sábado, 27 de janeiro de 2018

Nick Vujicic dá testemunho sobre seu encontro com demônios

Evangelista lembrou que existe um "mundo espiritual", que é invisível, mas nos influencia

Nick Vujicic, o famoso evangelista que inspira milhões de pessoas em todo o mundo com seu testemunho, fez algumas revelações sobre seu ministério em sua página do Facebook, onde possui mais de 9 milhões de seguidores.
Ao responder perguntas enviadas pelas pessoas que o acompanha, falou sobre como podemos conhecer o amor de Deus. O evangelista disse que jamais poderia ser ateu porque já viu muitas coisas que a ciência não pode explicar.
Além de milagres, ele relatou que teve encontros com demônios de mais de 3 metros de altura. Vujicic, que nasceu sem braços e pernas, prega o evangelho e dá palestras motivacionais em todo o mundo.
Durante a transmissão, afirmou: “Não posso mostrar Deus a vocês, não posso mostrar-lhes um anjo… mas eu recebi a visita de demônios e senti a presença demoníaca, antes que eles entrassem atravessando a parede do quarto onde eu estava”. Embora não tenha dado detalhes sobre o que ocorreu depois disso, insistiu que a vida cristã é muito maior do que as coisas que conseguimos ver.
Ele também disse que feitiçaria é algo real e que nunca podemos nos esquecer que existe um “mundo espiritual”, que é invisível, mas nos influencia. “Você precisa andar pela fé, apesar do que vê ou do que sente, você precisa acreditar”.
O apelo de Vujicic, que está lançando um livro novo, é que cada cristão se disponha a ser “as mãos e os pés de Jesus”, para que o mundo saiba que Deus os ama. Com informações de Christian Post

Será isso um sinal?

Mulheres cristãs sofrem mais em países onde extremistas islâmicos estão no poder


Todos os anos a missão Portas Abertas publica um ranking onde identifica os 50 países onde a perseguição dos cristãos é mais severa. Contudo, há uma série de dados publicados no relatório que nem sempre recebe atenção.
David Curry, presidente da Portas Abertas nos EUA e autor de vários livros sobre a situação global do cristianismo, fez uma análise para a Fox News abordando em especial a situação das mulheres cristãs, que sofrem mais em países onde extremistas islâmicos estão no poder. Elas são vítimas do que se chama de “dupla perseguição”, uma vez que são visadas tanto por causa de sua fé cristã quanto por serem consideradas inferiores pela religião muçulmana.
Conforme aponta Curry “Cristãs são indiscutivelmente as pessoas mais vulneráveis ​​do mundo hoje em dia. Os dados deste ano indicam que houve um aumento dramático nos casos de estupros, assédio e casamentos forçados em países do Oriente Médio e do Norte da África, majoritariamente islâmicos”.
O autor destaca que, nessas nações os direitos das mulheres são mínimos, até inexistentes, pois as que são solteiras ou viúvas têm dificuldade em encontrar emprego remunerado, possuir propriedades ou representar os interesses de suas famílias na comunidade local. Isso cria, para elas, terríveis desvantagens educacionais, econômicas e políticas.
O levantamento da Portas Abertas documentou que, em 2017, 2260 cristãs foram estupradas ou sofreram assédio sexual sob ameaça de morte de islâmicos. A situação é grave no norte da Nigéria, onde muitas delas estão sendo forçadas a se casar e se converter ao Islã. “Essas violações dos direitos humanos são particularmente difíceis ali pois a lei Sharia é rigorosamente aplicada nos 12 estados do norte da Nigéria. Embora tecnicamente a legislação religiosa deveria ser aplicada unicamente aos muçulmanos, aumentaram os casos onde estão sendo impostas aos cristãos”, afirma o relatório.
Outro local de grande preocupação é o Egito, onde os muçulmanos estão se utilizando de sequestros ou casamentos arranjados para diminuir o número de cristãos no país. Um ex-traficante contou à Portas Abertas que o argumento principal dos islâmicos para atrai-las é dizer que a ama e prometem converter-se ao cristianismo por ela. Depois que elas se casam, são forçadas a se converter ao Islã e essa será a religião ensinada aos filhos que, como a mulher, são considerados propriedade do marido.
A missão não tem dúvidas que as mulheres hoje são o alvo preferencial de perseguição. Se considerados apenas os casos de estupro por motivação religiosa relatados às autoridades, são seis por dia, mas se considerados os que nunca são reportados por medo ou descaso da polícias, os índices devem ser muito maiores.
Conforme indicam outros estudos, a antiga estratégia militar dos muçulmanos é sequestrar meninas e adolescentes cristãs, estuprá-las e forçá-las a se casar com o estuprador. Isso, pela lei religiosa, equivale à conversão, já que a mulher deve total obediência ao marido. Financiada com dinheiro de organizações religiosas da Arábia Saudita, essa prática comum no Oriente Médio e no norte da África está atingindo índices recordes.
Essas questões deveriam ser levadas muito a sério pelos cristãos do Ocidente, onde um número cada vez maior de grupos feministas tem defendido as minorias islâmicas e sua cultura, ignorando o tratamento dados às mulheres em seus países de origem.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Pastores venezuelanos pedem ajuda e comparam Maduro a Hitler

