sábado, 20 de janeiro de 2024

Como entender a morte e o estado intermediário?

 

Paul N. Benware

A Bíblia confirma a existência do purgatório? E quanto à teoria do “sono da alma”? O que acontece quando nós morremos? Este artigo traz uma apresentação bíblica do assunto.

Se tivéssemos de escolher entre um convite para uma festa ou para um funeral, a maioria certamente correria para optar pela festa. Afinal, esta oferece alguma esperança de diversão e alegria, enquanto um serviço fúnebre oferece apenas lágrimas, peso e desconforto mental e emocional. Ainda assim, o conselho do sábio rei Salomão era que seria melhor ir a um velório (“uma casa onde há luto”) do que a uma celebração (“uma casa em festa”). Ele justifica isso explicando que festas tendem a promover uma perspectiva de vida vazia e inútil, enquanto um funeral nos leva a encarar a realidade (Eclesiastes 7.2-6).

É claro que justamente esse ponto (encarar a realidade) leva muitos a se afastarem da sabedoria de Salomão. Certamente a morte não é tema dos mais agradáveis, e as pessoas preferem não pensar nela por causa do medo e do desconforto que ela intimamente nos causa. A verdade bíblica de que “o homem está destinado a morrer uma só vez e depois disso enfrentar o juízo” (Hebreus 9.27) reforça nitidamente o que a humanidade parece perceber intuitivamente – que há vida após a morte, e ela pode não ser agradável. Já que nenhum de nós passou pelo vale da sombra da morte, há certo mau pressentimento a respeito de tudo isso. Em geral, prefere-se evitar o pensamento a respeito da inevitabilidade e da proximidade da morte.

Assim, não é nem um pouco surpreendente o fato de haver tanta disposição em ouvir ideias e filosofias que falem de tranquilidade e paz após a morte. Muitos tentam acalmar o medo e a ansiedade das pessoas asseverando que não há punição eterna esperando por elas. Isso pode se manifestar na forma de algum programa de televisão com testemunhos de pessoas que alegam ter tido experiências maravilhosas e aconchegantes de quase morte ou que promova ensinos como o da reencarnação. Até mesmo dentro da igreja há quem tente convencer outros a não se preocupar demais com a morte, já que Deus é um Deus de amor; por causa disso, no fim todo mundo será salvo, e ninguém vai realmente sofrer tormentos para sempre.

Com certeza, é um grande eufemismo afirmar que a morte, o estado intermediário e a eternidade não são assuntos secundários. Na verdade, de todas as áreas da escatologia, nenhuma importa tanto quanto essa. Assim, queremos nos voltar para a Palavra de Deus para encontrar respostas conclusivas e definitivas.

A visão bíblica da morte

Ainda que a morte seja real e inevitável, ela não é algo natural. Quando Deus criou os céus e a terra, a morte não era parte disso. É por isso que, no fim, ela será derrotada para sempre (1Coríntios 15.26) e banida da nova criação – “Então a morte e o Hades foram lançados no lago de fogo” (Apocalipse 20.14a). As Escrituras falam de três tipos de morte: a morte espiritual, que é a separação entre o ser criado e seu Criador (p. ex., Efésios 2.1); a morte eterna, isto é, a separação final e permanente da pessoa não salva de Deus (p. ex., Apocalipse 20.14); e a morte física, na qual a parte imaterial do ser humano se separa de seu corpo material (p. ex., Gênesis 35.18-19).

Quando alguém morre fisicamente, essa pessoa não deixa de existir; antes, corpo e alma são separados um do outro.

A morte física é o encerramento da vida física por meio da separação do corpo e da alma. Ela nunca é aniquilação. [...] Morte não é cessação da existência, mas uma ruptura nas relações naturais da vida. Vida e morte não se opõem uma à outra, na qualidade de existência e não existência, mas são opostos apenas no sentido de serem diferentes modos de existência.1

Quando Estêvão estava sendo apedrejado, ele olhou para o céu e pediu em oração que o Senhor recebesse seu espírito (Atos 7.59). Quando Raquel morreu durante o parto, isso é descrito como sua vida partindo (Gênesis 35.18). Tiago ensina que na morte física o corpo se separa do espírito (Tiago 2.26). Nas Escrituras, a vida não é entendida apenas como existência, mas como bem-estar. Morte, portanto, é perda do bem-estar, não cessação do ser.

O estado intermediário

A morte e o crente

Depois de sua morte e antes de sua ressurreição, o cristão permanece em um estado intermediário. As Escrituras não contêm muitas informações sobre essa condição. O motivo é que a esperança do crente é a ressurreição, quando tudo será consumado, não o estado intermediário (entre a morte e a ressurreição). No entanto, os escritores bíblicos ofereceram algumas certezas importantes a respeito do que acontece ao cristão na morte.

Em primeiro lugar, os crentes recebem a garantia de que nada, nem mesmo a morte, é capaz de separá-los de seu Senhor Jesus Cristo (Romanos 8.38-39). Isso confirma que eles não serão abandonados nem por um segundo no momento da morte física. Jesus, que prometeu nunca deixar seu povo, não permitirá isso.

As Escrituras não contêm muitas informações sobre o estado intermediário. O motivo é que a esperança do crente é a ressurreição, quando tudo será consumado.

Em segundo lugar, o cristão não precisa ter medo de passar pela morte porque o Senhor Jesus, que já passou por ela, está conosco (Salmos 23.4). É verdade que a morte é vista como um inimigo que ainda tem uma ferroada dolorida, por carregar consigo diversos tipos de perda (1Coríntios 15.54-57). Mas Jesus venceu a morte e no futuro a destruirá. É interessante observar que os termos usados pelo Novo Testamento para referir-se à morte dos cristãos não são amedrontadores (p. ex., “dormirem”, 1Tessalonicenses 4.13-15).

Em terceiro lugar, o crente recebe a promessa de que a morte o levará imediatamente à presença de Cristo. Para o cristão, há apenas duas opções: estar em seu corpo físico, vivendo na terra, ou sair do corpo material para ir à presença de Cristo. Não há terceira opção, como o purgatório ou o “sono da alma”. O apóstolo Paulo explicou da forma mais clara possível, em 2Coríntios 5.6-8, que, no momento em que um cristão morre e deixa esta esfera da existência, ele entra imediatamente na presença do Senhor Jesus. Em momento algum essa passagem sugere a existência de um estado intermediário de inconsciência ou alguma espécie de purgatório. Paulo diz que, enquanto estiver morando no corpo, ele estará longe de sua casa no Senhor Jesus (verbo no presente); por causa disso, sua comunhão é incompleta (v. 7). Ele acrescenta que virá um momento (aoristo) em que isso mudará, e então ele estará na presença do Senhor e ausente do corpo, uma referência muito clara à morte (v. 8). Essa passagem claramente ensina que, no momento da morte, o crente entra em um estado de comunhão íntima com o Senhor. “Tanto as conjugações no infinitivo no versículo 8 quanto o paralelismo entre os versículos 8 e 6 indicam que estar na presença do Senhor acontece no momento em que alguém morre.”2

Charles Hodge apoia essa interpretação e também mostra que a presença de Paulo junto ao Senhor não é uma referência à ressurreição:

O apóstolo está falando dos motivos de consolo diante da perspectiva iminente da morte. Em essência, ele diz que a dissolução do corpo não destrói a alma nem a priva de um lar. Seu consolo é que, quando fosse despido, não seria encontrado nu. Enquanto seu lar fosse o corpo, ele estaria longe do Senhor, mas, assim que deixasse o corpo, estaria na presença do Senhor. É absolutamente óbvio que aqui o apóstolo está falando do que acontece no momento da morte.3

Outra passagem que forçosamente ensina que o cristão, ao morrer, vai imediatamente para a presença de Cristo é Filipenses 1.21-23. Nessa passagem, Paulo revela seu anseio íntimo de estar com o Senhor Jesus Cristo. Ele tem plena consciência de que os crentes se beneficiariam muito de seu ministério na vida deles, e isso o fazia desejar continuar na terra. Mas, a despeito de seu zelo pela salvação das pessoas e de seu grande desejo de ver os cristãos edificados em sua fé, ele anelava em partir e estar com Cristo. Paulo não teria esse anseio se a morte o levasse ao purgatório ou a uma condição de não existência (“sono da alma”).

