sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Quais são os equívocos mais comuns sobre o nascimento de Jesus Cristo?

A típica história que nós repetidamente ouvimos é:
"Na noite de 25 de Dezembro, cerca de 2000 anos atrás, Maria se dirigia a Belém montada em um jumento, à beira de dar à luz o seu bebê. Embora fosse uma emergência, todas as hospedarias lhes negaram abrigo. Então eles tiveram Jesus em um estábulo. Em seguida, os anjos cantam aos pastores, e depois todos se juntam aos três reis magos montados em camelos no louvor ao silencioso recém-nascido."
O problema é que essa história pode estar quase completamente errada. Os eventos que rodearam o nascimento têm sido recontados tantas vezes de tantas formas - em peças, poesias, livros e filmes - que a maioria das pessoas têm uma visão distorcida dos verdadeiros eventos. O único registro preciso é o que se encontra na Bíblia Sagrada, a Palavra de Deus.

  • Inn keeper
talking to Joseph.
    Maria montou num jumento para chegar em Belém? Talvez, mas há várias outras possibilidades. A Bíblia não diz como ela chegou a Belém. Diz apenas que ela foi acompanhada por José.
  • Maria chegou a Belém na noite em que ela deu à luz? A Bíblia não sugere isso. Eles podem ter chegado semanas antes. A Palavra de Deus simplesmente diz: "E aconteceu que, estando eles ali [em Belém], se cumpriram os dias em que ela havia de dar à luz" (Lucas 2:6). Chegar na cidade bem antes dessa data faria mais sentido. A jornada de Nazaré a Belém normalmente durava três dias.
  • José ou Maria falaram com algum hoteleiro? Talvez, mas não há razões bíblicas fortes para acreditar que sim. Embora hoteleiros sejam importantes personagens em muitas peças de Natal, nenhum hoteleiro é realmente mencionado no registro bíblico do nascimento de Cristo. Além do mais, é bem possível que Maria e José tenham na verdade se hospedado numa casa com parentes, não em algum tipo de hotel dos tempos bíblicos. (Veja abaixo)
  • Jesus nasceu em um estábulo?Ou em um celeiro? Ou em uma caverna? A Bíblia não menciona nenhum desses três lugares em conexão com o nascimento de Cristo, menciona apenas uma manjedoura. A Escritura diz apenas que eles deitaram Jesus em uma manjedoura porque não havia nenhum lugar para ele no quarto de hóspedes. A palavra grega usada na Escritura é kataluma, e pode significar quarto de hóspedes, alojamento ou hospedaria. Na única outra vez que aparece no Novo Testamento, essa palavra significava um quarto amplo e mobiliado de um sobrado, dentro de uma casa particular. É traduzido como quarto de hóspedes, não como hotel (Marcos 14:14-15). De acordo com nossos peritos em arqueologia bíblica, Jesus provavelmente nasceu na casa de parentes, mas for a da sala e do quarto de hóspedes. (Aprenda mais: Jesus nasceu num estábulo? / O que é uma manjedoura? / O que é uma hospedaria?
  • "Longe, numa manjedoura, o bebê acorda, mas o pequeno Senhor Jesus, não grita nem chora." Embora essas palavras sejam a tradução de uma bela canção, não podemos ter certeza de que Jesus não chorava. A Bíblia não registra isso.
  • Os anjos cantaram aos pastores fora de Belém? Talvez, mas a Bíblia não diz especificamente que os anjos cantaram. Ela diz que primeiro um anjo apareceu e falou, "e, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus" (Lucas 2:13).

  •   Angel present at Jesus birth.
    Os anjos estavam presentes na hora do nascimento? Parece lógico presumir que sim, mas, a Escritura não menciona isso, e não há provas de que os anjos estivessem visíveis a Maria e José nesse momento.
  • Três reis magos montados em camelos estavam presentes no nascimento de Jesus? A Bíblia não fala que nenhum rei ou camelo visitou Jesus.
    Os sábios montando camelos.  
    Ela menciona que homens sábios (“magos”) cforam, mas não diz quantos. Nenhum dos primeiros Pais da Igreja sugeriu que os magos eram reis. Como a palavra "magos" usada na Bíblia está no plural, havia aparentemente ao menos dois deles, e pode ter havido mais - até mesmo muitos mais deles. A Bíblia menciona apenas que três presentes caros foram dados por eles - ouro, incenso e mirra, mas isso não indica necessariamente o número dos magos. Não há prova de qual era o país de origem desses homens.

      O menino Jesus apresentado no
Templo.
    Antes que os magos chegassem a Belém, Jesus viajou para Jerusalém, para ser apresentado no Templo, e de lá voltou a Belém. (Lucas 2:21-22).
    E mais, os sábios homens claramente não visitaram Jesus enquanto ele ainda estava deitado na manjedoura, como é comumente apresentado em cartões e peças. Os magos não chegaram até algum tempo depois da apresentação de Cristo no Templo em Jerusalém (Lucas 2:22-39).
    Criança - Jesus Cristo.  
    Nesse momento, a Escritura se refere a Jesus como uma "criança", não como um "bebê". É possível que o pequeno Jesus já estivesse andando e falando então. Com base nos cálculos do Rei Herodes e dos magos (Mateus 2:16),Jesus podia já ter dois anos ou menos. [Aprenda mais: Sobre os sábios (magos)]
  • Jesus nasceu em 25 de Dezembro, ou ao menos em Dezembro? Embora não seja impossível, parece improvável. A Bíblia não especifica um dia ou mês. Um problema com Dezembro é que seria fora do comum que pastores estivessem “pastoreando nos campos” nesse frio período do ano, quando os campos ficavam improdutivos. A prática normal era manter os rebanhos nos campos da Primavera ao Outono. Além disso, o inverno seria um tempo especialmente difícil para Maria viajar grávida pelo longo caminho de Nazaré a Belém (70 milhas).
    "Um período mais provável seria em fins de Setembro, no tempo da Festa dos Tabernáculos, quando uma viagem como essa era comumente admitida. Além do mais, crê-se (embora não seja certo) que o nascimento de Jesus foi próximo ao final de Setembro. A concepção de Cristo, contudo, pode ter ocorrido no final de Dezembro do ano anterior. Nossa celebração de Natal pode ser vista como uma honrada observação encarnação do 'Verbo que se fez carne' (João 1:14).
    Jesus e Maria.
    Como sabemos que a Bíbia está certa? Answer
    Quando afirmamos que a Bíblia é a Palavra de Deus, isso implica que ela é completamente precisa, ou ela contém imprecisões insignificantes em detalhes concernentes à história e à ciência? Resposta
    Como pode a Bíblia ser infalível se ela foi escrita por homens falhos? Resposta
    O nascimento de Jesus Cristo a partir de uma virgem não é mitológico e cientificamente impossível? Resposta
    …É provável que esse maravilhoso anjo liderando as hostes celestiais em louvor, fosse Miguel, o arcanjo; essa ocasião foi posteriormente comemorada pela igreja primitiva como Miguelmas ('Miguel enviado'), em 29 de Setembro, a mesma data da Festa dos Tabernáculos. Seria no mínimo apropriado para Cristo ter nascido nessa data, porque foi em Seu nascimento que que 'o Verbo se fez carne e habitou (literalmente tabernaculou) entre nós' (João 1:14).
    Isto significaria, então, que Sua concepção, não Seu nascimento, ocorreu no final de Dezembro. Além disso, pode perfeitamente ser que quando celebramos o nascimento de Cristo no chamado 'Natal', nós estejamos na verdade celebrando Sua concepção miraculosa, o tempo em que o Pai enviou o Filho ao mundo, no ventre da virgem. Esse, o mais obscuro período do ano, o período da festa pagã 'Saturnália', e o período em que o sol (a 'luz do mundo' física) está mais distante da Terra Santa - seria certamente um período apropriado para Deus enviar a 'luz do mundo' espiritual ao mundo, como o 'Salvador, que é Cristo o Senhor' (Lucas 2:11)" [Dr. Henry M. Morris, The Defender's Study Bible (notas de Lucas 2:8,13)].
(O Natal é uma celebração especial da ceia do Senhor - chamada de missa pela Igreja Católica Romana e de ceia pela maior parte das Igrejas Protestantes.)
  • Por que muitos cristãos celebram o Natal em 25 de Dezembro, se não foi nessa data que Cristo nasceu?
    Essa data foi escolhida pela Igreja Católica Romana. Devido ao domínio de Roma sobre o mundo "Cristão" por séculos, a data se tornou tradição por toda a cristandade..
    O significado original de 25 de Dezembro é que esse dia era um popular dia festivo de celebração do retorno do sol. Em 21 de Dezembro ocorre o solstício de inverno (o mais curto dia do ano e assim um dia chave no calendário), e 25 de Dezembro era o primeiro dia no qual os antigos podiam notar claramente que os dias estavam se tornando maiores e que a luz do sol estava retornando.
    Assim, por que 25 de Dezembro foi escolhido para lembrar o nascimento de Jesus Cristo com uma missa (ou ceia)? Como ninguém sabe o dia de Seu nascimento, a Igreja Católica se sentiu livre para escolher essa data. A Igreja queria substituir o festival pagão com um dia santo Cristão. O método se valia do fato de que é mais fácil tirar um festival mundano, mas tradicional, da população quando podemos substituí-lo com um bom festival. De outra forma, a Igreja teria deixado um vácuo onde antes havia uma tradição de longas datas, e se arriscado a produzir descontentamento na população e um rápido retorno à prática pagã.

