domingo, 19 de junho de 2011

A FINALIDADE DA CRUZ


Antigo batistério no deserto do Neguev.

"Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim..." 

(Gl 2.19b-20).

A ilusão do "símbolo" do cristianismo
Os elementos anticristãos do mundo secular dariam tudo para conseguir eliminar manifestações públicas da cruz. Ainda assim, ela é vista no topo das torres de dezenas de milhares de igrejas, nas procissões, sendo freqüentemente feita de ouro e até ornada com pedras preciosas. A cruz, entretanto, é exibida mais como uma peça de bijuteria ao redor do pescoço ou pendurada numa orelha do que qualquer outra coisa. É preciso perguntarmos através de que tipo estranho de alquimia a rude cruz, manchada do sangue de Cristo, sobre a qual Ele sofreu e morreu pelos nossos pecados se tornou tão limpa, tão glamourizada.
Não importa como ela for exibida, seja até mesmo como joalheria ou como pichação, a cruz é universalmente reconhecida como símbolo do cristianismo – e é aí que reside o grave problema. A própria cruz, em lugar do que nela aconteceu há 19 séculos, se tornou o centro da atenção, resultando em vários erros graves. O próprio formato, embora concebido por pagãos cruéis para punir criminosos, tem se tornado sacro e misteriosamente imbuído de propriedades mágicas, alimentando a ilusão de que a própria exibição da cruz, de alguma forma, garante proteção divina. Milhões, por superstição, levam uma cruz pendurada ao pescoço ou a tem em suas casas, ou fazem "o sinal da cruz" para repelir o mal e afugentar demônios. Os demônios temem a Cristo, não uma cruz; e qualquer um que não foi crucificado juntamente com Ele, exibe a cruz em vão.
A "palavra da cruz": poder de Deus
Paulo afirmou que a "palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus" (1 Co 1.18). Assim sendo, o poder da cruz não reside na sua exibição, mas sim na sua pregação; e essa mensagem nada tem a ver com o formato peculiar da cruz, e sim com a morte de Cristo sobre ela, como declara o evangelho. O evangelho é "o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê" (Rm 1.16), e não para aqueles que usam ou exibem, ou até fazem o sinal da cruz.
O que é esse evangelho que salva? Paulo afirma explicitamente: "venho lembrar-vos o evangelho que vos anunciei... por ele também sois salvos... que Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras" (1 Co 15.1-4). Para muitos, choca o fato do evangelho não incluir a menção de uma cruz. Por quê? Porque a cruz não era essencial à nossa salvação. Cristo tinha que ser crucificado para cumprir a profecia relacionada à forma de morte do Messias (Sl 22), não porque a cruz em si tinha alguma ligação com nossa redenção. O imprescindível era o derramamento do sangue de Cristo em Sua morte como prenunciado nos sacrifícios do Antigo Testamento, pois "sem derramamento de sangue não há remissão" (Hb 9.22); "é o sangue que fará expiação em virtude da vida" (Lv 17.11).
Não dizemos isso para afirmar que a cruz em si é insignificante. O fato de Cristo ter sido pregado numa cruz revela a horripilante intensidade da maldade inata ao coração de cada ser humano. Ser pregado despido numa cruz e ser exibido publicamente, morrer lentamente entre zombarias e escárnios, era a morte mais torturantemente dolorosa e humilhante que poderia ser imaginada. E foi exatamente isso que o insignificante ser humano fez ao seu Criador! Nós precisamos cair com o rosto em terra, tomados de horror, em profundo arrependimento, dominados pela vergonha, pois não foram somente a turba sedenta de sangue e os soldados zombeteiros que O pregaram à cruz, mas sim nossos pecados!
A cruz revela a malignidade do homem e o amor de Deus
Assim sendo, a cruz revela, pela eternidade adentro, a terrível verdade de que, abaixo da bonita fachada de cultura e educação, o coração humano é "enganoso... mais do que todas as cousas, e desesperadamente corrupto" (Jr 17.9), capaz de executar o mal muito além de nossa compreensão, até mesmo contra o Deus que o criou e amou, e que pacientemente o supre. Será que alguém duvida da corrupção, da maldade de seu próprio coração? Que tal pessoa olhe para a cruz e recue dando uma reviravolta, a partir de seu ser mais interior! Não é à toa que o humanista orgulhoso odeia a cruz!
Ao mesmo tempo que a cruz revela a malignidade do coração humano, entretanto, ela revela a bondade, a misericórdia e o amor de Deus de uma maneira que nenhuma outra coisa seria capaz. Em contraste com esse mal indescritível, com esse ódio diabólico a Ele dirigido, o Senhor da glória, que poderia destruir a terra e tudo o que nela há com uma simples palavra, permitiu-se ser zombado, injuriado, açoitado e pregado àquela cruz! Cristo "a si mesmo se humilhou, tornando-se obediente até à morte, e morte de cruz" (Fp 2.8). Enquanto o homem fazia o pior, Deus respondia com amor, não apenas Se entregando a Seus carrascos, mas carregando nossos pecados e recebendo o castigo que nós justamente merecíamos.
A cruz prova que existe perdão para o pior dos pecados
Existe, ainda, um outro sério problema com o símbolo, e especialmente o crucifixo católico que exibe um Cristo perpetuamente pendurado na cruz, assim como o faz a missa. A ênfase está sobre o sofrimento físico de Cristo como se isso tivesse pago os nossos pecados. Pelo contrário, isso foi o que o homem fez a Ele e só podia nos condenar a todos. Nossa redenção aconteceu através do fato de que Ele foi ferido por Jeová e "sua alma [foi dada] como oferta pelo pecado" (Is 53.10); Deus fez "cair sobre ele a iniqüidade de nós todos" (Is 53.6); e "carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados" (1 Pe 2.24).
A morte de Cristo é uma evidência irrefutável de que Deus precisa, em Sua justiça, punir o pecado, que a penalidade precisa ser paga, caso contrário não pode haver perdão. O fato de que o Filho de Deus teve que suportar a cruz, mesmo depois de ter clamado a Seu Pai ao contemplar em agonia o carregar de nossos pecados ["Se possível, passe de mim este cálice!" (Mt 26.39)], é prova de que não havia outra forma de o ser humano ser redimido. Quando Cristo, o perfeito homem, sem pecado e amado de Seu Pai, tomou nosso lugar, o juízo de Deus caiu sobre Ele em toda sua fúria. Qual deve ser, então, o juízo sobre os que rejeitam a Cristo e se recusam a receber o perdão oferecido por Ele! Precisamos preveni-los!
Ao mesmo tempo e no mesmo fôlego que fazemos soar o alarme quanto ao julgamento que está por vir, precisamos também proclamar as boas notícias de que a redenção já foi providenciada e que o perdão de Deus é oferecido ao mais vil dos pecadores. Nada mais perverso poderia ser concebido do que crucificar o próprio Deus! E ainda assim, foi estando na cruz que Cristo, em seu infinito amor e misericórdia, orou: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem" (Lc 23.34). Assim sendo, a cruz também prova que existe perdão para o pior dos pecados, e para o pior dos pecadores.
Cuidado: não anule a cruz de Cristo!
A grande maioria da humanidade, entretanto, tragicamente rejeita a Cristo. E é aqui que enfrentamos outro perigo: é que em nosso sincero desejo de vermos almas salvas, acabamos adaptando a mensagem da cruz para evitar ofender o mundo. Paulo nos alertou para tomarmos cuidado no sentido de não pregar a cruz "com sabedoria de palavra, para que se não anule a cruz de Cristo" (1 Co 1.17). Muitos pensam: "É claro que o evangelho pode ser apresentado de uma forma nova, mais atraente do que o fizeram os pregadores de antigamente. Quem sabe, as técnicas modernas de embalagem e vendas poderiam ser usadas para vestir a cruz numa música ou num ritmo, ou numa apresentação atraente assim como o mundo comumente faz, de forma a dar ao evangelho uma nova relevância ou, pelo menos, um sentido de familiaridade. Quem sabe poder-se-ia lançar mão da psicologia, também, para que a abordagem fosse mais positiva. Não confrontemos pecadores com seu pecado e com o lado sombrio da condenação do juízo vindouro, mas expliquemos a eles que o comportamento deles não é, na verdade, culpa deles tanto quanto é resultante dos abusos dos quais eles têm sido vitimados. Não somos todos nós vítimas? E Cristo não teria vindo para nos resgatar desse ato de sermos vitimados e de nossa baixa perspectiva de nós mesmos e para restaurar nossa auto-estima e auto-confiança? Mescle a cruz com psicologia e o mundo abrirá um caminho para nossas igrejas, enchendo-as de membros!" Assim é o neo-evangelicalismo de nossos dias.
Ao confrontar tal perversão, A. W. Tozer escreveu: "Se enxergo corretamente, a cruz do evangelicalismo popular não é a mesma cruz que a do Novo Testamento. É, sim, um ornamento novo e chamativo a ser pendurado no colo de um cristianismo seguro de si e carnal... a velha cruz matou todos os homens; a nova cruz os entretêm. A velha cruz condenou; a nova cruz diverte. A velha cruz destruiu a confiança na carne; a nova cruz promove a confiança na carne... A carne, sorridente e confiante, prega e canta a respeito da cruz; perante a cruz ela se curva e para a cruz ela aponta através de um melodrama cuidadosamente encenado – mas sobre a cruz ela não haverá de morrer, e teimosamente se recusa a carregar a reprovação da cruz."
A cruz é o lugar onde nós morremos em Cristo
Eis o "x" da questão. O evangelho foi concebido para fazer com o eu aquilo que a cruz fazia com aqueles que nela eram postos: matar completamente. Essa é a boa notícia na qual Paulo exultava: "Estou crucificado com Cristo". A cruz não é uma saída de incêndio pela qual escapamos do inferno para o céu, mas é um lugar onde nós morremos em Cristo. É só então que podemos experimentar "o poder da sua ressurreição" (Fp 3.10), pois apenas mortos podem ser ressuscitados. Que alegria isso traz para aqueles que há tempo anelam escapar do mal de seus próprios corações e vidas; e que fanatismo isso aparenta ser para aqueles que desejam se apegar ao eu e que, portanto, pregam o evangelho que Tozer chamou de "nova cruz".
Paulo declarou que, em Cristo, o crente está crucificado para o mundo e o mundo para ele (Gl 6.14). É linguagem bem forte! Este mundo odiou e crucificou o Senhor a quem nós amamos – e, através desse ato, crucificou a nós também. Nós assumimos uma posição com Cristo. Que o mundo faça conosco o que fez com Ele, se assim quiser, mas fato é que jamais nos associaremos ao mundo em suas concupiscências e ambições egoístas, em seus padrões perversos, em sua determinação orgulhosa de construir uma utopia sem Deus e em seu desprezo pela eternidade.
Crer em Cristo pressupõe admitir que a morte que Ele suportou em nosso lugar era exatamente o que merecíamos. Quando Cristo morreu, portanto, nós morremos nEle: "...julgando nós isto: um morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou" (2 Co 5.14-15).
"Mas eu não estou morto", é a reação veemente. "O eu ainda está bem vivo." Paulo também reconheceu isso: "...não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço" (Rm 7.19). Então, o que é que "estou crucificado com Cristo" realmente significa na vida diária? Não significa que estamos automaticamente "mortos para o pecado, mas vivos para Deus em Cristo Jesus" (Rm 6.11). Ainda possuímos uma vontade e ainda temos escolhas a fazer.
O poder sobre o pecado
Então, qual é o poder que o cristão tem sobre o pecado que o budista ou o bom moralista não possui? Primeiramente, temos paz com Deus "pelo sangue da sua cruz" (Cl 1.20). A penalidade foi paga por completo; assim sendo, nós não tentamos mais viver uma vida reta por causa do medo de, de outra sorte, sermos condenados, mas sim por amor Àquele que nos salvou. "Nós amamos porque ele nos amou primeiro" (1 Jo 4.19); e o amor leva quem ama a agradar o Amado, não importa o preço. "Se alguém me ama, guardará a minha palavra" (Jo 14.23), disse o nosso Senhor. Quanto mais contemplamos a cruz e meditamos acerca do preço que nosso Senhor pagou por nossa redenção, mais haveremos de amá-lO; e quanto mais O amarmos, mais desejaremos agradá-lO.
Em segundo lugar, ao invés de "dar duro" para vencer o pecado, aceitamos pela fé que morremos em Cristo. Homens mortos não podem ser tentados. Nossa fé não está colocada em nossa capacidade de agirmos como pessoas crucificadas mas sim no fato de que Cristo foi crucificado de uma vez por todas, em pagamento completo por nossos pecados.
Em terceiro lugar, depois de declarar que estava "crucificado com Cristo", Paulo acrescentou: "logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2.20). O justo "viverá por fé" (Rm 1.17; Gl 3.11; Hb 10.38) em Cristo; mas o não-crente só pode colocar sua fé em si mesmo ou em algum programa de auto-ajuda, ou ainda num guru desses bem esquisitos.
A missa: negação da suficiência da obra de Cristo na cruz
Tristemente, a fé católica não está posta na redenção realizada por Cristo de uma vez para sempre na cruz, mas na missa, que, alegadamente, é o mesmo sacrifício como o que foi feito na cruz, e confere perdão e nova vida cada vez que é repetida. Reivindica-se que o sacerdote transforma a hóstia e o vinho no corpo literal e no sangue literal de Cristo, fazendo com que o sacrifício de Cristo esteja perpetuamente presente. Mas não há como trazer um evento passado ao presente. Além do mais, se o evento passado cumpriu seu propósito, não há motivo para querer perpetuá-lo no presente, mesmo que pudesse ser feito. Se um benfeitor, por exemplo, paga ao credor uma dívida que alguém tem, a dívida sumiu para sempre. Seria sem sentido falar-se em reapresentá-la ou reordená-la ou perpetuar seu pagamento no presente. Poder-se-ia lembrar com gratidão que o pagamento já foi feito, mas a reapresentação da dívida não teria valor ou sentido uma vez que já não existe dívida a ser paga.
Quando Cristo morreu, Ele exclamou em triunfo: "Está consumado" (Jo 19.30), usando uma expressão que, no grego, significa que a dívida havia sido quitada totalmente. Entretanto, o novo Catecismo da Igreja Católica diz: "Como sacrifício, a Eucaristia é oferecida como reparação pelos pecados dos vivos e dos mortos, e para obter benefícios espirituais e temporais de Deus" (parágrafo 1414, p. 356). Isso equivale a continuar a pagar prestações de uma dívida que já foi plenamente quitada. A missa é uma negação da suficiência do pagamento que Cristo fez pelo pecado sobre a cruz! O católico vive na incerteza de quantas missas ainda serão necessárias para fazê-lo chegar ao céu.
Segurança para o presente e para toda a eternidade
Muitos protestantes vivem em incerteza semelhante, com medo de que tudo será perdido se eles falharem em viver uma vida suficientemente boa, ou se perderem sua fé, ou se voltarem as costas a Cristo. Existe uma finalidade abençoada da cruz que nos livra dessa insegurança. Cristo jamais precisará ser novamente crucificado; nem os que "foram crucificados com Cristo" ser "descrucificados" e aí "recrucificados"! Paulo declarou: "porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus" (Cl 3.3). Que segurança para o presente e para toda a eternidade!