A gramática dessa passagem implica o ensino enfático de que, na morte, o crente é levado imediatamente à presença de Cristo.

A preposição eis to acompanhada do infinitivo mostra “real propósito ou finalidade em vista” – o forte anseio que causa o dilema de Paulo. Ambos os infinitivos (analusai e einai) têm a mesma construção, portanto implicam a mesma ideia, a mesma expressão gramatical. [...] Em palavras simples, o único anseio de Paulo tem um objetivo duplo: partir e estar com Cristo! Se a partida não representasse um imediato estar com Cristo, ele teria usado outra construção de frase. Portanto, parece impossível que o apóstolo estivesse pensando em sono da alma, uma vez que ele deseja deixar o corpo e desfrutar espiritualmente da presença do Senhor.4

O uso dos dois infinitivos ligados pela conjunção aditiva “e” e um artigo definido deixa claro que o apóstolo está formando um conjunto com base nessas duas ideias. De acordo com seu raciocínio, a partida (morte) significa que ele estaria na presença de Cristo. Ele enxerga que há duas possibilidades diante dele e não deixa qualquer espaço para uma terceira alternativa.

Na morte, o crente é levado à presença de Cristo no céu. Como a ascensão levou o Senhor Jesus de volta à casa do Pai, é para lá que o cristão também vai. Precisamos lembrar que, quando Jesus retornar no arrebatamento para reunir sua igreja, os que tiverem morrido antes virão com ele (1Tessalonicenses 4.14). Vemos nisso que cristãos que morreram antes do arrebatamento (e, portanto, antes da ressurreição) estão com o Senhor Jesus no céu e retornarão com ele. Alguns teólogos sugeriram que, nesse estado intermediário, os crentes terão alguma espécie de corpo temporário. Essa ideia baseia-se em parte no fato de que, na transfiguração de Cristo, Moisés apareceu em forma física, embora a ressurreição ainda não tenha acontecido. Mas, ainda que a ideia do corpo temporário não seja clara, é certo que os cristãos estão com o Senhor.

O estado intermediário para o cristão não será tão maravilhoso quanto o momento em que ele receberá seu corpo glorificado e, assim, tiver salvação completa.

Na cruz, Jesus prometeu ao ladrão que morria ao seu lado que este estaria com ele no paraíso naquele mesmo dia (Lucas 23.43). A palavra “paraíso” (um termo que designa “parques” ou “jardins”) é usada três vezes no Novo Testamento como referência ao céu, onde Cristo está neste momento manifestando sua presença e glória. Paulo viu algumas das maravilhas do paraíso, que eram verdadeiramente magníficas, quando foi arrebatado para lá (2Co 12.2-4). Embora, sem dúvida, haja muita coisa que não sabemos nem podemos saber sobre a vida imediatamente após a morte, ela claramente é algo que merece a preferência quando comparada à existência atual. Ainda assim, o estado intermediário para o cristão não será tão maravilhoso quanto o momento em que ele receberá seu corpo glorificado e, assim, tiver salvação completa.

A morte e o incrédulo

O incrédulo também conserva uma existência consciente no momento da morte física. Mas seu destino não é agradável, já que ele recebe punição no inferno (Hades). Alguns sistemas religiosos se opõem à ideia de um lugar de punição consciente chamado inferno (Sheol e Hades). Destacam que essas palavras se referem ao túmulo ou a uma cova no chão, mas que nunca são equiparados à punição eterna. Ainda que seja verdade que essas palavras podem designar o túmulo e, de forma geral, o lugar dos mortos, também é verdade que elas são usadas como lugares de castigo. “Resumidamente, podemos dizer que o Sheol do Antigo Testamento em geral significa túmulo e, às vezes, lugar de punição, enquanto, no Novo Testamento, Hades e inferno são em geral lugar de punição, mas, às vezes, o túmulo.”5

Várias passagens bíblicas revelam que essas palavras são usadas como referência a lugares de julgamento e punição para os maus. Salmos 9.17 declara: “Voltem os ímpios ao pó [Sheol]”. Aqui, o “Sheol” é o lugar preparado para os perversos, não apenas um túmulo, uma vez que tanto justos quanto ímpios vão para o túmulo. Provérbios 23.14 afirma: “Castigue-a [a criança], você mesmo, com a vara, e assim a livrará da sepultura [Sheol]”. É óbvio que não há disciplina paterna capaz de impedir que a criança vá para o túmulo. Lucas 16.23 fala sobre o homem rico que morreu e, “no Hades, onde estava sendo atormentado, ele olhou para cima”. Vê-se claramente aqui a sua punição, aplicada imediatamente após a morte. Várias outras passagens mencionam um lugar no estado intermediário onde os perversos estão conscientes e sofrem castigo (p. ex., Mateus 5.22; 11.23; 23.33).

Tecnicamente, é verdade que a Bíblia não fala do inferno como um lugar de punição eterna. O inferno certamente terá fim quando for jogado no lago de fogo, mas o lago de fogo é claramente entendido como um lugar de castigo eterno (cf. Apocalipse 20.10,14-15). Quer seja no inferno, quer no lago de fogo, as Escrituras alertam com frequência para os terrores que aguardam aqueles que não querem se arrepender e voltar-se para o Senhor Jesus a fim de obter salvação e libertação do juízo.

A teoria do “sono da alma”

Alguns grupos (como os Adventistas do Sétimo Dia) defendem a posição teológica de que não há existência consciente entre a morte e a ressurreição. Esse conceito de não existência no estado intermediário baseia-se em parte em versículos que falam da morte como “sono” ou “dormir”. A perspectiva do “sono da alma” (ou, mais precisamente, da “extinção da alma”) fundamenta-se expressamente em uma visão da natureza humana que nega uma existência separada da parte imaterial do ser humano (alma ou espírito) no momento da morte. Não faz parte do escopo deste capítulo tratar da natureza humana, demonstrando que alma e espírito podem subsistir à parte do corpo. Mas, quando se entende corretamente que uma pessoa tem tanto uma parte material quanto uma imaterial, fica claro que “sono” é usado de forma figurada:

É claro que todo mundo reconhece que o corpo dorme até a ressurreição, isto é, torna-se inconsciente, insensível. O sono de que se fala é do corpo, não da alma. Quem ensina o sono da alma simplesmente confunde o adormecimento do corpo com o da alma. O ensino do sono da alma não aparece em lugar algum da Bíblia. Cada vez que a palavra “dormir” é usada em relação aos mortos, o contexto deixa claro que ela se aplica apenas ao corpo.6

A natureza desse “sono” do corpo é que, um dia, ele “acordará” na ressurreição. Dessa forma, essa figura de linguagem não é apenas um eufemismo, mas ilustra uma verdade profunda.

A doutrina do sono da alma foi construída sobre uma metáfora, o que não é hermeneuticamente apropriado. É verdade que o Novo Testamento descreve a morte como sono, mas não é correto desenvolver doutrinas de uma figura de linguagem. É evidente que estamos lidando com uma palavra que fala de aparências, não fatos. Quando olhamos para o corpo de um morto, essa pessoa parece dormir.

Tomados ao pé da letra, alguns trechos bíblicos impactantes destroem o conceito de sono da alma. Dois deles – 2Coríntios 5.6-8 e Filipenses 1.21-23 – já foram discutidos. Podemos acrescentar ainda várias outras passagens. Por exemplo, Lucas 16.19-31 relata a história do homem rico e Lázaro. Nessa passagem, Jesus ensina, incisivamente, que, ao morrerem, esses dois homens não foram reduzidos ao nível comum da não existência. A história não apenas perderia o sentido, mas ficaria muito enganosa. Seja uma parábola, seja um caso real, ela ensina que há vida imediatamente após a morte, que essa vida após a morte é consciente, que nessa vida após a morte os perdidos e os salvos ficam eternamente separados entre si e que os perdidos se lembrarão de alguns fatos de sua vida terrena.

