quinta-feira, 26 de maio de 2011

Magma da Lua contém tanta água quanto o terrestre


  
Foto: Nasa/ cortesia de Fernando Echeverria

Análise de amostra do magma da Lua mostrou mesmo teor de substâncias
que a Terra e água suficiente para encher o mar do Caribe

Estudo revelou que interior da Lua é muito parecido com o da Terra, tornando antigas teorias mais obscuras
A Lua não é seca. Na verdade, partes do interior do satélite contêm mais água que regiões inteiras do manto da Terra. São 3,5 bilhões de bilhões de litros, água suficiente para encher o mar do Caribe, uma quantidade 100 vezes maior que o imaginado, de acordo com estudo que analisou amostras de magma contido dentro de pequenos cristais, trazidos da missão Apollo 17, há quase 40 anos.

A descoberta põe em questão a teoria mais aceita para a formação da Lua. Nela, um impacto gigante de um corpo celeste do tamanho de Marte teria colidido com a Terra e os detritos fundidos deste impacto formaram a Lua. No entanto, o grande impacto teria que ter gerado altas temperaturas, o que conflita com a nova descoberta de água no interior lunar. 

“Nossos dados não excluem completamente a teoria do impacto. Só que ele não permite o alto teor de água lunar que descobrimos, já que a Lua seria o resultado da fusão quase total do material que entrou em órbita após o impacto. Porém, no vácuo do espaço, este material ficaria completamente desidratado”, explicou ao iG Erick Hauri, geoquímico do Carnegie Instituto e um dos autores do estudo publicado hoje (26) no periódico científico Science.

O mais surpreendente do estudo é que há mais semelhança entre a Lua e a Terra do que o esperado. Os resultados da análise mostram que a Lua é o único objeto em nosso Sistema Solar com teor de substâncias voláteis em seu interior tão semelhante ao manto superior da Terra. 


  
Foto: Thomas Weinreinch/ Brown University Ampliar
Fotografia optica da amostra do magma contido em pequenos cristais

As pequenas amostras – a maior amostra de magma lunar mede 30 micrometros, menos que o diâmetro de um fio de cabelo - vieram de uma área da Lua, que tinha composição similar ao manto superior da Terra. Isto quer dizer que o nível da água no magma da Lua é semelhante ao encontrado no magma da Terra, mais especificamente nos vulcões das grandes cadeias de montanhas submersas no oceano, que se originam do afastamento das placas tectônicas - os vulcões mais produtivos da Terra.

“A água desempenha um papel importante no comportamento tectônico de superfícies planetárias, o ponto de fusão de interiores planetários, bem como a localização e estilo de erupção de vulcões do planeta”, disse Hauri.

Pólo sul lunar
O novo estudo dá ainda uma nova guinada sobre a origem do gelo detectado em crateras nos pólos lunares. No ano passado, a missão LCROSS encontrou gelo em crateras no pólo sul lunar. O estudo afirmava que a água teria vindo de fora da Lua, a partir de um cometa. No entanto, com a descoberta de que há muita água no interior da Lua, o gelo poderia vir do magma. 

“Durante os eventos vulcânicos, há uma quantidade significativa de gás removido, por exemplo, a nova erupção na Islândia, a nuvem de gás veio de remoção de gás do interior da Terra. Portanto, ocorre transferência significativa do interior para a superfície, e o gás é condensado devido à baixa temperatura na superfície, se transformando em gelo”, disse ao iG Alberto Saal do departamento de Ciências Geológicas da Universidade de Brown e que também participou do estudo.

domingo, 22 de maio de 2011

O que é o arrebatamento?

O Que a Bíblia Ensina Que Vai Acontecer no Futuro?

O que é o arrebatamento?

A doutrina do arrebatamento pré-tribulacional é um ensinamento bíblico importante não só porque dá percepção quanto ao futuro, mas porque dá aos crentes uma motivação importante para uma vida contemporânea piedosa. O pré-tribulacionismo ensina que antes da tribulação, todos os membros do corpo de Cristo (vivos e mortos) serão levados nos ares para encontrar a Cristo e depois subirem ao céu.
O ensino sobre o arrebatamento é apresentado mais claramente em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Nessa passagem Paulo informa aos seus leitores que os crentes vivos na época do arrebatamento se reunirão com os que morreram em Cristo antes deles. “Depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (versículo 17). A palavra “arrebatados” traduz o verbo grego harpázo, que significa “tirar com força” ou “arrancar.” As traduções em latim do Novo Testamento usavam a palavra raptare, que significa “arrebatar”, “arrastar”, e é a origem da palavra portuguesa “raptar”. Outras passagens que ensinam o arrebatamento usando termos diferentes incluem: João 14.3; 1 Coríntios 15.51,52; 1 Tessalonicenses 1.10; 2 Tessalonicenses 2.1; Tito 2.13; Tiago 5.7,8; e 1 Pedro 1.13.