Os vários equívocos acerca do nascimento de Cristo ilustram a necessidade de sempre testarmos tudo o que ouvimos contrário à Palavra de Deus, não importa qual seja a fonte da informação. A Bíblia é a autoridade decisiva.
A despeito de todos os erros humanos, os fatos verdadeiros sobre Jesus são mais maravilhosos do que palavras podem expressar. Ele verdadeiramente nasceu de uma virgem na cidade de Belémexatamente como profetizado anos e anos antes. Jesus foi concebido em Maria, não por homem, mas pelo Espírito Santo de Deus. Como o apóstolo João revela, Jesus existia antes da Criação do mundo (João 1). Ele é parte da Santa Trindade que conhecemos como Deus (Pai, Filho e Espírito Santo). O Filho de Deus veio em forma de homem com um propósito - morrer como um sacrifício voluntário em pagamento pelos pecados da humanidade. Ele o fez para conceder salvação eterna como um dom gratuito a todo aquele que O aceitar e O seguir.
  • Aprenda muito mais sobre Jesus Cristo, Seu propósito e vida lendo a Bíblia (veja especialmente Lucas 2:1-20 e o livro de João). Assista também nossos filmes on-line gratuitos sobre Jesus - The HOPE (A ESPERANÇA) ou God’s Story (A História de Deus). Viaje de volta ao princípio da história de Cristo, em Gênesis, e prossiga na ordem cronológica através dos emocionantes eventos chaves que precedem o Seu nascimento - e então através de Sua vida, morte, ressurreição, e do que se sucedeu a tudo isso.
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NATAL?
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Outros equívocos relacionados ao nascimento de Cristo:
  • "Não há evidência arqueológica de que Jesus nem ninguém associado a ele jamais existiu. São todos fabricados." Errado, veja por quê!
  • "O nascimento de Jesus Cristo de uma virgem é mitológico e cientificamente impossível." Errado, veja por quê!
  • "Todas as religiões são basicamente a mesma. Então por que insistir que Cristo é o único caminho ao Céu e para a salvação?" 

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

A doutrina do mahdismo

Muitos ocidentais gostam de pensar que a religião não tem nenhum papel na política moderna. Entretanto, a crença na figura messiânica do islamismo, denominada o Mahdi ou o Imã Oculto (ou Escondido), é que dirige as políticas do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad. Os xiitas crêem que o Mahdi voltará, governará sobre um sistema único na terra, e derramará o julgamento sobre todos os não-muçulmanos. Este artigo apresenta a doutrina do mahdismo e mostra como ela afeta o mundo. (extraído de Middle East Media Research Institute [Instituto de Pesquisa Sobre a Mídia do Oriente Médio] – www.MEMRI.org).

De acordo com a tradição xiita, os Doze Imãs, descendentes de Ali Ibn Abi Talib (Imã Ali), primo e genro do profeta Maomé, foram dotados de qualidades divinas que os capacitaram a conduzir os crentes xiitas e para operarem como emissários de Alá na terra. No entanto, quando o Décimo Segundo Imã, Muhammad Al-Mahdi,[1] desapareceu no ano 941 d.C., sua conexão com os crentes xiitas foi rompida. Desde então, foi ordenado aos xiitas que aguardem pelo retorno dele a qualquer momento.
Nesse ínterim, os clérigos xiitas mais destacados são considerados representantes dos Imãs. Assim, eles têm autoridade para tratar dos assuntos da comunidade xiita, principalmente nas esferas religiosa e jurídica, até que o Imã Oculto retorne, lidere a comunidade xiita e a liberte de seus sofrimentos.
De acordo com a crença xiita, durante o período da ausência do Mahdi (período esse denominado ghaibat ou “ocultação”), ninguém, exceto Deus, sabe a hora do retorno do Mahdi, e nenhum homem pode pressupor ou prever quando essa hora chegará. Com o reaparecimento do Mahdi, todos os males serão reparados, a justiça divina será instaurada e a verdade do islamismo xiita será reconhecida pelo mundo inteiro (mahdismo).[2]

O mahdismo e o regime islâmico no Irã

Desde o estabelecimento do regime islâmico, em 1979, até a ascensão ao poder de Mahmoud Ahmadinejad, em agosto de 2005, o mahdismo vinha sendo uma doutrina religiosa e uma tradição que não possuía nenhuma manifestação política. O sistema político funcionava independentemente dessa crença messiânica e da expectativa do retorno do Mahdi. Foi apenas com a presidência de Ahmadinejad que essa doutrina religiosa tornou-se uma filosofia política e foi levad a um lugar central na política.
Aiatolá Ahmad Jannati, chefe do Conselho de Guardiões.
Durante a era do aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador do regime islâmico do Irã, o mahdismo permaneceu fora do âmbito político. Sem dúvida, porém, a era de Khomeini foi caracterizada pelo fervor messiânico. Os iranianos atribuíam qualidades messiânicas a ele e lhe conferiram o título de “Imã”, que até então havia sido reservado para os Doze Imãs. Na verdade, a chegada de Khomeini ao poder foi vista na época como a realização da profecia que dizia respeito ao retorno do Mahdi.
A instauração do Governo do Jurisprudente (velayat-e faqih) por Khomeini no Irã motivou uma transformação no xiismo, substituindo sua tradicional passividade por uma perspectiva mais ativa. Como parte dessa mudança, Khomeini afirmou que os xiitas não deveriam apenas aguardar passivamente pelo retorno do Mahdi, mas deveriam ativamente preparar o terreno para seu retorno e para a libertação da comunidade xiita. Um componente dessa abordagem ativa foi a tomada do poder pelos clérigos. Entretanto, Khomeini manteve a doutrina do mahdismo na periferia da esfera política. Ele nem afirmou possuir uma conexão direta com Deus, nem presumiu prever a hora do retorno do Mahdi.
Após a morte de Khomeini em 1989, o mahdismo teve um declínio no Irã. As administrações de Ali Akbar Hashemi Rafsanjani (1989-1997) e de Mohammad Khatami (1997-2005) mantiveram uma estreita separação entre a política e o mahdismo – uma política que mudaria com a presidência de Ahmadinejad.[3]
Este documento analisa a politização do mahdismo pelo presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad e por seu mentor espiritual, aiatolá Taqi Mesbah-e Yazdi.

O messianismo na política externa iraniana

A doutrina messiânica do mahdismo também está manifestada na política externa iraniana, especialmente em sua atitude com relação às superpotências ocidentais e com respeito ao programa nuclear. O aiatolá Mesbah-e Yazdi, mentor de Ahmadinejad, expressou a seguinte abordagem em um discurso no dia 11 de outubro de 2006: “A maior obrigação daqueles que aguardam o aparecimento do Mahdi é lutar contra a heresia e a arrogância global [i.e., do Ocidente, principalmente dos Estados Unidos]”.[4]
Os discursos de Ahmadinejad são caracteristicamente irônicos a respeito das “forças da arrogância”, i.e., do Ocidente, principalmente dos Estados Unidos, e ameaçadores com relação a quaisquer pessoas que não aceitem o messianismo xiita como uma alternativa à “perdição e destruição” que as está aguardando: “Aqueles que não responderem ao chamado para prosseguirem em direção à verdade – um bom destino não os aguarda. Ouvi dizer que o presidente de um desses países [i.e., o [então] presidente dos Estados Unidos, George Bush] (...) disse que o presidente do Irã o estava ameaçando. Eu disse a ele: ‘Não sou eu que o está ameaçando. É o mundo inteiro que o ameaça porque o mundo em sua totalidade é rápido contra a opressão e os opressores. Vocês [países ocidentais] não são nada comparados ao poder de Deus. Nós os convidamos a [tomarem] o caminho da retidão, o caminho dos Profetas, do monoteísmo e da justiça. Se pensam que podem se sentar em seus palácios de cristal e determinar o destino do mundo, vocês estão enganados. (...) Nosso chamado [a vocês] para tomarem a direção da verdade [tem origem] na compaixão. Não queremos que se metam em problemas, uma vez que vocês sabem que o resultado da opressão e da injustiça é perdição e destruição”.[5]
Essas características também são evidentes na política nuclear de Ahmadinejad. Em contraste com o governo de Khatami, que se empenhou por amenizar a posição do Ocidente com respeito à questão nuclear via constante diálogo, Ahmadinejad e seu círculo mais próximo não evitam confrontar o Ocidente, já que eles consideram que essa luta é uma das maneiras de preparar o terreno para o retorno do Mahdi.
De acordo com o diário Rooz, “Alguns daqueles mais próximos de Ahmadinejad, que freqüentemente falam sobre [a necessidade de] preparar o terreno para o retorno do Mahdi, fazem explicitamente a ligação [do destino] do dossiê nuclear iraniano com essa necessidade. (...) De acordo com informações confiáveis, eles enfatizaram, em diversas reuniões privativas, que a oposição [iraniana] à pressão global [sobre o programa nuclear iraniano] e sua insistência no direito de utilizar a energia nuclear estão entre as maneiras de preparar o terreno para o retorno do Imã [Oculto]”.[6]
Aiatolá Ahmad Khatami, um amigo chegado de Ahmadinejad.