Os pastores Moisés Betancourt, Jesús Pinto, Carlos Vielma e Elías Hernández divulgaram uma “Carta Aberta”, onde fazem um pedido para que os cristãos de todo o mundo orem pela Venezuela.
Após o presidente Nicolás Maduro dizer que irá concorrer à reeleição, muitos líderes do país acreditam que a situação no país pode piorar. O texto dos pastores ganhou repercussão em várias mídias em espanhol pelo tom pesado das críticas.
“Nós, pastores cristãos pela graça de Deus em Caracas, Venezuela, pedimos aos conservos em todo o mundo que sejam nossa voz diante do Pai e diante deste mundo. O que está acontecendo nessa nação não tem precedentes históricos. Na era moderna, apenas Adolf Hitler, demonstrou tamanha crueldade”, inicia o documento.
A seguir, eles listam uma série de problemas que vêm enfrentando no país, a maioria deles amplamente divulgados pela imprensa.
“É muito doloroso observar com impotência a morte contínua e constante de seres humanos.   Parte nosso coração e tentamos fazer todo o possível para ajudar a todos! Essas mortes ocorrem principalmente por causa da escassez de alimentos. Estamos em um país onde inúmeras pessoas morrem de fome (principalmente crianças). É doloroso ver as pessoas procurando nas lixeiras algo para comer! Esse nunca foi o desejo de nosso Senhor!”, denunciam os pastores.
Ao falar sobre a saúde no país, relatam que há muita gente morrendo por que há falta de todo tipo de remédios. Por isso, os pastores dizem que nunca oraram tanto pela cura divina. Relatam também que a questão econômica só se agrava. “É impossível para qualquer ser humano viver sob essa inflação desproporcional. Os preços podem subir até 50% no mesmo dia, isso se você conseguir achar o produto”.
A carta fala também que os venezuelanos têm testemunhado um aumento “da perseguição, do desaparecimento e a execução de pessoas, entre outros pecados que estamos constantemente vendo… de todos que se atrevem a levantar a sua voz para reclamar do governo”.
Eles destacam ainda o caso de Oscar Pérez, o militar dissidente que foi executado com um grupo de pessoas que se opunham ao governo Maduro no dia 14 de janeiro. Cientes que se tratou de uma execução clara, os pastores dizem que decidiram se manifestar, mesmo sabendo que passam a correr risco de vida por assinarem o documento.
Embora não exista uma perseguição declarada aos evangélicos na Venezuela, eles dizem que há pastores sendo ameaçados. “Nós estamos fazendo isso porque nosso Senhor nos deu o exemplo em Jesus Cristo, que estava disposto a morrer na cruz para resgatar a vida dos outros; então, com medo, mas com muita firmeza, nos levantamos e sabemos que, se vivemos ou morremos, somos do Senhor. (Romanos 14:8) Nós acreditamos firmemente que o Senhor está no controle e, embora não tenhamos ideia de qual será o impacto desta carta, estamos convencidos de que nossas vidas e esta nação pertencem ao Senhor Jesus Cristo!”, afirmam eles no documento.
Encerram pedindo que sua mensagem seja divulgada para que o mundo saiba o que ocorre naquele país, e clamando pela intercessão dos cristãos de todo o mundo em favor da Venezuela, onde, lamentam, “toda forma de vida (humana, animal e vegetal) está sendo exterminada”.
O documento pode ser lido na íntegra na página “Cristianos por Venezuela”.