Quando acontecerá o arrebatamento?

Acreditamos que o arrebatamento pode acontecer a qualquer momento. Trata-se de um evento sem sinais e não precisa acontecer nada na história antes dele. O arrebatamento poderia ter acontecido a qualquer hora desde o primeiro século e sua ausência na história durante os últimos 2000 anos certamente nos aproxima mais dele.

O que é a doutrina da iminência?

Acreditamos que o arrebatamento pode acontecer a qualquer momento. Trata-se de um evento sem sinais e não precisa acontecer nada na história antes dele.
A doutrina da iminência é o ensinamento de que Jesus Cristo pode voltar e arrebatar a Igreja a qualquer momento, sem sinais ou aviso prévio. O Dr. Renald Showers define e descreve iminência da seguinte forma:
  1. Um evento iminente é aquele que “ameaça acontecer breve; que está sobranceiro; que está em via de efetivação imediata; impendente.” Então, iminência tem o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes do evento iminente, mas nada mais precisa acontecer antes dele. Se alguma outra coisa precisa acontecer antes que um evento possa acontecer, este evento não é iminente. Em outras palavras, a necessidade de outra coisa acontecer primeiro destrói o conceito de iminência.
  2. Já que não se sabe exatamente quando um evento iminente acontecerá, não se pode esperar que um determinado espaço de tempo passe antes do evento iminente acontecer. Logo, devemos estar sempre preparados para que ele aconteça a qualquer momento.
  3. Não se pode marcar ou implicar legitimamente uma data para seu acontecimento. Logo que alguém marca a data para um evento iminente ele destrói seu conceito de iminência, porque assim está dizendo que um determinado espaço de tempo deve transcorrer para que este evento aconteça. Marcar uma data específica para um evento é contrário ao conceito de que ele pode acontecer a qualquer momento.
  4. Não se pode dizer legitimamente que um evento iminente acontecerá em breve. A expressão “em breve” implica que um evento tem que acontecer “dentro de curto tempo (após um determinado período de tempo especificado ou sugerido).” Em comparação, um evento iminente pode acontecer em breve, mas não tem que acontecer para ser iminente. Espero que entendam agora que “iminente” não é o mesmo que “em breve.”
Várias passagens do Novo Testamento ensinam a iminência. Entre as mais citadas estão : 1 Coríntios 1.7; 16.22; Tito 2.13; Hebreus 9.28; Tiago 5.7-9; Judas 21; Apocalipse 3.11; 22.7,12,17,20.

O que acontecerá depois do arrebatamento?

Depois que Jesus Cristo arrebatar a Igreja, haverá aqui na terra um período de sete anos conhecido como tribulação. É durante este período que o anticristo surgirá. Será possível marcar datas neste período de tempo futuro porque a Bíblia dá indicações de tempo precisas em termos de anos, meses, e dias. Isso não tem nada a ver com a atual era da Igreja. No fim dos sete anos, Jesus Cristo voltará à terra e estabelecerá o reino de 1000 anos (o reino milenar), a partir da Sua capital Jerusalém. No fim deste período haverá um julgamento final, seguido do estado eterno.

O que é a tribulação?

Como foi dito antes, a tribulação é o período de sete anos que segue o arrebatamento.
Depois que Jesus Cristo arrebatar a Igreja, haverá aqui na terra um período de sete anos conhecido como tribulação.
As “70 semanas” de Daniel, profetizadas em Daniel 9.24-27, são o referencial em que a tribulação ou a septuagésima semana acontece.A “semana” a respeito da qual Daniel escreve é interpretada pela maioria dos estudiosos de profecia como sendo uma “semana de anos”, ou seja, sete anos. Estes anos seguem o intervalo das “sete semanas e sessenta e duas semanas” de Daniel 9.25. A septuagésima semana de Daniel indica um intervalo de tempo ao qual está relacionada uma série de frases descritivas. Alguns destes termos bíblicos incluem: tribulação, grande tribulação, dia do Senhor, dia da ira, dia da aflição, dia da angústia, dia da angústia de Jacó, dia de escuridão e tristeza, e ira do Cordeiro.
A tribulação é dividida em dois segmentos de três anos e meio e o principal propósito de Deus para ela é que seja um tempo de juízo. Ao mesmo tempo, a graça do evangelho será proclamada e finalmente seguida pelo reinado de 1000 anos de Cristo.