O mahdismo e a ideologia do aiatolá Mohammad Taqi Mesbah-e Yazdi

Um discurso feito no Seminário Internacional sobre a Doutrina do Mahdismo pelo aiatolá Mohammad Taqi Mesbah-e Yazdi mostra que ele também considera a crença no Mahdi como um conceito que transcende o âmbito religioso ou teórico. O aiatolá Yazdi deu a essa crença uma tangível dimensão político-ideológica quando explicou que o retorno do Mahdi levaria ao estabelecimento de um governo único sobre todo o mundo e que a presente batalha contra os infiéis e contra “a arrogância global” está preparando o terreno e apressando a vinda do Mahdi:[7]
“Implementar as leis do islamismo, estabelecer a justiça e lutar contra a heresia e a opressão são os deveres mais importantes daqueles que aguardam o [retorno do] Imã Oculto e preparam o terreno para sua vinda. (...) Devemos intensificar a fé religiosa e [o poder] da religião no Irã e no mundo inteiro. (...) Com a finalidade de apressar a vinda do Imã Oculto, devemos disseminar a justiça e a lei religiosa para aumentarmos a consciência do público a respeito dessas coisas [por todo o mundo] para que a fé [xiita] seja aceita pela sociedade [em todos os lugares]. (...)
Um dos aspectos ideológicos da doutrina mahdista é [sua] universalidade, uma vez que o Mahdi vem para estabelecer justiça e retidão no mundo inteiro. Um outro aspecto é a disseminação da justiça e da retidão [segundo a lei de] um único homem, um único centro, e um único sistema. Como o Imã Oculto é o responsável pela disseminação da justiça e da retidão, o mundo precisará ter um único centro e governo (...) para que possa sair de um estado de [divisão] e estabelecer um único governo [universal] dirigido pelo [Imã Oculto], e todo tipo de opressão e de exploração será [então] banido do mundo”.
Em um discurso em 2006 que marcava o aniversário do Mahdi, o aiatolá Mesbah-e Yazdi enfatizou a importância de lutar contra a heresia que, em sua opinião, está retardando a vinda do Mahdi:
“Nosso mais nobre dever é lutar para reduzir a opressão, ser mais [rigorosos] na execução da lei islâmica (...) e enfraquecer o controle dos regimes opressivos e tirânicos sobre os oprimidos. Essas [ações] podem [acelerar] o retorno do Imã Oculto. (...) Se quisermos acelerar a vinda do Mahdi, devemos remover quaisquer obstáculos [que estejam atrasando seu retorno]. Quais são os obstáculos que estão atrasando o aparecimento do Mahdi? [Eles são] a negação [herética] da bênção [conferida] sobre a sociedade pela presença do Imã, [assim como] a ingratidão, a insubordinação e as objeções [à doutrina do mahdismo]. Se quisermos apressar a vinda do Mahdi, devemos eliminar esses obstáculos. Devemos lutar para instaurar maior justiça, assegurar uma implementação [mais rigorosa] da lei islâmica, [fazer com que] as pessoas tenham maior interesse na fé e suas diretivas, [estabelecer] as leis religiosas como [valores] dominantes da sociedade, [assegurar] que a fé religiosa seja tida como um consenso nas conferências, e limitar [o controle dos opressores, i.e., das potências ocidentais] sobre os oprimidos em todo o mundo – tanto muçulmano quanto não-muçulmano. [É isso que devemos fazer] a fim de prepararmos o terreno para a vinda do Mahdi. Dessa forma, a maior obrigação daqueles que aguardam o aparecimento do Mahdi é lutar contra a heresia e a arrogância global”.[8]
Fatemeh Rajabi, que é afiliado ao Ansar-e Hezb’allah e autor de um livro sobre Ahmadinejad intitulado The Miracle of the Third Millenium [O Milagre do Terceiro Milênio], disse que o “governo de Ahmadinejad [foi estabelecido para facilitar] a vinda do Imã Oculto”. (A. Savyon e Y. Mansharof – extraído de www.memri.orgIsrael My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)
A. Savyon é diretor do Projeto de Mídia Iraniana. Y. Mansharof é pesquisador do MEMRI.
Notas:
  1. O Décimo Segundo Imã, o messias xiita, também é chamado Muhammad Al-Muntazar (“O Esperado”), Imã Al-Zaman (“o Imã das Eras”) e “o Imã Oculto”.
  2. Sobh-e Sadeq (Irã), 30 de abril de 2007.
  3. Para detalhes sobre a ascensão de Ahmadinejad ao poder e sobre a “Segunda Revolução Islâmica”, ver MEMRI Inquiry and Analysis nº 253, “‘The Second Islamic Revolution’ em Iran: Power Struggle at the Top”, 17 de novembro de 2005, www.memri.org/bin/articles.cgi?Page=archives&Area=ia&ID=IA25305.
  4. Parto-ye Sokhan (Irã), 11 de outubro de 2006.
  5. ISNA (Irã), 6 de setembro de 2006, http://www.isna.ir/Main/NewsView.aspx?ID=News784304&Lang=P.
  6. Rooz, 16 de outubro de 2006, citado pelo site Entekhab em 16 de outubro de 2006 www.entekhab.ir/display/ID=6760&Page=1.
  7. Kayhan (Irã), 10 de setembro de 2006.
  8. Parto-ye Sokhan (Irã), 11 de outubro de 2006.

TERROR X FIDELIDADE

Terror Versus Fidelidade - a Vitória Está Determinada

“Quando o presidente iraniano exige um mundo sem sionismo... encontramos por trás disso as mesmas forças espirituais que lutam contra o Salvador procedente de Sião”.[1] A situação no Oriente Médio está se agravando. A posição de Israel está cada vez mais ameaçada, os inimigos, sempre mais perigosos e o povo judeu, cada vez mais indefeso.
Esses acontecimentos combinam com os sermões sobre os tempos do fim feitos pelo Senhor Jesus, que disse a respeito de Seu povo e da Sua volta futura: “Porém tudo isto é o princípio das dores. Então, sereis atribulados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as nações, por causa do meu nome” (Mt 24.8-9).

A atualidade do terrorismo


O ódio contra os que têm outra crença (judeus e cristãos) enche os corações e as bocas dos terroristas.
“A boca, ele a tem cheia de maldição, enganos e opressão; debaixo da língua, insulto e iniqüidade. Põe-se de tocaia nas vilas, trucida os inocentes nos lugares ocultos; seus olhos espreitam o desamparado. Está ele de emboscada, como o leão na sua caverna; está de emboscada para enlaçar o pobre: apanha-o e, na sua rede, o enleia” (Sl 10.7-9). Esses versículos não refletem a situação de Israel em sua luta contra o terrorismo? As organizações terroristas dos fundamentalistas islâmicos, como o Hezb’allah e o Hamas, agem exatamente dessa forma. O ódio contra os que têm outra crença (judeus e cristãos) enche seus corações e suas bocas. Uma vontade incontrolável de aniquilar os judeus motiva a sua luta contra Israel. O presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad diz frases como estas: “Os EUA são o opressor corrupto deste mundo. Israel precisa ser apagado do mapa. O Holocausto é um conto da carochinha. Um mundo sem os EUA e sem sionismo é desejável e um dia se tornará realidade”.[2] Ahmadinejad é um seguidor do aiatolá Khomeini, que, por sua vez, disse:
O Islã compromete todos os homens adultos, desde que não estejam fisicamente impedidos, a preparar-se para a conquista de outros países, a fim de que as escrituras sagradas do Islã sejam seguidas em todas as nações do mundo. Quem estuda a guerra santa do Islã entende porque o Islã deseja conquistar o mundo. [...] Já aqueles que nada sabem a respeito do Islã afirmam que o Islã é contra a guerra. Essas pessoas não têm entendimento! O Islã diz: Matem todos os não crentes, assim como eles matariam vocês! Será que isso significa que os muçulmanos cruzariam os braços até que todos (os não-muçulmanos) sejam aniquilados? O Islã diz: Matem (os não-muçulmanos), derrubem à espada e espalhem (seus exércitos). Será que isso significa que nós devemos esperar até que (os não-muçulmanos) nos derrotem? O Islã diz: No serviço a Alá, matem todos aqueles que poderiam matar vocês! Será que isso significa que devemos nos entregar ao inimigo? O Islã diz: O que existe de bom, existe graças à espada! Os homens não se tornam obedientes a não ser pela espada! A espada é a chave para o paraíso, que só se abre para os guerreiros santos! [...] Será que isso significa que o Islã é uma religião que impede as pessoas de fazerem guerra? Eu cuspo sobre os tolos que afirmam tal coisa.[3]
As organizações terroristas não trazem opressão e sofrimento apenas para seus inimigos, mas também sobre sua própria população civil: os terroristas se escondem em vilarejos, no meio de seus moradores, e atacam os civis inocentes de Israel de forma traiçoeira. Os indefesos não recebem qualquer tipo de misericórdia. Não faz muito tempo que Hermann Gremlitza escreveu: “É raro que os guerreiros de Alá se atrevem a atacar os postos militares de Israel. Não é o soldado que eles querem matar, é o judeu. Infelizmente, o exército israelense também mata civis, mas não porque deseja matar árabes, e sim porque os heróis de Alá gostam de se esconder atrás de suas mulheres e crianças”.[4]

Algumas afirmações de Ahmadinejad, o presidente do Irã: “Israel precisa ser apagado do mapa. O Holocausto é um conto da carochinha. Um mundo sem os EUA e sem sionismo é desejável e um dia se tornará realidade”.
Israel não encontra apoio entre os povos do mundo. Os israelenses são odiados, desprezados, culpados e insultados. Israel pode fazer o que quiser, sempre estará errado. Comparativamente, a situação de Israel hoje é semelhante à situação de Davi: “Pois tenho ouvido a murmuração de muitos, terror por todos os lados; conspirando contra mim, tramam tirar-me a vida. Quanto a mim, confio em ti, Senhor. Eu disse: tu és o meu Deus. Nas tuas mãos, estão os meus dias; livra-me das mãos dos meus inimigos e dos meus perseguidores. Faze resplandecer o teu rosto sobre o teu servo; salva-me por tua misericórdia” (Sl 31.13-16).
Mas as seguintes palavras são consoladoras: “A glória do Líbano virá a ti; o cipreste, o olmeiro e o buxo, conjuntamente, para adornarem o lugar do meu santuário; e farei glorioso o lugar dos meus pés. Também virão a ti, inclinando-se, os filhos dos que te oprimiram; prostrar-se-ão até às plantas dos teus pés todos os que te desdenharam e chamar-te-ão Cidade do Senhor, a Sião do Santo de Israel. De abandonada e odiada que eras, de modo que ninguém passava por ti, eu te constituirei glória eterna, regozijo, de geração em geração” (Is 60.13-15).
No fim das contas, Israel só encontrará consolo e futuro em Jesus, o Messias. Quando chegar o tempo de Deus, a Sua bênção irromperá e a salvação chegará. Então eles clamarão: “Tu és meu Deus!”, assim como Tomé ou Natanael (cf. Jo 20.27-28; Jo 1.49). Por meio da volta de Jesus, a glória da face de Deus brilhará novamente sobre Israel.

