesmo que não necessariamente em breve, e sem a necessidade de qualquer sinal anterior à Sua vinda, requer o tipo de iminência ensinado pela posição pré-tribulacionista e é um forte apoio ao pré-tribulacionismo.
Que passagens do Novo Testamento ensinam essa verdade? Os versículos que afirmam a volta de Cristo a qualquer momento, sem aviso prévio, e aqueles que instruem os crentes a esperar e aguardar a vinda do Senhor ensinam a doutrina da iminência.
Observem-se as seguintes passagens do Novo Testamento:
• 1 Coríntios 1.7 – "...aguardando vós a revelação de nosso Senhor Jesus Cristo".
• 1 Coríntios 16.22 – "Maranata!"
• Filipenses 3.20 – "Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo".
• Filipenses 4.5 – "Perto está o Senhor".
• 1 Tessalonicenses 1.10 – "e para aguardardes dos céus o Seu Filho...".
• 1 Tessalonicenses 4.15-18 – "Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor. Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras".
• 1 Tessalonicenses 5.6 – "Assim, pois, não durmamos como os demais; pelo contrário, vigiemos e sejamos sóbrios".
• 1 Timóteo 6.14 – "que guardes o mandato imaculado, irrepreensível, até à manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo".
• Tito 2.13 – "aguardando a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus".
• Hebreus 9.28 – "assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação".
• Tiago 5.7-9 – "Sede, pois, irmãos, pacientes, até a vinda do Senhor... pois a vinda do Senhor está próxima... Eis que o Juiz está às portas".
• 1 Pedro 1.13 – "Por isso,... sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo".
• Judas 21 – "guardai-vos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna".
• Apocalipse 3.11; 22.7, 12, 20 – "Eis que venho sem demora!"
• Apocalipse 22.17, 20 – "O Espírito e a Noiva dizem: Vem. Aquele que ouve diga: Vem.
Aquele que dá testemunho destas cousas diz: Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus!"
Ao considerarmos as passagens mencionadas acima, observamos que Cristo pode voltar a qualquer momento, que o Arrebatamento é de fato iminente. Somente o pré-tribulacionismo pode dar um sentido pleno, literal, a tal acontecimento iminente. Outras posições sobre o Arrebatamento precisam redefinir iminência de maneira mais elástica do que indica o Novo Testamento. O Dr. John Walvoord declara: "A exortação a que aguardemos a ‘manifestação da glória’ de Cristo para os Seus (Tito 2.13) perde seu significado se a Tribulação tiver que ocorrer antes. Fosse esse o caso, os crentes deveriam observar os sinais."[4] Se a posição pré-tribulacionista sobre a iminência não for aceita, então haverá sentido em procurar identificar os eventos relacionados à Tribulação (i.e., o Anticristo, as duas testemunhas, etc.) e não em esperar o próprio Cristo. O Novo Testamento, todavia, como demonstrado acima, uniformemente instrui a Igreja a olhar para a volta de Cristo, ao passo que os santos da Tribulação são exortados a observar os sinais.
A exortação neo-testamentária a que nos consolemos mutuamente pela volta de Cristo (João 14.1; 1 Tessalonicenses 4.18) não mais teria sentido se os crentes tivessem, primeiro, que passar por qualquer porção da Tribulação. Em vez disso, o consolo teria que esperar a passagem pelos eventos da Tribulação. Não! A Igreja recebeu uma "bendita esperança", em parte porque a volta do Senhor é, de fato, iminente.
A Igreja primitiva tinha uma saudação especial que os crentes só usavam entre si, conforme registrado em 1 Coríntios 16.22: a palavra "Maranata!" Esta palavra é constituída de três termos aramaicos: Mar ("Senhor"), ana ("nosso"), e tha ("vem"), significando, assim, "Vem, nosso Senhor!" Como outras passagens do Novo Testamento, "Maranata" só faz sentido se uma vinda iminente, ou seja, a qualquer momento, for pressuposta. Isso também serve de apoio à posição pré-tribulacionista.
Não foi à toa que os antigos cristãos cunharam essa saudação peculiar que reflete uma ansiosa expectativa pelo cumprimento dessa bendita esperança como uma presença real em suas vidas cotidianas. A vida da Igreja em nossos dias só teria a melhorar se "Maranata" voltasse a ser uma saudação sincera nos lábios de crentes que vivem com esta expectativa. Maranata!

Quando acontecerá o fim do mundo?

Quando acontecerá o fim do mundo?

Pergunta:"Anexo um artigo de jornal que trata do suposto fim do mundo. Pelo que sei da Bíblia, ela não fala do fim do mundo, mas de um novo céu e de uma nova terra. Onde se enquadra 2 Pedro 3.10?"
Resposta: Realmente, de acordo com 2 Pedro 3.10, a terra ainda enfrentará coisas terríveis, que muito bem podem ser chamadas de "fim do mundo". Mas temos de ser cuidadosos a respeito e prestar muita atenção ao que Pedro fala nessa passagem sobre a época desses acontecimentos: "Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas."
É preciso distinguir claramente entre o "Dia de Jesus Cristo" e o "Dia do Senhor". Sempre que as Sagradas Escrituras falam do "Dia de Jesus Cristo" ou "Dia do Senhor Jesus", elas tratam da esperança viva dos crentes e da sua preparação para o arrebatamento e o galardão. Lemos em 1 Coríntios 15.51-52 sobre esse Dia de Jesus Cristo: "Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta soará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados." Também 1 Tessalonicenses 4.16 fala desse dia: "Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro." Em sua carta de aconselhamento aos filipenses, Paulo conclama-nos a uma vida em santificação para que não sejamos envergonhados no dia de Jesus Cristo: "E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de Cristo" (Fp 1.9-10). Ele quer que os filipenses – e nós também – preservemos "a palavra da vida, para que, no Dia de Cristo, eu me glorie de que não corri em vão, nem me esforcei inutilmente" (Fp 2.16). E ele confia no Senhor, crendo que Ele levará os Seus ao alvo: "o qual também vos confirmará até ao fim, para serdes irrepreensíveis no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo" (1 Co 1.8). Por isso, o Dia de Jesus Cristo, que começará com o arrebatamento, será um descortinar visível da maravilhosa graça de Jesus. Nesse dia se tornará manifesto e visível para os crentes que Jesus realmente é o Autor e Consumador da fé dos Seus discípulos! Pois onde estaríamos, se a graça de Jesus não fosse atuante em nós?
O Dia do Senhor (a Bíblia também fala "daquele dia", "o dia", "o grande dia") é, por sua vez, caracterizado pelos grandes juízos da ira de Deus, como foram anunciados pelos profetas no Antigo Testamento e como o apóstolo João os viu quando se encontrava na ilha de Patmos. A respeito, leia-se os capítulos 6, 8 a 11, e 16 a 19 de Apocalipse. O Senhor Jesus diz sobre esse período de juízos extraordinários em Marcos 13.19: "Porque aqueles dias serão de tamanha tribulação como nunca houve desde o princípio do mundo, que Deus criou, até agora e nunca jamais haverá." A Grande Tribulação terá seu fim quando o Senhor Jesus matar o anticristo com o sopro de Sua boca (2 Ts 2.8). Apocalipse 19.20 diz a respeito: "Mas a besta foi aprisionada, e com ela o falso profeta que, com os sinais feitos diante dela, seduziu aqueles que receberam a marca da besta e eram os adoradores da sua imagem. Os dois foram lançados vivos dentro do lago de fogo que arde com enxofre." Após o Milênio, o tempo adentra a eternidade (por favor, leia o último capítulo de Apocalipse a respeito!), e nesse período se cumprirá a palavra de 2 Pedro 3.10: "Virá, entretanto, como ladrão, o Dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo, e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as obras que nela existem serão atingidas." Assim percebemos que o "Dia do Senhor" só acontecerá após um período muito longo. Pois desde o arrebatamento e a volta do Senhor em grande poder e glória para estabelecer Seu reino, o Milênio de paz, passam mais de mil anos até o "fim do mundo" com a subseqüente criação de novos céus e nova terra (compare 2 Pe 3.8).