O que é a segunda vinda?

A segunda vinda de Cristo segue o arrebatamento e a tribulação. É o retorno de Cristo que encerra a tribulação. Quando Cristo voltar, o anticristo e seus exércitos serão destruídos e haverá um período de julgamento (Apocalipse 19.20,21). A segunda vinda precede imediatamente a prisão de Satanás (Apocalipse 20.1-3) e a inauguração do reino milenar. A segunda vinda é ensinada por toda a Bíblia. Entre as passagens mais importantes estão Mateus 24.27-30 e Apocalipse 19.11-16.

Qual a diferença entre a segunda vinda e o arrebatamento?

O arrebatamento e a segunda vinda são dois eventos distintos e separados pela tribulação. Um fator importante é entender o ensino do Novo Testamento de que o arrebatamento pré-tribulacional se baseia no fato de que duas vindas futuras de Cristo são apresentadas. A primeira vinda é o arrebatamento da Igreja entre as nuvens antes da tribulação, ao passo que a segunda vinda acontece no final da tribulação quando Cristo voltar à terra para começar Seu reinado de 1000 anos. Quem quiser entender o ensino bíblico do arrebatamento e da segunda vinda deve estudar e decidir se as Escrituras falam sobre um ou dois eventos futuros. Nós acreditamos que uma consideração sistemática de todas as passagens bíblicas revela que as Escrituras ensinam duas vindas futuras.
O arrebatamento é apresentado claramente em 1 Tessalonicenses 4.13-18. Ele é caracterizado na Bíblia como uma “vinda acompanhada de um traslado” (1 Coríntios 15.51,52; 1 Tessalonicenses 4.15-17) em que Cristo vem para Sua Igreja. A segunda vinda é Cristo voltando com os Seus santos, descendo do céu para estabelecer Seu reino terreno (Zacarias 14.4,5; Mateus 24.27-31).
As diferenças entre os dois eventos são harmonizadas naturalmente pela posição pré-tribulacionista, enquanto outras posições não conseguem explicar adequadamente essas diferenças.

O que são o milênio e o estado eterno?

O milênio é a doutrina bíblica e o conceito teológico do reinado de 1000 anos de Jesus Cristo na terra. O reino milenar será um reino terreno em que Cristo reinará a partir de Jerusalém e em que todos os detalhes da “promessa da terra” feita a Abraão (Gênesis 12.7) serão cumpridos (Ezequiel 47-48). O fato do reino ser terreno pode ser visto em passagens tais como Isaías 11 e Zacarias 14.9-21. Outras passagens detalhadas incluem: Salmo 2.6-9; Isaías 65.18-23; Jeremias 31.12-14, 31-37; Ezequiel 34.25-29; 37.1-6; 40-48; Daniel 2.35; 7.13,14; Joel 2.21-27; Amós 9.13,14; Miquéias 4.1-7; e Sofonias 3.9-20.
O Novo Testamento também dá testemunho importante deste reino futuro na medida em que dá continuidade à visão vétero-testamentária de um reino milenar futuro. É o reino milenar de que Jesus falou durante a ceia de páscoa antes de ser traído e crucificado:
“A seguir tomou o cálice e, tendo dado graças, o deu aos discípulos, dizendo: bebei dele todos; porque isto é o meu sangue, o sangue da [nova] aliança, derramado em favor de muitos, para remissão de pecados. E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, convosco no reino de meu Pai” (Mateus 26.27-29; veja também Marcos 14.25; Lucas 22.18).
O reino milenar será um reino terreno em que Cristo reinará a partir de Jerusalém e em que todos os detalhes da “promessa da terra” feita a Abraão serão cumpridos.
A passagem mais extensa do Novo Testamento relativa ao milênio é Apocalipse 20, em que João descreve uma seqüência cronológica: a prisão, a rebelião, e o julgamento de Satanás no milênio. Em Apocalipse 20.2-7 aparece seis vezes o número 1000, enfatizando a duração do reinado terreno de Cristo. Apesar de Apocalipse 20 ser o único lugar na Bíblia onde a duração exata do reinado de Cristo é mencionada, o reino em si é mencionado e descrito dezenas de vezes em toda a Bíblia (por exemplo, Isaías 60; 62; 65.17-66.24; Jeremias 31; Ezequiel 40-48; Daniel 2.44,45; 7.27; 12.1,2; Zacarias 14.8-21).
O reino futuro de Deus terá duas fases diferentes, o milênio e o estado eterno. Mas a grande ênfase da Bíblia está no reinado de 1000 anos de Cristo no Seu governo futuro conhecido como milênio. O milênio é uma realidade bíblica que ainda será concretizada.
No fim do milênio haverá um julgamento final, conhecido como o “julgamento do grande trono branco”, dos descrentes mortos que ressuscitarão naquela ocasião (Apocalipse 20.11-15). Os descrentes serão lançados no lago de fogo e os crentes entrarão para o estado eterno descrito em Apocalipse 21-22.