A atualidade de uma antiga verdade


“O Islã diz: Matem (os não-muçulmanos), derrubem à espada e espalhem (seus exércitos)... O Islã diz: No serviço a Alá, matem todos aqueles que poderiam matar vocês!” (afirmações do aiatolá Khomeini).
O rei gentio Balaque provocou Balaão, ou melhor, subornou-o para que amaldiçoasse Israel: “Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois é mais poderoso do que eu; para ver se o poderei ferir e lançar fora da terra...” (Nm 22.6). Até hoje a tática do inimigo não mudou. O mundo ocidental é influenciado o tempo todo para ficar contra Israel, a condená-lo e a boicotá-lo. Constantemente ouvimos e lemos relatos nos quais os inimigos de Israel são defendidos e Israel é apresentado como o agressor. Os assim chamados “especialistas em Oriente Médio” tomam a palavra e, quase sempre, fazem comentários parciais e prejudiciais a Israel. Políticos recomendam cautela a Israel, a mídia ataca o Estado judeu. Freqüentemente os produtos judeus são boicotados e terríveis declarações anti-semitas são publicadas. O povo judeu em si tem poucas oportunidades para se justificar, mas seus inimigos são reverenciados.
Porém, na visão de Balaão havia algo que significava bênção para Israel e que garante que Israel nunca desaparecerá. “Então, proferiu a sua palavra e disse: Palavra de Balaão, filho de Beor, palavra do homem de olhos abertos, palavra daquele que ouve os ditos de Deus e sabe a ciência do Altíssimo; daquele que tem a visão do Todo-Poderoso e prostra-se, porém de olhos abertos: Vê-lo-ei, mas não agora; contemplá-lo-ei, mas não de perto; uma estrela procederá de Jacó, de Israel subirá um cetro que ferirá as têmporas de Moabe e destruirá todos os filhos de Sete. Edom será uma possessão; Seir, seus inimigos, também será uma possessão; mas Israel fará proezas. De Jacó sairá o dominador e exterminará os que restam das cidades” (Nm 24.15-19). Se olhar para o Messias de Israel, Jesus Cristo, Israel nunca sucumbirá.
E a profecia “bênção por bênção / maldição por maldição” vale até o fim dos tempos: “Este abaixou-se, deitou-se como leão e como leoa; quem o despertará? Benditos os que te abençoarem, e malditos os que te amaldiçoarem. Agora, eis que vou ao meu povo; vem, avisar-te-ei do que fará este povo ao teu, nos últimos dias” (Nm 24.9,14).

A atualidade dos últimos dias

Israel está tão indefeso porque busca sua salvação na força militar, em aliados e em compromissos em vez de procurar o Messias: “Prosseguiu ele e me disse: Esta é a palavra do Senhor a Zorobabel: Não por força nem por poder, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4.6). Israel precisa de conversão interior. A respeito, um comentário de Michael Freund:

Nenhuma solução humana

Temos orgulho de nossas conquistas científicas, do nosso progresso e da nossa coragem no campo de batalha, e com razão. Mas, com o devido respeito: alguma dessas coisas conseguiu impedir a crise atual que enfrentamos? O mesmo pode ser dito a respeito dos nossos políticos. Os de direita nos traíram, os de esquerda nos desencorajaram e nossos inimigos não deram nenhum sinal de que vão recuar. Nunca um país encostado na parede, cercado por perigos e acuado por hostilidades teve tanta necessidade de estender as mãos para receber ajuda do alto e de fora. É tempo de voltar-se para Deus. Isso pode soar bobo ou até ingênuo, mas chegou o tempo de se voltar para Deus. Ao longo de sua história, o povo judeu sempre se dirigiu aos céus quando enfrentava perigos, sacando a arma mais poderosa de que dispomos em nosso arsenal: o poder da oração. Agora é tempo de fazer isso novamente. Agora que nossos inimigos pretendem conduzir uma guerra santa contra nós, não usaríamos o nosso arsenal espiritual?[5]

Os terroristas se escondem em vilarejos, no meio de seus moradores, e atacam os civis inocentes de Israel de forma traiçoeira.
A tribulação que está por vir levará o remanescente de Israel ao arrependimento, o que terá como conseqüência a volta de Jesus: “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados, a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade” (At 3.19-21).
Humanamente falando, a situação em torno e dentro de Israel é desesperadora, e a injustiça com que Israel é tratado é de arrancar os cabelos. Se não houvesse um Deus fiel e justo, que cumpre a Sua palavra independentemente de qualquer coisa, a situação seria desesperadora. Mas não há motivo para isso, pois a respeito de Israel está escrito: “Com efeito, Deus é bom para com Israel, para com os de coração limpo” (Sl 73.1). E: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega, até que faça vencedor o juízo. E, no seu nome, esperarão os gentios” (Mt 12.20-21).

Nunca um país encostado na parede, cercado por perigos e acuado por hostilidades teve tanta necessidade de estender as mãos para receber ajuda do alto e de fora. É tempo de voltar-se para Deus.
Como Igreja de Jesus, enxertada na oliveira nobre (cf. Rm 11.17ss.), façamos o que o Espírito de Deus nos ordena: “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus. Falai ao coração de Jerusalém, bradai-lhe que já é findo o tempo da sua milícia, que a sua iniqüidade está perdoada e que já recebeu em dobro das mãos do Senhor por todos os seus pecados” (Is 40.1-2). A parábola do bom samaritano contada por Jesus pode nos servir aqui de profecia sobre a história de Israel: “Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto. Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo. Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo. Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele. E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele. No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar” (Lc 10.30-35).

  • Humanamente falando, a situação em torno e dentro de Israel é desesperadora, e a injustiça com que Israel é tratado é de arrancar os cabelos. Se não houvesse um Deus fiel e justo, que cumpre a Sua palavra independentemente de qualquer coisa, a situação seria desesperadora.
    O homem que caiu nas mãos dos assaltantes é um símbolo para o povo judeu, que durante milênios sofreu nas mãos dos povos. Os judeus caíram repetidamente nas mãos de assaltantes.
  • O caminho que desce de Jerusalém para Jericó aponta para a constante humilhação do povo. Israel permanecerá humilhado em seu caminho até que o Senhor o busque, exalte e leve de volta para Jerusalém.
  • Os assassinos/assaltantes são as nações, os terroristas e a mídia hostis aos judeus, que assaltam, roubam e abandonam Israel, para então fugir. “Despojam-no todos os que passam pelo caminho; e os vizinhos o escarnecem” (Sl 89.41).
  • O sacerdote e o levita que passam sem olhar, mantendo distância e só pensando em si mesmos, indicam os políticos, religiões e organizações que não se importam com o povo judeu ou conscientemente ignoram a verdade – mas também apontam para o Israel que está sob a lei, na qual não encontra paz, nem redenção, nem tranqüilidade.
  • O bom samaritano é um tipo de Cristo que – despercebido, até mesmo rejeitado, pelo Seu próprio povo – tem misericórdia desse povo, vindo até ele para salvá-lo, para curar suas feridas e dar-lhe óleo e vinho, isto é, espírito e vida. “Sara os de coração quebrantado e lhes pensa as feridas” (Sl 147.3).
  • O hospedeiro, ou a hospedaria, a quem o ferido foi entregue, representa a Igreja de Jesus. Durante a ausência do Senhor ela deve preocupar-se com Israel. “Consolai, consolai o meu povo, diz o vosso Deus” (Is 40.1).
  • A indicação sobre a volta e a recompensa é uma indicação profética a respeito da volta de Jesus. Ele voltará e recompensará aqueles que cuidaram de Seu povo. “O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25.40).
Além dos versículos bíblicos, um guia devocional trazia o seguinte texto num dia dedicado à lembrança de Israel: “Jesus ama Seu povo. Ai de nós, se esquecermos disso! Quem não honrar esse povo, fracassará irremediavelmente. Vejam, a oliveira carrega antigos galhos renovados, até que diante de Deus finalmente se curve toda a terra”.[6] (Norbert Lieth - http://www.beth-shalom.com.br)
Notas:
  1. “factum”, 6/06, p. 16.
  2. “Das Beste”, 8/06, p. 73.
  3. “Das Islam Handbuch”, R. Brockhaus, p. 163.
  4. “Konkret”, 8/06.
  5. “ICEJ-Nachrichten”, 25/05/06.
  6. Losungen, Dieter Trautwein, 10/08/06

SEGREDO DO MAR MORTO

O Verdadeiro Tesouro dos Manuscritos do Mar Morto

“A lei do Senhor é perfeita e restaura a alma; o testemunho do Senhor é fiel e dá sabedoria aos símplices [...] são mais desejáveis do que ouro, [...] em os guardar há grande recompensa [...] Para mim vale mais a lei que procede de tua boca do que milhares de ouro ou de prata” (Salmo 19.7,10-11; Salmo 119.72).
Muhammad estava agitado e inquieto. Sua cabra travessa tinha sumido. Ao vaguear sem rumo longe de seu rebanho e de seus amigos, o beduíno chegou a uma caverna que ficava em posição elevada e dava frente para a costa noroeste do Mar Morto. Por pensar que o animal desgarrado tivesse se perdido dentro da caverna, o beduíno começou a jogar pedras pela entrada da gruta a fim de fazê-lo sair lá de dentro. Quando ele ouviu o ruído das pedras que batiam em peças de cerâmica, ficou intrigado. Será que lá dentro da caverna poderia haver um tesouro escondido? Com toda a empolgação, ele correu até a entrada da caverna, porém, no interior dela não encontrou ouro, nem prata, apenas jarros grandes e antigos ao longo das paredes, os quais continham rolos de pergaminhos despedaçados. Ele pensou: “pelo menos os pergaminhos de couro vão servir para fazer correias e tiras de sandálias”. Lamentavelmente, Muhammad não conseguiu perceber a real importância daquele momento. A teimosia de sua cabra o levara àquela que pode ser considerada, nos tempos modernos, a maior descoberta de manuscritos: uma incalculável reserva entesourada da Palavra escrita – os Manuscritos do Mar Morto.
Beduínos não marcam o tempo como os ocidentais, mas assemelham-se aos seus antepassados; sua concepção de tempo e momento está relacionada com outros acontecimentos. Assim, não se pode datar essa descoberta com precisão. Após uma revisão, a nova data para a descoberta do primeiro rolo de manuscritos é a de 1935 ou 1936. A partir de então até o ano de 1956, muitos outros manuscritos foram achados. Acredita-se que esses manuscritos sejam de datas diferentes, as quais variam do século III a.C. até o século I d.C. A maior parte deles foi descoberta em cavernas de formação calcária em Qumran, situadas exatamente a noroeste do Mar Morto. A maioria dos pergaminhos é escrita em hebraico; o restante deles é escrito em aramaico e grego. Foram achados mais de 900 documentos, que correspondem a 350 obras distintas em suas múltiplas cópias. Muitos dos escritos bíblicos e extrabíblicos estão representados em pequeníssimos fragmentos. Só em uma caverna foram encontrados 520 textos, na forma de 15 mil fragmentos. Como se pode imaginar, juntar todos esses pedaços de pergaminho na sua respectiva posição para que se faça a tradução tem se constituído numa tarefa gigantesca.

