sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

ministro de Israel defende autonomia para tratar com o Irã

26/02/2010 - 18h31
Nos EUA, ministro de Israel defende autonomia para tratar com o Irã


A perspectiva de Israel a respeito do programa nuclear iraniano difere da dos Estados Unidos, e os dois podem divergir sobre que ação tomar, disse na sexta-feira o ministro israelense da Defesa, Ehud Barak, em visita a Washington.
"É claro que há certa diferença na perspectiva e uma diferença na avaliação e uma diferença no relógio interno, uma diferença de capacidades", disse Barak no Instituto para a Política do Oriente Próximo, em Washington, quando questionado sobre as discussões entre Israel e EUA a respeito do Irã.


Em visita a Washington, o ministro de Israel, Ehud Barak, defende, ao lado de Hillary Clinton, a autonomia do Estado em lidar com o Irã
"Não acho que haja uma necessidade de coordenação a esse respeito. Deve haver uma compreensão sobre a troca de opiniões, mas não precisamos coordenar tudo", disse Barak, que foi a Washington para discussões estratégicas.
A influência de Washington sobre Israel foi colocada em dúvida depois das ameaças veladas do Estado judaico em relação a atacar o Irã --preventivamente-- se a diplomacia internacional não convencer a República Islâmica a abandonar seu processo de enriquecimento de urânio. Israel e os governos ocidentais temem que essa atividade leve ao desenvolvimento de armas nucleares, intenção que Teerã garante não ter.
Os EUA afirmaram nesta semana que não querem fazer mal ao povo iraniano com sanções "paralisantes" contra o setor energético do país, medidas que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, descreveu como sendo a única solução diplomática viável.
Centrista em uma coalizão dominada pela direita, Barak reiterou o argumento israelense de que uma bomba atômica iraniana iria desestabilizar toda a região e provocar uma corrida armamentista, além de estimular guerrilhas islâmicas patrocinadas por Teerã.
"Provavelmente, deste canto do mundo, [o programa iraniano] não muda o roteiro dramaticamente", disse ele, em inglês. "De uma distância mais próxima, em Israel, parece um ponto de virada para toda a ordem regional, com consequências bastante garantidas para o mundo como um todo."
Embora tenha minimizado o risco de que o Irã tente varrer Israel do mapa com um ataque nuclear, Barak pediu aos EUA e a outras potências que mantenham "todas as opções sobre a mesa", inclusive a força preventiva.
Israel bombardeou um reator nuclear do Iraque em 1981 e um da Síria em 2007. Analistas acreditam, porém, que o país não teria condições de impor um dano duradouro às instalações nucleares iranianas, que são numerosas, distantes e bem defendidas.
Mas Barak sinalizou a disposição israelense de eventualmente agir por conta própria, ao dizer: "Sentimo-nos muito orgulhosos de nunca termos pedido aos norte-americanos que viessem lutar conosco. Basicamente, para parafrasear Churchill, dissemos: 'Deem-nos as ferramentas, e faremos o trabalho'". Ele elogiou o governo de Barack Obama por fazer "o máximo esforço" para resolver diplomaticamente o impasse com o Irã.
Manifestando sua relutância com uma nova guerra no Oriente Médio, os EUA reforçaram apoio às defesas estratégicas israelenses, o que levou alguns analistas a especularem que Israel, supostamente dono do único arsenal atômico da região, acabaria tendo de aderir a uma política de "contenção" do Irã, conforme quer Washington.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Israel apresenta jato não tripulado que poderia alcançar o Irã

21/02/2010 - 16h42
Israel apresenta jato não tripulado que poderia alcançar o Irã
da BBC Brasil
A Força Aérea de Israel apresentou, neste domingo, uma frota de grandes aviões não tripulados que, segundo as autoridades, poderiam voar até o golfo Pérsico --o que colocaria o Irã dentro do raio de alcance.
Construído pela estatal Israel Aerospace Industries, o Heron TP tem 26 metros de extensão entre uma asa e outra --o mesmo tamanho de um Boeing 737, que transporta passageiros00 e é a maior aeronave não tripulada do Exército israelense.
Segundo as autoridades, os aviões podem voar a uma altura maior que 12 mil metros e são capazes de permanecer voando por até 20 horas consecutivas. De acordo com a Força Aérea, os novos jatos serão usados principalmente para vigilância e carregamentos.
O avião vem sendo desenvolvido há uma década e foi usado pela primeira vez durante a ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza em dezembro de 2008.
Apesar de apresentar a aeronave em uma cerimônia neste domingo, as autoridades não revelaram qual o tamanho da nova frota ou se os aviões foram desenvolvidos para serem usados em um eventual ataque contra o Irã.
Em entrevista à agência de notícias Associated Press, autoridades de defesa de Israel, que não foram identificadas, teriam afirmado que o Heron TP seria uma ferramenta útil contra o Irã.
O governo israelense acredita que o Irã esteja desenvolvendo armas nucleares e já ameaçou atacar o país caso as negociações para limitar o programa nuclear iraniano fracassarem.
Na semana passada, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, exigiu que a comunidade internacional imponha sanções "paralisantes" para impedir o Irã de obter armamentos nucleares.
A afirmação foi feita diante do avanço do programa nuclear iraniano depois que o presidente Mahmoud Ahmedinajad anunciou que o país já teria alcançado a capacidade de enriquecimento de urânio no nível de 20%.

NOTÍCIAS DO ORIENTE MÉDIO

Do Iraque chegam notícias diárias sobre atentados e mortes, notícias essas que já não causam maiores reações e surpresas em quem as ouve, vê ou lê. A verdade é que, praticamente todos os dias morrem dezenas de pessoas por causa de ataques suicidas e de confrontos entre as forças oficiais do Iraque, apoiadas por tropas americanas e grupos insurgentes. A ocupação americana, ao que parece, só fez aumentar o clima de instabilidade naquela região. Cremos que o Iraque cumprirá um papel dentro dos conflitos e/ou grande tratado de paz no Oriente Médio que dará início ao período tribulacional.