Como os eventos atuais se relacionam com a profecia?

Hoje, o mundo é um cenário sendo montado para a apresentação de um grande drama. Quais preparativos já foram feitos?
O Dr. John Walvoord descreve e resume a atual situação da montagem do cenário:
Todos os eventos históricos necessários já aconteceram. A tendência a um governo mundial, iniciada com as Nações Unidas em 1946, está preparando o caminho para o governo do fim dos tempos. O movimento da igreja mundial, formalizado em 1948, está preparando o caminho para uma super-igreja que dominará o cenário religioso depois que a verdadeira Igreja for arrebatada. O espiritismo, o ocultismo, e a crença em demônios continuará a se espalhar. O comunismo, apesar de sua filosofia ateísta,... [preparou] o mundo para uma forma final de religião mundial que exige a adoração de um ditador totalitário.
Israel e as nações do mundo estão sendo preparadas para o drama final. Mais importante ainda é que Israel está de volta à sua terra, organizado como um Estado político, e ansioso em realizar seu papel nos eventos do fim dos tempos...
A Rússia está preparada ao norte da Terra Santa para entrar no conflito do fim dos tempos. O Egito e outros países africanos não abandonaram seu desejo de atacar Israel a partir do sul. A China Vermelha no leste já possui hoje um poder militar forte o suficiente para enviar um exército tão grande quanto o descrito no livro de Apocalipse. Todas as nações estão preparadas para desempenhar o seu papel nas horas finais da história.
Nosso mundo atual está bem preparado para o começo do último ato profético que levará ao Armagedom. Uma vez que o cenário está montado para este clímax dramático dos tempos, a vinda de Cristo para os Seus deve estar muito próxima. Se já houve uma hora em que os homens deveriam considerar seu relacionamento pessoal com Jesus Cristo, este momento é hoje. Deus está dizendo a esta geração: Preparem-se para a vinda do Senhor.”
Nosso mundo atual está bem preparado para o começo do último ato profético que levará ao Armagedom.
Lembre-se de que apesar do cenário estar montado e continuar pronto para o acontecimento dos eventos da tribulação, não há nada que precise acontecer antes do arrebatamento da Igreja. Apesar do arrebatamento não ter sinais e poder acontecer a qualquer momento, os vários eventos da tribulação devem acontecer antes que a segunda vinda de Cristo ao planeta Terra possa ocorrer. Quando examinamos os eventos mundiais e a história recente, vemos muitas indicações de que as coisas estão chegando a uma conclusão. O Dr. Charles Dyer observa:
A cortina ainda não se abriu para o último ato do drama divino para a era atual. As luzes do teatro estão baixas, mas ainda assim podemos perceber movimentos atrás da cortina. Deus está colocando o cenário no seu lugar e deixando que os atores tomem as suas posições no palco mundial. Quando tudo estiver pronto, Deus permitirá a abertura da cortina.
Ao avaliarmos eventos mundiais contemporâneos, queremos entender que papel eles podem ter na montagem do cenário para os eventos profetizados na Bíblia. Ao mesmo tempo devemos lembrar que, enquanto o mundo continua a mudar, só Deus conhece o futuro. Devemos avaliar eventos atuais à luz da Bíblia, e não ao contrário. Precisamos conhecer e compreender as profecias da Bíblia para discernir melhor o papel dos atuais eventos mundiais.
Entender os eventos mundiais e as profecias bíblicas corretamente significa equilibrar a tensão entre os dois em nossas vidas diárias. O Dr. Ed Hindson escreve sobre essa tensão:
Cada um de nós planeja sua vida como se ainda fosse viver muitos anos. Temos responsabilidades com nossas famílias, com nossos filhos e netos, e com outras pessoas à nossa volta. Mas também devemos viver como se Jesus viesse a qualquer momento. É difícil para os descrentes entender a abordagem equilibrada que devemos ter do futuro. Nós crentes não tememos o futuro porque acreditamos que Deus o controla. Mas ao mesmo tempo, não o vemos com otimismo desenfreado.
Devemos estar sempre preparados para o amanhã, reconhecendo que, em última análise, é Deus, e não indivíduos, quem controla o futuro.
Temos responsabilidades com nossas famílias, com nossos filhos e netos, e com outras pessoas à nossa volta. Mas também devemos viver como se Jesus viesse a qualquer momento.