segunda-feira, 12 de maio de 2008

O CÓDIGO DA VINCI





O livro "O Código Da Vinci", em destaque na lista de best-sellers do New York Times, cativou a atenção de milhões de leitores, motivou um programa especial no horário nobre na ABC News [e foi lançado como um importante filme de Hollywood]. O livro prende o leitor com uma história excitante de aventura e intriga, fazendo-o acompanhar seus personagens numa louca incursão pela Europa à medida em que procuram indícios da verdadeira identidade de Jesus Cristo.
O problema é que o livro aborda a vida de Jesus de uma maneira completamente antibíblica, ofensiva e estarrecedora para os que nEle crêem. Assim como tantos outros ataques à integridade de Jesus Cristo, O Código Da Vinci declara que Jesus realmente existiu, mas que Ele era meramente humano e não divino. Na realidade, os personagens do livro alegam insultuosamente que Jesus foi casado com Maria Madalena e que teria deixado uma linhagem de descendentes humanos, alguns dos quais estariam vivos hoje.
O enredo deturpado gira em torno de uma série de indícios ocultos nas obras de Leonardo da Vinci, que pintou "Mona Lisa" e "A Última Ceia". O romance apresenta da Vinci como membro de uma sociedade secreta chamada de "Priorado de Sião", fundada em 1099. O livro também liga algumas celebridades como Sir Isaac Newton, Victor Hugo e Claude Debussy à teoria da conspiração de que o priorado teria deliberadamente escondido a "verdade" sobre Jesus e Maria Madalena do resto do mundo durante séculos.
O romance envolve a história de Robert Langdon, um simbologista de Harvard, e uma criptógrafa francesa chamada Sophie Neveu ("nova sabedoria", em francês). Juntos, eles teriam encontrado uma série de vestígios criptografados que revelam os "segredos" do Cristianismo: que Deus seria uma mulher, Jesus teria descendentes e que Maria Madalena seria divina. O livro alega que essas verdades estariam escondidas numa série de documentos secretos chamados de "Documentos do Santo Graal".
Dan Brown tece uma narrativa com grande poder de entretenimento, mas perigosamente blasfema, em O Código Da Vinci. Ele afirma que Maria Madalena seria o Santo Graal (o cálice de Cristo), que ela e Jesus seriam os progenitores da linhagem merovíngia de governantes europeus e que ela estaria sepultada sob a pirâmide invertida de vidro no Louvre, em Paris, onde ainda hoje se poderia sentir emanações de seu espírito divino.
Engano intencional
O romance descreve o Cristianismo como uma gigantesca conspiração baseada numa grande mentira (a divindade de Cristo). Os personagens de Brown sugerem que os apóstolos e pais da igreja seriam nada mais do que opressores patriarcais que teriam suprimido a adoração à "divindade feminina". Na verdade, o livro descreve os Evangelhos do Novo Testamento como produtos humanos de machos chauvinistas anti-feministas que teriam procurado reinventar o Cristianismo para oprimir as mulheres e reprimir a adoração à deusa.
A agenda feminista é ostentosa por todo o romance, alegando que a igreja primitiva, dominada por homens e liderada por Pedro, teria se voltado contra Maria Madalena após a morte de Jesus e provocado sua fuga para a França (a antiga Gália). Então, o imperador Constantino teria convenientemente deificado Jesus a fim de consolidar seu controle sobre o mundo. O livro indica que na votação do Concílio de Nicéia sobre a divindade de Cristo o resultado teria sido apertado. Na realidade, houve 300 votos favoráveis e apenas dois contrários. Dificilmente essa pode ser considerada uma eleição disputada! Mas, definitivamente, a precisão histórica não é o ponto forte do romance.
Auto-retrato deLeonardo da Vinci.
Essa é apenas uma das muitas distorções deliberadas existentes no livro. Outra envolve os heréticos evangelhos gnósticos escritos no final do século II como sendo os evangelhos "reais". Encontrados em Nag Hammadi no Egito, em 1946, esses mitos gnósticos nunca foram reconhecidos pela igreja primitiva como Escrituras legítimas. O Dr. Albert Mohler, presidente do Seminário Batista do Sul (nos EUA), disse que "as Escrituras do Novo Testamento foram reconhecidas e destacadas devido à sua autoria apostólica e pelo seu conteúdo claramente ortodoxo". Em contrapartida, Mohler afirma que os textos de Nag Hammadi são "facilmente identificáveis como literatura gnóstica distanciada da Igreja".
É verdade que a igreja medieval distorceu as verdades básicas da mensagem simples do Evangelho. Mas foi vários séculos depois da época de Cristo e dos apóstolos que ela acrescentou idéias como a salvação pelas obras, a veneração de santos e a importância de relíquias sagradas, como o chamado "Santo Graal" – o cálice de Cristo. Em O Código Da Vinci o "cálice" é Maria Madalena, mitologizada e sexualizada como se fosse a amante ou esposa de Jesus Cristo.
Distorção diabólica
Em comparação ao livro O Código Da Vinci, o filme "A Última Tentação de Cristo" parece ameno. O romance de Brown acusa o Cristianismo de culpar a mulher pela queda de toda a raça humana. Ele parece esquecer que a história de Adão e Eva é judaica e antecipa o Novo Testamento por muitos séculos. Na realidade, o enredo de O Código Da Vinci é uma combinação de secularismo ostensivo com feminismo hostil.
O livro assevera que o próprio Da Vinci, um cientista brilhante e pintor renascentista, estaria ciente da verdade sobre Maria Madalena e a teria representado como João, sentado próximo a Jesus em sua "A Última Ceia". O romance deixa a impressão de que Maria estaria retratada na pintura de Da Vinci como a esposa de Cristo. Ele também afirma que Pedro estaria fazendo um gesto ameaçador em direção a Maria como se estivesse tentando eliminar a influência feminina da Igreja. Na realidade, de forma nenhuma Maria Madalena aparece no quadro! Os personagens de Brown "lêem" na pintura aquilo que eles querem ver – a feminização do Cristianismo.
Não há nada no registro bíblico sobre a Última Ceia que indique a presença de mulheres nessa refeição. Também não há qualquer indicação nos Evangelhos bíblicos de que os discípulos guardaram o cálice de Cristo, pedaços da cruz ou quaisquer outras relíquias religiosas. Não é o cálice no qual Jesus bebeu que nos salva, tampouco lascas da cruz onde Ele morreu. O sangue que Ele derramou naquela cruz, simbolizado pelo cálice, é a verdadeira base para nossa salvação.
A Bíblia diz: "a quem Deus propôs, no seu sangue, como propiciação, mediante a fé" (Romanos 3.25); "no qual temos a redenção, pelo seu sangue" (Efésios 1.7); "e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz" (Colossenses 1.20); "e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado" (1 João 1.7).
Desafio decisivo
Não tenho idéia de quais são as convicções religiosas de Dan Brown, mas posso dizer-lhes com certeza que não são baseadas em crenças cristãs ortodoxas. Seu romance é fascinante e de grande poder de entretenimento, mas é exatamente esse o problema. Jovens pastores me contam que são bombardeados com perguntas céticas de recém-convertidos que ficam genuinamente perturbados ao lerem o livro, por parecer tão convincente.
O Cristianismo superou tais críticas antes e o fará novamente. A verdadeira história do Evangelho ainda é a maior história que já foi contada! Os ensinamentos de Jesus Cristo sempre foram e sempre serão superiores a qualquer coisa que o mundo venha a oferecer. Ao mesmo tempo, não podemos enfiar nossa cabeça na "areia eclesiástica" e simplesmente desejar que esse tipo de coisa desapareça.
Há respostas reais para as questões levantadas em O Código Da Vinci. Tais desafios à fé devem nos estimular a lidar com essas questões, respondendo as perguntas para satisfazer as mentes honestas e inquiridoras. O que me preocupa é a mentalidade da geração pós-moderna. Talvez a questão real não seja o que o livro contém, mas o fato de que um público biblicamente ignorante o leve realmente a sério.
O romance deixa a impressão de que Maria Madalena estaria retratada na pintura de Da Vinci como a esposa de Cristo.
Em alguns aspectos, O Código Da Vinci é mais uma acusação à nossa geração do que ao autor do livro. Quando estava entrando na adolescência, nos anos 60, eu ficava continuamente chocado pela ingenuidade de meus pais, que acreditavam em tudo que liam no jornal só porque estava escrito ali. Nunca lhes ocorreu que as reportagens e editoriais eram redigidos por pessoas com agendas pessoais e políticas. Eles haviam crescido numa época em que se acreditava naquilo que se lia, não importando quem era o autor. O mesmo é verdadeiro, e até ainda mais, para a televisão e o cinema. Da mesma forma como muitas vezes expliquei essa realidade para a geração de meus pais, advirto a atual geração: não acreditem em tudo que vocês lêem em um romance ou vêem em um filme!
A Bíblia exorta: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4.1-3).

domingo, 11 de maio de 2008

BATALHANDO PELA FÉ



"Amados, quando empregava toda diligência, em escrever-vos acerca da nossa comum salvação, foi que me senti obrigado a corresponder-me convosco, exortando-vos a batalhardes diligentemente pela fé que uma vez por todas foi entregue aos santos" (Jd 3).