Por outro lado, o Irã anunciou na quarta-feira, dia 03/02/10, o lançamento bem-sucedido de seu terceiro foguete de fabricação nacional, o Kavoshgar-3, e anunciou que vai iniciar três novos projetos para a construção de satélites de telecomunicações. O Ocidente vê com ressalvas estes lançamentos e teme que o que Teerã diz ser um programa espacial esconda intenções militares. A verdade é que nos últimos dias, o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, tem feito declarações surpreendentemente conciliatórias em relação ao programa nuclear iraniano. Uma brusca mudança em seu discurso. O que teria originado isso? Cremos que, muito provavelmente, o iminente ataque israelense às instalações nucleares iranianas possa ter causado essa súbita mudança de rumo no discurso de Ahmadinejad. Acenando com a possibilidade de diálogo aberto, ele lança sobre si uma certa segurança que Israel não atacará seu país. Ao mesmo tempo, o Irã continua se armando para a guerra. Recentemente, anunciou a inauguração de mais 2 fábricas de mísseis. Enquanto estamos postando essa edição, o governo iraniano acaba de autorizar o enriquecimento de seu urânio a 20% (até agora esse percentual era de 5%). Os eventos estão ocorrendo rapidamente. Sabemos que a palavra revelada em Ezequiel 38 e 39 se cumprirá. Vamos permanecer atentos. O Irã parece estar querendo ganhar tempo para algo muito maior...

Enquanto isso, o clima de tensão continua no Oriente Médio. Há poucos dias, o ministro das Relações Exteriores de Israel fez uma declaração que retrata esse clima de crescente tensão. Veja:

“Chanceler israelense ameaça derrubar regime sírio na próxima guerra” (BBC BRASIL - 04/02/10)

“O ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, ameaçou nesta quinta-feira "trucidar" o Exército da Síria e derrubar o presidente do país, Bashar al-Assad, em caso de uma guerra entre os dois países.
"Você e sua família perderão o poder", afirmou Lieberman, acrescentando ainda que a Síria deve abandonar seus sonhos de recuperar a região das Colinas do Golã, ocupadas por Israel.
As ameaças agravam ainda mais a escalada verbal entre os dois países verificada nos últimos dias. A recente escalada verbal entre os dois países começou no início da semana com uma declaração do ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, que disse que se não houver um acordo de paz com a Síria, "poderá haver uma guerra generalizada".
Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Moallem, declarou que os israelenses devem parar de se comportar como "bandidos" e afirmou que "os israelenses sabem que a próxima guerra pode atingir suas cidades". O ministro sírio também disse que Israel "está plantando as sementes de um clima de guerra, ameaçando atacar o Irã, o Líbano e a Faixa de Gaza".
Líderes políticos da esquerda e da oposição classificaram as ameaças de Lieberman contra a Síria como "irresponsáveis e insensatas" e pediram que o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu demita seu chanceler por fazer "provocações desnecessárias". Além de ameaçar derrubar o regime sírio, Lieberman também anunciou que a Síria deve "abrir mão do sonho de reaver as colinas do Golã, isso não vai acontecer". A devolução das colinas do Golã, ocupadas por Israel durante a guerra de 1967, é a condição fundamental da Síria para qualquer acordo de paz com Israel. A última ameaça ao regime sírio por parte de um líder israelense importante ocorreu poucos meses antes da guerra de 1967 e foi feita por Itzhak Rabin, então chefe do Estado Maior do Exército israelense e que seria posteriormente primeiro-ministro do país, de 1974 a 1977 e de 1992 até seu assassinato, em 1995”.

Vamos permanecer atentos, observando tudo o que ocorre de importante no Oriente Médio. O cumprimento das profecias se aproxima...


O APARENTE EQUILÍBRIO COMEÇA A TREMER


Nas últimas edições de ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS, temos, insistentemente, batido na tecla de que essa aparente “recuperação” da economia global não passa de uma ilusão. No dia 04/02/10 essa impressão nossa foi corroborada na prática. Veja a notícia:

“Medo de nova crise derruba as Bolsas” (O GLOBO – 05/02/10)

“Os mercados financeiros desabaram ontem com o aumento do medo a respeito do endividamento do bloco de países conhecidos como “Pigs” (Portugal, Itália, Grécia e Espanha, na sigla em inglês). A Bolsa brasileira despencou 4,73% pelo seu índice Ibovespa.
O pânico envolve a piora da situação da Grécia, a elevada taxa de desemprego, em torno de 20%, na Espanha, e a dificuldade de o governo de Portugal de vender seus bônus, com o boato de que Portugal não conseguiria honrar tais compromissos...
Ontem (04/02/10), o Departamento de Trabalho norte-americano divulgou um aumento de oito mil novos pedidos de seguro-desemprego na última semana, totalizando 480 mil no último mês...”


Quem crê realmente nas profecias bíblicas, sabe que o sistema financeiro do mundo sofrerá radicais transformações até que o sistema da besta seja implantado a nível mundial (Apocalipse 13:16-18). Logo, viver com a esperança de que tudo vai melhorar e que o homem conseguirá resolver seus problemas ao longo de tempo é ir contra o que está profetizado. Ou cremos na capacidade humana, muitas vezes influenciada ou compactuada com forças espirituais da maldade, ou cremos nas profecias bíblicas. Nós temos escolhido crer naquilo que a Palavra revela e estarmos atentos contra as ciladas e o engano do inimigo espiritual de nossas almas.