Existem salvaguardas contra a marcação de datas?

Talvez a maneira mais simples é lembrar o slogan que dizemos à nossa sociedade sobre abuso de drogas: “Simplesmente diga não!” As palavras de Jesus são claras; marcar datas não é parte do estudo da profecia. A melhor maneira de evitarmos isso em nossos estudos é através de um método de interpretação gramatical, histórica e contextual coerente, conhecido como interpretação literal. Já que o texto das Escrituras proíbe marcar datas, e sabemos que não há significados ocultos a serem descobertos através de uma abordagem interpretativa esotérica, concluímos que à medida em que estudarmos as Escrituras não encontraremos uma abordagem que nos leve a marcar datas.
Devemos sempre observar os eventos atuais (e todos os aspectos das nossas vidas) através das lentes das Escrituras. A Bíblia interpreta as notícias; as notícias não interpretam a Bíblia. A volta de Jesus Cristo é nossa esperança – não a hora da Sua volta. Não devemos ser como a criança numa viagem de carro que fica perguntando a seu pai a toda hora, “Está perto, pai?” Ou, “Falta muito?” Como o pai dirigindo o carro, sabemos que estamos nos aproximando, mas não podemos dizer com certeza quão perto estamos.

Como a profecia afeta minha vida diária?

Por Que a Profecia é Significativa Hoje?

Como a profecia afeta minha vida diária?

As profecias encontradas na Bíblia nos foram dadas para nos ajudar em nossa vida espiritual enquanto aguardamos diariamente a vinda de Cristo (2 Timóteo 3.16,17). O Dr. Charles Dyer observa:
Deus deu a profecia para mudar nossos corações, não para encher nossas mentes de conhecimento. Deus não predisse eventos futuros só para satisfazer nossa curiosidade sobre o futuro. Toda vez que anuncia eventos que ainda são futuros, Ele inclui com Suas previsões aplicações práticas para a vida. As palavras de Deus sobre o futuro contêm conselhos específicos para o “aqui, e o agora.”
A profecia é importante. Entre os benefícios de estudá-la estão: louvor a Deus (Romanos 11.36), encorajamento (1 Tessalonicenses 4.18; 5.9), estabilidade (2 Tessalonicenses 2.1-3,15), e santidade (2 Pedro 3.11,12,14,17).

Como posso manter o equilíbrio quando estudo a profecia bíblica?

