A Bíblia e os fatos históricos sobre o Irã
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  |   Os iranianos almejam a restauração da glória do primeiro  império persa (um dos maiores impérios da história em termos geográficos). Na  foto: soldados iranianos.  | 
 Muitos de nossos leitores já fizeram perguntas sobre o Irã e aquilo que  deveríamos saber acerca dessa importante e estratégica nação em nosso mundo  atual. A história antiga faz menção de um país chamado Elão. Lemos em Gênesis 14  que no tempo de Abraão (há cerca de 4.000 anos) houve uma confederação de nações  liderada por Quedorlaomer, mencionado nas Escrituras como “rei de Elão”.  Quedorlaomer atacou Sodoma e levou cativo a Ló, sobrinho de Abraão. Este,  acompanhado de seus 318 homens mais capacitados, saiu ao encalço do rei de Elão  e de seus aliados. Após derrotá-los, Abraão resgatou Ló.
 O profeta Isaías (cf. Isaías 21.2) menciona o Elão e parece sugerir um  relacionamento desse povo com a antiga Média (i.e., os medos). O profeta  Jeremias também se refere ao Elão (cf. Jeremias 49.34-39), bem como faz alusão à  sua futura destruição como nação. A data dessa profecia remonta aos dias de  Zedequias, rei de Judá. Talvez essa profecia tenha sido predita na ocasião em  que a Babilônia chegou ao apogeu de seu domínio e destruiu Jerusalém no ano 586  a.C. O fato bíblico interessante dessa profecia de Jeremias 49.39 é o seguinte:  “Acontecerá, porém, nos últimos dias, que farei voltar os cativos de Elão,  diz o Senhor” (Almeida Corrigida Fiel). É muito provável que essa seja uma  referência ao futuro Dia do Senhor.
 No século 7 a.C., um pequeno reino se estabeleceu em Parsu (ou  Parsuash) sob o governo de Aquêmenes, cujo nome foi usado pelos  historiadores para descrever a primeira dinastia persa, a dinastia Aquemênida. O  filho de Aquêmenes foi um homem chamado Teispes (aprox. 675- 664 a.C.) e, ao que  parece, seu reino foi dominado pelos medos. A história registra que, após obter  a liberdade do domínio dos medos, Teispes, assumiu o controle da província de  Parsa (a atual Fars), aproveitando-se do enfraquecimento do Elão. Os assírios,  sob o reinado de Assurbanipal, puseram fim à nação do Elão.
 O filho de Teispes foi Ciro I, o qual entrou em contato com os assírios na  qualidade de líder dos persas. O filho de Ciro I foi Cambises, que se casou com  a filha de Astíages, rei da Média. Dessa união conjugal nasceu Ciro II,  conhecido na história como Ciro, o Grande (559- 530 a.C.), o primeiro grande  imperador que dominou a antiga Pérsia. Ciro II também conquistou os medos e  derrotou seu sogro, Astíages, transformando a capital da Média, Ecbátana, na  capital de seu próprio império. Ciro também invadiu a Ásia Menor e derrotou a  Creso, rei da Lídia. Além disso, ele capturou, sem muita resistência, a cidade  de Babilônia em 539 a.C. (a data oficial da queda do Império Babilônico).
 O filho de Ciro II foi Cambises II (529- 522 a.C.), aquele que conquistou o  Egito. Cambises II foi sucedido por Dario I, conhecido tanto como Dario, o  Grande (522- 486 a.C.), quanto como Dario Histaspes (seu pai era um dos sátrapas  do império persa). Dario criou vinte satrapias (províncias) a fim de administrar  com mais eficácia o crescente poderio do império persa. Dario I também mudou a  capital de seu império da cidade de Pasárgada para Persépolis. Ele era um  seguidor de Zoroastro e adorava a divindade Ahura Mazda (também venerada por  Xerxes e Artaxerxes, mencionados na história bíblica). Esse Dario é o mesmo rei  que aparece nas profecias bíblicas de Ageu e Zacarias. O projeto de construção  do templo (do segundo templo judeu – N. do Tradutor) foi concluído pelos judeus  em 516 a.C., durante o reinado dele.
 Dario I foi sucedido por seu filho Xerxes (485- 465 a.C.). Uma inscrição  descoberta em Persépolis alista as nações que ficaram submissas ao seu domínio.  Além disso, trata-se do mesmo rei Assuero mencionado no livro bíblico de Ester.  Depois do reinado de Xerxes, Artaxerxes Longimanus I subiu ao poder (465- 424  a.C.) e, no vigésimo ano de seu reinado, o decreto para restaurar os muros de  Jerusalém foi entregue a Neemias (Neemias 2.1).