Se bem é certo que alguns países, entre os quais o Brasil, não sofreram todo o impacto da crise de 2009 e estão mostrando uma tímida recuperação, colocar as esperanças nessa “recuperação” é, ao nosso ver, racionalmente temerário e espiritualmente descabido. A economia global está totalmente interligada, fato inexistente há 30 anos. Logo, qualquer baque considerável nos EEUU ou na Europa, causará enormes conseqüências em outros países também. Caso haja uma crise generalizada, cremos que ela virá num nível muito mais abrangente e profunda que a do ano passado, pois alcançará em cheio países que ainda estão tentando se recuperar da crise dos subprime de 2009. Muitos países, como temos afirmado, não têm lastro suficiente para a emissão das enormes quantias de dinheiro que foram feitas para oxigenar a economia em 2009 devido à crise. O déficit americano, segundo dados oficiais, está na casa de trilhões de dólares. Há poucas horas, o presidente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse que a crise na Espanha “é muito forte”. Vamos aguardar. Devemos estar apercebidos em todos os momentos (Mateus 24:44).
O CERCO SE FECHA


O cerco do qual falamos é invisível e quase imperceptível. Porém, pouco a pouco vai se aprofundando no inconsciente coletivo a idéia de rejeição contra toda posição fundamentalista em relação à fé. O episódio mais recente envolvendo essa questão ocorreu no incidente provocado pelo nigeriano Umar Farouk Abdulmutallab, indiciado por tentar explodir um avião que sobrevoava os Estados Unidos no dia 25 de dezembro de 2009. Ele disse aos investigadores que o clérigo radical americano-iemenita Anwar Al Awlaki foi quem ordenou o ataque. Awlaki tem pais iemenitas e nasceu no Novo México (EUA). Ele já pregou em mesquitas na Califórnia e Virgínia antes de se mudar para a cidade natal de seus pais no Iêmen, em 2004. Ele se tornou popular entre simpatizantes dos militantes islâmicos por seus sermões em inglês e disponíveis na Internet, nos quais explica a jovens muçulmanos a filosofia da violenta jihad e o martírio contra o Ocidente e seus governos aliados.

Esse é apenas um dos muitos fatos envolvendo fundamentalistas muçulmanos. Outros têm envolvido fundamentalistas autodenominados de cristãos. Não estamos aqui defendendo os fundamentalistas ou o fundamentalismo dessas pessoas. O que queremos passar é que a cada dia se cria uma crescente mentalidade mundial contra todo tipo de crença total e inegociável. As palavras de ordem atualmente ligadas aos poderes mundiais são “tolerância”, “coexistência” e “ecumenismo”. A mensagem que está sendo transmitida à mente das pessoas é que as principais mazelas do mundo provêm das lutas religiosas. De certa forma, essa mensagem tem razão. O homem, usando nome de Deus, tem cometido inúmeras atrocidades. Até mesmo instituições que usam o nome de Cristo e que tentam tomar o lugar da verdadeira Igreja do Senhor tem se envolvido em questões desse gênero durante a história. O grande problema está em que o mundo não pode discernir entre quem é religioso e quem é discípulo de Cristo, pois essa diferença se discerne espiritualmente. Logo, como em quase tudo que envolve o reino das trevas, há uma boa dose de verdade misturada com uma pequena e quase imperceptível dose de mentira. A verdade é que a loucura religiosa tem trazido inúmeros males ao próprio homem. Porém, a mentira é que a fé em Cristo como único e suficiente Salvador e Senhor é mais uma dessas loucuras religiosas. Aí está mais um sofisma maligno e, muito provavelmente, este será utilizado no sistema da besta.

Então, cremos que num futuro muito breve, essa aversão generalizada contra crenças fundamentalistas, servirá como base para perpetrar uma grande perseguição contra a Igreja de Cristo a qual, embora não se envolva em disputas políticas, cruzadas sangrentas, atentados suicidas ou nada desse tipo, é um Corpo que não abre mão de sua fé em Jesus Cristo, mesmo diante da perseguição, tortura e morte. Que possamos estar atentos contra as sutilezas maquinadas pelo inimigo. Que estejamos atentos ao real significado de algumas notícias. Por exemplo, nos últimos dias uma das notícias que mais tem rodeado o mundo se refere aos 10 missionários batistas norte-americanos que tentavam levar crianças haitianas até a República Dominicana. A mensagem subliminar que se passa nessa notícia é que tais missionários evangélicos estariam raptando crianças, aproveitando-se do momento de caos e dor que atravessa o Haiti. Não podemos nos enganar. A perseguição generalizada contra a Igreja do Senhor Jesus não surgirá do nada. Sempre haverá um “motivo” criado pelas forças do mal nas regiões celestes. Da mesma forma que a perseguição institucional do império romano começou quando Nero responsabilizou falsamente nossos irmãos pelo incêndio e desordens em Roma, assim também haverá pretextos malignos para perseguir a Igreja do fim dos tempos. O Senhor Jesus foi claro:

“Porquanto se levantará nação contra nação, e reino contra reino, e haverá fomes, e pestes, e terremotos, em vários lugares. Mas todas estas coisas são o princípio de dores. Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo” (Mateus 24:7-13)