O que devo fazer?

 O que devo fazer?
Norbert Lieth
“O que devo fazer? Não agüento mais!” Há algum tempo, a representante da fundação suíça Pro Juventude disse em um programa de rádio que essa questão é uma das que mais preocupa os jovens.
A pergunta “O que devo fazer?” é tão antiga quanto o próprio pensamento. O famoso filósofo Immanuel Kant já apresentava questionamentos semelhantes por volta de 1770: “O que posso saber? O que devo fazer? O que posso esperar? O que é o homem?”.
O homem pode procurar em muitos lugares, mas não terminará sua busca enquanto não recorrer à Bíblia. Só ela pode nos dar uma resposta conclusiva sobre o que devemos fazer e para que existimos.
Certa vez perguntou-se ao Senhor Jesus: “Que faremos para realizar as obras de Deus?” (Jo 6.28), ao que Ele respondeu: “A obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (v.29).
A maior desgraça do ser humano é não crer em Jesus. Não há negligência maior! Em comparação, todas as outras experiências negativas são meros grãozinhos de areia. Quem está caído num buraco escuro estará disposto a fazer qualquer coisa para sair dele. Mesmo ao enfrentar males menores nos dispomos a enfrentar riscos maiores apenas para melhorar nossa reputação. Mas a solução do problema original de nossa vida é a fé em Jesus Cristo.
No dia de Pentecostes os judeus perceberam que não estavam realmente bem, apesar de seguirem todos os preceitos da lei. Devido à pregação cristocêntrica de Pedro aconteceu o seguinte: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos?” (At 2.37). A resposta de Pedro foi a única correta: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo” (v.38). O resultado não deixou de aparecer: “Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas” (v.41).
Saulo de Tarso era um homem que odiava Jesus e Sua Igreja de todo o seu coração. Transtornado pela ira, ele fazia de tudo para destruir a Igreja dos cristãos. Mas um dia o Senhor o encontrou. Vencido por esse acontecimento sobrenatural, Saulo fez a pergunta decisiva: “Senhor, que queres que faça?” (At 9.6, RC). O Senhor perdoou os pecados de Saulo e escolheu-o como apóstolo das nações. Além disso, ele recebeu um novo nome: Paulo.
O carcereiro de Filipos tinha a tarefa de vigiar dois prisioneiros com especial cuidado: o apóstolo Paulo e seu companheiro Silas. Esse guarda durão estava acostumado a muitas coisas. Ele cumpria sua tarefa seguindo regras rígidas, mas isso não lhe trazia satisfação. Ele teve tempo para observar Paulo e Silas. Assim, percebeu que eles não se queixavam da sua desgraça, mas começaram a cantar, sim, a louvar a Deus. De repente um terremoto abalou a prisão, de forma que as portas se abriram e as cadeias de todos os prisioneiros se romperam (At 16.26). O carcereiro acordou do seu sono, percebeu sua situação comprometedora e quis matar-se com sua espada (v.27). Talvez ele já estivesse questionando sua vida há muito tempo, sentindo-se frustrado por aquilo que havia dentro e em volta dele. Paulo percebeu isso e consolou-o. Depois disso o homem fez a pergunta decisiva: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (At 16.30). Paulo respondeu sem hesitar: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (v.31). A fé nessa mensagem revolucionou a vida do carcereiro – ele tornou-se um novo homem no mais verdadeiro sentido da palavra: “Naquela mesma hora da noite, cuidando deles, lavou-lhes os vergões dos açoites. A seguir, foi ele batizado, e todos os seus. Então, levando-os para a sua própria casa, lhes pôs a mesa; e, com todos os seus, manifestava grande alegria, por terem crido em Deus” (v. 33-34).
Vamos analisar com mais atenção as perguntas do filósofo Immanuel Kant, mencionadas no início:
O que posso saber? Você pode saber que Jesus é a esperança para a vida de todos. Para Ele não há casos perdidos. Você também pode saber que Ele tem poder para perdoar os pecados e dar não somente vida nova, mas vida eterna. Você pode saber que Jesus oferece um tipo de segurança que não acaba amanhã nem depois de amanhã. A vida espiritual do apóstolo Paulo começou com a pergunta: “Quem és tu, Senhor?... Senhor, que queres que faça?” (At 9.5-6). Pouco antes de sua morte, já idoso, ele pôde testemunhar: “...porque sei em quem tenho crido...” (2 Tm 1.12).
O que devo fazer? Os exemplos citados anteriormente mostram que é preciso decidir-se por Jesus, pois “a obra de Deus é esta: que creiais naquele que por ele foi enviado” (Jo 6.29). As pessoas que tinham escutado a pregação de Pedro no Pentecostes aceitaram a Palavra de Deus de boa vontade. O carcereiro de Filipos ficou feliz por ter se tornado crente junto com toda a sua casa – esse foi um ato de decisão consciente. Ele se colocou à disposição do Senhor.
O que você deve fazer? Aceite o convite de Deus feito por meio do Seu profeta: “Buscai-me e vivei” (Am 5.4).
O que posso esperar? Quem realmente procura Deus vai encontrá-lO, obterá perdão dos pecados e viverá! Tal pessoa pode ter a esperança de que o Senhor nunca mais a abandonará e a conduzirá até a eternidade. Em Jesus, os fardos são aliviados, a esperança nasce, orações são atendidas e as dificuldades existentes são transpostas. Não dependemos mais de nós mesmos: Jesus está conosco!
O que é o homem? Sem Jesus ele é uma vítima indefesa de Satanás e do pecado. Mas com e por meio de Jesus o homem ganha uma nova posição: ele se torna filho de Deus, co-herdeiro de Jesus e, assim, herdeiro do Pai celeste. Então vale o seguinte: “E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas” (2 Co 5.17).