Originalmente, Judas pretendia compartilhar com seus companheiros crentes as questões da fé comuns a todos eles. Mas, o Espírito Santo o redirecionou a um assunto de maior urgência. Questões da fé "uma vez por todas... entregue aos santos" estavam sendo tanto sutilmente solapadas como profundamente pervertidas. Hoje em dia acontece o mesmo que naquele tempo. Todos os santos (isto é, cristãos – Ef 1.1; Cl 1.2, etc.) devem batalhar diligentemente pelos ensinos da fé "dados por inspiração de Deus" (comp. 2 Tm 3.16).
O que é batalhar diligentemente?
Batalhar diligentemente por algo não é uma atividade de menor importância. A passagem paralela normal desse versículo é 1 Timóteo 6.12: "Combate o bom combate da fé..." Em ambos os casos, o sentido é de trabalhar fervorosamente, ou esforçar-se, como um atleta que irá participar de um evento esportivo. A analogia do esporte oferece uma ilustração muito clara: bons atletas têm que treinar com vigor para atender às exigências do seu esporte. Da mesma forma, um cristão dedicado deve condicionar-se espiritualmente para atender à exortação de Paulo: "Exercita-te pessoalmente na piedade" (1 Tm 4.7). Paulo usou freqüentemente a correlação entre os esforços dos atletas e o andar dos cristãos para mostrar que a vida de um crente renascido não tem por objetivo a passividade. Ela requer treinamento espiritual, que inclui muitas das qualidades demonstradas por um atleta superior: diligência, dedicação, auto-disciplina, disposição de aprender, etc. Entretanto, do mesmo modo como no cenário esportivo dos nossos dias, muitos de nós se dedicam a ser espectadores – não necessariamente "inativos", mas definitivamente não jogadores.
Muito freqüentemente a reação à exortação de Judas é dizer que é melhor "deixar o batalhar pela fé para os especialistas", isto é, para os estudiosos, os teólogos, os apologistas ou autoridades em seitas. Há no mínimo dois problemas com tal idéia. Em primeiro lugar, as palavras de Judas não foram escritas a especialistas em teologia, mas "aos chamados, amados em Deus Pai, e guardados em Jesus Cristo" – ou seja, a todos os Seus "santos" (Jd 1,3). Em segundo lugar, um dos principais aspectos da batalha pela fé está relacionada com o desenvolvimento espiritual de todo santo. Em outras palavras, batalhar pela fé não é somente para especialistas em seitas, nem envolve necessariamente argumentar ou confrontar os outros. Batalhar pela fé deveria ser o padrão de vida espiritual de todo crente (comp. 1 Pe 3.15).
O desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus
Batalhar diligentemente pela fé requer o desejo de estudar diligentemente a Palavra de Deus. Jesus estabeleceu um programa de crescimento para todos que se entregaram a Ele: "Se vós permanecerdes na minha palavra, sois verdadeiramente meus discípulos" (Jo 8.31). Em 2 Timóteo 2.15, Paulo acentua o exercício prático, diário, de todo crente: "Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." O coração do cristianismo é um relacionamento pessoal com Jesus Cristo. Estudar e aplicar as Escrituras é a forma principal de desenvolver nosso relacionamento pessoal com Ele; trata-se de conhecê-lO através da revelação dEle mesmo.
A necessidade de conhecimento
Batalhar diligentemente pela fé exige conhecimento. Não precisamos nos tornar especialistas antes de compartilhar a "fé que uma vez por todas foi entregue aos santos", mas devemos ser diligentes em nossa busca do conhecimento do Senhor. Se bem que se tente fazê-lo muitas vezes, é completamente insensato tentar batalhar por algo sobre o que não se está informado. Salomão escreveu: "Filho meu, se aceitares as minhas palavras, e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido, e para inclinares o teu coração ao entendimento, e se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a tua voz, se buscares a sabedoria como a prata, e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor, e acharás o conhecimento de Deus. Porque o Senhor dá a sabedoria, da sua boca vem a inteligência e o entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos, e escudo para os que caminham na sinceridade, guarda as veredas do juízo e conserva o caminho dos seus santos" (Pv 2.1-8).
A prática diligente do discernimento
Batalhar pela fé requer a prática diligente do discernimento. Em Hebreus 5.13-14 está dito: "Ora, todo aquele que se alimenta de leite, é inexperiente na palavra da justiça, porque é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos, para aqueles que, pela prática, têm as suas faculdades exercitadas para discernir não somente o bem, mas também o mal." O "leite" e o "alimento sólido" desses versículos são metáforas que se referem ao crescimento espiritual; limitar-nos a uma dieta e a atitudes de crianças espirituais inibe nosso desenvolvimento espiritual. Entretanto, os que exercitam suas faculdades pelo estudo da Palavra de Deus crescerão em discernimento, não continuando "meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4.14).
A disposição de aceitar correção
Batalhar diligentemente pela fé exige que tenhamos a disposição de aceitar correção. Corrigir, entretanto, não é um procedimento "psicologicamente correto" em nossos dias, tanto no mundo quanto na Igreja. A correção é considerada uma ameaça à auto-imagem positiva por muitos que promovem a teologia humanista da auto-estima. É incrível como tal mentalidade mundana influenciou fortemente aqueles que deveriam ser separados do mundo e cujos pensamentos deveriam refletir a mente de Cristo. Mesmo uma pesquisa superficial da Bíblia revela exemplos e mais exemplos de correção, que atualmente seriam vistos como potencialmente destrutivos do bem-estar psicológico das pessoas! Será que a "auto-estima" de Pedro foi psicologicamente danificada e tanto sua auto-imagem como a imagem do seu ministério foram irreparavelmente prejudicadas pela correção pública de Paulo? Foi o ministério de Pedro considerado acabado pela maioria da igreja primitiva porque Paulo não foi suficientemente sensível (ou, bíblico – deixando supostamente de considerar Mateus 18) para ter um encontro particular com Pedro? Não é essa a maneira como muitos na Igreja vêem as coisas atualmente? E o que dizer do trauma sentido pelo ego dos publicamente corrigidos: Barnabé (Gl 2.13), Alexandre (2 Tm 4.14-15), Figelo e Hermógenes (2 Tm 1.15), Himeneu e Fileto (2 Tm 2.17-18), Demas (2 Tm 4.10), Diótrefes (3 Jo 9-10) e outros?
A correção é essencial para a vida de todo cristão. Em sua segunda carta a Timóteo, Paulo orientou seu jovem discípulo a respeito do valor das Escrituras para a correção (como também para a repreensão!), "a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra" (2 Tm 3.16-17). A correção tem que começar em casa, isto é, deve haver a disposição não somente de sermos corrigidos por outros, mas também o desejo de corrigirmos a nós mesmos. A admoestação "Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé" (2 Co 13.5) não pede uma avaliação pública; ela requer que analisemos a nós mesmos e então façamos o que for necessário para colocar as coisas em ordem diante do Senhor. Sem a disposição de considerar a possibilidade de uma "trave" em nosso próprio olho, a hipocrisia dominará em qualquer correção a outra pessoa.
Obediência às normas
Batalhar diligentemente pela fé requer obediência às normas. Enquanto alguns evitam praticar a correção segundo as Escrituras, outros a usam como um grande porrete, dando com ele em qualquer um que parecer não concordar com seus pontos de vista. As Escrituras nos dizem que (no contexto dos galardões celestiais) aqueles que competem por um prêmio serão desqualificados a não ser que sua conduta siga as normas do evento (2 Tm 2.5). Isso também deveria ser aplicado ao modo como batalhamos pela fé, especialmente no que se refere à correção mútua. A primeira e mais importante norma é o amor. Correção bíblica é um ato de amor, ponto final. Se alguém não tem em mente o interesse maior de uma pessoa, o amor não está envolvido. Se o amor não é o fator motivador da correção, o modo de agir não é bíblico.
A maneira como nos corrigimos mutuamente é uma parte importante das "normas" da batalha pela fé: "Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade" (2 Tm 2.24-25). Entretanto, uma repreensão severa também pode ser bíblica; nas Escrituras há abundância de tais reprovações e repreensões quando a situação as exigia. Mas elas nada têm em comum com correção acompanhada de sarcasmo, humilhação, ataques ao caráter pessoal ou qualquer outra coisa que exalte quem corrige ao invés de ministrar àquele que está sendo corrigido. É irônico que o humor dominante (TV, quadrinhos, etc.) dessa geração profundamente consciente da "auto-estima", ego-sensível, seja o sarcasmo, especialmente a humilhação. Fazer alguém se sentir inferior tornou-se a maneira preferida de elevar a própria auto-estima.
Um teste simples de correção bíblica é o nível de presunção por parte de quem a pratica. Se houver qualquer indício dela – ele falhará. Outro teste rápido é o termômetro das "maneiras desagradáveis". Se aquele que corrige trata os outros com maneiras que ele mesmo não aceitaria – ele é parte do problema, não a solução bíblica.
Conhecer pelo que se batalha
Batalhar diligentemente pela fé envolve conhecer pelo que se batalha. Aquilo que envolve a subversão do Evangelho, especialmente das doutrinas principais relacionadas com a salvação, exige nossa séria preocupação e atenção. O livro de Gálatas é um bom exemplo. Os judaizantes estavam coagindo os crentes a aceitar um falso evangelho, isto é, adicionando certas obras da lei como necessárias para a salvação. Paulo os repreendeu duramente, como também instruiu Tito a fazê-lo (Tt 1.10-11,13). No mesmo espírito, argumentamos com os que promovem ou aceitam um falso evangelho para a salvação (mórmons, adeptos da Ciência Cristã, Testemunhas de Jeová e católicos romanos, entre outros).
Enquanto certas questões podem parecer não estar relacionadas com o Evangelho, elas podem subverter indiretamente a Palavra de Deus, afastando os crentes da verdade e inibindo dessa forma a graça necessária para uma vida agradável ao Senhor. A psicoterapia, por exemplo, é um dos veículos mais populares para levar os cristãos a buscar as soluções ímpias dos homens (e, portanto, destituídas da graça).
Saber quando evitar confrontos
Batalhar pela fé também requer que saibamos quando evitar confrontos. O capítulo 14 de Romanos trata de assuntos em que a argumentação se transforma em contenda. Paulo fala de situações em que crentes imaturos criavam polêmicas em torno de coisas que não tinham importância. Alguns estavam provocando divisões por discutirem quais alimentos podiam ser comidos ou não, ou quais dias deviam ser guardados ou não. Nesses casos, o conselho da Escritura é: há certas coisas que não devemos julgar, pois se trata de questões sem importância, que não negam a fé, e são assuntos a serem decididos pela própria consciência (v. 5). Somente o Senhor pode julgar o coração e a mente de alguém no que se refere a tais assuntos.
Quando Jesus discutiu os sinais dos últimos tempos com Seus discípulos no Monte das Oliveiras (Mt 24), o primeiro sinal que Ele citou foi o engano religioso. Sua extensão atual não tem precedentes na História. Somente esse fato deveria tornar nosso interesse em batalhar diligentemente pela fé uma das maiores preocupações. Isso também significa que há tantos desvios da fé (1 Tm 4.1) a serem considerados, que poderá ser necessário estabelecer prioridades pelo que e quando vamos batalhar. No que se refere ao nosso próprio andar com o Senhor, devemos examinar qualquer coisa em desacordo com as Escrituras, fazendo as necessárias correções. Entretanto, quando se trata de ensinos e práticas biblicamente questionáveis, sendo aceitas e promovidas por outros, o discernimento pode também incluir a necessidade de decidir quando e como tratar deles. Atualmente, não é incomum ser erradamente considerado (ou, de fato, merecer a reputação) como alguém que "acha erros em tudo"; de modo que a busca da sabedoria e orientação do Senhor é sempre essencial para que nosso batalhar seja recebido de forma frutífera.
Não devemos coagir ninguém
Finalmente, batalhar diligentemente pela fé não é coagir. Muito freqüentemente esquecemos que recebemos nossa vida eterna em Cristo como dádiva gratuita, uma dádiva do insondável amor de Deus que deve ser oferecida aos outros em amor. O amor é destruído pela coação. Se bem que nossa intenção pode não ser impor questões de fé aos outros, é importante verificar regularmente nossos motivos e métodos. O batalhar diligentemente pela fé deve ser realizado como uma oferta de amor. Temos que lembrar que somos meramente canais de tal amor e que, se quisermos que ocorra alguma mudança no coração, ela será realizada através da graça de Deus, a única que garante o arrependimento (2 Tm 2.25-26).
Atos 20.27-31 contém alguns pensamentos que atualmente muitos iriam considerar como desproporcionais na batalha por "todo o desígnio de Deus". Mas, trata-se das palavras de Deus, comunicadas apaixonadamente pelo apóstolo Paulo aos membros da igreja de Éfeso e a nós: "Atendei por vós e por todo o rebanho... Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando cousas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles. Portanto, vigiai, lembrando-vos de que por três anos, noite e dia, não cessei de admoestar, com lágrimas, a cada um."
Nestes "difíceis" tempos finais (2 Tm 3.1), ore para que todos nós, como Paulo, demonstremos apaixonada preocupação pelo bem-estar espiritual dos nossos irmãos e irmãs em Cristo e pela pureza do Evangelho essencial para a salvação das almas (TBC 8/94).
T. A. McMahon é diretor executivo da missão "The Berean Call" ("A Chamada Bereana") em Bend, Oregon (EUA). Ele é co-autor (com Dave Hunt) do livro A Sedução do Cristianismo