Dessa forma, a existência consciente diferente para o homem rico e para Lázaro, simbolicamente descrita nessa parábola, deve ser um reflexo das condições do estado intermediário. Como tal, a parábola confirma o que aprendemos de outras passagens do Novo Testamento, a saber, que, imediatamente após a morte, os crentes serão levados para junto de Jesus, a fim de provisoriamente desfrutar de alegria em sua presença (provisoriamente porque o corpo deles ainda não foi ressuscitado), enquanto os incrédulos irão diretamente para um lugar de punição temporária.7

Outra passagem significativa é Lucas 20.38, onde o Senhor Jesus responde a uma pergunta dos saduceus sobre a vida após a morte. Os saduceus não apenas rejeitavam a ideia de uma ressurreição física, mas, de acordo com Atos 23.8, negavam a existência da alma após a morte. Jesus corrigiu ambos os erros ao apontar que Abraão, Isaque e Jacó não poderiam ter entrado em uma condição de não existência; eles existiam quando Deus apareceu a Moisés na sarça ardente (séculos depois da morte física deles), pois o Senhor se identificou como seu Deus. Os três patriarcas estavam bem vivos, embora não vivendo sobre a terra. Por fim, Jesus conclui afirmando que Deus é Deus de vivos.

Outras passagens que apontam para a vida após a morte incluem a declaração de Cristo ao ladrão na cruz de que este estaria com ele naquele dia no paraíso (Lucas 23.43) e também quando Jesus, na cruz, entrega (Lucas 23.46) seu espírito nas mãos do Pai (o que não teria qualquer sentido caso Jesus deixasse de existir no momento de sua morte).

À luz dessas evidências substanciais, é preciso rejeitar a teoria do sono da alma, pois é exegética e teologicamente defeituosa. Conclui-se, então, que, na morte, tanto salvos como não salvos experimentam continuidade de sua existência. Morte não é o fim do ser; antes, ela separa a alma do corpo. Na morte, o crente, que está “em Cristo” e jamais pode ser separado dele, é levado imediatamente à sua presença. Mesmo que ainda lhe falte o corpo glorificado, o crente conscientemente desfruta da presença gloriosa de Cristo no paraíso. Por outro lado, o incrédulo existe conscientemente em um lugar de castigo. Ele continuará ali até ser levantado dos mortos na ressurreição dos perdidos.

Notas

1 Louis Berkhof, Systematic Theology (Londres: Banner of Truth, 1949), p. 668.
2 Anthony Hoekema, The Four Major Cults (Grand Rapids: Eerdmans, 1970), p. 357.
3 Charles Hodge, Commentary of the Second Epistle to the Corinthians (Grand Rapids: Eerdmans, s.d.), p. 110.
4 Walter Martin, The Truth About Seventh-Day Adventism (Grand Rapids: Zondervan, 1960), p. 122.
5 Loraine Boettner, Immortality (Filadélfia: Presbyterian and Reformed, 1970), p. 101.
6 Ibid., p. 112.
7 Hoekema, The Four Major Cults, p. 358.

Este artigo foi adaptado de Manual de Escatologia Chamada, por Paul N. Benware.


extraido de:

https://www.chamada.com.br/mensagens/como_entender_a_morte_e_o_estado_intermedi%C3%A1rio.html

domingo, 17 de dezembro de 2023

FELIZ NATAL!

 


Mesmo sabendo que a escolha da data não tem nada a ver com o nascimento de Jesus. E que os romanos aproveitaram a festa pagã, chamada de Natalis Solis Invicti ("nascimento do sol invencível"), que era uma homenagem ao deus persa Mitra, popular em Roma uma importante festa pagã realizada por volta do dia 25 de dezembro e "cristianizaram" a data. Tendo comemorado o nascimento de Jesus pela primeira vez no ano 354. As comemorações aconteciam durante o solstício de inverno, o dia mais curto do ano. No hemisfério norte, o solstício não tem data fixa - ele costuma ser próximo de 22 de dezembro, mas pode cair até no dia 25. Sendo que com a descoberta que o ano tem 365 dias, 06 horas, 09 minutos e 13 segundos. Esses 9 minutos e 13 segundos a mais já faz uma grande diferença na real posição do Sol. É por esse e outros fatores que surgirá em breve uma Nova Ordem Mundial, com uma nova contagem dos tempos.
No entanto, mesmo diante do exposto, nós celebramos o Natal: O Natal é uma data comemorativa que simboliza o nascimento de Jesus Cristo. Esta celebração acontece a mais de 1.600 anos no dia 25 de dezembro.
Natal se refere a nascimento ou ao local onde alguma pessoa nasceu. O verdadeiro significado do Natal é o amor. João 3:16-17 diz: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele." O verdadeiro significado do Natal é a celebração deste ato de amor incrível.
Portanto, celebremos o amor uns com os outros. O mundo precisa conhecer o verdadeiro amor. A verdadeira história do Natal é a história de Deus se tornando um ser humano na Pessoa de Jesus Cristo. E Deus fez isto porque Ele nos ama. O nascimento de Jesus e foi necessário porque precisávamos de um Salvador. E Deus nos ama tanto porque Ele é o próprio amor (1 João 4:8). Nós celebramos o Natal a cada ano como gratidão pelo que Deus fez por nós. Portanto, independente de data real ou não. Nós devemos celebrar o Nascimento do Menino Jesus. Pois foi a partir d’ELE que passamos a ter esperança de uma Vida Eterna. Sejamos gratos ao Bondoso Deus por tal proeza “Dar o seu Único Filho por amor de nós, mesmo sendo ainda pecadores”. Que este dia possa ser o ponto de partida para uma vida mais fraterna. Que Deus esteja sempre no centro de tudo. Que sejamos sempre gratos a ELE. Devemos sempre usar a frase “Até aqui nos ajudou o Senhor”. Pois o passado já vencemos e vamos construir o futuro. Desejo para você um Feliz Natal e um Novo Ano de bênçãos e Graças. Obrigado por acompanhar o blog em 2023, espero contar com você em 2024, pois nossa vida continua e precisa ser cada dia mais leve. Boas festas e um ano novo repleto de realizações. Lembre-se de transformar tempestade em copo d’água e não o contrário. Que Deus sempre o abençoe!

terça-feira, 21 de novembro de 2023

O empoderamento da mulher e a desconstrução da masculinidade

 Ambos têm um papel vital a desempenhar na construção de famílias saudáveis, sociedades fortes e no plano de Deus para a humanidade.

Ao criar o homem e a mulher, Deus colocou em cada um deles qualidades distintas. O homem tem qualidades que expressam sua liderança, seu senso de responsabilidade e virilidade. Enquanto a mulher tem qualidades que expressam seu afeto, cuidado e amparo.

Precisamos refletir a respeito do papel tanto do feminino quanto do masculino de acordo com a Bíblia. Sobretudo, precisamos chamar a atenção para o empoderamento da mulher e a desconstrução da masculinidade, conforme os desígnios de Deus.

Nesse sentido, devemos lembrar que, de acordo com a Palavra de Deus, os papéis tanto do homem como da mulher são definidos pelo planejamento divino, a concepção biológica e a importância de cada indivíduo na construção da primeira instituição divina: a família.

Logo, precisamos entender que a masculinidade bíblica é fruto da criação divina, cujo objetivo é torná-lo provedor, protetor e líder familiar, conduzindo os demais membros para um futuro abençoado em Deus.

Por outro lado, a mulher tem seu papel determinado, sendo caracterizado pela nutrição, cuidado e aconselhamento, servindo como ajudadora do homem. Foi Deus quem disse em Gênesis 2:18: “Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda.”

