O cônsul-geral de Israel em São Paulo, Dori Goren, afirmou que “Israel poderia destruir a Faixa de Gaza em apenas uma hora. Mas não o faz porque esse não é seu objetivo”. Ao comentar sobre os violentos protestos de palestinos na Faixa de Gaza, afirmou que a culpa pelas mortes é do Hamas, grupo militar internacionalmente reconhecido como terrorista e que governa Gaza desde 2006.
Segundo amplamente divulgado pela imprensa, 50 dos 62 mortos nos últimos dias tentando violar a cerca eram membros do Hamas.
“Culpamos o Hamas, cujo objetivo era motivar os palestinos a derrubar a cerca (da fronteira), invadir Israel para matar os judeus”, asseverou Goren. “Israel jamais permitiria que isso acontecesse”.
Para o Cônsul, apesar dos esforços para evitar mortes, lançando de avião avisos sobre as consequências, o grupo terrorista expôs à artilharia de Israel propositalmente.
“O Hamas age de forma cínica. Aquilo não era uma manifestação pacífica. O objetivo do Hamas era conquistar a simpatia dos meios de comunicação do mundo inteiro para com as vítimas palestinas”, protesta.
Afirmando ser “lamentável” cada vida perdida nesses embates, o diplomata lembra que há imagens mostrando manifestantes palestinos armados e carregando explosivos. Goren acredita que não havia outra maneira de conter a multidão de cerca de 40 mil pessoas, ameaçando invadir Israel, senão a artilharia e o gás lacrimogênio.
“Israel usou meio mortal porque, quando milhares de pessoas tentam atacar sua população, não há outra tecnologia para dissuadi-la”, explica. As críticas dos países árabes, em especial da Turquia, sobre o uso de força pelas Forças de Defesa de Israel, são classificadas pelo Cônsul como uma “hipocrisia desproporcional”.
Ele lembra que os países árabes historicamente são muito mais violentos contra sua própria população do que Israel em relação aos palestinos. Aponta, por exemplo, para a morte de milhares de opositores ao regime de Hafez al-Assad na Síria pelas forças do governo nos anos 80.
Os turcos, reforça Goren, dizimaram centenas de curdos. “Quem são os turcos para questionarem o nosso comportamento? Não vi os árabes apelando ao Conselho de Segurança quando Hafez al-Assad matou sírios”, questiona, numa menção ao pedido para que a ONU fizesse represálias a Israel.
Questionado sobre as declarações do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, sobre Israel não ter cumprido os acordos de paz anteriores e ter parado com as negociações, Goren foi categórico: “Israel sempre quis fazer concessões, mas Abbas e Arafat nunca quiseram assinar os acordos”, disse, referindo-se a Yasser Arafat, líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLA) e da Autoridade Palestina e seu sucessor. “Queremos a paz, mas a nossa tragédia é não termos com quem falar”, encerrou.
Marcha do Retorno
Desde março, todas as sextas-feiras, milhares de palestinos fazem protestos junto à cerca que divide os territórios. O nome dado ao movimento, “Marcha do Retorno”, alude ao desejo deles de “retomar” as terras que Israel “ocupou”.
Apesar da intensa campanha midiática em favor dos palestinos, que associaram as mortes com a abertura da embaixada dos Estados Unidos dia 14, o real motivo era, evidentemente, reforçar a narrativa que tentam impor desde 1948.
Anualmente, muçulmanos do mundo todo, comemoram o dia da “Nakba”, palavra árabe para “desastre”. É uma forma de lamentar a independência de Israel e a derrota dos países que tentaram invadir o seu território na Guerra da Independência.
Um dia após anunciarem a sua independência, os israelenses foram atacados por seis nações árabes: Egito, Síria, Iraque, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita. Eles pediram que os cerca de 750 mil palestinos abandonassem suas casas para não morrerem. Lideranças árabes prometeram que, no final da guerra, eles poderiam voltar. Contudo, foram derrotados pelo pequeno exército de Israel.
Desde então, os palestinos alegam que são “refugiados”. Diferentemente de todos os povos do mundo que saíram de suas terras, esse status foi passado para seus filhos e netos, que nasceram em outras nações. Sendo assim, o contingente de refugiados palestino chega a 6 milhões de pessoas, distribuídas nos países vizinhos e nos territórios palestinos.
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