domingo, 4 de maio de 2008

GUERRA NO ORENTE MÉDIO!


Os livros proféticos da Bíblia mostram com muita clareza que no futuro haverá guerras destruidoras. Os acontecimentos no Oriente Médio assumem proporções cada vez mais assustadoras. Percebe-se que nos aproximamos do Apocalipse vindouro.
Em Mateus 24.7-8 o Senhor Jesus profetizou: “Porquanto se levantará nação contra nação, reino contra reino, e haverá fomes e terremotos em vários lugares; porém tudo isto é o princípio das dores” (Mateus 24.7-8).
As ameaças públicas do presidente iraniano de riscar Israel do mapa, juntamente com suas intenções de produzir bombas atômicas, que poderão ser lançadas sobre o Estado judeu através de mísseis, cujo alcance inclui até mesmo partes da Europa, são assustadoras. Também o presidente da Síria, Bashar el-Assad, não descarta uma guerra com Israel e, segundo declarações próprias, prepara-se para essa situação: “Contamos com uma agressão israelense. Todos sabem que Israel é militarmente poderoso e apoiado diretamente pelos Estados Unidos. Qualquer um defenderia seu país caso seja ameaçado por um ataque”, afirmou Assad. “Devemos estar sempre preparados”.[1]
Ao mesmo tempo, a Rússia fornece mísseis antiaéreos ao Irã e está reequipando militarmente a Síria. O ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, tentou amenizar essa realidade dizendo que as armas russas entregues ao Irã são destinadas apenas para a defesa do país.
O Departamento de Defesa dos EUA ordenou a diversos navios, já há meses, que se mantivessem diante das águas iranianas. Segundo diversos observadores, a presença do porta-aviões “USS Enterprise” entre esses navios indica a possibilidade de que logo haverá uma guerra com o Irã.
“Armagedom”, a luta final dos povos, ganha cada vez mais atualidade através da situação ameaçadora no Irã. O programa nuclear iraniano avança a pleno vapor e as ameaças a Israel são altas demais para serem desconsideradas.
Com relação ao Irã, o analista Charles Krauthammer teme até mesmo pela “sobrevivência da humanidade”. Ele escreveu na revista “Time”: “Se falharmos em evitar que esses fanáticos apocalípticos obtenham armas nucleares, não haverá mais retorno”. Além disso, ele afirma que os preparativos ideológicos para um ataque ao Irã são inquestionáveis.[2]
A seguir, lemos o que Deus disse a respeito, através do Seu conhecimento antecipado dos eventos: “Palavra do Senhor que veio a Jeremias, o profeta, contra Elão, no princípio do reinado de Zedequias, rei de Judá, dizendo: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que eu quebrarei o arco de Elão, a fonte do seu poder. Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu e os espalharei na direção de todos estes ventos; e não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos e diante dos que procuram a sua morte; farei vir sobre os elamitas o mal, o brasume da minha ira, diz o Senhor; e enviarei após eles a espada, até que venha a consumi-los. Porei o meu trono em Elão e destruirei dali o rei e os príncipes, diz o Senhor. Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o Senhor” (Jeremias 49.34-39).
Elão está localizado no sudoeste do Irã e muitos analistas supõem que se trata da região em que são produzidos os mísseis para transporte de ogivas nucleares.
• Em minha opinião, as afirmações sobre Elão referem-se aos tempos finais, conforme mostra o último versículo: “Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o Senhor”. Aparentemente, Elão voltará a ter um papel importante “nos últimos dias”. O antigo Império Persa (Irã), que após sua queda permaneceu inativo durante milênios, será atingido “nos últimos dias” por um juízo, mas sua sorte será finalmente mudada. Parece que isso acontecerá nos tempos finais.
• “Eu quebrarei o arco de Elão, a fonte do seu poder” (v. 35). A Edição Almeida Corrigida Fiel diz: “o principal do seu poder”. Evidentemente, Deus fala através do Seu profeta usando expressões comuns daquela época. Sem dúvida, ao invés de “arco”, hoje poderíamos dizer “míssil”. Pois esse é, justamente, o “principal do poder” do Irã em nossos dias. Uma notícia dizia: “Mamouhd Ahmadinejad, o presidente do Irã, declarou que seu país tem capacidade nuclear. Ele se vangloria da tecnologia de enriquecimento de urânio e manda testar mísseis do tipo Kowsar (um dos rios do Paraíso segundo a descrição muçulmana – N.T.)”.[3]
• “Trarei sobre Elão os quatro ventos dos quatro ângulos do céu” (v. 36). Os quatro ventos representam os quatro pontos cardeais e, portanto, o conjunto de todas as nações. Atualmente, é a comunidade mundial (a ONU) que está tratando do problema do armamento nuclear iraniano. Ainda não há concordância sobre qual deverá ser a forma de agir, mas isso poderá mudar rapidamente. Parece que ainda os quatro ventos estão sendo segurados, mas num momento eles serão soltos. Li a respeito: “O Ocidente não acredita em Ahmadinejad e também Moscou está ficando mais cética. Teerã, porém, ultrapassa os sinais de alerta, enfrentando o chefe da Comissão de Energia Nuclear... Atualmente, o Irã ameaça o equilíbrio e está se alçando à posição de potência nuclear agressiva. O Conselho de Segurança não poderá aceitar essa situação. Entretanto, mesmo que não haja concordância, a Europa e os EUA estarão em condições de aplicar medidas dolorosas. Uma coisa deve ficar clara para Teerã: o Ocidente não pode aceitar uma ameaça atômica”.4 Que a Rússia, por um lado, fornece mísseis antiaéreos ao Irã e, por outro lado, encara esse país com ceticismo, amplia as possibilidades de um ataque. Além disso, estão em jogo grandes somas de dinheiro!
No livro do profeta Daniel também aparecem esses “quatro ventos”: “Falou Daniel e disse: Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar” (Daniel 7.2-3). Esse texto refere-se aos quatro impérios dos animais, que se unirão no último império mundial e com o governante mundial anticristão (veja Ap 13). Vemos que Deus, o Senhor, continua detendo o controle de tudo, conforme diz Apocalipse 7.1: “Depois disto, vi quatro anjos em pé nos quatro cantos da terra, conservando seguros os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem sobre árvore alguma” (Apocalipse 7.1).
• No caso de um ataque ao Irã patrocinado pe la ONU, haveria um enorme fluxo de refugiados, de modo que “...não haverá país aonde não venham os fugitivos de Elão. Farei tremer a Elão diante de seus inimigos...” (vv. 36b-37a).
• Então o Senhor estabelecerá Seu trono em Elão e reinará. E, finalmente, a sorte de Elão será mudada, pois, onde o Senhor governa sempre ocorrem mudanças: “Porei o meu trono em Elão e destruirei dali o rei e os príncipes, diz o Senhor. Nos últimos dias, mudarei a sorte de Elão, diz o Senhor” (vv. 38-39).
Ninguém pode dizer com certeza em que período ocorrerá essa guerra e até onde ela se espalhará. É certo, porém, que, cedo ou tarde, também essa profecia bíblica se cumprirá. Deus, o Senhor, é poderoso: Ele segura firmemente o leme do “navio mundial” e dirá a última palavra. Certamente ouviremos cada vez mais sobre “guerras e rumores de guerras”, porque as ameaças entre os povos aumentarão constantemente. Por isso, “temos, assim, tanto mais confirmada a palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça em vosso coração” (2 Pedro 1.19).