Portanto, a atual crise de identidade, com a erosão dos papéis fundamentados por Deus, visa desconstruir o padrão saudável determinado desde a criação. Principalmente com a desconstrução do feminino e o enfraquecimento da figura masculina, negligenciando suas responsabilidades.

Vemos que há um forte ataque contra a imagem bíblica do homem e da mulher. O movimento progressista busca corromper os valores e desconstruir os padrões milenares que conduziram a sociedade até aqui. Sabemos que esses movimentos são inspirados por Satanás. Portanto, é importante debatermos a respeito dos impactos que esses ataques têm causado na sociedade.

O progressismo busca corromper os padrões bíblicos, atacando a cultura judaico-cristã em uma guerra cultural implacável. Assim, os papéis dos indivíduos são questionados, tanto o homem como a mulher viraram alvo desses ataques. Mas sabemos que há um modelo de feminilidade e masculinidade a ser observado.

É importante lembrar que Deus é o criador de todas as coisas, tanto nos céus como na terra e no mar (Gênesis 1:1Atos 4:24). Além disso, Deus criou o homem e a mulher, ou seja, criou o ser humano distinto pelo sexo: macho e fêmea (Gênesis 1:27). As diferenças têm como objetivo a união conjugal e o bom desempenho dos papéis.

A erosão desses papéis consiste na desconstrução do feminino e do masculino. A feminilidade está sendo atacada pelo ódio e desrespeito à liderança do homem, bem como pela falta de atenção ao seu papel único e genuíno: o de gerar filhos. Isso faz com que a apologia ao aborto seja enaltecida ou a disputa por espaços ultrapasse a busca por igualdade e alcance o revanchismo. O homem também sofre com essa desconstrução, tanto do ponto de vista sexual como da sua identidade. O modelo bíblico da masculinidade vem sendo abandonado, formando homens — se é que podemos chamá-los assim! — irresponsáveis, frágeis e pouco viris, incapazes de prover e proteger a família. Além disso, essa crise faz com que os homens sejam incapazes de exercer liderança.

Com isso em mente, precisamos buscar o restabelecimento dos padrões bíblicos de feminilidade e masculinidade, não apenas como um retorno ao passado, mas como uma resposta firme aos desafios do presente. É fundamental reconhecer que a verdadeira força da masculinidade e a autêntica beleza da feminilidade não são opostas, mas complementares. Ambos têm um papel vital a desempenhar na construção de famílias saudáveis, sociedades fortes e na promoção do plano de Deus para a humanidade.

Em meio a um mundo que constantemente questiona e rejeita os princípios divinos, é nossa responsabilidade como cristãos defender esses valores essenciais, promovendo uma visão equilibrada e harmoniosa destes papéis, conforme delineadas na Bíblia.

Portanto, ao enfrentar as influências da cultura moderna, devemos nos voltar para a Palavra de Deus como nossa bússola, seguindo os padrões que Ele estabeleceu para a masculinidade e feminilidade. Somente assim poderemos restaurar um entendimento saudável de nossas identidades, promovendo a dignidade e o propósito com os quais fomos criados, e contribuindo para a construção de um mundo mais alinhado com os planos de Deus.


Por s

Pastor da catedral da Assembleia de Deus em Cabo Frio, casado com Michelle Gonçalves, formado em direito, filosofia e teologia.

Retirado do site: https://www.gospelprime.com.br/o-empoderamento-da-mulher-e-a-desconstrucao-da-masculinidade/

domingo, 19 de novembro de 2023

Globalismo e o Futuro Ditador Mundial: Reformando os governos das nações

 

Jeff Kinley

A reforma e o realinhamento dos governos das nações é um dos elementos essenciais da estratégia de Satanás. Há evidências de movimentações em direção a esse objetivo hoje?

Há milhares de anos Satanás deseja realizar seu tríplice objetivo original: ser Deus, governar a terra e ser adorado por toda a humanidade. Mas, para que isso aconteça, o mundo precisa ser fundamentalmente mudado. Satanás deve remodelá-lo e recriá-lo à sua própria imagem. Isso requer quatro elementos essenciais em sua estratégia: (1) reformar os governos das nações; (2) enganar o coração da humanidade; (3) preparar e posicionar seu homem do pecado; e (4) remover a influência da igreja.

Cada um desses quatro pilares proféticos é baseado em uma crise. Vamos examinar o que as Escrituras dizem sobre como cada um deles será cumprido e quais pistas contemporâneas indicam que eles estão atualmente em formação.

Reformar e realinhar os governos das nações

Os capítulos 2 e 7 de Daniel falam de um Império Romano revivido (também refletido em Apocalipse 13 e 17). Essa aliança de dez reis provavelmente será representativa das nações europeias e ocidentais mais poderosas nos últimos dias. Tenha em mente que reinos e países podem ser paralisados em questão de semanas ou meses devido a guerras, colapso econômico, exércitos invasores ou por meio de juízos divinos.

As Escrituras não especificam quem serão esses dez reis, nem como serão seus reinos. Presumivelmente, eles incluirão nações existentes, alianças/conglomerados de governos pré-existentes ou mesmo alianças multinacionais recém-formadas. Um rei pode representar muitas nações. É até possível que a atual União Europeia seja representada como um reino por seu presidente. Mais uma vez, as Escrituras não preenchem os espaços em branco para nós nesse caso.

Cada uma dessas futuras nações poderia representar muitos países/regiões. Historiadores e teólogos concordam que a outrora poderosa Roma poderia ser revivida como uma confederação de dez nações. No que podemos confiar é no fato de que haverá um governo mundial unificado formado na tribulação. Há evidências de movimentações em direção a esse objetivo hoje?

O passado prenuncia o futuro

Em 10 de janeiro de 1920, a Liga das Nações foi formada como a primeira organização intergovernamental mundial. Originariamente destinada a abranger 32 nações, seu objetivo era evitar outra guerra mundial por meio do desarmamento, da segurança coletiva e do diálogo intergovernamental. O presidente estadunidense Woodrow Wilson ganhou o Prêmio Nobel por seu papel como o principal arquiteto da Liga.

Contudo, o senado dos Estados Unidos se recusou a se juntar à Liga por preocupação com a soberania americana. Sabemos que a Liga das Nações não foi capaz de evitar outra guerra global. Adolf Hitler, aspirando conquistar a Europa e depois o globo, mergulhou a humanidade em outra guerra mundial. Curiosamente, o plano de Hitler incluía um Reich (reino ou império) de mil anos, falsificando o futuro reinado milenar de Jesus Cristo. O Holocausto que ele infligiu aos judeus foi um prelúdio sinistro de Apocalipse 12 – representando a tentativa de Satanás de iniciar prematuramente a tribulação e seu reinado na terra.

Após o fim da guerra, em 1945, Winston Churchill defendeu a formação dos “Estados Unidos da Europa” – sua visão para o futuro da Europa e da paz mundial. Em 1957, França, Alemanha Ocidental, Itália, Holanda, Bélgica e Luxemburgo assinaram o “Tratado de Roma”, estabelecendo a Comunidade Econômica Europeia (CEE), ou Mercado Comum Europeu. O que hoje é conhecido como União Europeia tem atualmente 27 nações.

Além disso, as Nações Unidas se tornaram uma burocracia inchada e presuntuosa que busca expandir seu poder sobre cada nação e indivíduo no mundo.

Nunca desperdice uma crise

Quando a pandemia do coronavírus chegou, atuais e ex-líderes mundiais fizeram apelos por um sistema de governança global. Tony Blair, Gordon Brown e o ex-secretário-geral da ONU Ban Ki-moon pediram a união de esforços das nações do G-20, da ONU, do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial para garantir “direitos humanos, solidariedade e justiça”, estimulando nossa “responsabilidade compartilhada como cidadãos globais”.

Atualmente, Ban é vice-presidente de The Elders, um grupo independente de líderes internacionais que “trabalham juntos pela paz, justiça e direitos humanos”. Entre seus planos globais estão a cooperação multilateral entre as nações, a paz, a cobertura universal de saúde e o combate às mudanças climáticas, em direção à “justiça para todos”.