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

CABALA

O misticismo – a busca da verdade suprema através de rituais misteriosos e experiências subjetivas – há séculos exerce fascínio sobre a humanidade. Sob a alegação de proporcionar uma compreensão mais profunda dos segredos complexos e enigmáticos do Universo, o misticismo promete aos interessados a sua inclusão num grupo de elite, seduz ao oferecer garantias de elucidar o sentido da vida e fascina com a promessa de levar a pessoa a uma relação mais íntima com Deus.
Durante toda a história humana, as culturas têm produzido suas versões do misticismo. O povo judeu não é exceção. A forma mais influente e expressiva de misticismo judaico se desenvolveu em Israel, na Babilônia e em certas regiões da Europa, entre os séculos X e XVIII d.C. Em grande parte, originou-se de uma reação contra o judaísmo estéril e filosófico daqueles dias. Ela ficou conhecida como Cabala (“Tradição”). O rabino Meyer Waxman descreveu a Cabala como “uma síntese desordenada de todos os elementos do misticismo que sempre achou expressão no judaísmo”.[1]
Na verdade existem duas correntes de pensamento na Cabala: a prática e a especulativa. A Cabala prática enfoca o uso de fórmulas místicas para realizar milagres ou obras sobrenaturais. Através da manipulação dos nomes de Deus, de anjos e das próprias letras de palavras da Torah [a Lei ou Pentateuco], a Cabala prática alega que certas combinações podem ser feitas para produzir qualquer feitiço, encantamento ou resultado que se deseje, seja a cura de um doente, seja o sucesso nos negócios.
A Cabala especulativa, que incorpora e se impõe sobre a Cabala prática, é mais teórica. Ela lida com certas questões, tais como, a maneira pela qual um Deus infinito pode criar e se relacionar com um mundo físico e finito. Segundo a Cabala, a resposta para tal questão é: através da mediação.
A mediação é efetuada por intermédio de anjos, bem como por intermédio das dez emanações de Deus, denominadas sephiroth.
Essas sephiroth, conforme escreveu o rabino Waxman, “são manifestações tanto da essência [de Deus] quanto dos agentes de Sua vontade” na terra. É por meio dessas manifestações que o mundo não apenas veio a existir, como também tem sido preservado, organizado e governado”.[2] As dez sephiroth juntas são simbolicamente representadas pela figura de um corpo humano, ou pela árvore da vida, ou por círculos concêntricos, ou ainda, pela luz em suas diversas gradações.
Outra influente doutrina da Cabala é a concepção de que tudo possui dois poderes ou energias inerentes: a ativa e a passiva; simbolizadas por macho e fêmea. A Cabala apregoa que a própria alma humana constitui-se tanto de uma parte masculina, quanto de outra parte feminina. [Os adeptos crêem que] a alma preexistente, ao descer dos mundos superiores, se subdivide nessas duas partes – a parte masculina entra num homem e a parte feminina entra numa mulher. Se um homem vive uma vida justa, ele se casará com aquela mulher que possui a outra parte de sua alma, ou seja, a sua “alma gêmea”.
A principal obra escrita da Cabala é o Zohar (“Esplendor”), um enigmático comentário da Torah, cuja ênfase recai na busca de um significado oculto ou místico que esteja além do sentido normal e literal do texto bíblico.
O povo judeu já estuda a Cabala há muito tempo, contudo, nas últimas quatro décadas o interesse por ela cresceu significativamente, especialmente entre certos artistas de Hollywood, como Madonna, por exemplo, que assumiu publicamente ser praticante da Cabala. O estilo “pop” da Cabala dessas celebridades, defendido por uma organização sem fins lucrativos sediada em Los Angeles denominada The Kabbalah Centre [Centro da Cabala], tem sido censurado pelos cabalistas tradicionais pelo fato de franquear os ensinos secretos da Cabala aos que não são judeus e por banalizar suas doutrinas. Os tradicionalistas também criticam o Kabbalah Centre por sua visão comercial e busca de lucros (por exemplo, por vender amuletos da sorte, tais como o popular cordão vermelho que está na última moda, ou a pulseira dobrável que se ajusta ao pulso para proteger do “mau-olhado”; e por fazer propaganda de uma nova bebida energética cabalística).
A Cabala contraria totalmente os ensinos da Bíblia. No que se refere à mediação, a Palavra de Deus declara: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1 Tm 2.5). No que diz respeito aos segredos, o apóstolo Paulo lembra aos crentes em Cristo de Colossos que nenhum segredo místico pode ter a pretensão de se comparar ao segredo revelado por Deus, a saber, Jesus, o Messias, “em quem todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento estão ocultos” (Cl 2.3).
Moisés declarou: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Dt 29.29). Há certas coisas que Deus reservou para Si e não revelou. Entretanto, não temos necessidade de nos preocupar com elas. Pelo contrário, nossa atenção e obediência devem estar voltadas para aquilo que Ele revelou em Sua Palavra escrita. Deus planejou para nós o ensino claro das Escrituras, não esse amontoado de bobagens sutis reservado a poucos de uma “elite” (1 Tm 6.20; 2 Tm 1.13)