Observamos que uma interpretação gramatical, histórica e contextual consistente é necessária para entender a Bíblia corretamente. E enquanto interpreta a Escritura, você deve aplicá-la em oração à sua vida. Não devemos ver a profecia com cinismo ou confusão. Ela vai acontecer e Deus usa a verdade profética para muitos propósitos. Nossa responsabilidade é entendê-la corretamente e estar prontos para deixar que Ele a use em nossas vidas. Devemos ter consciência dos benefícios e das limitações dos estudos proféticos.
Enquanto interpreta a Escritura, você deve aplicá-la em oração à sua vida.
Atualmente há um evidente e generalizado cinismo sobre a profecia bíblica. É comum ouvir pessoas dizerem de várias maneiras que não acham que a profecia bíblica seja importante. Isso geralmente leva a negligenciar quase 25 porcento da Palavra de Deus que afeta a maneira de ver a Bíblia como um todo.
Um motivo pelo qual muitos desprezam a profecia é em reação aos que marcam datas. Estes “fanáticos em profecia” prejudicam o nome de Cristo porque levam outras pessoas a evitar ao máximo os marcadores de datas. Isto produz constantes advertências contra o estudo da profecia bíblica – quando a reação correta deveria ser advertir contra a marcação de datas.
Outra razão para uma interpretação desequilibrada da profecia é vista na tendência de alguns profissionais de nível acadêmico de não levarem passagens proféticas da Bíblia tão a sério quanto seus colegas leigos. O Dr. Paul Boyer nos ajuda a entender isso quando observa:
Até ao Iluminismo, a profecia bíblica era levada a sério em todo o mundo cristão, em todos os níveis sociais e educacionais, por causa das indicações que dava sobre o plano divino de Deus. Mas à medida em que o ceticismo e o racionalismo conquistaram espaço no século dezoito, as posições acadêmicas e populares destes textos foram divergindo gradualmente. No nível popular, principalmente na América, os textos apocalípticos continuaram os mesmos: uma fonte vital de doutrina, afirmação, e previsão. Os crentes comuns continuaram a estudar suas páginas e esperar ansiosamente os eventos previstos ali.
A Dra. Marjorie Reeves, importante historiadora da profecia do fim da Idade Média faz eco aos pensamentos de Boyer:
Hoje muitas conclusões são baseadas num tipo de predição que está evoluindo sob regras derivadas do método científico... O conceito medieval de profecia pressupunha uma providência divina realizando sua vontade na história... Apesar de se formarem maneiras diferentes de ver o futuro no século dezesseis, elas eram compatíveis com as antigas doutrinas nas mentes de governantes, clérigos, e estudiosos. Só com relutância, no século dezessete, a profecia foi considerada ultrapassada como uma perspectiva em relação ao futuro...
Mas hoje a profecia deixou de ser importante exceto na periferia da civilização moderna... Talvez possamos dizer que somente quando homens inteligentes e estudados deixaram de levar a profecia a sério é que a Idade Média realmente terminou. O que desejo demonstrar é que essa mudança está ligada a uma modificação de toda a nossa atitude em relação à história e à nossa própria participação nela.
Não somos pessimistas quanto ao futuro, mas somos realistas.
A maneira de mantermos o equilíbrio no estudo da profecia bíblica é tratar toda a Bíblia de maneira coerente. A profecia bíblica não deveria ser estudada nem mais nem menos que outros assuntos bíblicos.

Qual é a esperança para o futuro?

A esperança para o crente continua sendo a volta do Senhor Jesus Cristo para os Seus no arrebatamento. Tito 2.13 admoesta os crentes a aguardar “a bendita esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus.” Neste ínterim, devemos ser fiéis a Ele, proclamar o evangelho da salvação a todos que ouvirem, e “fazer o bem a todos, mas principalmente aos da família da fé” (Gálatas 6.10). Não somos pessimistas quanto ao futuro, mas somos realistas. Temos certeza de que, sejam quais forem as manchetes de amanhã, nossa esperança e nosso destino estão em Cristo Jesus, o Vencedor Final

Marcar datas proféticas!

O Que a Bíblia Tem a Dizer Sobre Marcar Datas Proféticas?

O que Jesus ensinou sobre marcar datas?

Nosso Senhor foi bem enfático ao ensinar sobre Sua volta. Em pelo menos cinco passagens (sete, se forem incluídas passagens paralelas), Jesus advertiu os discípulos e crentes contra marcar datas. Mas, como já vimos, em toda a história da Igreja houve uma quantidade incrível de especulações relativas a datas.
Jesus enfatizou a profecia e o entendimento dela nos Seus ensinamentos. Ele não evitou nem descartou sua relevância; fez exatamente o oposto. Ele enfatizou a importância da profecia para entendermos Sua vida e Seu ministério. Mas também explicou que há alguns aspectos do futuro que não podem ser conhecidos com precisão. Sua volta é certa, mas o momento exato não. Jesus entendia a vontade humana de conhecer o futuro, mas não permitiu que Seus seguidores caíssem nas tentações dos videntes:
  • Mateus 24.36: “Mas a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, senão o Pai” (Marcos 13.32 é uma passagem paralela idêntica).
  • Mateus 24.42: “Portanto, vigiai, porque não sabeis em que dia vem o vosso Senhor”.
  • Mateus 24.44: “Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá”.
  • Mateus 25.13: “Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora”. (Marcos 13.33-37 é uma passagem paralela.)
  • Atos 1.7: “Respondeu-lhes: Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade”.
Essas passagens são proibições absolutas de marcar datas. Alguns estudiosos de profecia disseram que estes versículos ensinam que era impossível saber a data na igreja primitiva, mas que nos últimos dias algumas pessoas saberão. Outros estudiosos disseram que estes versículos ensinam que ninguém sabe o dia nem a hora, exceto aqueles que forem capazes de descobri-los usando algum esquema cronológico. Ambos estão absolutamente errados! A data da volta de Cristo é uma questão de revelação de Deus. Ele decidiu não revelar isso nem para Cristo durante Sua humanidade em Sua primeira vinda (Mateus 24.36). Se o Pai não o revelou ao Filho na Sua humanidade, por que alguém pode crer que o Pai lhe revelaria isso? Jesus deixa bem claro: “Não!”