Notas:
P.-D. 42/2006.
Jornal Elbe-Jeetzel.
P.-D. 16/2006.
Idem.

IMPLANTE DE CHIPS!



O chip que pode ser implantado sob a pele.
"A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome. Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis" (Ap 13.16-18).
A discoteca espanhola Baja Beach Club em Barcelona começou a usar, pela primeira vez no mundo, algo semelhante à marca descrita no último livro da Bíblia... Os clientes habituais da discoteca podem mandar implantar um chip no braço. Além dos dados pessoais ele terá capacidade de armazenar seu saldo. Na entrada, os clientes "chipados" serão facilmente identificados através de um leitor de raios laser e os garçons poderão debitar as despesas diretamente no braço do cliente. Quando o saldo acabar, bastará recarregá-lo.
O chip é um produto da empresa norte-americana Applied Digital Solutions... Seu plano é implantá-lo no maior número possível de pessoas.
Localização via satélite (GPS).
Chips com outras capacidades estão sendo desenvolvidos e usados nos Estados Unidos, por exemplo, para aumentar as vendas da multinacional de bebidas Coca-Cola. Ela lançou uma campanha de marketing centrada em 120 latas de refrigerante especiais. Sua aparência e seu peso não permitem reconhecer que estão equipadas com telefone celular e um chip GPS (Global Positioning System). Os felizes compradores das latinhas premiadas devem identificar-se por telefone notificando seu achado e levar a latinha sempre consigo até que uma equipe da Coca-Cola os localize para informá-los sobre seus prêmios".
Essas notícias comprovam a atualidade das afirmações bíblicas! Como é possível que alguém, há dois mil anos atrás, distante de todas as possibilidades tecnológicas de hoje, tenha descrito tais desenvolvimentos? Em Apocalipse 13 são relatados acontecimentos que se dariam apenas nos tempos finais, pouco antes da volta de Jesus. O idoso apóstolo João, que vivia exilado na ilha de Patmos, escreveu que, no fim dos tempos, as pessoas iriam receber uma marca em sua mão direita ou em sua fronte, e que poderiam comprar ou vender apenas com ela. Além disso, ele fala de uma imagem que teria fôlego e falaria (Ap 13.15). Como ele podia ter a certeza e a "ousadia" de escrever algo assim? Naquela época, suas afirmações estavam bem longe da realidade. Além disso, o que significavam suas palavras? Que valor tinham essas descrições minuciosas de algo que ninguém conhecia? Será que João não temia cair no ridículo ou não havia o perigo da Bíblia ser posta de lado por ser considerada uma coleção de fábulas? Qualquer "ser pensante" – caso a Bíblia fosse um "conto de fadas" – teria evitado fazer afirmações desse teor, preferindo escrever coisas mais genéricas, pensamentos filosóficos ou literatura poética. Mas João estava absolutamente convicto de que tudo o que viu e escreveu correspondia integralmente à verdade.
A Bíblia não é, de forma alguma, um livro de contos. Ela é a revelação divina à humanidade. Só um Deus que conhece os mínimos detalhes do futuro e dos processos históricos pode mandar escrever fatos futuros através da inspiração de Seu Espírito. Somente Deus sabia de antemão que aproximadamente mil e novecentos anos mais tarde um aparelho iria influenciar o mundo através de uma imagem que fala e se move. Somente um Ser Supremo poderia saber que dois mil anos depois seria possível implantar um chip sob a pele. Apenas Ele poderia mandar predizer que essas coisas incomparáveis iriam acontecer. Somente um Deus que é a Verdade poderia anunciar algo tão "inacreditável" para provar que Sua Palavra é verdadeira e que podemos crer em tudo o que Ele diz. O Senhor Jesus expressou essa verdade ao dizer: "Desde já vos digo, antes que aconteça, para que, quando acontecer, creiais que EU SOU" (Jo 13.19).
A última fase do fim dos tempos teve início com o ajuntamento dos judeus em sua pátria e com a fundação do Estado de Israel em 1948. Praticamente em paralelo, os processos em desenvolvimento no nosso mundo se direcionam em ritmo cada vez mais acelerado para o cumprimento do Apocalipse.
"Quem não se deixa vencer pela verdade divina será vencido pelo engano", disse Agostinho. Não resta muito tempo para ridicularizar a Bíblia, pois a seriedade de suas palavras é muito evidente!

AS FRONTEIRAS DE SODOMA ESTÃO SENDO ULTRAPASSADAS?