Razões Biológicas

Os Riscos Biológicos e Bíblicos do Aconselhamento Centralizado no Problema

Em nosso livro Christ-Centered Ministry Versus Problem-Centered Counseling [não disponível em português – NR], revelamos as origens do aconselhamento centrado no problema e afirmamos que essa abordagem foi uma das coisas que o movimento de aconselhamento psicológico herdou de seus precursores mesmerianos e freudianos. Nesse livro e em textos anteriores, mostramos os paralelos entre o movimento do aconselhamento psicológico e o movimento do aconselhamento bíblico, particularmente na tendência que os dois têm de adotar a abordagem centrada no problema.
A Associação Americana de Conselheiros Cristãos (AACC) está oferecendo novamente um curso intitulado “Cuidando de Pessoas à Maneira de Deus II”. A Associação afirma que “mais de 50.000 pessoas e igrejas se inscreveram no primeiro curso”. A primeira pergunta que eles fazem para convencer as pessoas a pagarem a taxa de inscrição de 400 dólares é: “Sua família e seus amigos costumam pedir sua ajuda para resolverem seus problemas?” (negrito acrescentado) Esse é exatamente um dos muitos exemplos de como o aconselhamento centrado no problema tornou-se a quintessência dos que se auto-intitulam conselheiros cristãos.
Resolver problemas não deveria ser o objetivo central do ministério pessoal do Corpo de Cristo. Os problemas deveriam ser vistos como oportunidades para se aproximar do Senhor e crescer espiritualmente. Não estamos dizendo: “Não fale sobre problemas!” Não se trata de escolher uma coisa ou outra; é uma questão de qual é a ênfase e de como os problemas são tratados e usados para motivar um crente a buscar o Senhor, acompanhá-lo e dar mais um passo no processo de sua transformação na semelhança de Cristo. O conselho que damos aos crentes é que diminuam e generalizem as conversas sobre seus problemas e se concentrem em usá-los como um lembrete de que precisam se aproximar de Deus. A preocupação com os problemas e a busca de soluções através do aconselhamento são fatores que freqüentemente inibem o crescimento espiritual. Em resumo: Cristo deve ser o centro de todo ministério cristocêntrico; mas, no aconselhamento centrado no problema, são os problemas que costumam ocupar a posição central.
Em certas situações, existem razões biológicas e bíblicas para não se usar o aconselhamento centrado no problema.

Razões Biológicas

O aconselhamento centrado no problema pode ser particularmente perigoso quando existem desordens físicas desconhecidas. Ao longo de toda a história da psiquiatria e da psicoterapia, houve enfermidades físicas não-detectadas que foram tratadas como distúrbios mentais, e isso ainda acontece. Dois exemplos são a paresia geral, resultante da invasão do cérebro pela espiroqueta da sífilis, e a psicose pelagrosa, causada por uma carência alimentar de ácido nicotínico. Várias pessoas que sofriam de uma dessas doenças foram diagnosticadas como esquizofrênicas e tratadas de acordo. O caso abaixo é apenas um dos muitos exemplos desse tipo de erro de diagnóstico.
Uma mulher de vinte e dois anos apresentava certos sintomas semelhantes aos da esquizofrenia. Em vez de indicar um exame físico minucioso, o psiquiatra a quem ela foi encaminhada diagnosticou seu problema como esquizofrenia e prescreveu o tratamento indicado para o caso. Porém, mais tarde, descobriu-se que a depressão e as alucinações que ela relatava eram causadas por uma psicose pelagrosa, provocada por uma dieta tão rigorosa que a fazia praticamente passar fome.
Ainda hoje, muitas pessoas que na verdade estão sofrendo de problemas físicos são encaminhadas erradamente para a psicoterapia.
Tratar uma pessoa dessas com psicoterapia ou medicação psicotrópica, em vez de tratar do problema físico, não só impede a possível cura como ainda acrescenta mais sofrimento à agonia da própria doença. Dá para imaginar quantas pessoas sofriam desses distúrbios físicos e foram tratadas com técnicas psicológicas por um psiquiatra ou psicoterapeuta por ignorância da verdadeira causa do problema? Até a doença de Parkinson já foi considerada um distúrbio mental e tratada com psicoterapia.
Isso nos leva à questão dos erros de diagnóstico e da tendência de encaminhar as pessoas para a psicoterapia. Ainda hoje, muitas pessoas que na verdade estão sofrendo de problemas físicos são encaminhadas erradamente para a psicoterapia. O neuropsiquiatra Sydney Walker III diz:
Todo ano, centenas de milhares de americanos que na verdade estão sofrendo de problemas médicos comuns como hipertireoidismo, doença de Lyme e até desnutrição são diagnosticados erradamente como portadores de distúrbios psiquiátricos. Pesquisas mostram que a proporção de erros de diagnóstico é superior a 4 em cada 10.
Existe uma grande quantidade de problemas físicos que apresentam sintomas mentais e emocionais – sintomas comportamentais. Alguns desses distúrbios biológicos estão em seus estágios embrionários – ainda não são detectáveis. Esses sintomas podem provocar desconforto no próprio indivíduo e gerar problemas de relacionamento. Muitas vezes, quando nenhuma doença é identificada, os conselheiros que adotam uma abordagem centrada no problema tratam desses distúrbios como se fossem problemas psicológicos ou espirituais. Entretanto, um ministro cristocêntrico conseguirá ajudar as pessoas, qualquer que seja a origem do problema, desviando o foco dos problemas o mais depressa possível e passando para uma abordagem centrada em Cristo, e usando os problemas como um catalisador para que a pessoa tenha um relacionamento mais íntimo com Cristo. Nós somos seres biológicos e espirituais ao mesmo tempo. Portanto, quando for o caso, o conselheiro deve sugerir que a pessoa que está procurando ajuda consulte um médico para fazer um exame de saúde.

Razões Bíblicas

Existem razões doutrinárias para que uma pessoa que procura ajuda ministerial não discuta certos problemas de sua vida com outros e para que os que a ajudam não incentivem essa prática nem participem desse tipo de conversa. Discutiremos apenas quatro das muitas doutrinas bíblicas violadas pelas abordagens de aconselhamento psicológico ou bíblico centradas nos problemas.