29 de Novembro de 1947: Um Marco na História de Israel


Em muitas cidades israelenses, encontra-se uma rua chamada Kaf-Tet-BeNovember (= “29 de novembro”), porque nesse dia, em 1947, as Nações Unidas votaram no plano de partição da Palestina.
Em maio de 2018 Israel comemorará o seu 70º Dia da Independência. Mas neste ano ainda há um outro evento que muitos veem como um dos marcos mais importantes no caminho para a fundação do Estado judeu. Há 70 anos atrás, no dia 29 de novembro de 1947, muitos da comunidade judaica na terra de Israel, de apenas 600 mil pessoas, reuniram-se em lugares públicos para ouvir a votação pelo rádio. Muitos estavam contando entusiasmados os votos “sim”. Era claro para todos que a renúncia do mandato britânico, estabelecido pela Liga das Nações em 1922, aproximou a fundação futura de um Estado judeu. Desiludido, o Reino Unido devolveu o mandato da região para as Nações Unidas (ONU) em fevereiro de 1947. A ONU havia sido fundada na sequência do fracasso da Liga das Nações, imediatamente após a Segunda Guerra Mundial.
Como mandante, os britânicos esperavam encontrar uma solução para o “problema da Palestina”. Mas, em vez disso, o potencial de conflito aumentou. Por um lado, os judeus estavam com o sombrio capítulo do Holocausto nas memórias e, do outro, eles precisavam assistir a tudo com grande frustação, pois inúmeros sobreviventes estavam presos na Europa porque os britânicos continuaram a mantê-los longe da sua terra. Aconteceram tragédias, como a odisseia dos sobreviventes do Holocausto no navio Exodus. O Yishuv – o assentamento judeu no Israel pré-Estado – tornou-se bem estabelecido no país e contribuiu significativamente para a construção de uma infraestrutura moderna. Ela inclui escolas e instituições de ensino superior, hospitais, grandes empresas bem como empresas de eletricidade e água, mas também a Orquestra Filarmônica de Israel. Ao mesmo tempo, houve ondas de ataques de assaltos sangrentos e maciços por residentes árabes. Mas o lado árabe também parecia frustrado com a situação: embora eles eram superiores em número aos judeus que viviam na região, com cerca de 1,2 milhão de habitantes, os árabes se sentiram reajustados, traídos e vendidos. Também estavam desencorajados devido ao contínuo controle estrangeiro por uma grande potência. Afinal, eles não haviam lutado contra a ocupação otomana apenas para ver seu próprio destino ser dirigido novamente por outro poder.
E então ele se aproximou, esse momento memorável em novembro de 1947. Foi precedido pelas avaliações do Comitê Especial das Nações Unidas para a Palestina (UNSCOP na sigla original). Os onze estados-membros do comitê da ONU (que representavam a organização) mantiveram conversas com ambos os lados; entre outros, com a Agência Judaica e o Alto Comitê Árabe, e também fizeram viagens à região. O Alto Comitê Árabe rejeitou a cooperação com a UNSCOP, em junho de 1947. Várias tentativas de mediação indicaram que nenhuma solução política foi deixada aberta pelo lado árabe. Eis o que os representantes da Agência Judaica escutaram quando quiseram negociar, em uma reunião com o secretário-geral da Liga Árabe, o egípcio Abdul Rahman Hassan Azzam, mais conhecido apenas como Azzam Pasha: “O mundo árabe não está disposto a fazer qualquer compromisso. Sua proposta [...] pode parecer razoável e lógica externamente, mas o destino dos povos não é decidido pela lógica e razão. Os povos não fazem concessões; eles lutam [...]