O HOMENZINHO DA RUA GEORGE

Alguma vez você já se perguntou o que resulta da distribuição de folhetos? O relato abaixo, do pastor Dave Smethurst, de Londres, responde essa pergunta:
“É uma história extraordinária a que eu vou contar. Tudo começou há alguns anos em uma Igreja Batista que se reúne no Palácio de Cristal ao Sul de Londres. Estávamos chegando ao final do culto dominical quando um homem se levantou em uma das últimas fileiras de bancos, ergueu sua mão e perguntou: “Pastor, desculpe-me, mas será que eu poderia dar um rápido testemunho?” Olhei para meu relógio e concordei, dizendo: “Você tem três minutos!” O homem logo começou com sua história:
“Mudei-me para cá há pouco tempo. Eu vivia em Sydney, na Austrália. Há alguns meses estive lá visitando alguns parentes e fui passear na rua George. Ela se estende do bairro comercial de Sydney até a área residencial chamada Rock. Um homem baixinho, de aparência um pouco estranha, de cabelos brancos, saiu da entrada de uma loja, entregou-me um folheto e perguntou: ‘Desculpe, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje à noite, o senhor irá para o céu?’ – Fiquei perplexo com essas palavras, pois jamais alguém havia me perguntado uma coisa dessas. Agradeci polidamente pelo folheto, mas na viagem de volta para Londres eu me sentia bastante confuso com o episódio. Entrei em contato com um amigo que, graças a Deus, é cristão, e ele me conduziu a Cristo”.
Todos aplaudiram suas palavras e deram-lhe as boas-vindas, pois os batistas gostam de testemunhos desse tipo.
Uma semana depois, voei para Adelaide, no Sul da Austrália. Durante meus três dias de palestras em uma igreja batista local, uma mulher veio se aconselhar comigo. A primeira coisa que fiz foi perguntar sobre sua posição em relação a Jesus Cristo. Ela respondeu:
“Morei em Sydney por algum tempo, e há alguns meses voltei lá para visitar amigos. Estava na rua George fazendo compras quando um homenzinho de aparência curiosa, de cabelos brancos, saiu da entrada de uma loja e veio em minha direção, ofereceu-me um folheto e disse: ‘Desculpe, mas a senhora já é salva? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Essas palavras me deixaram inquieta. De volta a Adelaide, procurei por um pastor de uma igreja batista que ficava perto de minha casa. Depois de conversarmos, ele me conduziu a Cristo. Assim, posso lhe dizer que agora sou crente”.
Eu estava ficando muito admirado. Duas vezes, no prazo de apenas duas semanas, e em lugares tão distantes, eu ouvira o mesmo testemunho. Viajei para mais uma série de palestras na Mount Pleasant Church em Perth, no Oeste da Austrália. Quando concluí meu trabalho na cidade, um ancião da igreja me convidou para almoçar. Aproveitando a oportunidade, perguntei como ele tinha se tornado cristão. Ele explicou:
“Aos quinze anos vim a esta igreja, mas não tinha um relacionamento real com Jesus. Eu simplesmente participava das atividades, como todo mundo. Devido à minha capacidade para negócios e meu sucesso financeiro, minha influência na igreja foi aumentando. Há três anos fiz uma viagem de negócios a Sydney. Um homem pequeno, de aparência estranha, saiu da entrada de uma loja e me entregou um panfleto religioso – propaganda barata – e me fez a pergunta: ‘Desculpe, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje, o senhor vai para o céu?’ – Tentei explicar-lhe que eu era ancião de uma igreja batista, mas ele nem quis me ouvir. Durante todo o caminho de volta para casa, de Sydney a Perth, eu fervia de raiva. Esperando contar com a simpatia do meu pastor, contei-lhe a estranha história. Mas ele não concordou comigo de forma alguma. Há anos ele vinha me incomodando e dizendo que eu não tinha um relacionamento pessoal com Jesus, e tinha razão. Foi assim que, há três anos, meu pastor me conduziu a Cristo”.
Voei de volta para Londres e logo depois falei na Assembléia Keswick no Lake-District. Lá relatei esses três testemunhos singulares. No final da série de conferências, quatro pastores idosos vieram à frente e contaram que eles também foram salvos, há 25-30 anos atrás, pela mesma pergunta e por um folheto entregue na rua George em Sydney, na Austrália.
Na semana seguinte viajei para uma igreja semelhante à de Keswick e falei a missionários no Caribe. Também lá contei os mesmos testemunhos. No final da minha palestra, três missionários vieram à frente e explicaram que há 15-25 anos atrás eles igualmente haviam sido salvos pela pergunta e pelo folheto do homenzinho da rua George na distante Austrália.
Minha próxima série de palestras me conduziu a Atlanta, na Geórgia (EUA). Fui até lá para falar num encontro de capelães da Marinha. Por três dias fiz palestras a mais de mil capelães de navios. No final, o capelão-mor me convidou para uma refeição. Aproveitando a oportunidade, perguntei como ele havia se tornado cristão.
“Foi um milagre. Eu era marinheiro em um navio de guerra no Pacífico Sul e vivia uma vida desprezível. Fazíamos manobras de treinamento naquela região e renovávamos nossos estoques de suprimentos no porto de Sydney. Ficamos totalmente largados. Em certa ocasião eu estava completamente embriagado e peguei o ônibus errado. Desci na rua George. Ao saltar do ônibus pensei que estava vendo um fantasma quando um homem apareceu na minha frente com um folheto na mão e perguntando: ‘Marinheiro, você está salvo? Se morrer hoje à noite, você vai para o céu?’ – O temor de Deus tomou conta de mim imediatamente. Fiquei sóbrio de repente, corri de volta para o navio e fui procurar o capelão. Ele me levou a Cristo. Com sua orientação, logo comecei a me preparar para o ministério. Hoje tenho a responsabilidade sobre mais de mil capelães da Marinha, que procuram ganhar almas para Cristo”.
