Ao escolher o título: “Democracia: o Deus da Nova Era”, eu sabia que ele seria polêmico. Parece
que estou menosprezando a democracia. Contudo essa não é, de forma alguma, a minha
intenção.
Temos experimentado a democracia
como o sistema político que melhor funciona no momento. Ele nos provê com certas
liberdades desconhecidas até então na História. A essa altura, não há outro sistema
viável comparado à democracia. Mas à medida que a investigamos pela perspectiva
bíblica, descobrimos que a democracia,
não importa quão boa seja, acabará por dar posse ao Anticristo.
O próprio fato de que estamos
hoje experimentando uma inundação de democracia nos fornece mais motivos do que
nunca para crermos que a conclusão dos tempos do fim está às portas.
A democracia está nos lábios
de todos hoje em dia, especialmente desde a sensacional e inesperada queda da
Cortina de Ferro. Não passa um dia sequer sem que algum relato nos telejornais
fale algo acerca do progresso da democracia. Alguns a têm chamado de a liberdade
última e a libertação da humanidade. Outros dizem que a democracia é o direito
dado por Deus para todos sobre a terra.
A Deusa da Democracia
Na China, que ainda está debaixo
de governo comunista, a democracia é considerada uma religião. Durante o levante
estudantil chinês na Praça Tiananmen, foi exibida uma “Estátua da Liberdade” em
papel machê. Ela foi chamada “A Deusa da Democracia”. É isso que eu quero tratar
em detalhes, porque uma deusa ou um deus da democracia jamais pode ser aquele
Deus da Bíblia que nós cultuamos.
Pense por um instante. Crianças
instruídas no comunismo – e seus pais e avós presumivelmente comunistas –, rebelam-se
contra o sistema.
Manifestantes ao redor da escultura da Deusa da Democracia na praça Tiananmen, Beijing, 30 de maio de 1989.
Eles haviam sido bons comunistas,
caso contrário não teriam tido permissão de estudar nas universidade chinesas
em busca de uma instrução mais elaborada. Ainda assim vemos esses estudantes como
sendo os que levantaram essa “deusa da democracia”. Será que eles estavam reconhecendo
algo que nós, como nação, temos falhado em reconhecer? Eu creio que sim!
Publicamos um artigo sobre o
assunto na revista Notícias de Israel (em inglês) de julho de 1989, e cito partes do artigo aqui:
A esperança por democracia e a tragédia que se seguiu foram alardeadas pela mídia em detalhes. Qual é a importância disso a partir da Palavra profética? Geograficamente, a China está diretamente ao oriente de Israel. Sua participação no cenário dos tempos finais está descrita em Apocalipse 16.12: “Derramou o sexto a sua taça sobre o grande rio Eufrates, cujas águas secaram, para que se preparasse o caminho dos reis que vêm do lado do nascimento do sol”.Embora a China seja um país comunista, eles se separaram do comunismo soviético sob a liderança de Mao Tse Tung. Isso não chegou a ser uma surpresa para os que estudam a Bíblia, porque a China não é categorizada dentro da confederação do norte mencionada pelo profeta Ezequiel, nos capítulos 38 e 39. A China pertence à confederação dos reis do Oriente e, portanto, ao império mundial que está presentemente surgindo na Europa.Enquanto os levantes nos países do antigo bloco soviético se basearam exclusivamente em razões materialistas e nacionalistas, o levante na China foi diferente porque ele incluiu um fervor religioso conforme claramente expresso na “Deusa da Democracia”.40
Democracia em Marcha
Enquanto isso, nós experimentamos
a queda do muro de Berlim, o símbolo que separava o Oriente do Ocidente, e o comunismo
do capitalismo. Agora, mais do que nunca, à medida que testemunhamos a democracia
se movendo rumo ao Oriente, ao invés do comunismo se movendo rumo ao Ocidente,
como por tanto tempo tememos, considera-se que ela é a resposta absoluta a todos
os problemas do mundo.
Quem poderá estar no caminho
da democracia? Alguns anos atrás, o comunismo era, quem sabe, o sistema mais poderoso
do mundo. Geograficamente, mais da metade do nosso planeta e cerca de 65% da
sua população era governada por ele.
Nós experimentamos
a queda do muro de Berlim, o símbolo que separava o Oriente do Ocidente, e o comunismo
do capitalismo.
Agora, com esse perigo à liberdade
capitalista não sendo mais uma ameaça real, a democracia está no palco, na frente
e bem no centro. É o novo poder do mundo. Estamos nos aproximando da época em
que ninguém, absolutamente ninguém, será capaz de se opor à democracia.
Aqui somos relembrados de
Apocalipse 13.4: “Quem é semelhante à besta?
Quem pode pelejar contra ela?”
Embora nos regozijemos com o
fato de que nossos irmãos e irmãs no Senhor na Europa Oriental podem agora ter
comunhão com maior liberdade, e estejamos contentes pela liberdade que eles agora
têm de viajar para o Ocidente, não podemos permitir que esta alegria nos cegue
para o novo perigo que se aproxima. O perigo
que agora parece ser tão positivo é um mundo unido sob a democracia.
Mas quem, em sã consciência,
poderia se opor a tal progresso? Qual é o problema da fraternidade universal,
da unidade global, da paz e da prosperidade? Superficialmente, nada, mas aqueles
que diligentemente estudarem as Escrituras saberão exatamente para onde esse desenvolvimento
conduzirá.