Violação da unidade da carne no casamento

O casamento proporciona muitas oportunidades de crescimento espiritual. Porém, em vez de usarem essas oportunidades de uma forma construtiva, os cônjuges geralmente se concentram nos problemas, jogam a culpa um no outro, e querem que a outra pessoa ou as circunstâncias mudem. Em vez de buscar ao Senhor e pedir que Ele opere em sua vida, essas pessoas procuram aconselhamento, contam seus problemas e esperam que o conselheiro faça alguma coisa (mude as circunstâncias ou o outro cônjuge). Muitas vezes, as pessoas querem que o conselheiro faça com que o outro cônjuge entenda seu ponto de vista. Se o aconselhamento não resolve os problemas, as pessoas sentem que já fizeram tudo que podiam, acham que não existe a menor chance de que as coisas mudem, e partem para a separação e o divórcio – tudo isso às custas do bem-estar de seus filhos.
O aconselhamento conjugal assumiu grandes proporções no mundo e na igreja. Mas, à medida que o número de pessoas que procuram aconselhamento conjugal foi crescendo, a taxa de divórcios aumentou. E isso inclui os cristãos professos, que estão se divorciando aproximadamente na mesma proporção que os não-cristãos.
Mas o que a Bíblia diz?
“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5.21).
“As mulheres sejam sujeitas a seus maridos, como ao Senhor” (Ef 5.22).
“Maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja e por ela se entregou a si mesmo” (Ef 5.25).
Em vez de buscar ao Senhor e pedir que Ele opere em sua vida, muitos casais procuram aconselhamento, contam seus problemas e esperam que o conselheiro faça alguma coisa (mude as circunstâncias ou o outro cônjuge).
Baseados nesses versículos, concluímos que as seguintes atividades de aconselhamento centrado no problema são antibíblicas:
1. Não é bíblico discutir problemas conjugais com outras pessoas ou queixar-se do cônjuge na presença de outros.
Se um marido ama sua esposa como Cristo ama a igreja, não vai expor suas fraquezas e falhas diante dos outros (inclusive dos filhos). Se a esposa honra seu marido, sujeitando-se a ele (como a igreja a Cristo) e amando-o (Tito 2.3-4), não vai expor suas fraquezas e fracassos diante dos outros (inclusive dos filhos). É claro que existem exceções necessárias, como no caso de maus tratos ou abusos sexuais na família, ou de pecados como a pornografia, uso de drogas ilícitas ou embriaguez, que devem ser levados ao conhecimento da liderança da igreja, e, nos casos em que houver violação da lei civil, devem também ser denunciados às autoridades civis.
2. Não é bíblico discutir problemas conjugais com outras pessoas ou queixar-se do cônjuge na sua ausência.
Provérbios 18.17 diz: “O que começa o pleito parece justo, até que vem o outro e o examina”. Muitas vezes, um dos cônjuges tenta fazer com que um conselheiro ou amigo concorde com seu ponto de vista, falando do outro cônjuge na sua ausência. O que apresenta a situação primeiro pode conseguir o apoio do conselheiro ou amigo, mas a verdade às vezes vem à tona mais tarde. Além disso, essa forma de maledicência provoca ainda mais atrito no casamento e acaba sendo o tipo de fofoca que separa as pessoas. Provérbios 17.9 adverte: “O que encobre a transgressão adquire amor, mas o que traz o assunto à baila separa os maiores amigos”.
3. Não é bíblico discutir problemas conjugais com outras pessoas para fazer com que o outro cônjuge mude.
Se duas pessoas estão em conflito e uma delas acha que a culpa é da outra, elas estão desperdiçando uma ótima chance tentando mudar a outra pessoa ou simplesmente esperando que ela mude. Esse conflito pode ser uma excelente oportunidade de crescimento espiritual. Se nos concentramos demais no outro e naquilo que precisa mudar na vida dele, podemos acabar não enxergando mais nada e desperdiçando uma boa oportunidade. Toda dificuldade que enfrentamos na vida é uma chance que temos de crescer espiritualmente (Romanos 5.1-5; Romanos 8.28-29). Muitas vezes os crentes oram para que Deus mude a outra pessoa, quando eles mesmos precisam se aproximar do Senhor, conhecê-lO melhor e amá-lO mais completamente. Todo crente tem inúmeras oportunidades de se concentrar em seu próprio relacionamento com Cristo, de esperar que Ele opere em sua vida para que haja crescimento espiritual, e de confessar seus próprios pecados, em vez de se preocupar com as falhas e fraquezas dos outros. Quando concentramos nossa atenção nas mudanças que precisam ocorrer na vida de outras pessoas, isso interrompe nossa própria transformação e crescimento espiritual (veja Gênesis 3.12-13).

Desonrando pai e mãe

Quando o aconselhamento centrado no problema procura encontrar a causa dos problemas no modo como a pessoa foi criada, isso geralmente leva o indivíduo a violar o mandamento: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá” (Êxodo 20.12). Mesmo que uma pessoa esteja com problemas, o quinto mandamento tem que ser obedecido. Esse mandamento exige exatamente o que diz – honrar pai e mãe. Para isso, é necessário não desonrar pai e mãe diante de terceiros, principalmente se eles não estão presentes para se defender (Provérbios 18.17).
Os conselheiros que usam abordagens centradas no problema permitem muitas vezes que seus aconselhados desonrem pai e mãe. Freqüentemente, eles até incentivam e participam do processo. Os que seguem a fórmula freudiana desonram seus pais e mães jogando sobre eles a culpa de seus problemas, principalmente sobre as mães. Isso contraria a Bíblia.
Ministros que centram seu aconselhamento em Cristo não precisam falar sobre a mãe e o pai da pessoa que procura ajuda. Eles devem desestimular essa prática de atribuir a culpa aos pais e mudar o foco para a busca de um crescimento espiritual que leve o indivíduo a tornar-se semelhante a Cristo. Afinal de contas, todo crente verdadeiro é nascido de novo e tem um novo Pai, uma nova família e um Espírito Santo que habita dentro dele.

Pondo a culpa no passado

“Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lo alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3.13, 14).
O apóstolo tinha boas razões para, sob a unção do Espírito Santo, colocar-se como um exemplo a ser seguido. Muitos conselheiros que usam a abordagem centrada no problema enfatizam o passado e se concentram nele, embora isso não seja bíblico. Ficar preso ao passado pode ser um grande empecilho para prosseguir “para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.
Além disso, concentrar-se no passado maximiza o que foi feito ao velho homem da carne, que deve ser mortificado, e não “curado” ou consertado. Quando reviramos o passado para tentar encontrar explicações para os problemas do presente, jogamos a culpa em outras pessoas e circunstâncias, e não nas responsabilidades e possibilidades do próprio indivíduo. Além disso, por causa da própria natureza da memória, não se consegue lembrar do passado sem aumentar, enfeitar, omitir ou criar detalhes para preencher as lacunas. Portanto, esse método de ajuda é falho, pois o cérebro tem uma capacidade de memorização limitada e tende a distorcer os fatos.
Muitos conselheiros que usam a abordagem centrada no problema enfatizam o passado e se concentram nele, embora isso não seja bíblico.

Cristo cuidou do passado de cada crente na cruz, ao morrer pelos nossos pecados. Quando os crentes se identificam com a morte e a ressurreição de Cristo, eles são libertos do passado da carne, e também de seu poder. Eles adquirem uma nova vida em Cristo e devem viver de acordo com ela. Toda tentativa de curar as feridas do passado é inútil, porque não se deve tentar curar o que deveria estar morto e enterrado. Isso fortalece a carne e leva a um modo de viver carnal, e não a um andar segundo o Espírito. Ministros cristocêntricos estimulam e ajudam a pessoa a deixar seu passado aos pés da cruz e prosseguir “para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”.

Concentrando a atenção no ego e fortalecendo a carne

“No sentido de que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe segundo as concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso entendimento, e vos revistais do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade” (Ef 4.22-24).
“Então, disse Jesus a seus discípulos: Se alguém quer vir após mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-me” (Mt 16.24; veja também Marcos 8.34 e Lucas 9.23).
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20).
Como já dissemos anteriormente, o cliente (i.e., o ego) chega com um problema, e o aconselhamento é direcionado para o ego e seu problema. Desse modo, o aconselhamento centrado no problema é, na verdade, centrado no ego. Os dois estão intrinsecamente ligados. Seria melhor chamar essa atividade antibíblica de “aconselhamento centrado no problema/ego”.

Concentrando-se nos problemas

Mesmo que a causa de um problema pudesse ser corretamente identificada, será que isso traria solução para o problema, ou serviria apenas como justificativa ou desculpa?
Quando uma pessoa vai pedir conselhos a alguém, geralmente é porque existe um problema. Assim, este se torna o ponto central do conselho. A abordagem de aconselhamento centrada no problema gasta muito tempo discutindo os problemas (em geral de forma bastante detalhada) para descobrir sua causa. Entretanto, esse longo processo acaba se transformando num exercício de suposição. Os psicólogos podem tentar encontrar a causa dos problemas no inconsciente e no passado (pais e circunstâncias) ou nas situações que a pessoa está vivendo atualmente e em sua forma errada de pensar. Os conselheiros bíblicos podem tentar encontrar a causa nos ídolos do coração (Jeremias 17.9-10) e/ou identificar pecados relacionados com versículos bíblicos, como a embriaguez (1 Coríntios 6.9-11), por exemplo. Porém, isso nos lembra os três amigos de Jó, que embora apresentassem explicações para seus problemas como se tivessem conhecimento de causa, estavam apenas fazendo conjecturas baseadas em seu próprio conhecimento e entendimento limitado. Eles acabaram acusando Jó injustamente e apresentando uma imagem falsa de Deus. Só Deus conhece o coração e o que precisa ser mudado. Nós só vemos o pecado exterior, e podemos ter que confrontá-lo se necessário. Entretanto, grande parte do aconselhamento centrado no problema baseia-se em suposições acerca do indivíduo. Mas, mesmo que a causa pudesse ser corretamente identificada, será que isso traria solução para o problema, ou serviria apenas como justificativa ou desculpa?