Seis meses depois, viajei a uma conferência reunindo mais de cinco mil missionários no Nordeste da Índia. No final, o diretor da missão me levou para comer uma refeição simples em sua humilde e pequena casa. Também perguntei a ele como tinha deixado de ser hindu para tornar-se cristão.
“Cresci numa posição muito privilegiada. Viajei pelo mundo como representante diplomático da Índia. Sou muito feliz pelo perdão dos meus pecados, lavados pelo sangue de Cristo. Ficaria muito envergonhado se descobrissem tudo o que aprontei naquela época. Por um tempo, o serviço diplomático me conduziu a Sydney. Lá fiz algumas compras e estava levando pacotes com brinquedos e roupas para meus filhos. Eu descia a rua George quando um senhor bem-educado, grisalho e baixinho chegou perto de mim, entregou-me um folheto e me fez uma pergunta muito pessoal: ‘Desculpe-me, mas o senhor é salvo? Se morrer hoje, vai para o céu?’ – Agradeci na hora, mas fiquei remoendo esse assunto dentro de mim. De volta a minha cidade, fui procurar um sacerdote hindu. Ele não conseguiu me ajudar mas me aconselhou a satisfazer minha curiosidade junto a um missionário na Missão que ficava no fim da rua. Foi um bom conselho, pois nesse dia o missionário me conduziu a Cristo. Larguei o hinduísmo imediatamente e comecei a me preparar para o trabalho missionário. Saí do serviço diplomático e hoje, pela graça de Deus, tenho responsabilidade sobre todos esses missionários, que juntos já conduziram mais de 100.000 pessoas a Cristo”.
Oito meses depois, fui pregar em Sydney. Perguntei ao pastor batista que me convidara se ele conhecia um homem pequeno, de cabelos brancos, que costumava distribuir folhetos na rua George. Ele confirmou: “Sim, eu o conheço, seu nome é Mr. Genor, mas não creio que ele ainda faça esse trabalho, pois já está bem velho e fraco”. Dois dias depois fomos procurar por ele em sua pequena moradia. Batemos na porta, e um homenzinho pequeno, frágil e muito idoso nos saudou. Mr. Genor pediu que entrássemos e preparou um chá para nós. Ele estava tão debilitado e suas mãos tremiam tanto que continuamente derramava chá no pires. Contei-lhe todos os testemunhos que ouvira a seu respeito nos últimos três anos. As lágrimas começaram a rolar pela sua face, e então ele nos relatou sua história:
“Eu era marinheiro em um navio de guerra australiano. Vivia uma vida condenável. Durante uma crise entrei em colapso. Um dos meus colegas marinheiros, que eu havia incomodado muito, não me deixou sozinho nessa hora e ajudou a me levantar. Conduziu-me a Cristo, e minha vida mudou radicalmente de um dia para outro. Fiquei tão grato a Deus que prometi dar um testemunho simples de Jesus a pelo menos dez pessoas por dia. Quando Deus restaurou minhas forças, comecei a colocar meu plano em prática. Muitas vezes ficava doente e não conseguia cumprir minha promessa, mas assim que eu melhorava recuperava o tempo perdido. Depois que me aposentei, escolhi para meu propósito um lugar na rua George, onde centenas de pessoas cruzavam meu caminho diariamente. Algumas vezes as pessoas rejeitavam minha oferta, mas também havia as que recebiam meus folhetos com educação. Há quarenta anos faço isso, mas até o dia de hoje não tinha ouvido falar de ninguém que tivesse se voltado para Jesus através do meu trabalho”.
Aqui vemos o que é verdadeira dedicação: demonstrar amor e gratidão a Jesus por quarenta anos sem saber de qualquer resultado positivo. Esse homem simples, pequeno e sem dons especiais deu testemunho de sua fé para mais de 150.000 pessoas. Penso que os frutos do trabalho de Mr. Genor que Deus mostrou ao pastor londrino sejam apenas uma fração da ponta do iceberg.
Só Deus sabe quantas pessoas mais foram ganhas para Cristo através desses folhetos e das palavras desse homem. Mr. Genor, que realizou um enorme trabalho nos campos missionários, faleceu duas semanas depois de nossa visita. Você pode imaginar o galardão que o esperava no céu? Duvido que sua foto tenha aparecido alguma vez em alguma revista cristã. Também duvido que alguém tenha visto uma reportagem ilustrada a seu respeito. Ninguém, a não ser um pequeno grupo de batistas de Sydney, conhecia Mr. Genor, mas eu asseguro que no céu seu nome é muito conhecido. O céu conhece Mr. Genor, e podemos imaginar vividamente a maravilhosa recepção que ele teve quando entrou por suas portas. (extraído de Worldmissions – redação final: Werner Gitt)
Vale a Pena!
“Disse-lhe o Senhor: Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mt 25.21).
Existem muitas organizações que trabalham com literatura cristã. Inúmeros irmãos fazem uso de folhetos, livros, fitas e revistas para divulgar o Evangelho, mas geralmente não vêem o resultado de suas atividades missionárias. Isso pode causar desânimo, e certamente muitos distribuidores de folhetos já se perguntaram: “Será que vale a pena?”
Com freqüência ficamos sabendo de pessoas que se converteram através de um folheto ou de um livro, ou que foram fortalecidas na fé por meio da literatura. Mesmo que jamais saibamos dos resultados de nossa semeadura, eles são prometidos pelo Senhor (veja Is 55.11). Além disso, um obreiro na “seara do Senhor” não é avaliado pelo número de pessoas que se convertem pelo seu trabalho mas por sua fidelidade no trabalho cristão. Também devemos ter sempre em mente que nós não convertemos ninguém. Só Deus é que pode tocar os corações, despertar as consciências e, pelo Espírito Santo, conduzir uma pessoa à fé em Jesus Cristo. O exemplo citado mostra que Ele faz isso em nossos dias e que pode agir através de muito ou de pouco. Que este testemunho anime os distribuidores de folhetos a continuarem semeando com perseverança a boa semente, que certamente dará frutos a seu tempo.