Virtualmente desde o princípio,
os homens têm esperado pela pessoa certa, com o sistema certo, que haverá de
conduzir a uma paz e harmonia universais. Mas, os homens têm desejado que isso
aconteça em seus próprios termos. Será
que a paz e a prosperidade são realisticamente possíveis em nossos dias? Sem hesitação
eu responderia “Sim!” Não apenas a paz é possível, mas essa paz poderia vir porque
ela foi profetizada pelas Sagradas Escrituras. Sim, haverá paz num nível ainda
não conhecido e ela inundará o mundo de tal forma que toda a oposição será eliminada.
No auge do sucesso, entretanto,
ela assumirá uma identidade diferente. A máscara cairá e a sua verdadeira natureza
será revelada. Ela não apenas se moverá horizontalmente,
ou seja, globalmente, mas também se moverá verticalmente,
porque os homens vão querer tornar-se como Deus.
A Democracia não Pode Mudar o Coração Maligno
O sucesso da democracia é baseado
no intelecto humano. Mas o homem continua tão maligno quanto sempre foi: “ Enganoso é o coração, mais do que todas as
coisas, e desesperadamente corrupto; quem o conhecerá?” (Jeremias 17.9).
Sabemos o que aconteceu com
os dois primeiros filhos de Adão e Eva. Houve uma discussão e um matou o outro.
Desde aquela época, irmão tem guerreado contra irmão. Com absoluta certeza, podemos
saber que esse tipo de conflito haverá de continuar. Guerras e rumores de guerra,
discussões, insatisfação e rebelião não cessarão até Jesus voltar novamente. Apenas
Ele trará a verdadeira paz.
Não devemos esquecer que os
sistemas dos governos do mundo, passados ou presentes – quer ditadura, monarquia,
democracia, socialismo ou comunismo –, todos prometeram uma vida pacífica e melhor.
O alvo de quase todos os políticos jamais mudou – de fato, eles sempre prometeram
ao povo: “Paz e prosperidade para o nosso povo, se me eleger...”
Por que, então, temos tantas
guerras? A origem da guerra está localizada no ódio. Esse ódio ainda não foi
eliminado. Ele ainda está profundamente arraigado no coração de cada pessoa neste
mundo, menos das pessoas que foram compradas pelo sangue do Cordeiro, o Senhor
Jesus Cristo. Só então o indivíduo tem a paz verdadeira que excede todo entendimento,
e é capaz de vencer o ódio que satura a mente humana.
Ditadura Democrática
O perigo da democracia reside
no fato irônico de que ela, em última análise, não tolerará qualquer oposição. A
nova democracia mundial dos últimos dias virá a ser, com efeito, uma ditadura
mundial.
Winston Churchill, o grande
estadista britânico, confessou que: A
pior forma de governo é a democracia, mas ela é a melhor que temos.
Encontramos as seguintes definições
na parte de “Citações Populares” do Dicionário
Enciclopédico Webster da Língua Inglesa:
Democracia simplesmente significa a ameaça do povo, pelo povo, para o povo.
Winston Churchill, o grande
estadista britânico, confessou que:
A pior forma de governo é a democracia, mas ela é a melhor que temos.
O que tenciono destacar é
que a alegria inebriante que está sendo expressa hoje, devido ao sucesso da democracia,
não é, na realidade, motivo para regozijo. Em Apocalipse 16.13-14 lemos o que
conduzirá ao fim: “Então, vi sair da boca
do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta três espíritos imundos
semelhantes a rãs; porque eles são espíritos de demônios, operadores de sinais,
e se dirigem aos reis do mundo inteiro com o fim de ajuntá-los para a peleja do
grande Dia do Deus Todo-Poderoso”. Os “espíritos imundos” estão operando poderosamente
hoje pelo mundo todo.
Pela primeira vez na história
da humanidade, tornou-se possível que um sistema mundial fosse implementado para
que a profecia bíblica seja cumprida, o que clara e distintamente nos diz que o
mundo todo haverá de se unir. Mas esse não é o alvo final. No fim, um mundo unido há de se preparar para a batalha contra
Deus.
A olho nu isso não é visível
hoje. Ninguém está falando a respeito de se lutar contra Deus. Nenhuma pessoa
em sã consciência sequer chegaria a pensar nisso. Mas as Escrituras que acabamos
de ler afirmam categoricamente que os atos miraculosos realizados nas nações do
mundo terão um alvo específico: o ajuntamento contra o Deus Todo-Poderoso.
A Batalha do Cristão
Hoje, mais do que nunca, os
cristãos precisam se certificar de que sua posição é a de espectadores olhando
para o campo político, e não a de competidores com os pagãos. Nosso alvo é servir
ao Senhor ressurreto e exaltado, espalhando o Evangelho libertador, e preparando-nos
para a volta dEle.
Nosso alvo é servir
ao Senhor ressurreto e exaltado, espalhando o Evangelho libertador, e preparando-nos
para a volta dEle.
Jamais os cristãos devem se
degradar ao ponto de serem atraídos para as coisas que pertencem a este mundo. Nós
não devemos crer que estamos no comando, e que através de nossa atitude poderemos
produzir paz mundial, justiça e prosperidade.
Sabemos, com certeza absoluta,
que Deus está no controle do mundo. Ele elege presidentes, primeiros-ministros,
reis e outros funcionários de governo.
Nossa
batalha, entretanto, é bem mais importante do que meramente controlar ou influenciar
o sistema político. Já que nossa batalha claramente não é contra carne e sangue, o apóstolo Paulo afirma: “Porque a nossa luta não é contra o sangue e
a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste
mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes”
(Efésios 6.12). (Arno Froese - http://www.chamada.com.br)
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