. Vamos tentar vencê-los. Não tenho certeza se teremos sucesso, mas tentaremos. Conseguimos combater os cruzados – por outro lado, perdemos a Espanha e a Pérsia. Talvez possamos perder a Palestina, mas definitivamente é tarde demais para falar sobre soluções pacíficas”.
Embora os membros da UNSCOP estavam apresentando as suas recomendações, concordaram que, em setembro de 1947, a independência palestina deveria ser proclamada depois de uma fase de transição sob supervisão da ONU. A Palestina deveria tornar-se uma entidade econômica. Mas não se pôde concordar sobre mais nada. Assim, levando em consideração recomendações anteriores, como por exemplo a Comissão Peel de 1937, foram apresentados um plano maioritário e um minoritário: naquela época o plano de divisão já se opunha ao plano para estabelecer um Estado federal binacional. Por fim, as Nações Unidas votaram se aceitariam o plano maioritário e se apoiariam sua implementação. Foi, por um lado, sobre a divisão da Palestina em um Estado judeu e árabe, e, por outro, sobre a internacionalização do status da cidade de Jerusalém como Corpus separatum.
Em 29 de novembro de 1947, 56 países votaram em relação a esse plano. Em sequência, cada representante anunciou o “sim”, “não” ou a abstenção. Esse foi o momento em que não só a terra de Israel e todos os habitantes dos Yishuv colaram seus ouvidos no rádio: todo o mundo judeu estava assistindo ao vivo a votação. Para os judeus, não se tratava apenas da chance tangível de recuperar a independência de Estado. Após a experiência da tentativa de genocídio do povo judeu, procuravam muito mais conseguir um refúgio seguro para os judeus da perseguição e extinção.
Finalmente, entre as dez abstenções e os 13 votos contrários, um total de 33 vezes o esperado “sim” aos judeus foi ouvido. Não só em Israel, mas em todo o mundo os judeus estouraram em júbilo. Em Tel Aviv, bem como nos kibutzim, os habitantes judeus da área ainda mandatada dançavam nas ruas. Mas em breve deveriam cair os primeiros tiros que colocariam um fim ao zumbido de alegria. Esses tiros marcaram o início do que aconteceria com a retirada do mandato britânico e com a proclamação do Estado de Israel: a Guerra da Independência israelense, em 14 de maio de 1948. Enquanto a liderança do futuro Estado judeu adotou o plano de partição da ONU apesar da quebra do território judeu, o lado árabe permaneceu em sua estrita rejeição e, em vez disso, pegou em armas.
Os habitantes judeus da área ainda mandatada dançavam nas ruas. Mas em breve deveriam cair os primeiros tiros...