A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto confirma aquilo que as pessoas que crêem na Bíblia sempre souberam, ou seja, que a Bíblia, tal qual a temos na 
atualidade, é um texto que passa nos testes de fidedignidade. Na foto: as cavernas de Qumran.
A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto confirma aquilo que as pessoas que crêem na Bíblia sempre souberam, ou seja, que a Bíblia, tal qual a temos na atualidade, é um texto que passa nos testes de fidedignidade. Apesar dos ataques contra a Bíblia, a Palavra de Deus permanece para sempre: “O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; ele é escudo para todos os que nele se refugiam” (2 Samuel 22.31).
Sempre houve pessoas que questionaram a confiabilidade das Escrituras. Uma vez que o texto foi copiado e re-copiado ao longo dos séculos, os críticos alegam que é impossível saber-se com certeza o que os escritores bíblicos escreveram ou queriam dizer originalmente. Os Manuscritos do Mar Morto invalidam tal hipótese ou suposição no que se refere ao Antigo Testamento. Foram achadas entre 223 e 233 cópias das Escrituras Hebraicas, as quais foram comparadas com o texto atual. O único livro do Antigo Testamento que não foi encontrado nessa descoberta é o livro de Ester. É possível que ele esteja oculto numa caverna ainda não identificada de algum lugar isolado.
Antes dessa descoberta, os manuscritos mais antigos das Escrituras Hebraicas datavam do século IX d.C. ao século XI d.C. Tais manuscritos constituem aquele que é chamado de Texto Massorético, termo este originado da palavra hebraica masorah que significa “tradição”. Os escribas judeus de Tiberíades, denominados massoretas, procuraram meticulosamente padronizar o texto hebraico e sua pronúncia; a obra que realizaram ainda é considerada uma referência confiável nos dias de hoje. Os manuscritos de Qumran são, no mínimo, mil anos mais antigos que o Texto Massorético. Na realidade, esses manuscritos são até mesmo mais antigos que a Septuaginta, uma tradução grega do Antigo Testamento elaborada no Egito durante o período de 300 a 200 a.C.
Vasos encontrados em Qumran.
Comparações minuciosas têm sido feitas entre o Texto Massorético e os Manuscritos do Mar Morto. Encontraram-se diferenças insignificantes de ortografia e gramática. Os críticos e céticos em relação à Bíblia ficaram surpresos quanto à maneira pela qual o texto daqueles manuscritos se assemelha ao texto atual. Eles não encontraram nenhuma objeção evidente às principais doutrinas das Escrituras Sagradas. A parte bíblica da literatura descoberta em Qumran confirma o estilo de expressão verbal e o significado do Antigo Testamento que temos em nossas mãos na atualidade: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim” (João 5.39).
Além das cópias das Escrituras do Antigo Testamento, as cavernas do Mar Morto também nos proporcionaram outras obras escritas. Esses documentos descrevem o estilo de vida e as crenças da misteriosa comunidade que viveu na região de Qumran. Embora não sejam escritos bíblicos, são registros valiosos que possibilitam a compreensão do contexto de vida e da cultura na época do Novo Testamento. Infelizmente os estudiosos dão mais atenção a essas obras de menor relevância do que às Escrituras, ainda que os textos bíblicos sejam mais importantes para os problemas da vida, pois o legítimo plano de Deus para a redenção da humanidade só se encontra no texto da Bíblia.

Uma Exatidão Maravilhosa

O grande rolo de Isaías, encontrado quase intacto em Qumran.
O Manuscrito do Livro [i.e., rolo] de Isaías encontrado na caverna 1 da região de Qumran oferece um sensacional exemplo da transmissão exata do texto na tradução. Acredita-se que esse extraordinário manuscrito date de cem anos antes do nascimento de Jesus Cristo. Foi um manuscrito semelhante a esse que Jesus utilizou na sinagoga da aldeia de Nazaré, quando leu a seguinte passagem das Escrituras: “O Espírito do Senhor está sobre mim, pelo que me ungiu para evangelizar os pobres” (Lucas 4.18; Isaías 61.1). Ele continuou a leitura até determinado ponto. Em seguida, devolveu o livro [i.e., rolo] ao assistente da sinagoga e se sentou. Enquanto todos tinham os olhos fitos em Jesus, Ele declarou que aquela porção das Escrituras acabara de se cumprir diante dos ouvintes. Dessa forma, Jesus afirmou claramente ser Ele mesmo o Messias de Deus, vindo ao mundo para conceder a salvação a todo aquele que O receber.
A mesma passagem bíblica traduzida diretamente a partir do Manuscrito do Livro de Isaías descoberto em Qumran (o qual é cerca de mil anos mais antigo do que o manuscrito hebraico [i.e., o Texto Massorético] no qual se basearam as outras traduções), é praticamente idêntica: “O Espírito do Senhor Deus está sobre mim, porque YHVH [N. do T., o tetragrama sagrado em hebraico que se refere ao nome supremo de Deus: Yahveh ou Javé] me ungiu para pregar as boas novas aos quebrantados”. A integridade da reivindicação de Cristo, conforme está escrita em nossas Bíblias, se confirma.
É fascinante que os manuscritos achados com mais freqüência em Qumran, sejam completos, sejam na forma de pequenos fragmentos, referem-se aos mesmos livros da Bíblia geralmente citados no Novo Testamento: Deuteronômio, Isaías e Salmos. Tal fato desperta um interesse ainda maior à luz das próprias palavras de Jesus concernentes às Escrituras Hebraicas:
“A seguir, Jesus lhes disse: São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: importava se cumprisse tudo o que de mim está escrito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos” (Lucas 24.44).
Muitos outros exemplos poderiam ser citados. O fato principal acerca da Bíblia e desses rolos de manuscritos resume-se naquilo que um grande expositor das Escrituras, o inglês G. Campbell Morgan (1863-1945), certa feita compartilhou: “Não existe vida nas Escrituras em si mesmas, porém, se seguirmos a direção para onde as Escrituras nos levam, elas nos conduzirão até Ele e assim encontraremos a vida, não nas Escrituras, mas nEle através delas”.[1]
“Seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra de nosso Deus permanece eternamente” (Is 40.8).
Infindáveis argumentações e debates têm surgido acerca desses manuscritos. Contudo, os crentes em Cristo podem estar certos de que tais manuscritos bíblicos antigos ratificam, apóiam e dão credibilidade à Bíblia que temos nos dias de hoje. A Palavra de Deus continua a ser a única fonte legítima da fé e da doutrina para todo aquele que busca recompensa eterna.
“São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos. Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa” (Salmo 19.10-11).
Sendo assim, pobre Muhammad! Ele tinha esperança de encontrar os tesouros deste mundo, mas achou apenas pergaminhos despedaçados que só prestavam para fazer correias de sandálias! Lamentavelmente o lucro deste mundo é uma prioridade que absorve a pessoa completamente. O mundo considera as Escrituras Sagradas como algo sem valor; ou com alguma utilidade, de vez em quando, para serem citadas como “palavras da boca pra fora”, mas nunca para serem aceitas pela fé e praticadas. Todavia, nós, os salvos em Cristo, temos um conhecimento mais apurado. Temos conhecimento suficiente para não desprezar o tesouro verdadeiro e incalculável que só pode ser descoberto quando se faz uma escavação no solo da Palavra de Deus:
“E, se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do Senhor e acharás o conhecimento de Deus” (Provérbios 2.3-5). (Peter Colón - Israel My Glory - http://www.beth-shalom.com.br)

A Mais Antiga das Antigüidades

A cópia mais antiga das Escrituras do Antigo Testamento conhecida até o dia de hoje foi descoberta em 1979. São dois minúsculos rolos de manuscritos feitos de prata, que eram usados como talismãs e foram descobertos dentro de um túmulo em Jerusalém. O texto de sua inscrição foi cunhado em hebraico antigo. O manuscrito, surpreendentemente, continha uma citação da benção sacerdotal registrada em Números 6.24-26:
“O Senhor te abençoe e te guarde;o Senhor faça resplandecer o rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a paz”.
A inscrição data do século VII a.C., por volta da época do templo de Salomão e do profeta Jeremias. Portanto, esses versículos, provenientes do quarto livro da Torah [i.e., do Pentateuco], são cerca de 400 anos mais antigos do que os Manuscritos do Mar Morto.

Nota:

  1. Citado na obra de Leon Morris, The Gospel According to John, Grand Rapids, MI: Eerdmans, 1971, p. 331, nota 116

domingo, 21 de novembro de 2010

SEPARAÇÃO CONJUGAL

A carta abaixo, resumida pela redação, foi escrita por uma garota de dezesseis anos para seu pai, que há poucas semanas havia abandonado a família para viver com outra mulher.
Querido pai!
Já é tarde, e eu estou aqui, sentada na minha cama, tentando escrever esta carta. Quantas vezes procurei falar-lhe nas últimas semanas, mas não consegui ficar a sós com você!
Ainda não posso acreditar que você está vivendo com outra pessoa e não consigo imaginar que você e mamãe nunca mais ficarão juntos. Para mim é difícil aceitar esses fatos, principalmente quando fico imaginando seu retorno para casa, voltando a ser o pai que sempre foi para mim e para meu irmão.
Eu gostaria, ao menos, que você entendesse o que está acontecendo em nossas vidas. Por favor, não pense que foi mamãe que me mandou escrever! Ela nem sabe que estou escrevendo. Eu apenas quero lhe contar o que estou pensando e sentindo com a separação de vocês.
Papai, imagino nossa família como um automóvel bem bonito em que viajamos juntos por muito tempo. Por fora ele parece inteiro, sem arranhões e sem ferrugem, e em seu interior há muitos equipamentos. Mas com o tempo apareceram alguns problemas.
O motor solta fumaça, as rodas balançam, o revestimento dos assentos está rasgado, a direção está dura, é trabalhoso manobrá-lo, o escapamento está furado e barulhento. Mas sabe de uma coisa, papai? Ele continua sendo um bom carro – ou ao menos poderia ser. Investindo um pouco, ele ainda poderia rodar por muitos e muitos anos.
Meu irmão e eu sempre sentávamos no banco de trás, você e mamãe ficavam na frente. Nós nos sentíamos seguros quando você dirigia e mamãe estava ao seu lado.
No mês passado, porém, quando você foi embora, mamãe teve de assumir a direção. Era noite, e parecia que um outro carro vinha em nossa direção. Mamãe tentou desviar, mas o outro carro bateu de frente em nós. O acidente foi terrível.
Mas o mais terrível é que você, papai, estava dirigindo o outro automóvel, e que ao seu lado havia alguém – aquela outra mulher.
Sim, foi um grave acidente e todos nós ficamos muito feridos. Como será que você está passando? Ainda não ouvimos notícias suas. Você também se machucou? Você precisa de ajuda, papai?
Naquela noite me perguntei muitas vezes se iríamos sobreviver à catástrofe. Mamãe foi a que mais se feriu e parece não conseguir se restabelecer. Bruno está em estado de choque. Ele ainda está muito mal e não quer falar com ninguém.
Eu sinto tanta dor que nem mamãe nem Bruno conseguem me ajudar. O médico disse que preciso de terapia específica para me reerguer. Mas, papai, ao invés da terapia, eu prefiro que você me ajude!
A tristeza dói tanto! Papai, nós sentimos tanto a sua falta! Todos os dias ficamos nos perguntando se você não estaria vindo aqui em casa, para dar uma olhada em nós. Mas os dias vão passando, e você não vem. Papai, temo que tudo tenha acabado e que não exista volta, mas meu coração iria explodir de alegria se, ao abrir os olhos de manhã, visse você entrando no meu quarto.
À noite, quando tudo está calmo, ficamos sentados falando de você, de como gostávamos de andar juntos e do quanto gostaríamos que estivesse conosco outra vez.
Como vai, papai? Você sente dores depois do acidente? Você precisa de nós tanto quanto precisamos de você?
Se quiser que eu cuide de você, é só me chamar. Eu o amo!
Sua filha Estéfani.
A carta foi enviada. Alguns dias depois, de manhã cedo, Estéfani desceu para tomar o café da manhã. Ela viu seus pais sentados à mesa, de mãos dadas, com lágrimas nos olhos. Ele havia voltado!
Irmãos, Satanás trava uma guerra ferrenha contra nós! Que o Senhor Deus lhes conceda muita força para serem maridos fiéis, pais tementes a Deus e para ficarem firmes no Senhor, dando ouvidos à Escritura e obedecendo a ela. E vocês, irmãs, ajudem seus maridos a serem homens de Deus!

AVATAR

Avatar e a vindoura religião mundial única
O filme Avatar*, de James Cameron, é um fascinante e arrebatador sucesso nos cinemas. Seus efeitos especiais são tão tremendos que transportam a audiência vividamente para um outro mundo, no qual adorar uma árvore e ter comunhão com espíritos não são apenas aceitáveis, mas atraentes. Avatar é também marcadamente panteísta e essencialmente o evangelho segundo James Cameron. Esse tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas do filme: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de todas as coisas viventes”.
Sobretudo, o filme é repleto de mágica ritualística, comunhão com espíritos, xamanismo, e descarada idolatria, de forma que condiciona os espectadores a acreditarem nessas mentiras do ocultismo pagão. Além disso, a platéia é levada a simpatizar com o Avatar e termina torcendo por ele quando é iniciado nos rituais pagãos. No final, até mesmo a cientista-chefe torna-se pagã, proclamando que está “com Eywa, ela é real” e que ficará com Eywa após sua morte.
Enquanto a representação fictícia de James Cameron a respeito da religião da natureza presta-se muito bem à mentira da Nova Era de que as religiões dos nativos americanos [indígenas] eram favoráveis à vida e inofensivas, a representação dos sacerdotes maias em Apocalypto (de Mel Gibson), devedores de divindades sedentas por sangue, que exigiam o sangue de suas vítimas sacrificiais, estava muito mais perto da verdade. A maneira adocicada e romântica com que James Cameron mostra os selvagens e os antigos cultos à natureza em Avatar é oposta aos fatos encontrados em antigos códices e achados arqueológicos: estes revelam que os astecas, os maias e os incas estavam todos envolvidos em sacrifícios humanos em massa, inclusive tomando a vida de criancinhas inocentes para apaziguar seus deuses demoníacos.
O tema panteísta, que iguala Deus às forças e leis do Universo, é apresentado claramente pelos heróis e heroínas De Avatar: todos adoram Eywa, a deusa “Mãe de Tudo”, que é descrita como “uma rede de energia” que “flui através de Todas as coisas viventes”.
Conhecendo o histórico das obras de James Cameron em atacar o cristianismo, e especialmente a ressurreição de Cristo no documentário absolutamente desacreditado The Lost Tomb of Jesus [exibido no Brasil como “O Sepulcro Esquecido de Jesus” e lançado em DVD como “O Sepulcro Secreto de Jesus”], não deveria nos surpreender que ele escrevesse e dirigisse uma propaganda de 300 milhões de dólares para promover o culto à natureza e aos espíritos.
Claramente, Hollywood tem tido uma influência persistente em arrancar os EUA [e o Ocidente] de suas raízes cristãs conservadoras e levá-los a crenças e práticas do ocultismo da Nova Era. O panteísmo atrai a turma de Hollywood porque ensina que todos somos Deus e que não precisamos nos preocupar em sermos obedientes ou em prestarmos conta diante de um Deus pessoal que criou o Universo. Entretanto, não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a Cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à Terra sob a máscara de sua imaginária Deusa-Mãe Terra; é também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore.
Em seu livro Earth in the Balance, Gore sugere que voltemos à adoração da natureza e eleva várias seitas de adoradores da natureza e religiões dos nativos americanos ao status de modelo para nós:
Essa perspectiva religiosa pan** poderá mostrar-se especialmente importante no que se refere à nossa responsabilidade pela terra como civilização global. (...) As religiões dos nativos americanos, por exemplo, oferecem um rico conjunto de idéias sobre nosso relacionamento com a terra. (...) Todas as coisas estão interligadas como o sangue que nos une a todos.[1]
Buscando uma síntese da Nova Era que combine várias tradições do ocultismo, Gore cita e favorece o ensinamento hinduísta, dizendo: “A Terra é nossa mãe, e nós todos somos seus filhos”.[2] Incrivelmente, mais adiante Gore afirma que deveríamos buscar novas revelações a partir dessa adoração da deusa do passado e culpa o cristianismo pela quase total eliminação da mesma:
O sentido espiritual de nosso lugar na natureza... pode ser traçado de volta às origens da civilização humana. Um crescente número de antropólogos e de arqueomitólogos... argumenta que a ideologia da crença prevalecente na Europa pré-histórica e em grande parte do mundo estava baseada na adoração de uma única deusa da terra, que se supunha ser a fonte de toda a vida e irradiadora de harmonia em meio a todas as coisas viventes. (...) O último vestígio de culto organizado à deusa foi eliminado pelo cristianismo. (...) Parece óbvio que um melhor entendimento de uma herança religiosa que precede a nossa própria por tantos milhares de anos poderia nos oferecer novas revelações.[3]
Não são apenas os diretores [de cinema] que rejeitam a cristo que estão buscando fazer com que o mundo abrace a adoração à terra sob a máscara de sua imaginária deusa-mãe terra; É também o próprio líder do movimento do aquecimento global, Al Gore [ex-vice-presidente dos EUA].
Gore prossegue declarando que precisamos encontrar uma nova religião baseada na natureza e cita Teilhard de Chardin, o teólogo da Nova Era, em apoio à “nova fé” do futuro:
Esse ponto foi sustentado pelo teólogo católico Teilhard de Chardin, quando ele disse: “O destino da humanidade, assim como o da religião, depende do surgimento de uma nova fé no futuro”. Munidos de tal fé, poderemos achar possível ressantificar a terra.[4]
Com os diretores de vanguarda de Hollywood e as figuras políticas de Washington na liderança, os EUA [e o Ocidente] estão rapidamente voltando ao paganismo que envolveu o mundo em trevas espirituais durante milênios. Que Deus nos ajude a prestar mais atenção à admoestação do apóstolo Paulo, encontrada nas Sagradas Escrituras. Ele nos ensinou que a adoração à natureza nos tempos da Antigüidade era resultado do afastamento da adoração ao único e verdadeiro Deus que, para começar, foi quem criou a natureza:
“Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si; pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador, que é bendito eternamente. Amém” (Rm 1.21-25). (Joe Schimmel – www.goodfight.org - http://www.chamada.com.br)
* Segundo o hinduísmo, avatar é uma manifestação corporal de um ser imortal. Deriva do sânscrito Avatara, que significa “descida”, normalmente denotando uma encarnação de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade. Por extensão, muitos não-hindus usam o termo para denotar as encarnações de divindades em outras religiões.
** Pan: palavra de origem grega que significa “tudo, todas as coisas”.
Notas:
  1. Al Gore, Earth in the Balance – Ecology and the Human Spirit [A Terra em Equilíbrio – A Ecologia e o Espírito Humano], 1992, p. 258-259).
  2. Ibid. p. 161.
  3. Ibid. p. 260.
  4. Ibid. p. 263