O Senhor Jesus descreveu os tempos anteriores à Sua volta em glória como dos mais terríveis que já houve. Ele falou de um Apocalipse vindouro, que aconteceria como julgamento sobre todo o mundo, antes dEle mesmo voltar. Este tempo é descrito como semelhante aos "dias de Noé e de Ló". Os dias de Ló eram a época de Sodoma, donde procede a palavra "sodomia". Naquela sociedade as pessoas viviam inteiramente segundo suas inclinações e paixões. Elas comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam, sem se importarem com Deus. Pretendia-se estabelecer uma era de bem-estar sem Deus. Ao mesmo tempo a imoralidade tomava conta, de modo que a homossexualidade fazia parte do cotidiano (Gn 19.4-5).
Quando analisamos nossos dias, somos levados a pensar que as fronteiras de Somoma já estão sendo ultrapassadas. Como em muitos outros países, os debates a respeito do tema têm sido muito acirrados na França:
O confronto entre a direita e a esquerda tem apresentado atualmente uma violência incomum, porque a maioria esquerdista pretende legalizar a união de casais homossexuais. Deste modo, os partidários do primeiro-ministro Lionel Jospin estão cumprindo uma promessa eleitoral. Trata-se de estabelecer um contrato para todos os casais – quer sejam homossexuais ou heterossexuais...
Apontando para Sua vinda em grande poder e glória, o Senhor Jesus disse: "O mesmo aconteceu nos dias de Ló: comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar" (Lc 17.28-30). Em Gênesis 18.20 lemos porque Deus castigou de tal maneira as cidades corrompidas no vale do Jordão: "Disse mais o Senhor: Com efeito, o clamor de Sodoma e Gomorra tem-se multiplicado, e o seu pecado se tem agravado muito."
Não temos a intenção de apontar o dedo friamente para nossa sociedade, pois todos nós somos pecadores necessitados de redenção. Também não pretendemos pintar um cenário de terror apocalíptico. Pelo contrário, queremos lembrar que o Senhor procura atualmente homens de oração dedicados, que se colocam na brecha (Ez 22.30), da mesma forma como Abraão o fez (Gn 18.22-33). O texto ressalta que Abraão não ameaçou nem julgou a Sodoma – e nem mesmo esperou satisfeito pelo julgamento ameaçador de Deus. Pelo contrário, ele colocou-se diante do Senhor e intercedeu por Sodoma e Gomorra.
Mas, naturalmente também é preciso falar a verdade com clareza, mesmo que não se queira mais ouvi-la e sob o risco de sermos acusados de fanáticos fundamentalistas. O Senhor Jesus Cristo, que morreu na cruz como um criminoso, sem ter cometido pecado, tomou nossos pecados sobre si para que nós – libertos de toda culpa – possamos tornar-nos participantes do reino de Deus. Quem, entretanto, fecha a porta do seu coração para o Senhor Jesus, rejeita a oferta de Deus de completo perdão dos pecados e, assim, exclui a si mesmo do reino de Deus. Aquele, porém, que entrega sua própria vida e a deposita aos pés de Jesus, vai recebê-la. Foi o que o próprio Senhor disse com relação à mulher de Ló: "Quem quiser preservar a sua própria vida perdê-la-á; e quem a perder, de fato a salvará" (Lc 17.33).

terça-feira, 29 de abril de 2008

A IGREJA DO SÉCULO 21 " A IGREJA EMERGENTE"


“...haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de
mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos” (2 Timóteo 4.3).
Parece que cada geração tem sua própria apostasia específica e, em alguns casos, até mesmo depois de um avivamento espiritual. A igreja do século 20 começou numa batalha pelos fundamentos da fé cristã. Durante aquele período, os evangélicos (i.e., cristãos da atualidade que crêem na Bíblia e que se constituem de fundamentalistas, separatistas e outros apaixonados amantes da Bíblia) experimentaram um crescimento sem precedentes. Mas então, muitos dos principais seminários começaram a se comprometer, fazendo concessões à filosofia pós-moderna do humanismo secular de nível superior. De 1920 a 1935, muitos líderes fundaram escolas cristãs, institutos bíblicos e seminários que geraram fiéis expositores da Bíblia e igrejas evangelizadoras que ganhavam almas para Cristo em todo o mundo. Infelizmente, vários jovens educadores ingressaram nas universidades seculares a fim de obter seu grau de PhD. Depois de se graduarem, tornaram-se professores de seminário no encargo de ensinar os candidatos ao ministério pastoral a pregarem as Escrituras, sendo que eles mesmos nunca tinham exercido o pastorado, nem haviam se dedicado à pregação. Uma das máximas essenciais do processo educacional é a de que “não se pode partilhar aquilo que não se possui”. O que se verifica com freqüência, nos dias atuais, é que pastores jovens se formam nos seminários, todavia conhecem muito pouco sobre a pregação expositiva, sobre as doutrinas fundamentais, sobre a evangelização e nem mesmo possuem as ferramentas necessárias para atuarem como pastores. Hoje em dia, é comum ver pastores, recém-formados num seminário, assumirem o ministério pastoral de uma igreja, sem nunca terem sido alunos de um professor de seminário que realmente tenha exercido o pastorado de uma igreja.
Além disso, a lavagem cerebral de nossos filhos feita dentro das escolas públicas pelos humanistas seculares, desde a pré-escola até o ensino superior (especialmente nos cursos de pós-graduação) tem produzido uma geração pós-moderna que é avessa aos absolutos morais, ao Evangelho que é o único caminho de salvação e à autoridade da Palavra de Deus. Muitos jovens que estudaram em faculdades cristãs já foram influenciados por essa moderna filosofia secular [N. do T.: Nos Estados Unidos há instituições de ensino fundamental, médio e superior que são mantidas por denominações e entidades evangélicas, cuja proposta de ensino e orientação educacional baseia-se em princípios bíblicos cristãos]. Até mesmo em algumas escolas cristãs de ensino fundamental e médio, é possível encontrar professores com formação acadêmica de orientação humanista, que propõem o ensino de uma filosofia secular dentro de um ambiente cristão. É espantoso verificar o grau de desconhecimento da Bíblia que a maioria dos calouros demonstra ao entrar numa faculdade cristã. O único antídoto para aqueles que sofreram essa lavagem cerebral humanista por muitos anos é uma genuína conversão a Cristo, acrescida de um tempo investido no estudo minucioso da Palavra de Deus.
A lavagem cerebral de nossos filhos feita dentro das escolas públicas pelos humanistas seculares, desde a pré-escola até o ensino superior (especialmente nos cursos de pós-graduação) tem produzido uma geração pós-moderna que é avessa aos absolutos morais, ao Evangelho que é o único caminho de salvação e à autoridade da Palavra de Deus.
A secularização da educação cristã fez com que muitos pastores jovens e sinceros se tornassem vulneráveis aos ensinos da igreja pós-moderna, ou como [seus membros] preferem se designar, “Igreja Emergente”. Esse movimento bebe da essência do antinomianismo, uma filosofia na qual os adeptos questionam mais a Bíblia e os fundamentos da fé do que o ensino e a influência anticristãs de sua formação educacional secular. Eles contam com o apoio de Hollywood, da mídia esquerdista e da música “heavy beat” que transmite mensagens antibíblicas num apelo às emoções, enquanto a mente é deixada de lado. Tal música pode, muitas vezes, apelar aos impulsos da carne e já invadiu as igrejas, onde muitos líderes eclesiásticos alegam que ela lhes presta um auxílio no processo de “crescimento da igreja”, tentando provar, com isso, que estão no “caminho certo”.
Entre os falsos ensinos que brotam da Igreja Emergente encontra-se uma forma não tão sutil de ataque à autoridade da Bíblia – um claro sinal de apostasia. Eles não mais afirmam: “Assim diz o Senhor” (apesar do uso dessa expressão por mais de duas mil vezes na Bíblia), por temerem que isso ofenda aquelas pessoas que apregoam a igualdade de todas as opiniões quanto ao seu valor. A Palavra de Deus não é mais interpretada por aquilo que realmente diz; em vez disso, é interpretada por aquilo que diz para você, desconsiderando, assim, o fato de que a formação educacional e a experiência de vida de uma pessoa podem influenciar a maneira pela qual ela interpreta as Escrituras, a ponto de levá-la irrefletidamente a um significado nunca planejado por Deus para aquele texto.
Alguns dão a entender que Jesus foi um “bom homem, até mesmo um bom exemplo, mas Deus?”. Disso eles não têm certeza. Outros relutam em chegar a tal ponto de questionamento, porque se Jesus não é Deus que “se fez carne”, então não temos um Salvador. Entretanto, há outros da Igreja Emergente que põem em dúvida o milagre da concepção virginal de Cristo, Sua morte substitutiva e expiatória, Sua ressurreição corporal e, obviamente, questionam mais de mil profecias bíblicas, tanto as que já se cumpriram, quanto as que ainda estão por se cumprir, as quais descrevem o maravilhoso plano de Deus para o nosso futuro eterno. Uma indicação da situação em que eles realmente se encontram é evidenciada pelas declarações de um dos seus principais líderes (que é chamado de evangélico), “apesar dele agrupar a série de livros Deixados Para Trás na mesma categoria de O Código DaVinci”.[1] Uma afirmação dessas, vinda de um dos líderes da Igreja Emergente, revela o grau de confusão ou de dolo a que eles de fato chegaram. Ou ele está confuso (iludido) quanto às mentiras gnósticas ocultistas que dominam o enredo de O Códico Da Vinci, ou rejeita, intencionalmente, a interpretação literal da Bíblia que é o fundamento da série Deixados Para Trás, baseada no livro de Apocalipse. Não temos nenhuma dúvida ao afirmar que os líderes da “Igreja Emergente” não crêem no arrebatamento pré-tribulacionista, porque não aceitam a divina inspiração e autoridade da Bíblia.
Os mestres pós-modernos que se denominam “evangélicos”, embora neguem a “fé que uma vez por todas foi entregue aos santos” (Judas 3), são bem rápidos em falar o que eles e outros filósofos heréticos pensam, porém, raramente dizem o que Deus deixou registrado por escrito em Sua biblioteca de sessenta e seis livros, a Bíblia. Eu, particularmente, creio que eles, na verdade, são hereges, apóstatas e lobos “disfarçados em ovelhas”. Devido ao fato do cristianismo liberal ter caído no vácuo do descrédito e das igrejas liberais terem ficado vazias, eles agora fazem uma tentativa de re-empacotar sua teologia sob a forma de pós-modernismo. Na realidade, a maior parte desses conceitos não passa daquilo que costumava ser chamado de modernismo ou liberalismo, ainda que expressos com uma terminologia pós-moderna.
Os líderes da “Igreja Emergente” não crêem no arrebatamento pré-tribulacionista, porque não aceitam a divina inspiração e autoridade da Bíblia.
É difícil obter deles informações quanto ao que realmente crêem, mas eles sabem, muito bem, que não crêem nos fundamentos da fé bíblica. Já é hora de chamarmos a atenção das igrejas para o fato de que tais pessoas são hereges e falsos mestres que “não deram crédito à verdade; antes, pelo contrário, deleitaram-se com a injustiça” (2 Tessalonicenses 2.12), tal como Judas escreveu nos versículos 17 e 18 de sua epístola: “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas ímpias paixões”.
A mensagem do Espírito Santo dirigida à igreja de Laodicéia se enquadra perfeitamente à realidade deles: “Ao anjo da igreja de Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus. Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Assim porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Aconselho-te que de mim compres outro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Apocalipse 3.14-22).
Minha expectativa de que a verdadeira igreja evangélica assumisse sua posição “em alto e bom som” contra essa nova forma pós-moderna de apostasia, concretizou-se, recentemente, num simpósio de nosso Pré-Trib Study Group [Grupo de Pesquisas Pré-Tribulacionistas], ocorrido no final de 2006. Foram proferidas várias palestras excelentes que expuseram os erros desse novo movimento. Quase que simultaneamente recebi um exemplar do periódico The Master’s Seminary Journal [Jornal do Seminário Master’s] que também desmascarava esse movimento através de artigos escritos pelo Dr. John MacArthur e pelo Dr. Richard Mayhue, dentre outros articulistas. Em seguida, chegaram informações de que o Dr. John MacArthur está escrevendo um livro sobre o assunto. Certamente será uma obra completa, de modo que nos ajudará a confrontar essa heresia moderna pelas Escrituras, tal como somos expressamente orientados a fazer nestes últimos dias (i.e., “[provar] os espíritos se procedem de Deus”, 1 João 4.1). Pastores inexperientes e mal alicerçados na Palavra de Deus estão sendo influenciados por essa forma atual de apostasia. Se tais pastores, porventura, comprarem essas idéias nitidamente heréticas, levarão suas igrejas ao desvio da verdade, através de falsos ensinamentos. Se líderes cristãos proeminentes e bem conhecidos não se opuserem abertamente a essa distorção apóstata, é muito provável que se cumpram, negativamente, as palavras desta profecia: “Contudo, quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lucas 18.8).
Ao procurar uma igreja para sua família, certifique-se de avaliá-la pela importância que dá à Palavra de Deus. Você se lembra daqueles judeus “de Beréia”? Eles pesquisavam diariamente nas Escrituras para saber se os ensinamentos de Paulo e Silas eram legítimos e coerentes: “Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim” (Atos 17.11).