Um exemplo

De acordo com o Psychotherapy Networker, um periódico voltado para profissionais de saúde mental, “80% dos terapeutas particulares fazem terapia de casais” (Vol. 26, No. 6, p. 28). Imagine a seguinte situação:
Um casal está com um problema e procura o terapeuta para se aconselhar. Para que o aconselhamento seja feito, eles precisam dizer qual é o problema. Ele fala, ela fala, e geralmente o terapeuta faz perguntas que esclarecem ainda mais os detalhes do problema. Os dois cônjuges geralmente irritam um ao outro ou discordam do ponto de vista que cada um tem sobre a questão. O terapeuta foi treinado para não tomar partido, mas apenas moderar as interações enquanto os problemas são expostos, tipicamente sem emitir julgamento, embora isso esteja mudando, e hoje em dia já existam conselheiros que tomam partido de um ou outro lado. Quando a terapeuta já ouviu o suficiente, são feitas sugestões e recomendações e, confiantes, os dois cônjuges se comprometem a se esforçar para melhorar a situação. Uma nova consulta é marcada para que o casal diga se houve progressos ou não.
Quer se trate de um casal ou de apenas um indivíduo, o cenário não muda muito. Qualquer que seja o problema, ele é o ponto central de toda a conversa. Como a tarefa do conselheiro é resolver problemas, ele precisa conhecer os detalhes. O conselheiro que adota uma abordagem centrada no problema precisa ouvir toda a explicação da situação, tentar entender o problema baseado numa teoria ou suposição qualquer, e oferecer algum tipo de solução. No caminho até chegar às sugestões e tarefas para casa, se existirem, com certeza os princípios bíblicos descritos neste artigo serão violados: a unidade da carne no casamento, honrar pai e mãe, jogar a culpa no passado, colocar o eu em primeiro lugar e fortalecer a carne.

Olhando para Jesus

No ministério cristocêntrico, não é preciso conhecer os problemas específicos nem saber os detalhes. Também não há necessidade de tentar descobrir a causa dos problemas. Em vez disso, tanto a pessoa que procura ajuda quanto a que presta auxílio devem agir de modo bíblico e espiritual diante da vida. Andar segundo o Espírito é viver conforme o exemplo de vida de Cristo e, portanto, andar em amor.
À medida que o fruto do Espírito se desenvolve em nossa vida, vamos aprendendo a amar como Ele ama, a descansar na Sua paz que excede todo entendimento, e até a sentir Sua alegria.
O amor é sempre o ponto central na vida cristã. O amor deve ser alimentado e incentivado. Deve haver um fluxo constante de amor, que inclui misericórdia e sinceridade. O amor também envolve obediência ao Senhor. Portanto, se existe algum pecado conhecido, o fluxo de amor diminui.
O foco do ministério não deve estar nos problemas. Colocar o foco nos problemas e trazer à tona as coisas desagradáveis que aconteceram com a pessoa é algo que costuma aumentar a intensidade dos problemas. Portanto, deve-se desestimular essa exposição dos detalhes e incentivar a pessoa a buscar ao Senhor e à Sua Palavra.
O quê? Mas como os problemas podem ser resolvidos se não forem descritos nos mínimos detalhes? Em primeiro lugar, Deus já conhece o problema. Ele sabe o que precisa ser mudado em cada uma das pessoas envolvidas. Alguém de fora vai ter apenas uma visão parcial, na melhor das hipóteses.
No ministério cristocêntrico, a ênfase está em Cristo – e Cristo crucificado – e em tudo que isso envolve. Como declarou Paulo: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Coríntios 3.18). À medida que conhecemos Cristo melhor e nos concentramos nEle – em Seu amor, Seu sacrifício, Sua perseverança e paciência, Sua longanimidade, Sua paz, Sua alegria – vamos ficando cada vez mais semelhantes a Ele. Então, à medida que o fruto do Espírito se desenvolve em nossa vida, vamos aprendendo a amar como Ele ama, a descansar na Sua paz que excede todo entendimento, e até a sentir Sua alegria – um tipo de alegria que Lhe permitiu suportar o suplício da cruz.
Na abordagem cristocêntrica, tanto a pessoa que procura ajuda quanto o conselheiro estudam e aplicam a Palavra de Deus. Eles dedicam tempo à Palavra de Deus para que o Espírito Santo tenha oportunidade de trabalhar em ambos.
“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração. E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas” (Hebreus 4.12-13).
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2 Timóteo 3.16-17).
O conselheiro que adota uma abordagem centrada em Cristo entra nesse relacionamento sabendo que deve incentivar e orientar o aconselhado a conhecer melhor o amor de Cristo e a ser transformado na imagem dEle. O aconselhado pode aprender e usar sugestões dadas pelo conselheiro, porém é ele que tem a responsabilidade final de discernir a vontade do Senhor e de fazer o que Ele exige, colocando-se diante do Senhor em oração e pedindo ajuda ao único verdadeiro Conselheiro.
Na abordagem cristocêntrica, tanto a pessoa que procura ajuda quanto o conselheiro estudam e aplicam a Palavra de Deus.
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa, não sendo nada, a si mesmo se engana. Mas prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro. Porque cada um levará o seu próprio fardo” (Gálatas 6.1-5).

Conclusão

Um conselheiro cristocêntrico ajuda a pessoa a tirar o foco dos problemas e colocá-lo em Cristo, o mais depressa possível. O conselheiro não precisa conhecer o problema, e muito menos saber de detalhes. Se o cliente não puder falar dos defeitos de seu cônjuge, de seu pai ou de sua mãe, se não puder passar horas falando do passado, se não puder fugir da autonegação, um psicólogo ou conselheiro cristão que adote a abordagem centrada no problema provavelmente não saberá o que fazer e provavelmente ficará perplexo. Mas qualquer conselheiro cristão estaria agindo de maneira antibíblica se encorajasse ou provocasse esse tipo de conversa.
Por outro lado, há muito para se dizer e fazer no ministério cristocêntrico, pois ele ensina e proclama Cristo crucificado e tudo o que a Palavra diz sobre Ele. Entretanto, como tudo converge para Cristo e para o relacionamento do crente com Ele, o conselheiro precisa dizer como João Batista: “Convém que ele cresça e que eu diminua” (João 3.30). O trabalho é permanente, mas o papel do conselheiro vai se tornando cada vez mais secundário.
O ministério cristocêntrico incentiva a autonegação, o viver para Cristo e o crescer em Cristo. Ninguém pode fazer tanto para mudar a vida de um indivíduo quanto ele mesmo e o Senhor trabalhando juntos. Como recomendou Paulo aos crentes:
“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor; porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade. Fazei tudo sem murmurações nem contendas, para que vos torneis irrepreensíveis e sinceros, filhos de Deus inculpáveis no meio de uma geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo, preservando a palavra da vida” (Filipenses 2.12-16a).
Não há nada no mundo que se compare nem de longe com o que todo crente verdadeiro tem à sua disposição para ajudá-lo a viver a vida em sua plenitude, crescer até a estatura de Cristo e transmitir vida a outras pessoas. Que cada um de nós tenha a coragem para ministrar o amor de Deus em misericórdia e verdade, evitando os perigos do aconselhamento centrado no problema.