A GRANDE MENTIRA E O ARMAGEDOM!

Armagedom é uma das obras da minha série de ficção profética escrita em co-autoria com Jerry B. Jenkins. Toda a série “Deixados Para Trás” baseia-se em muitas profecias referentes àquele espaço de tempo, assombrosamente importante, conhecido como o período dos sete anos de Tribulação, que culminam com a Segunda Vinda de Jesus Cristo.
Embora haja pelo menos 49 referências a esse período no Antigo Testamento e 27 no Novo Testamento, baseamo-nos principalmente em Apocalipse 4-20. A maioria das pessoas não percebe que a Bíblia reserva mais espaço para esses sete anos do que para qualquer outro período comparável, à exceção do terceiro ano de ministério do nosso Senhor Jesus. Nesse ano, afinal de contas, está contida a principal mensagem da Bíblia.
Por que o nosso Deus revelador utilizaria tanto espaço em Sua Santa Palavra para falar sobre esse curto período? A resposta poderia apenas residir no fato de que seria a última oportunidade para que o homem receba a Cristo e participe do maravilhoso plano providenciado por Deus para a humanidade – o Reino Milenar de Cristo seguido por uma eternidade no céu.
Sempre que tentamos entender as ações de Deus, um fator essencial em Sua natureza é que, embora Ele, de fato, seja o “Deus Todo-Poderoso” e o Soberano do universo, Ele também é “misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade” (Joel 2.13), conforme declararam os profetas. Além disso, o apóstolo Pedro descreveu a intenção básica de Deus para a humanidade em 2 Pedro 3.9: “...ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento”. É obvio, então, que a vontade básica de Deus para o ser humano é que este seja salvo. Portanto, partindo dessa compreensão, é possível discernir o Seu propósito em advertir tantas vezes o homem quanto ao que acontecerá “logo em seguida à tribulação daqueles dias” (Mateus 24.29) – a aparição gloriosa de Jesus. O principal objetivo do período de tribulação é abalar a terra e invadir o pensamento humano com todo tipo de juízos e atos de misericórdia, de modo que todos que estiverem vivos durante aquele período de desfecho da história possam perceber a necessidade de invocar o nome do Senhor.
Por isso, Deus, em Sua misericórdia, concede à humanidade sete anos, depois do Arrebatamento da Igreja e da assinatura da aliança entre Israel e o Anticristo, para que seja salva da condenação eterna. E é assim que uma “grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7.9) será salva. Infelizmente, uma multidão muito maior não terá o mesmo destino. Porém, tal como hoje, o ser humano faz a sua própria escolha. Deus não força ninguém a se tornar um crente, seja nos dias de hoje, ou naquele futuro período de tribulação. A salvação é uma questão de escolha, e é o homem que faz a escolha – não Deus. Essa é a razão pela qual as Escrituras podem dizer: “cada um de nós dará contas de si mesmo a Deus” (Romanos 14.12).

Sendo assim, o propósito do período de tribulação é o de trazer o maior número possível de almas ao Salvador, imediatamente antes que Ele venha, para que uma quantidade máxima de pessoas possa desfrutá-lO para sempre. Em nossos romances, eu e Jerry Jenkins tentamos deixar isso bem claro naquilo que denominamos “uma conversão plausível que seja reproduzível no coração do leitor”. Para mim, um romance cristão que não tem essa mensagem redentora não é digno do tempo dedicado à sua leitura. A evidência de que Deus nos orientou para este objetivo está nas milhares de pessoas que receberam a Cristo e nos enviaram uma resposta sobre sua decisão. Podemos apenas presumir que dezenas de milhares tenham tomado a mesma decisão e nem ficamos sabendo a respeito.
Agora, retornemos ao meu assunto “a grande mentira e o Armagedom”. Escrever o livro Armagedom me deu a oportunidade de revisar um tema que, há muito, me intriga – a mentira que é contada aos reis da terra pelos três demônios “semelhantes a rãs” enviados por Satanás, pelo Anticristo, e pelo Falso Profeta, perto do fim da Tribulação. Note a predição das Escrituras em Apocalipse 16.13-16: “Então, vi sair da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais, e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso. (Eis que venho como vem o ladrão. Bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas vestes, para que não ande nu, e não se veja a sua vergonha). Então, os ajuntaram no lugar que em hebraico se chama Armagedom”.
Em meu comentário sobre o livro de Apocalipse, escrevi a seguinte explicação dessa passagem:
A segunda parte da sexta taça de julgamento revela os três espíritos imundos semelhantes a rãs que sairão da boca do Diabo, do Anticristo, e do Falso Profeta. Estes espíritos enganadores, por meio de milagres operados diante dos “reis do mundo inteiro”, enganarão os mesmos ajuntando-os para a “peleja do grande Dia do Deus Todo-Poderoso”. Após os cinco julgamentos anteriores de Deus, a terra estará numa desordem econômica, social e política tão caótica que os reis da terra não estarão preparados para guerrear com ninguém. Somente pela influência desse espírito sobrenatural do engano, procedente de Satanás, do Anticristo, e do Falso Profeta, será possível convocar o ajuntamento dos reis e exércitos do mundo para o conflito final contra Deus e Seu Cristo. O momento oportuno desse evento deve ser nos últimos dias da Tribulação, já que a próxima taça da cólera de Deus encerra a Tribulação com a destruição da Babilônia