Um personagem relativamente novo no cenário global se juntou a essa mistura. Klaus Schwab, fundador do Fórum Econômico Mundial, reúne elites globais todos os anos desde 1971 na relativamente obscura cidade de Davos, na Suíça. Durante a crise da Covid-19, Schwab disse: “A pandemia representa uma rara, mas estreita janela de oportunidade para refletir, reimaginar e redefinir nosso mundo”.

Outros líderes religiosos e globalistas comentaram no passado:

– Cada um de nós está evoluindo em direção à divindade. Creio que o messias que esperamos, que todos nós sem dúvida esperamos, é o cristo universal; ou seja, o cristo da evolução. – Teilhard de Chardin, padre jesuíta francês, filósofo, paleontólogo, evolucionista.

– Temos de passar o mais rápido possível para um governo mundial, uma religião mundial, sob um líder mundial único. Na hora de sua escolha, o supremo absoluto tocará seu próprio sino de vitória aqui na terra através do coração amoroso e servidor das Nações Unidas. – Robert Muller, ex-secretário-geral adjunto das Nações Unidas, proponente da “Constituição Global”.

Então, que catalisador poderia catapultar as nações do mundo para um acordo tão unificado? Que emergência global ou situação planetária seria tão grave, tão aguda, tão devastadora e tão impactante que motivaria os líderes das nações a deixarem de lado suas diferenças e conflitos passados? O que os levaria a essencialmente dissolver suas fronteiras, entrelaçando a economia global e atividades comuns para se tornarem um só? O que, ou quem, os unirá?

A resposta à pandemia foi um prenúncio do que está por vir. Sua verdadeira agenda, de acordo com o Fórum Econômico Mundial e o Fundo Monetário Internacional, é a mudança climática, a igualdade econômica e a justiça social. Como isso se parece na prática? Envolve essencialmente adorar o planeta e destruir o capitalismo em favor do socialismo, afastando o sistema de fé judaico-cristão que ficaria em seu caminho.

Essas são apenas questões superficiais que mascaram uma agenda ainda mais profunda, encontrada em Salmos 2.1-6:

“Por que se enfurecem as nações e os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, e as autoridades conspiram contra o Senhor e contra o seu Ungido, dizendo: ‘Vamos romper os seus laços e sacudir de nós as suas algemas.’ Aquele que habita nos céus dá risada; o Senhor zomba deles. Na sua ira, a seu tempo, lhes falará e no seu furor os deixará apavorados, dizendo: ‘Eu constituí o meu Rei sobre o meu santo monte Sião’.”

Publicado originariamente em https://harbingersdaily.com/globalism-and-the-coming-world-dictator-reforming-the-governments-of-the-nations/.

domingo, 5 de novembro de 2023

Por que os acontecimentos em Israel apontam para profecias bíblicas?

 Cenário geopolítico mundial se alinha para o cumprimento das profecias bíblicas.

A nação de Israel é frequentemente apontada como “o relógio de Deus” e, a cada novo acontecimento na Terra Santa, o relógio escatológico parece avançar para o Fim dos Tempos.

Escatologia é uma parte da teologia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final da humanidade.

Enquanto o cenário geopolítico mundial se alinha para o cumprimento das profecias bíblicas, os acontecimentos em Israel se somam aos relatos da Palavra de Deus.

O profeta Daniel diz que nos últimos dias um acordo de paz será feito com Israel: “E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Daniel 9:27), certamente esse acordo inclui o conflito com os palestinos.

Os relatos bíblicos dão o destino do futuro de Israel, pelo fato de esse povo fazer parte de uma promessa de Deus a Abraão e, por isso, tem sido preservado ao longo do tempo.

Nesse sentido, o futuro de Israel está ligado as profecias, o que também inclui a volta de Jesus Cristo, conforme relatou em Mateus 24, além de estar centralizada na cidade de Jerusalém e no povo judeu (Daniel 9:24).

Essa profecia teve seu cumprimento no ano 70 d.C. com a invasão romana liderada pelo general Tito contra a Judeia. A cidade de Jerusalém foi invadida e destruída, o Templo saqueado e queimado e grande parte do povo judeu foi dispersado pelas nações.

Ao longo da história do povo judeu na diáspora, inclusive a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, o que aconteceu, e tudo mais que venha a acontecer com Israel, pode ser relacionado com as profecias bíblicas.

Paz em Israel

Ao mesmo tempo, em que oram pela paz em Israel, seguindo um mandamento bíblico que diz que devemos “orar pela paz” (Jeremias 29:7-9), essa paz eminente aponta para o surgimento de uma figura terrível, o anticristo.

Em Daniel 9:27, ao abordar as “70 Semanas de Daniel” (Daniel9:24), o pronome “ele” diz respeito ao “príncipe que há de vir”, conhecido no Novo Testamento como o anticristo: “e ele firmará aliança com muitos por uma semana”, uma referência ao povo judeu (Daniel 9:24).

Soma-se a profecia de Daniel as palavras do apóstolo Paulo: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão” (1 Tessalonicenses 5:3).

Nesta interpretação da escatologia cristã, os acontecimentos em Israel e o clamor por paz são claramente um preparativo para que surja a figura do anticristo. O anticristo também deverá acordar a reconstrução do Templo, o Terceiro Templo.

Ao final, a profecia também aponta para um rompimento deste acordo de paz e um ataque de nações contra Israel, que estará cercada em Jerusalém pelos exércitos do anticristo, quando clamarão por salvação.

A nação de Israel é frequentemente apontada como “o relógio de Deus” e, a cada novo acontecimento na Terra Santa, o relógio escatológico parece avançar para o Fim dos Tempos.

Escatologia é uma parte da teologia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final da humanidade.

Enquanto o cenário geopolítico mundial se alinha para o cumprimento das profecias bíblicas, os acontecimentos em Israel se somam aos relatos da Palavra de Deus.

O profeta Daniel diz que nos últimos dias um acordo de paz será feito com Israel: “E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Daniel 9:27), certamente esse acordo inclui o conflito com os palestinos.

Os relatos bíblicos dão o destino do futuro de Israel, pelo fato de esse povo fazer parte de uma promessas de Deus a Abraão e, por isso, tem sido preservado ao longo do tempo.

Nesse sentido, o futuro de Israel está ligado as profecias, o que também inclui a volta de Jesus Cristo, conforme relatou em Mateus 24, além de estar centralizada na cidade de Jerusalém e no povo judeu (Daniel 9:24).

Essa profecia teve seu cumprimento no ano 70 d.C. com a invasão romana liderada pelo general Tito contra a Judéia. A cidade de Jerusalém foi invadida e destruída, o Templo saqueado e queimado e grande parte do povo judeu foi dispersado pelas nações.

Ao longo da história do povo judeu na diáspora, inclusive a criação do Estado de Israel, em 14 de maio de 1948, o que aconteceu, e tudo mais que venha a acontecer com Israel, pode ser relacionado com as profecias bíblicas.

Paz em Israel

Ao mesmo tempo em que oram pela paz em Israel, seguindo um mandamento bíblico que diz que devemos “orar pela paz” (Jeremias 29:7-9), essa paz eminente aponta para o surgimento de uma figura terrível, o anticristo.

Em Daniel 9:27, ao abordar as “70 Semanas de Daniel” (Daniel9:24), o pronome “ele” diz respeito ao “príncipe que há de vir”, conhecido no Novo Testamento como o anticristo: “e ele firmará aliança com muitos por uma semana”, uma referência ao povo judeu (Daniel 9:24).

Soma-se a profecia de Daniel as palavras do apóstolo Paulo: “Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão” (1 Tessalonicenses 5:3).

Nesta interpretação da escatologia cristã, os acontecimentos em Israel e o clamor por paz são claramente um preparativo para que surja a figura do anticristo. O anticristo também deverá acordar a reconstrução do Templo, o Terceiro Templo.