domingo, 27 de abril de 2008

A Caminho do Controle Total

Nada a esconder, nada a temer?
Os Estados Unidos estão liderando a Europa e o restante do mundo em direção a uma nova era de vigilância. Na esteira dos atentados de setembro de 2001, os EUA têm produzido tecnologias de segurança que vão desde a coleta de dados nos aeroportos até sistemas de biometria para identificar os visitantes que chegam ao país. Essas tecnologias têm sido exportadas e adotadas ao redor do globo. Entretanto, enquanto a cultura americana libertária e antigovernamental talvez protegerá seus cidadãos dos piores excessos da vigilância das autoridades, os europeus poderão não ter a mesma sorte.
O público britânico, com sua confiança instintiva no governo, tem se mostrado indiferente diante do avanço da vigilância. Mais preocupado em se sentir seguro do que estar em segurança, ele não tem reagido aos relatórios do próprio governo que sugerem que a proliferação de câmaras de vigilância não teve "efeito sobre os crimes violentos" ou o terrorismo.
As atitudes européias com relação à privacidade variam muito, mas os europeus ocidentais tendem a suspeitar menos da autoridade governamental centralizada do que os americanos. Quando o governo dos EUA anunciou o programa US-VISIT, que exige que todos os estrangeiros que chegam ao país sejam fotografados, tenham suas impressões digitais coletadas e suas informações biométricas incluídas em um banco de dados, não houve protestos oficiais da França e da Alemanha, pois ambos os países já estão planejando coletar as impressões digitais de quem solicitar um visto de entrada. O Brasil, em contraste, retaliou, impondo a identificação de visitantes americanos.
A deferência maior dos europeus à autoridade governamental levou países como a Alemanha e a Grã-Bretanha a adotar medidas de vigilância após 11/9/2001 que, de certa forma, foram além das normas impostas pelos EUA. Em 2002, por exemplo, a Alemanha aprovou uma lei que autoriza o governo a criar um banco de dados centralizado com informações pessoais sobre estrangeiros, incluindo suas impressões digitais e sua filiação religiosa. A lei também autoriza a inclusão de dados biométricos, como impressões digitais, nas cédulas de identidade dos alemães. Além disso, ela apóia explicitamente a coleta de dados em ampla escala, exigindo que as agências governamentais repassem os dados pessoais à polícia federal.
Na Grã-Bretanha, onde se é ainda menos desconfiado com a vigilância governamental do que na Alemanha, devido à experiência diferente com relação ao fascismo e ao comunismo, o aumento do poder de vigilância tem sido maior. Leis antiterroristas aprovadas em 2000 e 2001 permitem que a polícia prenda sem mandato quaisquer pessoas suspeitas de terrorismo. Elas podem ficar detidas durante 48 horas sem direito à presença de um advogado. A polícia também pode tirar impressões digitais, fotografar e procurar sinais característicos no corpo dos suspeitos sem o consentimento destes. Qualquer estrangeiro suspeito de terrorismo pode ser detido por tempo indeterminado sem julgamento. (Newsweek, edição européia)
Quando lemos artigos sobre segurança internacional e combate ao terrorismo, devemos ter em mente duas palavras: "controle" e "identificação". Se formos realistas, concluiremos que esses procedimentos de segurança são praticamente inúteis. Os terroristas conhecem como eles funcionam e simplesmente procuram por alguma falha inevitável no esquema para escaparem da identificação.
O terrorismo sempre está um passo à frente, apesar dos governos prometerem proteção aos cidadãos. Os ataques de 11 de setembro nos EUA revelaram a completa falha de todo o sistema. Parece que a maioria não percebe que a tecnologia teve pouca relação com os atos terroristas, que foram cometidos utilizando estiletes como armas. Tais atentados poderiam ser repetidos? Terroristas que atenderem a todas as exigências de segurança podem embarcar num avião e dominar a tripulação, inutilizando completamente toda a sofisticada tecnologia implantada em nome da proteção contra atentados.
Portanto, a questão é: qual a verdadeira razão da preocupação global com a segurança? Ela é cada vez mais destacada para que se cumpram as profecias bíblicas! Os cidadãos de todos os países estão sendo educados para se submeterem a esses procedimentos. Realizando-os, os governos ganham experiência na coleta de informações pessoais e, finalmente, poderão implantar o controle total sobre os indivíduos. Não importa a nação em que vivemos e o tipo de governo que temos – no final das contas se cumprirá o que Apocalipse 13.16 diz sobre a marca da besta.