A VERDADE SOBRE A GRANDE TRIBULAÇÃO

Quase todo mundo já passou por tempos turbulentos e traumáticos, durante os quais experimentou muita incerteza ou talvez até grande dor e tristeza. Estes tempos geralmente são períodos de crise individual, familiar ou mesmo nacional, em que todo recurso pessoal, físico e emocional é utilizado para superar os problemas. Angústia, tristeza, perseguição, tragédia, catástrofe, fome, guerra e incertezas são dinâmicas muito reais no dia-a-dia e nas notícias. Mas, segundo a Bíblia, haverá um tempo futuro de angústia ainda maior conhecido como "Tribulação". Essa era virá depois do Arrebatamento da Igreja e será o pior período de sofrimento que o mundo já experimentou. Ela será o maior "choque do futuro".
Os especuladores econômicos de Wall Street geralmente são divididos em otimistas e pessimistas (chamados de "touros" e "ursos"), conforme sua "interpretação" dos indicadores e das tendências econômicas. Da mesma forma, intérpretes da Bíblia podem ler suas passagens proféticas e entender grande parte do plano de Deus para o futuro. A diferença é que, através do estudo da profecia com cuidado e oração, a maior parte da especulação pode ser eliminada. Ao contrário dos mercados futuros, o plano de Deus é claro e certo. Acreditar no Arrebatamento implica que os crentes devem ser pessimistas e apáticos? Evidentemente que não! Devemos ser realistas e vigilantes. Somos realistas com relação ao futuro e esperamos a vinda do Senhor Jesus Cristo para Sua Igreja. Mas também reconhecemos que depois do Arrebatamento haverá um tempo de intensa Tribulação mundial.
Acreditar no Arrebatamento implica que os crentes devem ser pessimistas e apáticos? Evidentemente que não! Devemos ser realistas e vigilantes.
A Bíblia fala mais sobre esses sete anos do que sobre qualquer outro período de tempo profético. Durante esses sete anos, o Anticristo surgirá, haverá perseguição aos novos crentes e ao povo judeu, e a grande batalha de Armagedom e a Segunda Vinda de Cristo acontecerão.
O Novo Testamento nos ensina que a atual era da Igreja também incluirá provações e tribulações. Jesus disse: "No mundo passais por aflições; mas tende bom ânimo, eu venci o mundo" (João 16.33). O apóstolo Paulo advertiu: "Ora, todos quantos querem viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos" (2 Timóteo 3.12). Mas a perseguição do mundo contra a Igreja nesta era não é a ira de Deus. A tribulação futura será um tempo de castigo de Deus sobre o mundo que rejeitou a Cristo – um tempo do qual a Igreja será livrada como o nosso Senhor prometeu (Apocalipse 3.10; 1 Tessalonicenses 1.10; 5.9).
Os crentes podem viver diariamente com a certeza de que a história humana terminará com Jesus Cristo como o Vencedor. O futuro é certo. Mas Jesus disse aos Seus discípulos que antes da vitória final "haverá Grande Tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, e nem haverá jamais" (Mateus 24.21). Na sua intensidade e agonia, essa época será infeliz e indesejável. Mas foi previsto que ela vai acontecer e está descrito como ela será. A Bíblia diz que ela será trágica, mas real. [...]

Qual a relação entre "o tempo da ira de Deus" e a Tribulação?

Já que a Bíblia usa muitos termos para descrever uma variedade de atividades associadas ao julgamento de Deus durante a Tribulação, e já que "Tribulação" e "ira de Deus" às vezes são usadas para referir-se ao mesmo período de tempo (i.e., a Tribulação de sete anos), conclui-se que o tempo da ira de Deus acontece durante a Tribulação.
O tempo da ira de Deus acontece durante a Tribulação.
A base bíblica para essa conclusão pode ser oferecida da seguinte maneira: Deuteronômio 4.30 descreve esse período do fim dos tempos como tempo de tribulação. Sofonias 1.15 chama o mesmo dia "de alvoroço e desolação" (i.e., tribulação) e de "dia da ira". Os autores do Novo Testamento tomam esse termo do Antigo Testamento e usam-no como característica geral do que denominamos de período de sete anos da Tribulação, já que é um tempo em que a ira acumulada de Deus é liberada sobre a história humana e traz retribuição a um mundo que rejeitou a Cristo, mundo que será motivado por Satanás a perseguir crentes e judeus (Romanos 2.5; 5.9; Colossenses 3.6; Apocalipse 14.10, 19; 15.1,7; 16.1,19; 19.15).
Por exemplo, Romanos 2.5 diz: "Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus".
Portanto, vemos que a Bíblia diz que o que acontece com a humanidade na Tribulação será motivado pela ira de Deus, que está se acumulando durante a atual era da graça. [...]

Qual a relação entre "o tempo de angústia para Jacó" e a Tribulação?

A frase "tempo de angústia para Jacó" vem da profecia encontrada em Jeremias 30.5-7: "Assim diz o Senhor: Ouvimos uma voz de tremor e de temor e não de paz. Perguntai, pois, e vede, se acaso, um homem tem dores de parto. Por que vejo, pois, a cada homem com as mãos na cintura, como a que está dando à luz? E por que se tornaram pálidos todos os rostos? Ah! Que é grande aquele dia, e não há outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livre dela".
Que é grande aquele dia, e não há outro semelhante!
Nessa passagem o profeta Jeremias fala de um tempo ainda futuro quando grande angústia ou tribulação virá sobre todo o Israel, que é simbolicamente denominado de "Jacó". Esse tempo é a Tribulação futura, ou um evento passado? É melhor interpretar esse tempo de angústia como algo que ainda é futuro para Israel – um tempo conhecido como a septuagésima semana de Daniel ou a Tribulação. O expositor bíblico e estudioso de profecia Dr. Charles H. Dyer escreve sobre essa passagem e seu significado:
A que "tempo de angústia" Jeremias está se referindo? Alguns acham que ele está indicando a derrota de Judá pela Babilônia ou a derrota posterior da Babilônia pela Medo-Pérsia. Mas, em ambos esses períodos o Reino do Norte, Israel, não foi afetado. Ele já tinha sido levado ao cativeiro (em 722 a.C.). Uma solução melhor é que Jeremias está referindo-se a um período de tribulação futuro quando o remanescente de Israel e Judá sofrerá uma perseguição incomparável (Daniel 9.27; 12.1; Mateus 24.15-22). O período terminará quando Cristo aparecer para resgatar os Seus eleitos (Romanos 11.26) e estabelecer Seu reino (Mateus 24.30-31; 25.31-46; Apocalipse 19.11-21; 20.4-6).[1]
Portanto, o tempo de angústia para Jacó enfatiza o aspecto da Tribulação futura que expressa a dificuldade pela qual os judeus ou descendentes de Jacó passarão durante esse período. [...]

Por que a Tribulação é Importante?

A Tribulação é importante para os crentes hoje por várias razões. Em primeiro lugar, o estudo da Palavra de Deus é sempre importante, e deve ser feito com cuidado. Independentemente do tipo de passagens estudadas, sejam sobre aliança ou cronologia, poesia, parábola, ou profecia, todas devem ser estudadas e aplicadas diligentemente. "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda a boa obra" (2 Timóteo 3.16-17). A Tribulação é importante porque é ensinada na Bíblia.
Em segundo lugar, a Tribulação é importante porque, de certa forma, Satanás é desmascarado e vemos suas verdadeiras intenções e motivações. Essa compreensão do seu plano, se aplicada corretamente, pode ajudar o crente hoje na batalha espiritual.
Por exemplo, vemos que durante a Tribulação, Satanás usa a religião como um caminho falso e enganador. Isso é uma advertência para nós hoje.
Em terceiro lugar, a Tribulação é importante para nós porque grande parte do que vemos hoje e vimos no passado é uma preparação para o que virá. Por exemplo, o impulso atual para a globalização não pode surpreender aqueles que estão cientes do que a Bíblia ensina sobre o futuro. Porque nosso Deus Soberano ordenou anteriormente esses eventos, devemos nos confortar com o fato de que Ele está no controle. Esse tempo futuro de intensa maldade é a manifestação máxima da natureza pecaminosa da humanidade conjugada ao plano rebelde de Satanás. Mas ambos serão levados a julgamento por parte de um Deus justo e onipotente.

Conclusão

A tribulação é certa, mas a vitória também é.
A história humana está cheia de tragédias e desespero pessoal, nacional e internacional. Em cada século, em cada império e em cada era houve manifestações do pecado original, da queda e da atividade satânica. As passagens da profecia bíblica (e outras passagens da Bíblia) ensinam claramente que o futuro trará um período específico de trauma e de tragédia extremos, durante o qual o terror e a tribulação serão intensos e internacionais. Essa era durará sete anos e, depois da batalha de Armagedom, culminará na Segunda Vinda do Senhor Jesus Cristo para estabelecer Seu reino milenar na terra. Nós acreditamos que essa era de Tribulação, cheia de destruição e perseguição, acontecerá depois do Arrebatamento da Igreja. Isto, porém, não isenta os crentes de hoje das suas responsabilidade diárias, do evangelismo, do discipulado e da vida santificada. A tribulação é certa, mas a vitória também é. Com relação à Tribulação, não devemos nos preocupar em como será a vida naqueles dias, mas sim, em como está a nossa vida hoje em dia. "Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Efésios 5.15-16). 

NA CORDA BAMBA

Na Corda Bamba

A vida e os passos de um cristão renascido se assemelham à caminhada sobre uma corda bamba. Um filho de Deus não deve pender nem para a direita nem para a esquerda, mas cuidar para manter sempre o equilíbrio. O autor tem grande urgência em falar com você sobre este equilíbrio tão importante para a sua vida de fé.
Há algum tempo li a seguinte notícia:
Falha tentativa de quebra de recorde mundial na Suíça. No sábado à noite, depois de caminhar cerca de 600 metros sobre os cabos de sustentação do teleférico da montanha Säntis, o equilibrista Freddy Nock, de 40 anos, teve de desistir de sua tentativa de quebra de recorde. Por motivos até agora desconhecidos, a vara de equilíbrio escorregou das suas mãos, de forma que ele não pôde continuar. Nock conseguiu segurar-se no cabo e descer imediatamente para o bondinho do teleférico que o acompanhava. O equilibrista Freddy Nock, originário da cidade de Müllheim, no cantão de Thurgau, pretendia subir pelos cabos do teleférico até a estação da montanha. Mas ele só conseguiu percorrer 600 metros.
A sua vida como cristão também não se parece muitas vezes com a caminhada sobre uma corda bamba? O desfiladeiro sem fim se abre debaixo de você, e adiante está apenas um caminho muito inseguro. Como o equilibrista, você sobe a montanha, em direção ao Senhor. Mas você só consegue dar um passo por vez, timidamente, num esforço extremo para não perder o equilíbrio.
O equilibrista teve de desistir de sua tentativa de quebrar um recorde mundial porque tinha perdido a vara de equilíbrio. Você também não conseguirá avançar espiritualmente se perder o equilíbrio entre o legalismo e o mundanismo.
Também para os cristãos é muito importante encontrar o equilíbrio entre direita (legalismo) e esquerda (mundanismo). Nem um, nem outro lado é correto. Só quando você encontrar o equilíbrio é que a glória de Jesus pode ser refletida em sua vida: “E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a glória do Senhor, somos transformados, de glória em glória, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2 Co 3.18). Também 2 Coríntios 2.15 fala algo a respeito: “Porque nós somos para com Deus o bom perfume de Cristo, tanto nos que são salvos como nos que se perdem”. Só que essa glória não pode ser obtida por meio de legalismo ou amizade pecaminosa com o mundo, mas apenas se você levar isto em conta: “Contemplai-o e sereis iluminados, e o vosso rosto jamais sofrerá vexame” (Sl 34.5). Você brilha assim por Jesus?
No momento em que você se sobrecarregar com atitudes legalistas ou brincar com o pecado, a glória sairá de sua vida!
O equilibrista teve de desistir de sua tentativa de quebrar um recorde mundial porque tinha perdido a vara de equilíbrio. Você também não conseguirá avançar espiritualmente se perder o equilíbrio entre o legalismo e o mundanismo.