O que mais a Bíblia ensina sobre profecias?

O ensinamento de Cristo é reforçado também em outras partes das Escrituras. Em 1 Tessalonicenses 5.1-2, Paulo reafirma as palavras de Jesus com relação à incerteza da hora da Sua volta: “Irmãos, relativamente aos tempos e às épocas, não há necessidade de que eu vos escreva; pois vós mesmos estais inteirados com precisão de que o dia do Senhor vem como ladrão de noite.”
Por isso ficai também vós apercebidos; porque, à hora em que não cuidais, o Filho do Homem virá.
Algumas pessoas acreditam que há passagens na Bíblia que ensinam que os crentes poderão saber a data da volta de Cristo. Examinaremos algumas dessas passagens para mostrar como aqueles que defendem a marcação de datas usaram os vários versículos de forma errada em suas tentativas de conseguir legitimidade para suas posições. A Bíblia não contém contradições internas. É errado pensar que as Escrituras dizem que “ninguém pode saber”, mas também afirmam que algumas pessoas conseguirão descobrir.
A primeira passagem ocasionalmente citada é Lucas 21.28: “Ora, ao começarem estas cousas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; porque a vossa redenção se aproxima.” Algumas pessoas ensinaram que essa passagem implica uma permissão para marcar datas. Mas indicadores contextuais importantes são esquecidos em tal argumento. Estes indicadores incluem o fato de que a passagem se refere aos crentes judeus durante a futura tribulação de sete anos, que, logo antes da segunda vinda de Cristo, devem vigiar, não marcar datas, enquanto passam pelo período final de severa perseguição. Isso não está relacionado a marcar datas durante a atual era da Igreja, já que está relacionado a eventos durante a tribulação de sete anos. Quando a tribulação começar, será possível saber a hora da vinda de Cristo. Mas, isso não tem nada a ver com os crentes hoje que estão vivendo durante a era da Igreja (não na tribulação). A era da Igreja termina com o arrebatamento, que é um evento sem sinais. Então não há maneira de ligar, especificamente, eventos da nossa época com os da tribulação para marcar uma data. Devemos vigiar e esperar a volta do nosso Senhor no arrebatamento justamente porque não podemos marcar datas.
Uma segunda passagem citada algumas vezes é Hebreus 10.25b: “antes, façamos admoestações, e tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima.” Alguns ensinam que isso implica que os crentes podem ver ou saber que “o dia” (a segunda vinda) está se aproximando. Enquanto alguns interpretam “o dia” como uma referência à segunda vinda, achamos que o contexto imediato e o contexto do livro de Hebreus indicam uma advertência aos crentes judeus antes da destruição de Jerusalém e do templo em 70 d.C. Trata-se de uma advertência para não voltarem para o judaísmo (i.e., apostatarem) já que o futuro próximo continha apenas castigo para os judeus que rejeitaram Jesus como seu Messias. Então “o dia” não é uma referência à segunda vinda mas sim à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C. Se essa passagem realmente se refere à segunda vinda, uma vez mais, não haveria base para ligar um fator específico que sirva para marcar a data da segunda vinda. A afirmação geral “tanto mais quanto vedes que o dia se aproxima” não quer dizer que saberemos especificamente quando Ele vem, assim como alguém que vê a chegada de uma tempestade e não sabe a hora exata em que vai chover no lugar onde está.
Quando a tribulação começar, será possível saber a hora da vinda de Cristo. Mas, isso não tem nada a ver com os crentes hoje que estão vivendo durante a era da Igreja.
Uma terceira passagem que às vezes é mencionada é 1 Tessalonicenses 5.4: “Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que este dia, como ladrão, vos apanhe de surpresa.” Ensinava-se, com base nessa passagem, que os crentes saberiam a data “do dia” [i.e., “o dia do Senhor” (veja 1 Tessalonicenses 5.2)] para não serem pegos de surpresa. Mas esta interpretação atribui o sentido errado ao ensinamento de Paulo. Paulo está dizendo que os tessalonicenses não serão surpreendidos porque estão preparados pelo fato de serem crentes. O Senhor cuidará de todos os crentes (acreditamos que através do arrebatamento pré-tribulacional), de forma que, ao contrário do descrente que estará despreparado e será pego de surpresa, o crente estará preparado.

Que perigo existe em estudar profecias e marcar datas?