A Bússola de Ouro

Baseado no best seller de Philip Pullman, A Bússola de Ouro conta a primeira história da trilogia Fronteiras do Universo।
A adaptação para o cinema da controvertida trilogia de um autor ateu causa alvoroço ecumênico; mas será que “matar Deus” é o verdadeiro perigo?
Para os que ainda não conhecem esse filme e todo o evento de mídia relacionado a ele, um comunicado distribuído à imprensa esclarece: “Baseado no best seller de Philip Pullman, A Bússola de Ouro conta a primeira história de sua trilogia Fronteiras do Universo (FDU). Esta excitante aventura de fantasia se passa num mundo alternativo povoado por ursos falantes vestidos com armaduras, feiticeiras, gípcios e dimons. No centro da história está Lyra, uma garota de 12 anos que começa tentando salvar um amigo e termina numa busca épica para tentar salvar não só o seu próprio mundo, mas o nosso também”.
Um dos principais instrumentos usados por Lyra, a heroína da trilogia, é o “Aletiômetro” (a “Bússola de Ouro”). Da mesma forma que um rabdoscópio – ou varinha mágica – ou uma tábua Ouija, o mecanismo usa símbolos, indicadores e a “força do pensamento” para adivinhar a verdade (em grego, Alethéia) sobre uma determinada questão. Na foto: Lyra tentando ler o “Aletiômetro”.
Parece familiar? Crianças iluminadas (desprezadas ou excluídas pela família ou pela sociedade) tropeçam num segredo por acaso, e são escolhidas para salvar o mundo usando quaisquer meios permitidos por sua imaginação e sendo auxiliadas por alguma forma de poder ancestral ou sobrenatural ou entidade espiritual. Essa idéia está tão disseminada, que muitos a chamam de “ mito universal”. Entretanto, não importa qual seja a época ou o local, o tema do jovem herói continua a fascinar o público e a vender mais produtos que qualquer outra trama jamais concebida.
Então, por que tanto alvoroço por causa desse filme? Bem, para começo de conversa, como a página oficial na internet informa, “no mundo da Bússola de Ouro, a alma de uma pessoa vive fora do corpo, sob a forma de um dimon, um espírito animal que acompanha a pessoa por toda a vida”. Embora espíritos-guias na forma de animais sejam tão universais e antigos quanto o próprio xamanismo, os livros de Pullman são talvez os primeiros a popularizarem uma criatura como uma manifestação do espírito pessoal de alguém, e não como uma entidade “auxiliadora” independente ( como uma fada, um elfo, um anjo ou um “mestre iluminado”). Também é notável o atrevimento de chamar esses espíritos de “dimons”* (que é exatamente o que eles são, de acordo com o entendimento bíblico a respeito do nosso mundo real). Fica claro que esse “dispositivo literário” cheira a ocultismo.
Por essas e muitas outras razões, fica difícil engolir o alegado ateísmo de Pullman como genuíno naturalismo humanista. Embora afirme que “esta vida é tudo o que temos”, ele criou um “universo paralelo” pseudocientífico, baseado na teoria quântica e na metafísica. Esses princípios idênticos formam a base do “conhecimento secreto” das religiões esotéricas, refletidas em outras histórias pós-modernas, como a trilogia Matrix e O Show de Truman, onde a “verdadeira realidade” é encontrada através de um processo de rebelião contra a “autoridade”, renascimento e autodescoberta.
O extremo desprezo que Pullman tem pelo Catolicismo não é nem disfarçado: a hierarquia do mal estabelecida pela “Autoridade” da trilogia FDU (o eufemismo que a trilogia usa para se referir a Deus) não é outra senão o “Magistério”. Não admira que a perversão do Evangelho bíblico perpetrada por Roma e sua perseguição aos verdadeiros crentes tenham destruído a fé de muitos ao longo dos séculos – inclusive, aparentemente, a esperança de Pullman de obter a redenção. Os evangélicos bem informados conhecem muito bem todo o mal perpetrado pelo Catolicismo em nome de Deus. Além disso, a perspectiva de Pullman também foi distorcida pelas torturas e assassinatos cometidos em nome do Calvinismo. Por essa razão, não admira que ele não consiga distinguir o Cristianismo bíblico das formas falsificadas que o mundo vem adotando há muito tempo. É esse preconceito que forma o alicerce da FDU, no que talvez seja o mais poderoso ataque para arrasar a percepção da próxima geração a respeito do Cristianismo.
A editora de Pullman é a Scholastic, um vasto império da mídia que se descreve como “o maior publicador e divulgador de livros infantis do mundo”. Na foto: o prédio da Scholastic.
Sem dúvida, as crianças ficarão encantadas com o filme e suas engenhocas fascinantes, e assim serão atraídas para os romances de Pullman, exatamente como aconteceu com as crianças do Flautista de Hammelin. Um dos principais instrumentos usados por Lyra, a heroína da trilogia, é o “Aletiômetro” (a “Bússola de Ouro”). Da mesma forma que um rabdoscópio – ou varinha mágica – ou uma tábua Ouija, o mecanismo usa símbolos, indicadores e a “força do pensamento” para adivinhar a verdade (em grego, Alethéia) sobre uma determinada questão. Uma extraordinária versão digital desse instrumento diverte os visitantes que acessam a página oficial do filme na internet. Lá também existe um perfil de personalidade composto de 20 perguntas que, depois de preenchido, anuncia dramaticamente: “Seu dimon foi encontrado”. As crianças e outros visitantes são convidados a se inscreverem numa comunidade online especial de onde podem baixar ícones (avatares) representando seu dimon pessoal.
Parece que Pullman fez um grande esforço para inverter a Palavra de Deus, torcendo paralelos bíblicos até transformá-los na verdadeira antítese do relato bíblico. Como comenta um crítico: “A Luneta Âmbar (último livro da trilogia FDU) reformula o relato da Tentação e do Pecado Original, mostrando-os como o início da verdadeira liberdade humana”. Mais uma vez, isso é xamanismo revivido; muitas religiões ainda reverenciam a Serpente como o ser que “traz a luz”, como fazem as seitas e sociedades esotéricas modernas.
A editora de Pullman é a Scholastic, um vasto império da mídia que se descreve como “o maior publicador e divulgador de livros infantis do mundo, incluindo o estrondoso sucesso Harry Potter®, Animorphs®, Goosebumps® e Clifford, o Gigante Cão Vermelho® [...]. A Scholastic alcança 32 milhões de crianças, 45 milhões de pais, e praticamente todas as escolas dos Estados Unidos. A Scholastic é uma empresa de multimídia, com um capital de 2 bilhões de dólares e 10.000 empregados, que opera globalmente nos segmentos de educação, entretenimento e publicidade [...] vendendo para crianças, pais e professores”. Isso é um autêntico exército das trevas.
É compreensível que muitos cristãos estejam alarmados com o modo como Pullman caracteriza Deus: um ser finito, débil, frágil, assustado e impostor (muito parecido com o homem por trás da cortina em O Mágico de Oz). Contudo, muitos desses mesmos crentes dão apoio a uma espiritualidade ecumênica, mística e baseada no ocultismo em suas próprias igrejas – incluindo ioga, oração centrante e outras “disciplinas espirituais” enganosas. É o Cavalo de Tróia de Satanás dentro da igreja, perseguindo o mesmo objetivo que Fronteiras do Universo procura alcançar no mundo: questionar a autoridade e a suficiência da Palavra de Deus, ao mesmo tempo em que olha para dentro, em busca do Eu.
Philip Pullman autografando seu livro.
Pullman revelou um pouco do que está em seu coração quando um repórter perguntou qual seria o seu dimon pessoal, se ele tivesse um: “Provavelmente, seria uma gralha ou outra ave da família dos corvos, porque esses são os pássaros que normalmente se interessam por coisinhas brilhantes e vão pegá-las. Eles realmente não sabem distinguir entre um anel de diamante e um pedaço de papel dourado, desses de embrulhar bombons” (Pv 16.16).
Infelizmente, Pullman se traiu ao reconhecer sua incapacidade de distinguir entre a inestimável sabedoria da Escritura e o “ouro de tolo” (1 Co 2.14). Sua abordagem “Frankenstein” da espiritualidade (costurando partes mortas da religião com outras da “falsa ciência”) deu o sopro de vida a um Demônio de proporções infernais. Ao criar um Deus magro e exaurido, que sofre uma “misericordiosa” eutanásia em seu romance, Pullman mudou “a verdade de Deus em mentira” (Rm 1.25) e mudou “a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis” (Rm 1.23).
Rejeitando comparações com a trilogia épica de J. R. R. Tolkien, Pullman insiste em afirmar: “O que estou fazendo é completamente diferente. Tolkien teria odiado”. Embora os evangélicos estejam divididos a respeito dos méritos de As Crônicas de Nárnia, a ira de muitos deles se acende ainda mais diante do franco desprezo que Pullman tem por C. S. Lewis, a quem ele agride juntamente com todos os cristãos: “Estou tentando minar as bases da fé cristã. – diz Pullman – O senhor Lewis diria que estou fazendo o trabalho do Diabo