Ao final, a profecia também aponta para um rompimento deste acordo de paz e um ataque de nações contra Israel, que estará cercada em Jerusalém pelos exércitos do anticristo, quando clamarão por salvação.

É neste momento que o Senhor Jesus voltará para Israel conforme a promessa (Atos 1:9-12), pisará no Monte das Oliveiras que se partirá ao meio e os judeus contemplarão a Jesus “a quem traspassaram; e prantearão sobre ele, como quem se pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zacarias 14.4; 12:10; Apocalipse 1:7).

Fonte: https://www.gospelprime.com.br/por-que-os-acontecimentos-em-israel-apontam-para-profecias-biblicas/


China lança “Centro de Pesquisas do Pensamento” para influenciar o mundo

 China estabelece “Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura” para ampliar sua influência ideológica.

Recentemente, em Pequim, surgiu o Centro de Pesquisa sobre o “Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura”, uma nova instituição vista pelo Partido Comunista Chinês (PCCh) como desempenhando um papel crucial no futuro. Isso coincidiu com a realização de uma rara Conferência Nacional sobre Propaganda, Ideologia e Cultura, presidida por Xi Jinping.

De acordo com Bitter Winter, a relevância dessas conferências é evidenciada pelo fato de apenas duas delas terem ocorrido nos últimos dez anos, delineando estratégias de longo prazo tanto para a propaganda doméstica quanto internacional. O objetivo principal foi promover o novo “Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura”, destacando-o como um presente não apenas para a China, mas para o mundo.

Sendo assim, essa conferência foi estrategicamente agendada antes do Terceiro Fórum do Cinturão e Rota em Pequim, onde Vladimir Putin se juntou a Xi Jinping como principal orador. O Centro de Pesquisa, embora composto por acadêmicos, é claramente parte do sistema de propaganda do PCCh.

Segundo Deng Yuwen, um influente ideólogo do PCCh, o centro tem dois objetivos. Primeiro, visa “vincular o marxismo às raízes culturais chinesas para uma maior aceitação da ideologia do Partido pelo povo chinês”. Isso envolve uma interpretação do confucionismo que o separa de seu conteúdo espiritual e religioso.

Nesse sentido, o segundo objetivo, nas palavras de Yuwen, é “rejeitar os valores ocidentais e minar sua influência”. Esse é o cerne do recém-lançado Plano da Comunidade Global de Xi e da Iniciativa do Cinturão e Rota. Nesse contexto, “valores ocidentais” abrangem conceitos como democracia baseada em eleições livres, separação de poderes, independência do judiciário, mídia livre, liberdade de expressão e religião.

Por fim, esse segundo aspecto é algo com o qual todos os ditadores e inimigos da democracia no mundo podem concordar, começando por Vladimir Putin. É esperada a cooperação russa com o novo Centro de Pesquisa sobre o “Pensamento de Xi Jinping sobre a Cultura”. Porém, é o pensamento de Xi que é promovido, e não o de Putin. Existem também alguns países democráticos que aderiram à Iniciativa do Cinturão e Rota.

Fonte: https://www.gospelprime.com.br/china-lanca-centro-de-pesquisas-do-pensamento-para-influenciar-o-mundo/


sábado, 19 de agosto de 2023

Quem é Jesus Cristo?

Resposta

Quem é Jesus Cristo? Diferentemente da pergunta “Deus existe?”, bem poucas pessoas perguntam se Jesus Cristo existiu ou não. Geralmente se aceita que Jesus foi de fato um homem que andou na terra, em Israel, há quase 2000 anos. O debate começa quando se analisa o assunto da completa identidade de Jesus. Quase todas as grandes religiões ensinam que Jesus foi um profeta, um bom mestre ou um homem piedoso. O problema é que a Bíblia nos diz que Jesus foi infinitamente mais do que um profeta, bom mestre ou homem piedoso.

C.S. Lewis, em seu livro Mero Cristianismo, escreve o seguinte: “Tento aqui impedir que alguém diga a grande tolice que sempre dizem sobre Ele [Jesus Cristo]: ‘Estou pronto a aceitar Jesus como um grande mestre em moral, mas não aceito sua afirmação em ser Deus.’ Isto é exatamente a única coisa que não devemos dizer. Um homem que foi simplesmente homem, dizendo o tipo de coisa que Jesus disse, não seria um grande mestre em moral. Poderia ser um lunático, no mesmo nível de um que afirma ser um ovo pochê, ou mais, poderia ser o próprio Demônio dos Infernos. Você decide. Ou este homem foi, e é, o Filho de Deus, ou é então um louco, ou coisa pior... Você pode achar que ele é tolo, pode cuspir nele ou matá-lo como um demônio; ou você pode cair a seus pés e chamá-lo Senhor e Deus. Mas não vamos vir com aquela bobagem de que ele foi um grande mestre aqui na terra. Ele não nos deixou esta opção em aberto. Ele não teve esta intenção.”

Então, quem Jesus afirmou ser? Segundo a Bíblia, quem foi? Primeiramente, vamos examinar as palavras de Jesus em João 10:30: “Eu e o Pai somos um.” Em um primeiro momento, pode não parecer uma afirmação em ser Deus. Entretanto, veja a reação dos judeus perante Sua afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33). Os judeus compreenderam o que Jesus havia dito como uma afirmação em ser Deus. Nos versículos seguintes, Jesus jamais corrige os judeus dizendo: “Não afirmei ser Deus”. Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus ao declarar: "Eu e o Pai somos um” (João 10:30). Outro exemplo é João 8:58, onde Jesus declarou: “Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras para atirar em Jesus (João 8:59). Ao anunciar Sua identidade como “Eu sou”, Jesus fez uma aplicação direta do nome de Deus no Velho Testamento (Êxodo 3:14). Por que os judeus, mais uma vez, se levantariam para apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito algo que creram ser uma blasfêmia, ou seja, uma auto-afirmação em ser Deus?

João 1:1 diz que “o Verbo era Deus”. João 1:14 diz que “o Verbo se fez carne”. Isto mostra claramente que Jesus é Deus em carne. Tomé, o discípulo, declarou a Jesus: “Senhor meu, e Deus meu! (João 20:28). Jesus não o corrige. O Apóstolo Paulo O descreve como: “...grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo” (Tito 2:13). O Apóstolo Pedro diz o mesmo: “...nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (II Pedro 1:1). Deus o Pai também é testemunha da completa identidade de Jesus: “Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos dos séculos; Cetro de eqüidade é o cetro do teu reino” (Hebreus 1:8). No Velho Testamento, as profecias a respeito de Cristo anunciam sua divindade: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).

Então, como argumentou C.S. Lewis, crer que Jesus foi um bom mestre não é opção. Jesus claramente e inegavelmente se auto-afirma Deus. Se Ele não é Deus, então mente, conseqüentemente não sendo também profeta, bom mestre ou homem piedoso. Tentando explicar as palavras de Jesus, “estudiosos” modernos afirmam que o “Jesus verdadeiramente histórico” não disse muitas das coisas a Ele atribuídas pela Bíblia. Quem somos nós para mergulharmos em discussões com a Palavra de Deus no tocante ao que Jesus disse ou não disse? Como pode um “estudioso” que está 2000 anos afastado de Jesus ter a percepção do que Jesus disse ou não, melhor do que aqueles que com o próprio Jesus viveram, serviram e aprenderam (João 14:26)?

Por que se faz tão importante a questão sobre a identidade verdadeira de Jesus? Por que importa se Jesus é ou não Deus? O motivo mais importante para que Jesus seja Deus é que se Ele não é Deus, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a pena pelos pecados do mundo inteiro (I João 2:2). Somente Deus poderia pagar tamanho preço (Romanos 5:8; II Coríntios 5:21). Jesus tinha que ser Deus para que pudesse pagar nossa dívida. Jesus tinha que ser homem para que pudesse morrer. A Salvação está disponível somente através da fé em Jesus Cristo! A natureza divina de Jesus é o motivo pelo qual Ele é o único caminho para salvação. A divindade de Jesus é o porquê de ter proclamado: “Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (João 14:6).