Não há perigo em estudar profecias. Na verdade, não podemos ignorar as profecias e o estudo correto da Bíblia, mas não podemos cair na armadilha de marcar datas. A Bíblia ensina claramente que a Palavra de Deus é suficiente para tudo o que precisamos a fim de vivermos uma vida que agrade a Cristo (2 Timóteo 3.16,17; 2 Pedro 1.3,4). Isso significa que se algo não é revelado a nós na Bíblia, não é necessário para cumprir o plano de Deus em nossas vidas. A data da volta de Cristo não é dada na Bíblia, então, apesar do que algumas pessoas possam dizer, não é importante conhecê-la para agradar a Deus. O Senhor disse a Israel: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus; porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei” (Deuteronômio 29.29). A data da vinda de Cristo não foi revelada; é um segredo que pertence somente a Deus.
Já que a Bíblia proíbe marcar datas, o que ensina? Muitas das mesmas passagens que proíbem marcar datas nos instruem sobre o que fazer até que o Senhor volte. Por exemplo, Mateus 24.42 não só adverte: “porque não sabeis em que dia vem o nosso Senhor”, mas também exorta os crentes a “vigiar”. Mateus 24.44 manda os crentes “ficarem apercebidos” porque “à hora em que não cuidais, o Filho do homem virá.” E também Mateus 25.13 nos exorta a vigiar “porque não sabeis o dia nem a hora.”
O alerta ao qual os crentes são chamados não é de marcar datas, mas de esperar o Salvador (já que não sabemos quando Jesus voltará). Devemos ficar alertas, ao contrário dos descrentes que ficam dormindo, em relação às coisas de Deus. Devemos ficar alertas a fim de vivermos piedosamente até o Senhor voltar porque estamos na noite escura desta era maligna, que exige uma vigilância ativa contra o mal.
O alerta ao qual os crentes são chamados não é de marcar datas, mas de esperar o Salvador.
Se a Igreja soubesse o dia ou a hora do arrebatamento, a iminência, a posição que os crentes pré-tribulacionistas têm em relação ao arrebatamento, seria destruída. A iminência bíblica ensina que Cristo pode, mas não precisa, vir a qualquer momento. Isso também significa que não há sinais que precisam ser cumpridos para o arrebatamento acontecer. Então, Cristo poderia literalmente vir hoje ou neste exato momento ou instante. Todas as tentativas de marcar datas destróem essa iminência. Se alguém ensinasse que o arrebatamento aconteceria num dia, mês, ou ano específico, então isso significaria que Cristo não poderia vir antes dessa data. E, assim, o arrebatamento não poderia ser iminente, já que Cristo não viria até essa data específica. A iminência é importante porque geralmente está relacionada a mandamentos de vida santa. Por isso, marcar datas também tem um impacto negativo na ética.
Ao mesmo tempo que marcar datas é claramente proibido na Palavra de Deus, acreditamos que é válido entender que Deus está preparando o cenário para Seu grande programa do fim dos tempos. O que isso significa? Como mencionamos anteriormente, o arrebatamento é um evento sem sinais, então é impossível identificar sinais específicos que indiquem sua proximidade. É por isso que todas as tentativas de datar o arrebatamento aplicaram erroneamente à Igreja passagens relacionadas ao plano de Deus para Israel. Um exemplo deste erro seria dizer que as festas de Israel (i.e., Rosh Hashanah) estão relacionados com a marcação da data do arrebatamento como observado acima. Mas, já que a Bíblia descreve os participantes, os eventos, e as nações envolvidas na tribulação final, podemos ver a preparação de Deus para os últimos sete anos das setenta semanas de Daniel para Israel.
Por exemplo, o fato de que Israel foi restabelecido como nação e agora controla Jerusalém é uma indicação forte de que a era da Igreja está chegando ao fim (Isaías 11.11-12.6; Ezequiel 20.33-44; 22.17-22; Sofonias 2.1-3). Mas isso só pode ser uma indicação geral, já que nenhum cronograma é dado especificamente para a atual preparação do cenário. Não podemos saber com certeza que somos a última geração antes do arrebatamento porque Deus pode resolver “preparar o cenário” durante os próximos 100 anos ou mais. O Dr. Walvoord diz corretamente:
Não há base bíblica para marcar datas para a volta do Senhor nem para o fim do mundo... Os intérpretes estão percebendo cada vez mais uma correspondência surpreendente entre a tendência óbvia dos eventos mundiais e o que a Bíblia previu séculos atrás.
Jesus Cristo voltará! É nossa responsabilidade estar preparados para essa volta e para proclamar a salvação que Ele oferece, a fim de que outros também estejam preparados.