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  |   Em 1979, o Irã experimentou o que a história denomina de  “Revolução Islâmica”. Os muçulmanos xiitas assumiram o controle do país e  instauraram a lei sharia.  | 
 De acordo com o texto de Daniel 9.24-27, esse decreto para restaurar os muros  foi o começo da “contagem regressiva” para a vinda do Messias – profecia  conhecida como “as 70 semanas de Daniel”. Contudo, o termo hebraico “setes”,  traduzido por “semanas”, não se refere a semanas de dias, mas a semanas de anos  (i.e., conjuntos de “sete” anos). Um ano profético de 360 dias (segundo o  calendário lunar), multiplicado por 483 anos, perfaz um total de 173.880 dias,  desde o decreto de Artaxerxes Longimanus I até a vinda do Messias. Dois  acontecimentos trágicos, mencionados por Daniel, ocorreriam antes do começo do  septuagésimo “sete” (ou septuagésima semana): o primeiro é que o Messias seria  “morto”; o segundo é que, tanto a cidade de Jerusalém quanto o seu santuário  seriam destruídos. Nós ainda aguardamos o início do septuagésimo “sete” –  reconhecido pelos estudiosos da Bíblia como o futuro Dia do Senhor (mencionado  25 vezes em toda a Bíblia) ou como o período da Tribulação (Mateus  24.21-22).
 Após o reinado de Artaxerxes I Longímano, Dario II chegou ao poder (423- 405  a.C.). Os sucessores de Dario II foram os seguintes: Artaxerxes II Mnemon (404-  359 a.C.), Artaxerxes III Ochus (358- 338 a.C.), Arses (337- 336 a.C.) e Dario  III (335- 331 a.C.), cujos exércitos foram derrotados por Alexandre, o Grande em  333 a.C. Com a morte de Alexandre em 323 a.C., a Pérsia ficou sob o controle de  um dos generais de Alexandre (Selêuco). Segundo Daniel 11, haveria conflito  incessante entre os selêucidas (a dinastia de Selêuco) e os ptolomeus (a  dinastia de Ptolomeu, outro general de Alexandre a quem foi entregue o Egito)  numa disputa pela Terra de Israel, um fato que é lembrado pelo Irã até os dias  de hoje.
 Estudiosos da Bíblia sabem bem que a Pérsia estará presente na batalha que  será travada quando houver a invasão da Terra de Israel (cf. Ezequiel 38 39). Ao  que parece, a Pérsia será o país que encabeçará aquele ataque (pelo menos, os  persas são os primeiros mencionados na lista de nações).
 Esse assombroso império da antiguidade continuou a ser conhecido pelo nome de  Pérsia até 1935 d.C., quando seu nome foi mudado para Irã. Na atualidade, o  idioma oficial do Irã é o persa moderno ou farsi, uma língua  indo-européia escrita com caracteres árabes.
 Em 1979, o Irã experimentou o que a história denomina de “Revolução  Islâmica”. Os muçulmanos xiitas assumiram o controle do país e instauraram a lei  sharia. Embora muitos árabes vivam em certas regiões do país, o Irã não é  um estado árabe. A relação do Irã com os árabes e o apoio que deles recebe,  fundamenta-se na religião islâmica que é comum a esses povos. Ao longo da  história do Islã, houve muitas ocasiões em que o Irã demonstrou ser uma poderosa  força de oposição aos muçulmanos da Arábia Saudita, os quais controlam os  lugares sagrados de Meca e Medina. O Irã também enfrentou oito anos de guerra  contra o Iraque, seu vizinho ocidental, na época em que o sunita iraquiano  Saddam Hussein estava no poder. Muitos muçulmanos xiitas oriundos do Irã têm  povoado territórios ao sul do Iraque e, atualmente, se constituem numa influente  força dentro do parlamento iraquiano que foi eleito. O Irã, por tradição  histórica, acredita que o território do Iraque lhe pertence, bem como reivindica  direito de propriedade de muitos outros países do Oriente Médio (inclusive  Israel). Os iranianos almejam a restauração da glória do primeiro império persa  (um dos maiores impérios da história em termos geográficos).
 Devia ser óbvio que o Irã (principalmente por causa do petróleo) seja, nos  dias atuais, um dos mais importantes personagens no cenário político, econômico  e militar deste mundo. Os iranianos são os principais fornecedores de armas para  os terroristas islâmicos em todo o Oriente Médio. É possível que a maior parte  de seu armamento provenha da Rússia, China e Coréia do Norte.
 O Estado de Israel se depara com um sério desafio da parte dos líderes do Irã  e suas constantes ameaças. O Senhor Deus de Israel tem ouvido todas elas e a  profecia bíblica envolverá o Irã entre as nações do mundo que marcharão contra  Israel. Tais nações serão derrotadas pelas mãos do Messias que voltará em  glória, nosso bendito Senhor Yeshua!