Fonte: http://www.chamada.com.br/mensagens/aconselhamento.html

NOVAS NOTICIAS


A natureza continua, de forma progressiva, dando seus gemidos. No final de abril e começo de maio, os Estados Unidos presenciaram a chegada dos tornados mais agressivos da história na região sul, especialmente no Alabama, Mississipi e Arkansas, causando centenas de mortes e grande destruição. No dia em que começamos a preparar esta edição (23/05/11), mais um violento tornado atingiu o estado de Missouri, causando, até o momento, mais de 115 mortes. Há poucas horas, raios atingiram Bangladesh matando 40 pessoas.
Tornados são comuns nos EEUU, principalmente nesta época. Porém, o que nos chama a atenção é a magnitude desses fenômenos.
No dia 11/05 ocorreu em Lorca, Espanha, o maior terremoto naquela nação nos últimos 50 anos, destruindo grande parte da cidade atingida. No dia 15/05/11, um forte tremor de 6.0º ocorreu na Dorsal Meso Atlântica, a aproximadamente 1.200 km da costa brasileira na altura de Rio Grande do Norte. Algo inusitado na região. Vários outros tremores têm ocorrido no Atlântico nos últimos dias, principalmente na área das Ilhas Sandwich do Sul, na placa Scotia.
Os próprios números apontam para um incremento progressivo dos terremotos. Por exemplo, a média anual de tremores entre 5.0º e 5.9º é de 1319. Apenas até o dia 26 de abril (sem contar os que já ocorreram de lá para cá), já foram contabilizados 1017 tremores neste início de 2011... A média anual de tremores entre 6.0º e 6.9º é de 134. Até o dia 26 de abril haviam ocorrido, neste ano, 119 tremores dessa magnitude! (1)
Na Islândia, a exemplo do que ocorreu no ano passado, um vulcão entrou em erupção, lançando grande quantidade de cinzas na atmosfera. Trata-se do vulcão Grimsvotn e as consequências podem ser semelhantes às do ano passado, com outros países sendo afetados e centenas de vôos sendo cancelados. Pouco antes de postar esta edição, fomos informados que cerca de 500 vôos já foram cancelados nas últimas horas. São dois vulcões em erupção na Islândia num prazo de alguns meses...
Coisas surpreendentes estão ocorrendo na natureza e ninguém pode dizer que está isento disso. É conveniente que estejamos preparados para qualquer eventualidade, até mesmo aquelas que as pessoas julgam "impossíveis". A natureza, definitivamente, não está vivendo no equilíbrio que muitos pensam... As dores dela estão se intensificando (Romanos 8:22).
ORIENTE MÉDIO: O MOMENTO DO TRATADO SE APROXIMA
Coisas bem intrigantes têm ocorrido nos últimos dias em relação a essa questão. Após a notícia mundialmente divulgada sobre a captura e morte de Bin Laden, o presidente dos EEUU, Barack Obama, veio a publico no dia 19/05/11, para declarar que o acordo de paz entre Israel e a Autoridade Palestina, com a conseqüente criação do Estado Palestino, deveria considerar as fronteiras de 1967.
Como é sabido por quase todos, em 1967 ocorreu a Guerra dos Seis Dias, quando Israel conquistou vários territórios. Alguns desses territórios já foram devolvidos. Outros continuam controlados por Israel. Então, a declaração de Obama causou uma forte reação do governo israelense, o qual não está disposto a ceder mais territórios ocupados desde 1967...
Cinco dias depois da primeira declaração, Obama veio a publico neste domingo (22/05/11) para dizer que "seu plano para a criação de um Estado palestino em terras ocupadas por Israel inclui uma troca de territórios mutuamente acordada e não seguirá exatamente a fronteira de antes da guerra de 1967" (2)
OBAMA BUSCA CONCRETIZAR SEU PLANO DE PAZ
De acordo com o próprio presidente americano, "é isso que significa troca mútua". Ao mesmo tempo, Obama não poupou Israel de uma alfinetada. Ele pediu que Israel se dedique às negociações de paz e disse que não há tempo para procrastinação. "Não podemos esperar uma década, duas décadas, três décadas", disse o presidente americano. "Não importa quão difíceis sejam as negociações. Precisamos reconhecer que o fracasso em tentar não é uma opção. O status quo não é sustentável", garantiu.
Considerando todas essas informações, podemos estar diante de um momento profeticamente decisivo. Durante muito tempo se cogitou como poderia ser reconstruído o Templo judeu no mesmo lugar onde já esteve em épocas passadas (Monte do Templo). É amplamente conhecido que naquele lugar funciona atualmente uma mesquita islâmica.
Alguns falavam que, para propiciar o cumprimento das profecias, poderia haver um grande terremoto no local ou até mesmo um ataque, que, de alguma forma, destruísse o Domo da Rocha e fizesse possível a reconstrução do Templo.
No entanto, ao acompanhar tudo isso que está ocorrendo nos últimos dias, vemos que as coisas podem ocorrer através do que o próprio Barack Obama chama de "troca mútua"... Israel, em tese, poderia ceder alguns territórios à Autoridade Palestina, em troca de um local histórico, como é o Monte do Templo.
Vamos continuar acompanhando essa situação. Se essa "troca" ocorrer no acordo, podemos dizer, sem medo de errar, que estaremos diante de uma dos mais importantes cumprimentos proféticos de todos os tempos, posto que o Senhor Jesus revela que a abominação desoladora ocorrerá no lugar santo (Mateus 24:15).
Pelo andar da carruagem e pelo senso de urgência que o assunto tomou nos últimos dias, alguma decisão poderá ser tomada num curto prazo de tempo, ainda que a maior parte dos analistas não acredite nisso. A União Europeia, ONU e Rússia, que junto aos EEUU formam o QUARTETO, dão completo apoio às palavras de Barack Obama. Sem dúvidas, para Obama, que busca a reeleição, um acordo desse porte traria um ganho político praticamente impossível de superar.
Sabemos que, por trás das decisões e anúncios das autoridades mundiais, há seres espirituais da maldade influenciando e manipulando cada decisão, com o objetivo de revelar o anticristo e seu sistema. Que estejamos atentos às entrelinhas do que está ocorrendo na questão relacionada ao "tratado de paz" entre israelenses e palestinos. Esse tratado pode marcar o início da última semana de Daniel...
E atenção! No momento em que finalizamos esta edição, o premiê israelense Binyamin Netanyahu afirma em discurso no Congresso dos EUA que a busca da paz com os palestinos irá exigir "concessões dolorosas". Elas incluem a entrega "de terras bíblicas queridas para os judeus".
Parece que as coisas começam a se encaixar... Vamos permanecer atentos.