Cerca de sete décadas depois, ainda lutam por estes meios, e mais munições foram adicionadas, como mostra uma cerimônia no Museus de Queens. Neste museu, em Nova York, no distrito de Queens, foram realizadas aquelas votações da ONU. A comissão israelense da ONU tinha quartos reservados ali para uma celebração. Em junho de 2017, a reserva foi confirmada juntamente com o feedback da administração do museu, de que eles estavam ansiosos para “este evento maravilhoso e significativo nas premissas originalmente relevantes”. À medida que o plano se tornou público, os ativistas do BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções contra Israel) entraram em ação. Eles ganharam uma vitória: o museu cancelou o evento. No entanto, foi uma vitória de curta duração, porque a promessa de cancelamento também foi retirada, ao que o embaixador israelense da ONU, Danny Danon, disse: “Qualquer tentativa de discriminar o Estado de Israel é completamente inaceitável e continuaremos combatendo tais injustiças. Estamos ansiosos para celebrar com orgulho esta histórica decisão das Nações Unidas”. — Antje Naujoks

No Final, Todos Vão para o Céu?


A doutrina universalista vem ganhando aceitação no Cristianismo. Seria legítima essa doutrina? Deveríamos considerá-la como alternativa legítima para as nossas noções tradicionais sobre a eternidade? Eis aqui um posicionamento.
O universalismo tem diversas variantes – algumas reportam-se mais à Bíblia que outras. Um ponto, porém, é comum a todos os universalistas, a saber: a ideia de que ao final de tudo, quando Deus for “tudo em todos”, Ele também terá reconciliado tudo e todos consigo mesmo. Em outras palavras: ao término, não haverá mais pessoas perdidas nem anjos caídos, mas todas as criaturas estarão salvas por Jesus Cristo – inclusive aquelas que O rejeitaram. Diante do contexto geral da Bíblia, essa noção universalista precisa ser decididamente rejeitada. As razões são as seguintes:
Por mais atraente que essa ideia possa ser do ponto de vista humano, ela não passa de filosofia e especulação cristã que vai além da Palavra revelada de Deus. Paulo nos adverte enfaticamente: “Tenham cuidado para que ninguém os escravize a filosofias vãs e enganosas, que se fundamentam nas tradições humanas e nos princípios elementares deste mundo, e não em Cristo” (Cl 2.8). E em outra passagem ele afirma: “Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2Co 10.5). A Bíblia chega até o ponto de dizer que todo pensamento humano que não se submeter incondicionalmente à Palavra de Deus é incapaz de reconhecer Deus e Sua Verdade porque a mente humana está obscurecida pelo pecado. “Porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se” (Rm 1.21).
Somente a Palavra de Deus pode ser o referencial para nossas questões – especialmente quando se trata da eternidade. E se para certas questões a Bíblia não fornece respostas claras, nossa interpretação não pode ir além do conhecimento que ela proporciona. Se apesar disso o fizermos, será pura especulação e aquilo tudo pode desembocar em heresia.
Infelizmente, as doutrinas do universalismo denotam ir além da Palavra de Deus. Embora os universalistas lancem mão das declarações de Deus, eles as isolam do contexto. Um versículo bíblico predileto dos universalistas é 1Coríntios 15.22: “Pois, da mesma forma que em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados”. No entanto, uma citação isolada deste versículo desconsidera que a própria Bíblia define claramente a quem esse “todos” se refere: no versículo seguinte, Paulo limita “todos” inequivocamente àqueles “que lhe pertencem” (1Co 15.23). A ressurreição para a vida eterna aplica-se apenas àqueles que foram salvos por meio da sua fé em Jesus e por Sua obra salvadora (Hb 11.6; Rm 3.28; 10.14). “Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam” (Hb 11.6).
Os universalistas creem que 1Coríntios 15.28 sustenta sua posição: “Quando, porém, tudo lhe estiver sujeito, então o próprio Filho se sujeitará àquele que todas as coisas lhe sujeitou, a fim de que Deus seja tudo em todos”. Nesta passagem, enxergam uma indicação de que na eternidade não poderiam existir dois grupos diferentes (o dos eternamente salvos e o dos eternamente perdidos). No entanto, este texto não trata da salvação individual, mas da soberania universal de Deus. Trata-se do cumprimento da oração de Jesus: “Venha o teu Reino; seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu” (Mt 6.10). O próprio Jesus Cristo testifica que haverá, sim, dois diferentes grupos na eternidade (Mt 25.31-46).