Legalismo

O legalismo, isto é, a idéia de que é preciso contribuir de alguma forma para a própria salvação, está profundamente arraigado no coração do homem. Isso pode ser visto até mesmo na época dos Atos dos Apóstolos (no tempo da igreja primitiva). Quando o carcereiro de Filipos se abriu para o Evangelho, sua primeira pergunta foi: “Senhores, que devo fazer para que seja salvo?” (At 16.30). A iniciativa de agir é totalmente humana e permeia todas as religiões. O budismo, por exemplo, exige: “Anule-se para penetrar no eterno nada”. O islamismo ensina: “Cumpra os mandamentos do profeta e Alá terá misericórdia de você”. E a igreja católica diz: “Receba os sacramentos e faça o bem, para ganhar o céu”.
Para nós, seres humanos, é difícil aceitar algo de graça ou não retribuir um presente. Um missionário alemão teve uma experiência dessas: a fim de chamar a atenção para o Evangelho, certo dia ele se sentou no chão no meio de um movimentado calçadão de pedestres. Na sua frente, ele tinha um pote com moedas e uma plaquinha que dizia: “Recebi muitos presentes, por favor, aceite um pouco”. As pessoas passavam e sacudiam a cabeça. Era muito raro alguém criar coragem e tirar alguma coisa do pote. Provavelmente pensavam: “Como assim, simplesmente pegar dinheiro, sem precisar fazer nada por isso? Com certeza aí tem alguma pegadinha. Acho que ele está só querendo se divertir às nossas custas”.
A iniciativa de agir é totalmente humana e permeia todas as religiões. O budismo, por exemplo, exige: “Anule-se para penetrar no eterno nada”.
E o céu? Ele pode ser obtido de forma gratuita! Alguém pagou o ingresso na cruz do Gólgota. Você não precisa fazer nada. Não é preciso jejuar nem praticar exercícios de meditação para satisfazer a Deus. Basta aceitar a oferta!
Mas, infelizmente, muitas pessoas se esforçam; elaboram regras e tentam alcançar a maior perfeição possível. Isso nem mesmo é uma atitude nova. Até na igreja primitiva havia quem defendesse esse conceito: “Alguns indivíduos que desceram da Judéia ensinavam aos irmãos: Se não vos circuncidardes segundo o costume de Moisés, não podeis ser salvos” (At 15.1). Naquela época, a Igreja de Jesus tinha só alguns anos de idade. Mesmo assim, o fantasma do legalismo já havia conseguido espaço. Mas Paulo se opôs terminantemente a esse processo: “Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo. (...) Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados. (...) Se morrestes com Cristo para os rudimentos do mundo, por que, como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças: não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Tais coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade” (Cl 2.8,16,20-23). Ainda mais claro é o seguinte texto: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição” (Gl 3.10). O legalismo desvia, pois acaba com a liberdade em Cristo. Até mesmo a glória de Jesus perde o brilho; a graça cede ao mérito próprio. A vida eterna não é mais um presente de Deus, mas uma recompensa pelos próprios esforços.

Mundanismo

A advertência é inequívoca: “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg 4.4). Sendo cristão, brincar com o pecado é perigoso! A corda bamba da fé não permite testes deste tipo: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, o seu prazer está na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido” (Sl 1.1-3).
Árvore plantada junto a corrente de águas, assim é aquele que não brinca com o pecado!
Por favor, não se engane: Deus é santo! Ele não vai e não quer aceitar um estilo de vida pecaminoso, mesmo que este seja socialmente aceito e cultivado por certos cristãos. É impossível cruzar a corda bamba da fé nessa falsa liberdade: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7).

Princípios

Em todo o Antigo Testamento valia a lei que Deus tinha dado a Moisés: “O homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela” (Rm 10.5). “Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo” (Dt 27.26). A Antiga Aliança é exigente. Ela diz: “Você deve!”
Já os cristãos são chamados para a liberdade: “Ora, o Senhor é o Espírito; e, onde está o Espírito do Senhor, aí há liberdade” (2 Co 3.17). “Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão” (Gl 5.1).

Liberdade

Para a igreja de Jesus vale o seguinte princípio: “Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê” (Rm 10.4). Os crentes da Nova Aliança não estão mais debaixo da lei, mas desfrutam da liberdade em Cristo: “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36). Liberdade é a grande manchete do Novo Testamento: livres da lei, livres da escravidão do pecado, livres para servir a Deus da forma certa! Mas a Bíblia adverte contra a tentação de levar uma vida pecaminosa com a desculpa de viver em liberdade: “Como livres que sois, não usando, todavia, a liberdade por pretexto da malícia, mas vivendo como servos de Deus” (1 Pe 2.16).
Paulo enquadra a liberdade em Cristo com uma moldura que não deve ser quebrada. Essa moldura se chama amor: “Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade; porém não useis da liberdade para dar ocasião à carne; sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor. Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5.13-14). O próprio Senhor Jesus também disse: “Novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns aos outros” (Jo 13.34). Esse amor determina os limites.
Liberdade é a grande manchete do Novo Testamento: livres da lei, livres da escravidão do pecado, livres para servir a Deus da forma certa!
Entretanto, a palavra “amor” não significa o hoje tão banalizado sentimento “eros”, mas: “O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (1 Co 13.4-7).
Um cristão renascido, que respeita essa moldura, sabe exatamente onde estão os limites. Isso vale em todos os sentidos: nos pensamentos, nos relacionamentos, no trato com o cônjuge e os filhos, no lazer, etc. A Bíblia diz a respeito: “Quando vier, porém, o Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir” (Jo 16.13). Assim, a sua pergunta não deve ser o que pode ou não pode ser feito, mas: “Estou permitindo que o Espírito de Deus me guie?” O Espírito de Deus nunca ultrapassa a moldura do amor (como descrita acima). Ele também não dá conselhos contrários à Palavra de Deus.
Quando você aprender a viver dentro da moldura da liberdade em Cristo, o Salmo 34.6 se tornará realidade na sua vida: “Contemplai-o e sereis iluminados”.
Moisés ocultou seu rosto depois de ter recebido a lei. Ele fez isso como símbolo do fato de que o brilho da lei desvanece (cf. 2 Co 3.9-13). A lei escraviza as pessoas. Ela precisa dar lugar a algo melhor, isto é, ao Evangelho, que leva à liberdade: “Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.14-16).

Liberdade divina

A liberdade só funciona se o direito do próximo for respeitado. Do contrário haverá violência e anarquia. Paulo explica como você pode praticar a liberdade em Cristo no seu dia-a-dia: “Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Ef 5.25-27).
O seu relacionamento com Jesus deve ser como o relacionamento de duas pessoas que casam por amor: “Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja” (Ef 5.31-32).

As regras da liberdade

1. Deixar

Duas pessoas que se amam do fundo do coração só têm um desejo: deixar a casa dos pais o mais rapidamente possível. Querem estar com o parceiro que lhes significa tudo. O amor move montanhas. Você também não deixaria seu lar por amor a alguém? O amor já fez pessoas abdicarem de tronos e heranças. E o amor nunca é forçado.
Quando alguém realmente ama, “deixar” não é uma obrigação, mas o mais profundo desejo do coração.
Como cristão, você deveria se perguntar regularmente: “Eu também amo Jesus desse jeito?” Se você fizer isso, abandonar os hábitos, amigos e locais pecaminosos não será mais problemático. Quando o amor ardente por Jesus encher seu coração, esse abandono será um fato. Jesus ocupa o primeiro lugar em sua vida?

2. Unir-se

Pessoas apaixonadas têm muita dificuldade de se desgrudar uma da outra. Você também é tão ligado a Jesus?
Pessoas apaixonadas têm muita dificuldade de se desgrudar uma da outra. Minha esposa e eu muitas vezes fazemos caminhadas no fim da tarde. Recentemente vimos um casalzinho jovem durante um desses passeios. Os dois estavam tão enamorados que não viam mais nada ao seu redor. Abraçavam-se sem querer se largar. Você também é tão ligado a Jesus?
Namorados trocam constantemente torpedos pelo celular, acenam à distância mesmo quando quase não se enxergam mais e conversam horas ao telefone. Você também é tão ligado a Jesus?
Quem está ligado a Jesus não pode estar ao mesmo tempo ligado ao mundo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24).
Quando fiquei noivo de minha esposa, ela me escrevia muitas cartas. Algumas tinham até doze páginas. Você também é tão ligado a Jesus?
Há pouco tempo, quando visitávamos amigos, o filho do casal se despediu com as seguintes palavras: “Vou dar uma volta com minha namorada”. Depois de uma hora e meia eles ainda não tinham voltado. Você também é tão ligado a Jesus?
Quem está ligado a Jesus não pode estar ao mesmo tempo ligado ao mundo: “Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro” (Mt 6.24).

3. Tornar-se uma só carne

O objetivo de qualquer relacionamento é tornar-se um com o outro pela entrega mútua. Você também se entrega assim a Jesus?
“As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.7).
Quando duas pessoas se entregam uma à outra, isso pode gerar frutos físicos. O mesmo vale para seu relacionamento com Jesus: quando você Lhe dá seu amor e é um com Ele, deve haver fruto espiritual! Paulo escreve a respeito desse fruto: “Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei” (Gl 5.22-23).
Amor e liberdade são como gêmeos siameses; são inseparáveis. Esta é uma lei divina básica: o amor que se doa sempre pressupõe liberdade de decisão. O amor verdadeiro só prospera onde não há pressão. O amor não pode ser forçado; no máximo pode haver esperança, mas nunca exigência. Quando houver amor, você experimentará o seguinte: “As muitas águas não poderiam apagar o amor, nem os rios, afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, seria de todo desprezado” (Ct 8.7).
Você realmente ama a Jesus e está disposto a abandonar tudo, unir-se a Ele e tornar-se um com Ele? Dê você mesmo a resposta a seu Senhor