NETANYAHU DISCURSA NOS EEUU: TRATADO PODE ESTAR PRÓXIMO
MAIS PROTESTOS NA EUROPA: A UNIÃO EUROPÉIA CAMBALEIA
Não resta a menor dúvida que a União Europeia passa por maus momentos. Ela está cambaleando.
Em 1974, o falecido pastor David Wilkerson, recebeu uma revelação sobre uma confusão econômica que viria sobre todo o mundo, uma crise que afetaria o modo de viver de todas as pessoas sobre a terra e os economistas mundiais não poderiam o ocorrido. Essa crise financeira mundial final, segundo as revelações recebidas por Wilkerson, começará na Alemanha, se estenderá ao Japão e por fim aos Estados Unidos.
Diante de revelações como estas, o mais prudente é esperar e considerar com discernimento. No entanto, apenas analisando o que vem ocorrendo há meses na Europa, não pode ser descartado, de forma alguma, que uma grande crise financeira mundial surja a partir do Velho Continente. Os fatos parecem apontar para isso...
No dia 13/05/11, e economia de Portugal entrou oficialmente em recessão. Nos últimos dias, protestos têm ocorrido em várias partes da Europa. Na verdade, essas manifestações já vêm ocorrendo há algum tempo, como temos noticiado. Porém, agora parece ser algo mais organizado e coeso.
A agência portuguesa Lusa noticiou que têm circulado pelo Facebook e Twitter convocatórias para manifestações e "acampamentos" em cidades como Lisboa, Paris, Londres, Roma, Berlim e Bruxelas. Na Espanha, essas manifestações ocorrem há vários dias, organizadas pelo movimento "Democracia Real Já". Temos comentado algumas vezes sobre o alto índice de desemprego na Espanha. Em apenas uma semana, o risco da dívida espanhola cresceu 18,5% (3)
Essa apreensão não se limita à Espanha ou a Portugal. Há grande incerteza com relação à economia da Grécia. O FMI tem advertido sobre a Irlanda e ontem (23/05/11) a Itália veio a publico para desmentir notícias sobre sua economia. A agência de classificação de risco Standard & Poor's reduziu a perspectiva de crédito da Itália a "negativa", citando a fraca projeção de crescimento da economia e as menores possibilidades do país reduzir sua dívida.
Dia 23/05/11, recebemos a informação de que o dólar fechou em alta "por temores com economia europeia" (4). Ora, se os investidores estão correndo para o dólar, moeda que também não está despertando grande confiança, é um claro sinal de que as coisas não andam bem com o Euro.
Vamos continuar atentos. Aquilo que está ocorrendo e poderá ocorrer no seio da União Europeia poderá trazer importantes desdobramentos proféticos. Quem estiver atento, perceberá na hora certa...
OBAMA PEDE MAIS ENDIVIDAMENTO
Quando alertamos aqui para a ruptura do atual sistema financeiro que rege o mundo, posto que um novo sistema (o da besta) precisa ser instaurado, muitos podem pensar que estamos exagerando. No entanto, se alguém importante alertasse para a possibilidade de uma crise pior do que a de 2008 vir sobre o mundo, será que todos acreditariam? E se esse "alguém importante" fosse o presidente dos Estados Unidos?
Pois é. O presidente americano, no dia 15/05/11, alertou para recessão pior do que a de 2008 se o limite de dívida não subir [5]. Segundo Obama, se o Congresso dos EEUU não elevar o limite do endividamento do país, isso poderá ocasionar uma crise financeira e recessão econômica pior que a de 2008 e 2009, pois os investidores e credores começariam a duvidar da capacidade de o governo norte-americano honrar suas dívidas.
Em outras palavras, o presidente americano está pedindo ao seu Congresso que permita que a dívida externa pública americana, que já é estratosférica, suba ainda mais, caso contrário haverá uma crise financeira sem precedentes. Como já temos comentado aqui, a dívida dos EEUU já está bem próxima do PIB americano e, já nos próximos meses, caso as coisas continuem iguais, ultrapassará o PIB. Ou seja, chegará um momento, caso continue o quadro atual, que nem juntando todo o PIB americano dará para pagar a dívida. Atualmente, essa dívida cresce 3,93 bilhões dólares por dia [6]
A economia global se baseia na confiança de que o devedor pagará o seu credor. São pessoas que têm um pedaço de papel com a promessa de que o governo pagará. Caso haja uma quebra nessa confiança, todo o sistema cai.
Através de notícias como estas vemos o quão próximos estamos da reestruturação do sistema financeiro mundial, o qual será a base de atuação do sistema da besta (Apocalipse 13:16-18)
ELENIN: CÁLCULOS PARA CONSIDERAR
Já comentamos em ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS sobre a descoberta e aproximação do cometa Elenin. Até o momento, não se sabe ao certo o tamanho e a massa desse corpo celeste ou, pelo menos, isso não é publicamente divulgado. A aproximação máxima entre o Elenin e a Terra ocorrerá no mês de outubro. No dia 17 de outubro, O Elenin estará a 0.232 A.U da Terra, considerando como 1 AU a distância aproximada entre a Terra e o Sol.
Tivemos acesso a um material muito interessante, o qual afirma que, toda vez que o Elenin se alinha com a Terra e o Sol, ocorrem grandes sismos em nosso planeta. A princípio, quando lemos essa informação, suspeitamos da veracidade dela, porém, acessando o próprio simulador da NASA, vimos que o estudo é bem procedente. O simulador da trajetória do cometa Elenin pode ser encontrado no seguinte endereço:
Agora vejam a sequência de alinhamentos do cometa Elenin com o Sol e a Terra, comparem com os fenômenos sísmicos que têm ocorrido e decidam se é simples coincidência ou se esse corpo celeste, de alguma forma que ainda não é compreendida em profundidade pela ciência, está contribuindo para gerar grandes tremores na Terra.
No dia 3 de setembro de 2010, o Elenin se alinhou com o Sol e Terra a uma distância de 6.26 A.U. da Terra. Naquele dia, houve um terremoto de magnitude 7,1º na cidade de Christ Church (Nova Zelândia).
No dia 27 de fevereiro de 2010 houve um alinhamento entre o Elenin, o Sol e a Terra. Naquele dia ocorreu um terremoto de 8,8º no Chile, gerando, inclusive, um tsunami no Pacífico. Segundo dados da própria NASA, naquele dia o Elenin estava a uma distância de 6.03 AU da Terra.
No dia 11 de março de 2011 houve o grande terremoto no Japão, com tsunami. Daquele mesmo dia até do dia 15 de março de 2011, o Elenin apresentou um alinhamento com o Sol e a Terra a uma distância aproximada de 2.14 AU da Terra...
Então, vale a pena ficar atento. Os próximos alinhamentos previstos, desta vez a distâncias muito menores, posto que o Elenin se encontra cada vez mais próximo da Terra e alcançará sua proximidade máxima em outubro, são:
Entre 26/09/11 e 28/09/11. Nesse (s) dia (s), o cometa Elenin faz um alinhamento com a Terra e o Sol a uma distância de aproximadamente 0.338 AU de nosso planeta. Curiosamente, Mercúrio também fica alinhado nestas datas.
Entre os dias 22/11/11 e 24/11/11 a uma distância de 0.6 AU da Terra.
Não estamos afirmando nada. Apenas destacando que esses dados são interessantes e merecem ser estudados e lembrando que a trajetória do Elenin, exposta às variáveis cósmicas, pode sofrer modificações também.
A profecia bíblica fala claramente de “sinais do céu” nos últimos tempos e de grandes comoções cósmicas. Vale a pena ficarmos atentos ao que está ocorrendo lá fora...
O CONDICIONAMENTO PARA A PERSEGUIÇÃO AVANÇA
Dia após dia, os ingredientes principais para propiciar a última onda de perseguição contra a Igreja estão sendo misturados. Essa derradeira perseguição mundial, de acordo com a própria revelação apocalíptica, será comandada em seus anos finais por satanás, ao ser lançado na Terra. Ele, através do anticristo e do falso profeta, perseguirá a Igreja, sendo que parte da Igreja será sobrenaturalmente protegida "no deserto" e outra parte permanecerá no sistema para testemunhar (Apocalipse 12:13-17).
Obviamente, essa perseguição não surgira do nada. A exemplo do que ocorreu no século I, nos tempos de Nero, onde deu-se a primeira grande perseguição institucional do Império Romano contra a Igreja do Senhor, haverá pretextos...
Ao ver o que está ocorrendo hoje em dia, podemos perceber que já existem várias condições para que tais pretextos sejam usados. Atualmente, todo cristão que não está disposto a negociar sua fé é tratado como um preconceituoso e intolerante quando, por exemplo, mostra que a vontade de Deus se opõe à prática homossexual.
Até mesmo as imprudências, loucuras e escândalos gerados por pessoas que se denominam "cristãs" fazem com que a verdadeira Igreja, por tabela, sofra as consequências. Toda vez que um líder cristão é associado a malversação de recursos financeiros, toda vez que um líder religioso ou instituição religiosa é associado a pedofilia e abuso sexual de crianças, toda vez que instituições, como o fez recentemente a Family Radio, saem por aí ensinando aquilo que não faz parte da revelação bíblica e geram descrédito, falsas expectativas, aversão a tudo associado ao Evangelho e chacota, vai criando-se, paulatinamente, o condicionamento necessário na mente das pessoas para deixá-las cada vez mais odiosas em relação a tudo o que se adora ou que se chama Deus (II Tessalonicenses 2:4).
É claro que a verdadeira Igreja não tem comunhão com essas loucuras e desvios, mas, na mente das pessoas não existe essa separação, posto que a Igreja de Cristo só pode ser discernida e conhecida espiritualmente. Vemos que essa é uma das maquinações malignas do espírito do anticristo.
Então, podemos assim classificar os ingredientes que estão formando o cenário para a última perseguição institucional contra a verdadeira Igreja:
Doutrinamento maligno através da mídia (filmes, música, artistas, livros) contra a verdadeira fé e a verdadeira Igreja, associando a verdadeira postura cristã a ideias retrógradas, preconceituosas, doentias e descartáveis. Esse doutrinamento satânico vem ocorrendo há décadas. Um singelo exemplo disso ocorreu há poucos dias. A mundialmente famosa cantora americana Katy Perry disse que "não teve infância" porque sua mãe a obrigava a ler a Bíblia.
Não há como negar que essa campanha vem sendo divulgada nas últimas décadas e nós cremos que é uma campanha consciente e planejada pelas forças do mal.
Associação maligna entre os desvios, escândalos, loucuras, ganância e falsas promessas do institucionalismo religioso apóstata e a verdadeira Igreja, querendo fixar na mente das pessoas a ideia de que todos fazem parte "do mesmo saco".
Note que as notícias relacionadas a esse tipo de condutas sempre tentam associar seus autores aos termos "cristão fundamentalista", "evangélico" ou "grupo cristão"...
Quando já estávamos a ponto de publicar esta edição, recebemos o e-mail de um querido irmão com a seguinte manchete que só faz corroborar o que tínhamos escrito acima: "Fim do mundo agora será em 21 de outubro, garante profeta"...
Hoje, dia 24/05/11, foi divulgado pelas principais agências de notícias que o pastor Harold Camping, o autor do ensino de que o arrebatamento (Dia do Juízo) se daria no dia 21 de maio, agora está ensinando que o fim ocorrerá no dia 21 de outubro...
Não vamos aqui deter-nos para mostrar o quão anti-bíblico é o ensino de Camping. Um comentário mais amplo sobre o erro interpretativo e doutrinário do Family Radio você pode acessar aqui . Ensinar que o arrebatamento e/ou o Dia do Juízo ocorrerão antes do que a Bíblia revela e antes do cumprimento dos sinais previamente revelados é um erro.
No entanto, o que gostaríamos de destacar é precisamente o que comentamos no início... Raciocine conosco... Qual é a imagem que o mundo está absorvendo em toda essa situação? A de um pastor evangélico, com a Bíblia na mão, falando sobre arrebatamento e profecias bíblicas, ensinando sobre datas que não se cumprem e aumentando o descrédito e escárnio por parte da população mundial...
Isso faz ou não parte de um gigantesco processo de condicionamento para atingir, por tabela, a verdadeira Igreja e a verdadeira profecia? Por que os grandes meios de comunicação não divulgam com o mesmo interesse o ensino de mestres cristãos equilibrados e sérios, que pregam com propriedade sobre as questões escatológicas? Por que o verdadeiro ensino sobre o arrebatamento e a vinda de Cristo não é destacado com o mesmo interesse na grande mídia mundial?
É hora de despertar. A maior de todas as perseguições sobre a verdadeira Igreja se aproxima.
É por essas e outras razões que, como nos mostra o apóstolo Pedro, mesmo em meio aos mais claros sinais da proximidade da volta de Cristo, os ímpios vão escarnecer e perguntar de forma altiva:
"...Onde está a promessa da sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação" (II Pedro 3:4)
Está revelado. A Igreja será odiada por todas as nações do mundo (Mateus 24:9). Pretextos malignos serão usados para tal. Não obstante, nossa missão é continuar pregando as boas novas de salvação, mesmo em meio a esse clima que antecede a derradeira perseguição institucional contra a verdadeira Igreja de Cristo e mesmo em meio aos falsos evangelistas, pastores, profetas e cristos.