Um texto bíblico citado como testemunha principal a favor do universalismo é Colossenses 1.19-20: “Pois foi do agrado de Deus que nele habitasse toda a plenitude e por meio dele reconciliasse consigo todas as coisas, tanto as que estão na terra quanto as que estão nos céus” – aqui você pode ler, preto no branco, que ao final tudo e todos serão reconciliados com Cristo! – este é o argumento. No entanto, basta continuar a ler as palavras do apóstolo Paulo para ver que para nós, seres humanos, essa reconciliação de todas as coisas está vinculada à condição da fé aqui e agora: “desde que continuem alicerçados e firmes na fé, sem se afastarem da esperança do evangelho, que vocês ouviram...” (v. 23). Afinal, Paulo mesmo também cria na perdição permanente daqueles que rejeitam Cristo (Rm 2.12; 1Co 1.18; 2Co 2.15; 4.3; 2Ts 1.9; 2.10).
A reconciliação só é possível por meio da fé (Jo 20.31; Rm 3.22,25,28,30; 5.2; 11.20; 2Co 1.24; Gl 2.16; Cl 2.12). Se no futuro todos tiverem de se submeter a Cristo, isto não será em todos os casos uma expressão da fé, mas da vitória de Cristo (Fp 2.9-11). Submissão não é o mesmo que reconciliação, mas corresponde à capitulação incondicional de um inimigo diante do vencedor.
Contudo, argumenta a objeção perfeitamente compreensível em termos emocionais, seria a doutrina da perdição eterna do homem realmente compatível com a natureza de Deus? Afinal, Ele é amor (1Jo 4.7-8). O fato de Deus ser amor é inquestionável, mas esta verdade não pode ser separada da plena natureza de Deus. Ele é também a perfeita Justiça (Sl 116.5), a perfeita Luz (1Jo 1.5) e a eterna Santidade (Ap 4.8). De modo nenhum podemos contrapor um aspecto da natureza de Deus ao outro, mas temos de considerar a Escritura assim como ela se apresenta. Por isso também temos de rejeitar a ideia de que o “inferno” seja um lugar de purificação, como pensam os universalistas. Eles ensinam que no inferno se pregaria o Evangelho, reportando-se para isso a 1Pedro 3.19: “no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão”. Também aqui se dá um erro interpretativo fatal. Pedro fala de uma proclamação, não de uma evangelização, e aplica a ocorrência para mostrar como seriam poucos os que encontram a vida eterna. Ao término do longo período de pregação de Noé (120 anos), apenas oito pessoas se dispuseram a lançar mão da possibilidade de salvação (1Pe 3.20). “Como é estreita a porta, e apertado o caminho que leva à vida! São poucos os que a encontram” (Mt 7.14). A noção do “inferno” como lugar de arrependimento, purificação e conversão contradiz claramente a descrição fornecida pelo Senhor Jesus em Lucas 16.19-31, na qual o rico empedernido não foi capaz de transpor o abismo entre sua perdição e o paraíso.
Encerremos as nossas considerações com um último ponto: os defensores do universalismo enfatizam que as “eternidades” de que a Bíblia fala não expressariam infinitude, mas períodos de tempo limitados em si. Mas também aqui é preciso considerar o contexto. Jesus Cristo diz: “E estes irão para o castigo eterno, mas os justos para a vida eterna” (Mt 25.46; cf. Dn 12.2-3). De acordo com isso, para Jesus Cristo, a duração do castigo eterno e da vida eterna é a mesma. Falta aqui coerência lógica ao, por um lado, limitar o castigo eterno, mas não a vida eterna. Paulo também pensa assim: existem só esses dois destinos, a saber: “ira e indignação” ou “vida eterna” (Rm 2.6-10; cf. Ap 21–22). A Bíblia não conhece nenhuma via intermediária. “Quem crê no Filho tem a vida eterna; já quem rejeita o Filho não verá a vida, mas a ira de Deus permanece sobre ele” (Jo 3.36).
O universalismo é uma heresia porque questiona a autoridade da Palavra de Deus e pensa conhecer a natureza de Deus melhor que Jesus Cristo e os apóstolos. Podem acusar-me de falta de misericórdia, mas certamente não de infidelidade para com aquilo que o próprio Jesus ensinou. É com Sua doutrina que quero permanecer; afinal, o nosso Senhor diz: “Quem tem os meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que me ama” (Jo 14.21). — Samuel Rindlisbacher