Mesmo tendo escrito o texto acima há muito tempo, venho pensando que esse acontecimento futuro envolve muito mais do que eu havia descoberto, até então. Que ilusão mentirosa poderia enganar os reis da terra a ponto de dirigirem seus exércitos dizimados para o vale de Megido a fim de lutar contra Cristo? Enquanto eu orava e pesquisava o assunto na elaboração do texto preliminar do livro Armagedom, antes de enviá-lo a Jerry Jenkins para que redigisse a ficção, tive a oportunidade de ler o livro de Dr. Henry Morris intitulado The Long War Against God (“A Longa Guerra Contra Deus”), que considero um dos cinco melhores livros que já li em toda a minha vida. Uma parte da argumentação desse brilhante cientista e estudioso da Bíblia propõe que Satanás foi o primeiro evolucionista. O Diabo se considera uma criatura que evoluiu, ele acha que Deus evoluiu e que Jesus Cristo também evoluiu. Conseqüentemente, Satanás pensa que é igual a Deus e a Jesus. Isso, certamente, explica a sua conduta em rebelar-se contra Deus, lutando contra Ele durante todos esses séculos e chegando ao cúmulo de oferecer a Cristo “todos os reinos do mundo”, se Jesus se prostrasse perante ele e o adorasse.
Ainda que a possibilidade de que isso ocorra é inexistente, há fortes indícios bíblicos de que Satanás acredita nisso. Por certo, isso explica o seu comportamento esquisito ao longo dos séculos. Eu chamo essa especulação de “a grande mentira”. Ninguém pode negar que a elite “educrata”, que domina atualmente a educação no mundo ocidental, já engoliu essa “grande mentira” e é dominada por ela. A evolução forma a base da moderna filosofia de educação, desde a pré-escola à pós-graduação, e é defendida com o mesmo fervor religioso com que nós crentes em Cristo defendemos a criação de Deus. Apesar de não haver sequer um resquício de prova científica em favor da teoria da evolução, ainda assim eles aceitam essa grande mentira pela fé, cegamente, como se fosse verdade. Um dos mais renomados evolucionistas da atualidade, que outrora dirigiu o Departamento de Biologia da universidade mais liberal dos Estados Unidos e foi vencedor do Prêmio Nobel por suas contribuições à Ciência, provou a sua aceitação da grande mentira. Ele foi citado na revista Time ao afirmar que há somente duas explicações para as origens: “ou foi por geração espontânea (evolução) ou por criação divina. Como sabemos que Deus não existe, reconhecemos, então, que a evolução é um fato”.
Se os homens brilhantes de nosso mundo atual sucumbem a essa grande mentira com tão pouca evidência, como os reis do futuro poderão resistir quando a maior mentira da história for espalhada no mundo pelos três espíritos semelhantes a rãs (o que significa que eles pulam por toda a terra) encarregados de contá-la? Principalmente, quando Satanás, o Anticristo, e o Falso Profeta lhe acrescentarem uma deturpação especial. Satanás entende de profecia. Ele sabe que Jesus está para voltar a esta terra em poder e grande glória. O problema dele é que crê na grande mentira e pensa que suas ações podem alterar o cumprimento inevitável dessa profecia.

Pensando que todo mundo é produto da evolução, Satanás crê que, se puder destruir Jesus quando vier, ele mesmo poderá governar o mundo. Portanto ele só precisa convencer os reis perversos da terra de que, se eles dirigirem todos os seus exércitos a Jerusalém para destruírem a Cristo na Sua Vinda, poderiam livrar-se dEle e de Deus para sempre. Assim, ele e os dez reis poderiam governar o mundo. Esse é o mal derradeiro inspirado pela grande mentira para a qual os estudiosos da Bíblia encontrarão paralelos no conselho de Lúcifer a Eva, quando a tentava para que comesse do fruto proibido: “vá em frente, coma e você se tornará um deus, conhecendo o bem e o mal”.
O enganador-mestre utilizará os seus poderes da mentira para atrair o maior exército da história mundial rumo ao lugar que Napoleão chamou de o mais propício campo de batalha natural na face da terra, o Vale de Megido.
É claro que Satanás e seus comparsas fracassarão, tal como ele fracassou na tentativa de fazer Jesus adorá-lo. Ao invés disso, Jesus o destruirá, exatamente como as profecias da Bíblia predizem. A narrativa fictícia desses detalhes aparece no livro O Glorioso Aparecimento, o décimo-segundo volume da série “Deixados para Trás”.
A “grande mentira” que, hoje em dia, é o alicerce de todo pensamento e educação seculares, não é aceita na base da evidência, mas, pelo contrário, por uma fé cega. A outra alternativa é a crença em Deus e no encontro final com Ele por ocasião do juízo. Isso leva os homens a perceberem que são eternamente responsáveis por seus atos. O apóstolo Pedro explica a razão pela qual pessoas inteligentes que até estudaram a complexidade da ação de Deus na criação, mesmo assim se recusam a crer naquilo que seus olhos lhes dizem, ou seja, que há um Criador invisível por trás de todas as coisas. Pedro declarou: “Porque, deliberadamente, esquecem” (2 Pedro 3.5). Isto é, eles não vão crer na verdade, ainda que a evidência seja tremendamente forte. Isso explica a determinação perniciosa de pessoas cultas que se recusam a crer. É a obstinação ou a rebelião contra Deus que as impedem de contemplar o projeto do nosso universo e de admitir que “no princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1.1).

Enquanto visitava, recentemente, o Institute for Creation Research (Instituto de Pesquisa da Criação), em El Cajon, na Califórnia, encontrei um jovem cientista recém-chegado após minha visita anterior. Ele fez um comentário interessante: “Eu era um evolucionista”. Não pude deixar passar a oportunidade de perguntar como se tornara um criacionista. Ele simplesmente respondeu: “Um amigo meu compartilhou o Evangelho comigo e eu orei recebendo a Cristo como meu Salvador. Depois disso, a Criação se encaixou no seu lugar para mim”. Este é um exemplo perfeito do que Pedro estava dizendo naquele texto – os que deliberadamente esquecem são aqueles cuja rebelião contra Deus os deixa cegos para os fatos da ciência que apontam para a Sua mão criadora. A rebelião contra Deus torna as pessoas vulneráveis à grande mentira de Satanás, não interessando quão ridícula tal mentira possa ser. No instante em que elas dobram seus joelhos diante da cruz de Cristo e O recebem como Senhor de suas vidas, torna-se simples o passo seguinte: deixar de lado a grande mentira e aceitar a verdade de Deus. A verdade é que existe um Deus que criou todos os homens, que deu por nós o Seu Filho unigênito, através de quem Ele deseja que todos os homens sejam salvos, por meio da fé em Jesus Cristo. Não é de se admirar que a Bíblia ensine que há somente um caminho de salvação (João 14.6). Ou, dito de outra maneira: “E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos” (Atos 4.12).