Extraído de: https://www.gotquestions.org/Portugues/Quem-Jesus-Cristo.html

sexta-feira, 16 de junho de 2023

As Profecias de Nostradamus: Confiáveis ou Duvidosas?

 

O futuro é um dos temas mais envolventes. Alguns o temem, outros desejam que chegue logo. Uns vivem na expectativa de que tudo piorará cada vez mais. Outros esperam um mundo continuamente melhor. Pode-se simplesmente avançar às cegas para o futuro, embora com curiosidade por aquilo que virá. Dentro de certos limites, porém, também é possível contribuir para a configuração do nosso futuro pessoal e do nosso ambiente, como por meio de decisões que se tomem e se apliquem hoje, por exemplo. Decisões sobre educação, estudo, moradia ou casamento certamente influenciarão fortemente o futuro. O engajamento político e social geralmente também está tão focado no futuro quanto a atividade na comunidade ou a educação dos próprios filhos.

Na tentativa de acertar o máximo possível, para evitar erros ou para simplesmente se preparar para desafios futuros, será naturalmente útil conhecê-los. A pesquisa de tendências, a futurologia ou simplesmente as notícias diárias da mídia fornecem informações sobre aquilo que nos espera no futuro próximo com variável probabilidade. Algumas coisas nós mesmos planejamos, outras nos são impostas pelo nosso ambiente social. Há muita coisa óbvia e previsível porque simplesmente se pode imaginar como as tendências atuais se desenvolverão no futuro. Assim, é bastante provável que a mobilidade continuará a aumentar, que a proliferação populacional na Europa se estagnará, que a influência dos computadores e dos programas de inteligência artificial crescerá, que surgirão novas doenças e que o uso de motores a combustão se retrairá. Entre os desenvolvimentos não tão obviamente previsíveis dependemos de outras fontes. Há quem confie em oráculos, astrologia ou sonhos. Os cristãos confiam nas declarações dos profetas bíblicos quanto ao cenário futuro mais amplo. Muitas pessoas também consideram “videntes”, como Nostradamus, informantes confiáveis.

A cada ano publicam-se novos livros e artigos sobre Nostradamus e seus prognósticos para o ano e a década seguintes. Geralmente se apresentam então primeiro o próprio profeta e sua biografia. Costuma-se depois relacionar alguns exemplos espantosos de eventos do tempo dele e também do passado mais recente que Nostradamus teria previsto com espantosa exatidão. De algum modo, isso também sempre se encaixa, ainda que dificilmente essas interpretações teriam ocorrido a alguém se já não se conhecessem os respectivos eventos dos últimos anos. Quem fizer uma busca nas declarações de Nostradamus, muitas vezes enigmáticas, misteriosas e abertas à interpretação, certamente encontrará algo que possa ser correlacionado com algum nome, um lugar, um número importante ou uma invenção dos últimos anos. Quase sempre, porém, aquilo nada tem a ver com alguma capacidade de Nostradamus de enxergar o futuro, mas que, em um texto muito pouco concreto e metafórico, rapidamente se pode encontrar tudo aquilo que se procura. Por isso, a espantosa quota de acertos de Nostradamus funciona quase que exclusivamente para eventos já passados. Quando se avalia numa retrospectiva de prazo mais longo o que esse vidente francês anunciou, seu evidente fracasso aparece de forma clara.

O farmacêutico e astrólogo francês Michel de Nostredame (Nostradamus) viveu de 1503 a 1566. Hoje ele ainda é conhecido principalmente por meio dos seus poemas proféticos. Já desde a juventude, Nostradamus se interessou por magia, ocultismo e astrologia. Embora por toda a vida se ocupasse intensamente com a interpretação dos astros, ele repetidamente cometeu grosseiros erros técnicos na observação dos planetas e na elaboração de horóscopos pessoais. Ele passou por vários graves dramas pessoais, como quando toda a sua família morreu de peste num intervalo de poucas semanas. Ocasionalmente, ele manifestava críticas às ideias doutrinárias da Igreja Católica do seu tempo e contra um ou outro soberano. Por isso, ele também foi convocado a depor perante um tribunal da Inquisição. Em seus poemas de estilo muito criptográfico, que até hoje continuam recebendo repetidas reinterpretações, ele formulou de forma inteligentemente enigmática sua crítica à Igreja e à política do seu tempo. É provável que suas profecias exponham assim muito mais sobre o mundo de então do que sobre o presente. Alguns dos seus versos ele assumiu sem grandes modificações de outras poesias e profecias em curso no seu tempo. Até mesmo uma coletânea de declarações proféticas de santos católicos, a Mirabilis Liber, forneceu-lhe expressões adequadas. Ficou evidente, porém, que com a sua afirmação de que “quando eu tiver morrido, meu nome viverá mundialmente”, Nostradamus forneceu uma profecia certamente correta.1

Uma pequena verificação de fatos

Mais interessantes do que os prognósticos futuristas recém-publicados são os anúncios de dez ou vinte anos atrás. Entrementes, o futuro daquele tempo já é passado para nós e podemos examinar com bastante precisão se e onde Nostradamus teve razão com sua interpretação futurista e onde não. Para exatamente esse fim, passarei agora a citar de um livro publicado em 1999.2 Nele, Manfred Dimde escreve sobre as profecias de Nostradamus para o século XXI. O autor é apresentado como “especialista alemão de ponta sobre Nostradamus”. Apesar de Nostradamus ser apresentado ali como fonte de informações confiável para o futuro, de modo nenhum se pretende garantir as afirmações expostas no livro. Por isso já consta logo no início que “os conselhos neste livro foram minuciosamente considerados e conferidos pelo autor e a editora, mas apesar disso não há como assumir uma garantia. Exclui-se qualquer responsabilidade do autor ou da editora” (p. 4). É claro que tais afirmativas levantam certas dúvidas entre os leitores – aliás, justificadamente, como se verá adiante. Quem tivesse se orientado em suas decisões durante os últimos vinte anos pelas declarações expostas no livro, teria frequentemente cometido erros evidentes. É claro que algumas interpretações das declarações atribuídas a Nostradamus se cumpriram – principalmente porque já eram previsíveis em 1999. Estas incluem o terrorismo islâmico ou a crescente mecanização da sociedade.

Bem mais interessante é a história mundial desde 1999 na forma como deveria ter se desenrolado segundo Nostradamus. Deve-se aqui então dar crédito ao livro por não evitar mesmo anúncios bem concretos.

Segundo o livro, já desde o início do século XXI deveria irromper uma era de ilimitada liberdade de movimento. Qualquer um poderia então viajar a custo relativamente baixo para qualquer país que quisesse (p. 43). Fica evidente, porém, que Nostradamus não enxergou em seus prognósticos as restrições do coronavírus nos anos 2020/21. Segundo Nostradamus, as viagens passariam a ser cada vez mais baratas. Já em breve os passageiros seriam transportados em aeronaves com mais de mil lugares (p. 44s). Entrementes, porém, as viagens aéreas tenderam a encarecer e os aviões muito grandes foram desativados.

Nostradamus prognostica no livro de Dimde que, em pouco tempo, principalmente os países europeus passariam a oferecer aos seus cidadãos todos os artigos de primeira necessidade a custo zero (p. 46). Isso é algo que até hoje muita gente aguarda em vão. Aproximadamente em meados do século, a medicina possibilitaria uma idade média de 120 anos. Não muito depois, as pessoas poderiam atingir idades de 300 a 400 anos com grande disposição mental e física (p. 48s). Até lá, todos os órgãos do corpo humano poderiam ser facilmente transplantados se necessário. Todavia, um aumento tão rápido da longevidade não pôde ser observado até agora, apesar de todos os progressos da Medicina.3 Nostradamus também promete que no futuro não haverá mais epidemias na Europa (p. 49). Ao que parece, então, o profeta ignorou o coronavírus ou negou sua relevância.