ORIENTE MÉDIO: CONTINUAMOS ACOMPANHANDO OS FATOS
O cenário no Oriente Médio continua avançando, tanto no que se refere ao "acordo" (Daniel 9:27), como em relação à configuração da aliança que invadirá o Oriente Médio sob o comando de Gog.
A guerra civil continua na Líbia. Uma guerra civil não declarada ocorre no Iêmen. Há protestos no Irã e no Egito. Na Síria, há outra guerra civil não declarada, onde milhares já têm morrido nos violentos protestos contra o regime do ditador Bashar al Assad.
No dia 10/06/11, o Exército sírio deslocou tropas para uma cidade da fronteira turca para capturar "inimigos armados", segundo a TV estatal síria. De acordo com a ONU, mais de 10.000 de sírios já cruzaram a fronteira com a Turquia, fugindo do atual conflito.
A aliança entre Rússia (Gog) e Irã (Pérsia) fica cada vez mais entrosada. Tudo indica que os presidentes dos dois países se reunirão nesta semana em Xangai, na China.
O impressionante é que todas essas mudanças no Oriente Médio e no norte da África têm ocorrido em poucos meses. Há um ano, ninguém cogitaria isso nem acreditaria que todos esses fatos pudessem ocorrer ao mesmo tempo... Isso nos mostra claramente que as coisas, no tempo em que estamos vivendo, poderão ocorrer de forma muito rápida. Que estejamos preparados...
Enquanto isso, continua a novela em relação ao acordo entre Israel e Autoridade Palestina. Já temos comentado sobre a possibilidade de troca de territórios e sobre a questão do Monte do Templo.
O último capítulo desse enredo é que os EUA anunciaram que vetarão qualquer tentativa da Autoridade Palestina de tentar proclamar o Estado Palestino na ONU, sem a necessidade de uma prévia negociação com Israel.
Lembramos aqui que a Assembleia Geral da ONU pode reconhecer o Estado Palestino. Vários países já o fizeram, entre eles o Brasil. No entanto, para se transformar em um Estado reconhecido pela organização, a proposta teria que obter a recomendação do Conselho de Segurança, que seria vetada pelos Estados Unidos, um dos integrantes desse Conselho.
O impasse continua, mas a pressão para a resolução dele aumenta a cada dia.

ECONOMIA BRASILEIRA: UM IMPORTANTE INDÍCIO

Hoje, dia 13/06/11, recebemos uma informação do cenário financeiro que é um importante indício. Essa notícia se refere ao mercado imobiliário em São Paulo. Foi noticiado que o mercado imobiliário em São Paulo, o principal do país, mostra desaquecimento por causa da disparada de preços.
De acordo com as informações, as vendas de unidades residenciais novas na capital paulista despencaram 43,7% em relação ao mesmo período de 2010. Essas informações são do Secovi-SP (Sindicato da Habitação).
É bom ficarmos atentos a esse fato. Os riscos de superaquecimento da economia brasileira têm sido apontados há meses por vários especialistas. Uma das formas de crise financeira é a chamada "bolha imobiliária".
Saindo do Brasil e indo à União Europeia, no dia 09/06/11, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Luís Amado, afirmou que "...é preciso garantir a estabilidade monetária da zona euro, considerando que o sistema financeiro internacional não resistiria ao colapso da moeda da União Europeia..."
Temos trazido várias informações sobre a real situação da economia européia. A informação mais nova nesse contexto vem da Grécia. Hoje, dia 13/06/11, o país grego vive seu 20º dia de protestos contra a situação financeira e os planos de austeridade do governo grego.
Ainda no terreno financeiro global, é muito importante estar atento a quem ocupará a chefia vaga do FMI, depois da surpreendente saída de Strauss Khan. Há vários candidatos, entre eles a francesa Christine Lagarde e o israelense Stanley Fischer, o qual já foi vice no FMI e agora anuncia sua candidatura à presidência do FMI.
E atenção, há poucas horas foi noticiado que a Grécia se tornou o país com a pior nota de crédito do mundo, após a S&P (Standard & Poor's) reduzir a classificação de risco do país em três níveis e considerar uma moratória cada vez mais provável.
A Palavra de Deus continua se cumprindo. O princípio de dores continua avançando rumo às dores em si. Guerras, rumores de guerras, fomes, pestes e terremotos em vários lugares.
Na narrativa do Senhor Jesus, logo depois que Ele descreve os sinais do princípio de dores, Ele diz que os Seus seriam odiados "por todas as nações" (Mateus 24:7-9). Há poucos dias, fomos informados que, em média, morre um cristão a cada cinco minutos no mundo. Esse número, certamente, se intensificará até o fim.
Devemos estar preparados em todos os sentidos, principalmente no aspecto espiritual. No entanto, também nos aspectos emocional e material. Por exemplo, há poucos dias, o risco de desabastecimento de alimentos e combustível provocou uma corrida a postos e supermercados de Boa Vista (RR).
O estado brasileiro de Roraima, que enfrenta a temporada de chuvas mais rigorosa de sua história, ficou isolado por via terrestre durante alguns dias. Diante dos profundos desequilíbrios naturais que estamos presenciando, ninguém pode dizer que vive num meio que esteja isento disso.
Em todo o mundo os sinais continuam ocorrendo. É óbvio que a grande mídia, comprometida com o atual sistema, sonega muitas informações ou simplesmente as desmente.
Um singelo exemplo disso é o que está ocorrendo no Japão. A grande mídia já não aborda mais as questões relacionadas à grande contaminação ocorrida no Japão e às sequelas que ela ainda trará.
No entanto, a contaminação ainda existe por lá. Há poucos dias foi detectado um nível excessivo de estrôncio no mar de Fukushima, numa contagem que seria 53 vezes superior aos padrões de segurança. Estrôncio pode causar câncer ósseo e leucemia.
Saiba que o Senhor está no controle de tudo e de todos. Mesmo nos momentos mais difíceis, Ele estará conosco. A nossa salvação em Cristo é eterna. Nele, somos novas criaturas. Ele já venceu a morte. O Senhor é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na tribulação. Se você leu este artigo e ainda não tem a certeza da salvação eterna em Jesus, faça agora mesmo um compromisso com Ele! Convide-o para entrar em seu coração e mostrar-lhe a verdade que liberta. Veja porque você precisa ser regenerado e justificado, para viver a boa, perfeita e agradável vontade eterna do Criador e estar firme Nele diante de qualquer circunstância

sábado, 18 de junho de 2011

Implante eletrônico no cérebro pode melhorar a sua memória

  Uma das coisas que vimos em alguns filmes de ficção científica e que projetamos para o nosso futuro é a cirurgia de implante cerebral, que pode melhorar a nossa vida de várias formas. Seja para oferecer a visão aos deficientes visuais, ou para permitir que você consiga assistir as 10 temporadas da sua série preferida sem precisar de uma TV, implantar um chip para aumento da capacidade cerebral pode ser a solução de boa parte dos nossos problemas. E parece que estamos um pouco mais próximos dessa realidade.
Implante de cérebro testado em ratos (Foto: Reprodução)Implante de cérebro testado em ratos (Foto: Reprodução)
Pesquisadores da Wake Forest University e da Universidade do Sul da Califórnia criaram um implante cerebral que ajuda a aumentar as funções do cérebro responsáveis pela memória. Essa inovação pode ser o passo inicial para o desenvolvimento de neuropróteres, que podem ajudar no tratamento de vítimas de demência, AVC e outras lesões cerebrais.
Embora ainda exista um longo caminho para que a tecnologia seja testada em seres humanos, o estudo mostra que, pela primeira vez, uma função cognitiva pode ser melhorada com um dispositivo que imita os padrões de comunicação dos neurônios. Nos últimos anos, chips semelhantes foram implantados em pessoas paralisadas, que conseguiam mover próteses ou um cursor do computador, através da força do pensamento.
Nesse novo projeto, os pesquisadores usaram as mesmas técnicas para ler a atividade neural de ratos de laboratório. Mas, dessa vez, eles traduziram os sinais internamente, para melhorar a função cerebral, ao invés de ativar funções do corpo.
Na série de experimentos, os ratos foram treinados para lembrar qual das duas alavancas idênticas eles deveriam pressionar para receber água. A tarefa era repetida, mas em cada rotina, eles tinham que lembrar qual alavanca apareceu primeiro, para fazer a mesma escolha em um momento posterior.
Para isso, os ratos tiveram uma matriz de pequenos eletrodos implantados em seu cérebro, em uma região próxima ao hipocampo, que é um setor fundamental para a formação de memórias recentes, nos ratos e nos humanos. Com isso, eles armazenavam a informação, e transmitiam o sinal para o computador, que mostrava que, conforme o progresso do experimento, a capacidade de memorização do rato aumentava.
Por fim, para efeitos práticos, os pesquisadores usaram uma droga para “desligar” o efeito do chip. Nos ratos que não estavam com o chip conectado, eles não conseguiam se lembrar qual alavanca deveria puxar para receber a água, e suas memórias recentes desapareciam em 40% após um tempo de distração. Já nos ratos com o chip, apenas 10% das memórias recentes eram perdidas, no mesmo período de distração