Segundo Nostradamus, na primeira metade do século XXI a Espanha terá uma posição econômica e política de destaque em cooperação estreita com os países sul-americanos (p. 53, 82s, 88s). Até agora, porém, o desenvolvimento desse país foi predominantemente problemático.4 Também Belarus e Ucrânia haveriam de registrar um impulso progressista nesses anos, do que até agora não há nenhum sinal.

Até 2020, a ONU haveria de se dividir em uma aliança de nações ocidental e outra islâmica (p. 54). Entretanto, apesar de a data já ter passado, nada indica algum desenvolvimento nesse sentido. Até 2029 haveria de ser desenvolvida na França uma nova tecnologia que oferecesse às pessoas energia ilimitada quase gratuita (p. 62-66). Também para esta profecia de Nostradamus não se vê nenhum sinal até agora. Com o atual contínuo encarecimento da energia, isso certamente seria muito bem-vindo. Nostradamus teria profetizado que, graças a uma nova tecnologia, até 2011 deveria ter sido realizada uma expedição espacial tripulada para Marte, que abriria as portas para maior colonização do universo (p. 70-73). Mesmo dez anos depois dessa data, uma viagem tripulada a Marte ainda permanece num futuro distante.

Segundo Nostradamus, em 2011 deveria ter ocorrido um conflito bélico entre a França e a Inglaterra, desencadeado por atentados mortais ao presidente americano e a três chefes de estado europeus (p. 92). Ainda segundo Nostradamus, entre 2011 e 2014 ocorreria mais uma grave guerra mundial entre os países islâmicos de um lado e os EUA e a Europa de outro (p. 84, 99s). Nela, a metade da população americana, dois terços dos europeus e três quartos dos muçulmanos pereceriam. O efeito seria particularmente duro para a Grã-Bretanha, que sofreria ataques por armas químicas e nucleares, com contaminação prolongada de animais e plantas (p. 100s). A população sobrevivente passaria a sofrer de doenças cutâneas quase intratáveis em razão de intoxicações e irradiações. O Japão sobreviveria por pouco a um ataque nuclear, porque ainda pouco antes teria conseguido instalar uma defesa antimísseis espacial (p. 104).

Segundo a profecia de Nostradamus, em 2017 a Inglaterra aboliria a monarquia ou empossaria uma nova rainha (p. 80). Apesar de já em 1999 a monarca ter estado em idade bastante avançada e, por isso, ter havido de fato uma probabilidade bastante grande para o cumprimento desse prognóstico, até agora nenhum dos dois eventos anunciados ocorreu.

Em 2018 deveria ainda se ter realizado uma fundamental redivisão da Europa (p. 84s). Os italianos entregariam a sua terra aos muçulmanos e se mudariam quase em peso para o norte da Europa (p. 81). Ao mesmo tempo, o papa convocaria uma cruzada contra os muçulmanos, que levaria à destruição da Caaba em Meca (p. 102). Pouco tempo depois dos conflitos bélicos entre 2011 e 2014, o papa transferiria sua sede para a Alemanha, segundo afirmaria a profecia de Nostradamus. Também o Estado de Israel seria tão gravemente ameaçado por países muçulmanos que a maioria dos judeus transferiria sua moradia para a Alemanha (p. 105).

Nostradamus e seu atual intérprete, Manfred Dimde, elaboraram no livro aqui discutido uma história sem dúvida interessante do futuro próximo a partir da virada do milênio. Felizmente, quase nenhum desses fantásticos prognósticos se cumpriu. A propósito, esses anúncios futuristas predominantemente errados não se limitam à interpretação de Nostradamus por Dimde. Também a maioria dos outros intérpretes de Nostradamus erra persistentemente. Assim, por exemplo, V. J. Hewitt e Peter Lorie publicaram em 1991 suas profecias de Nostradamus para a década de 1990.5 Segundo elas, em 1994 toda a vida noturna da capital francesa Paris seria encerrada (p. 52), o que não ocorreu. Previu-se que, entre 1996 e 1999, o chefe de estado iraquiano Saddam Hussein ampliaria seu poder no Oriente Próximo, ameaçando Israel (p. 65). Não obstante, o ditador já morreu em 2006, após a invasão do exército americano. Entre 1996 e 1998, Israel seria devastado por exércitos árabes (p. 70). Para 1993, Nostradamus anunciara um terremoto extremamente grave na Califórnia, no qual morreriam centenas de milhares de vítimas (p. 74-85). Pouco depois, gigantescos tsunamis arrasariam ainda outras regiões do país. Milhões de refugiados fugiriam então para os estados americanos limítrofes (p. 84-99). Felizmente, também isso tudo não se cumpriu. Ainda segundo essa interpretação de Nostradamus, em 1998 haveria desembarques regulares de extraterrestres na terra, dirigindo-se à população mundial por meio da televisão (p. 133s).

Diante dessas declarações e outras similares, cabe claramente um julgamento negativo da confiabilidade das “profecias” de Nostradamus. Assim, as profecias de Nostradamus para o respectivo futuro próximo, divulgadas a cada ano, devem ser ignoradas ou consideradas com ceticismo máximo.

A qualidade da profecia bíblica

Em comparação com Nostradamus, numerosas profecias bíblicas se cumpriram de forma bastante confiável. Assim, por exemplo, Daniel anunciou corretamente o futuro domínio dos gregos (Dn 11.1-4; cf. Zc 9.13). Isaías previu o Messias isento de pecado que morreria por conta da culpa da humanidade e, mesmo assim, seria rejeitado por ela (Is 53). Jesus advertiu antecipadamente contra a iminente destruição do templo em Jerusalém (Mt 24.1-2). Tudo isso depõe a favor de grande confiabilidade e justifica a confiança nas profecias bíblicas que hoje ainda estão pendentes sobre o futuro da história mundial. Jesus prometeu voltar à terra corporalmente uma segunda vez, para estabelecer nela um reino com um longo período de paz (Zc 14.8-9; Mt 24.29-31; Ap 20.4-6). Por fim, ele fala de um julgamento de todos os homens. Aqueles que lhe pediram o perdão dos seus pecados, desejando viver com ele, desfrutarão então disso por toda a eternidade (Ap 21). Todos os outros sofrerão em um lugar distante de Deus, porque sem Deus é impossível uma existência permanentemente feliz e realizada.

Notas

  1. Cf. Allan Hall, Die geheimen Offenbarungen: Nostradamus (Viena: Tosa Verlag, 2003), p. 8-23; Elmar Gruber, Nostradamus: sein Leben, sein Werk und die wahre Bedeutung seiner Prophezeiungen (Munique: Scherz Verlag, 2003), p. 314-348.
  2. Cf. Manfred Dimde, Nostradamus. Prophezeiungen für das 21. Jahrhundert (Niedernhausen: Falken Verlag, 1997/1999).
  3. Departamento Federal de Estatística Alemão, “Expectativa de vida na Alemanha praticamente inalterada”, Destatis, 9 de jul. 2021. Disponível em: https://www.destatis.de/DE/Presse/Pressemitteilungen/2021/07/PD21_331_12621.html.
  4. Cf. Sandra Louven, “Crise na Espanha: por que os bilhões da UE sozinhos não levam ao crescimento”, Handelsblatt, 24 de fev. 2021. Disponível em: https://www.handelsblatt.com/politik/international/wirtschaft-in-not-krise-in-spanien-warum-eu-milliarden-allein-nicht-zu-wachstum-fuehren/26933690.html?ticket=ST-505350-rYru5O23iLGhbgIGJBfK-ap3.
  5. V. J. Hewitt e Peter Lorie, Die unglaublichen Weissagungen des Nostradamus zur Jahrtausendwende (Gütersloh: Bertelsmann, 1991).

Michael Kotsch leciona na Bibelschule Brake, Alemanha, desde 1995. Nos últimos anos, escreveu vários livros sobre ética e a história da igreja.

Fonte: https://revista.chamada.com.br/articles/992-as-profecias-de-nostradamus-confiaveis-ou-duvidosas