domingo, 13 de julho de 2008

Israel afirma que "não hesitará em agir" para proteger sua segurança

10/07/2008 - 14h02
Israel afirma que "não hesitará em agir" para proteger sua segurança

O ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse nesta quinta-feira que o país está pronto para atacar as instalações nucleares iranianas, dizendo que Israel "mostrou no passado que não hesitará em agir para proteger seus interesses vitais de segurança forem ameaçados".
A analogia do ministro --ao ataque de Israel em 1981 a um reator nuclear em construção no Iraque e ao bombardeio de um suposto reator em construção na Síria em 2007-- surge em um momento de crescente tensão entre Israel e Irã.

Teerã realizou exercícios militares e testes de mísseis de longo alcance nesta semana, após afirmar que Tel Aviv iria
"pegar fogo" se Israel atacasse o Irã.


"Israel é o país mais forte da região e já provou no passado que não hesitará em agir quando seus interesses vitais de segurança forem ameaçados", disse Barak durante reunião de seu Partido Trabalhista.
Mas ele também amenizou sua afirmação dizendo que "as reações dos inimigos também devem ser levadas em consideração".
Mais cedo nesta quinta, Israel apresentou seu novo avião espião, no que autoridades de defesa classificaram como uma mostra de força em resposta aos exercícios militares e testes de mísseis do Irã.
Retórica
Israel está convencido de que o Irã está produzindo armas nucleares, apesar de Teerã insistir que seu programa nuclear visa apenas a produção de energia elétrica.
Os temores de Israel são ampliados pelas repetidas afirmações do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, pregando a destruição do Estado de Israel.
O Irã há tempos alerta que irá reagir a um ataque contra o país, mas aumentou sua retórica desde o exercício militar de Israel em junho, visto como uma simulação de ataque às instalações nucleares iranianas.
Os testes de mísseis desta semana são uma prova do preparo de Teerã para contra-atacar caso os EUA ou Israel tentem atingir suas instalações nucleares.
Entre os mísseis testados pelo Irã, há uma nova versão do Shahab-3, com alcance de 2.000 km, com uma ogiva convencional de uma tonelada. O míssil poderia atingir Israel, Turquia, Paquistão ou a península Arábica.
Autoridades de Israel disseram não haver grandes surpresas nos últimos testes de mísseis iranianos. As autoridades afirmam que eles parecem ser mais um exercício psicológico do que uma exibição de inovações tecnológicas militares.
Em outra demonstração de força, Israel mostrou seu novo avião espião nesta quinta na sede da estatal Indústrias Aeroespaciais de Israel.
O porta-voz da organização declarou que o avião "tem o mais sofisticado equipamento de inteligência e sistema de alerta, e é capaz de chegar a todos os destinos requeridos pela Força Aérea".
Ele se recusou a entrar em detalhes, citando questões de segurança

09/07/2008 - 20h28
"Nosso dedo está sempre no gatilho", diz comandante militar iraniano


Após testar um novo míssil de longo alcance nesta quarta-feira, o Exército do Irã afirmou estar sempre pronto para contra-atacar qualquer ofensiva contra o país, aumentando a tensão na região.
"Queremos dizer ao mundo que aqueles que conduzem sua política externa usando a língua da ameaça contra o Irã devem saber que nosso dedo está sempre no gatilho e temos centenas e mesmo milhares de mísseis prontos para serem disparados contra alvos pré-determinados", declarou o general Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária do Irã, à TV estatal do país.
"Iremos buscar nossos inimigos no solo e no céu e estamos prontos para reagir fortemente às ameaças do inimigo no menor tempo possível", completou o militar, citado pela rede CNN.
A Guarda Revolucionária do Irã testou um míssil Shahab-3 entre outros durante exercícios militares no golfo Pérsico denominados Grande Profeta 3º, segundo a mídia estatal e fontes militares americanas. O Shahab-3 seria capaz de atingir Israel.
O exercício ocorre um mês após Israel conduzir um exercício militar no mar Mediterrâneo, considerado uma simulação de um ataque às instalações nucleares iranianas. A comunidade internacional, em especial Israel e EUA, demonstraram preocupação com as atividades militares iranianas desta quarta-feira.
Programa nuclear
Testes de mísseis no Irã não são raros, mas o desta quarta ocorre em meio à crescente tensão acerca do programa nuclear iraniano. O Ocidente acusa o Irã de querer produzir armas nucleares, e a ONU já impôs três pacotes de sanções ao país. No entanto, o Irã nega que seu programa nuclear vise a produção de armas e afirma que está no seu direito de desenvolver tecnologia nuclear.
O recente exercício militar de Israel faz parte do esforço do país para mostrar que é capaz de atacar as instalações nucleares iranianas. Em 1981, Israel atacou uma instalação nuclear no Iraque e, no ano passado, bombardeou um local na Síria que supostamente era um reator nuclear em construção.
Um membro do gabinete de Israel, Shaul Mofaz, disse recentemente que o país "irá atacar" o Irã se o programa nuclear não for interrompido.
Na semana passada, um comandante da Guarda Revolucionária iraniana afirmou que qualquer ataque às instalações nucleares do Irã seria considerada uma declaração de guerra. Porém, nesta semana, o presidente Mahmoud Ahmadinejad --que já afirmou querer apagar Israel do mapa-- disse que o Irã quer evitar um confronto.
"Estamos fazendo todos os esforços para expandir a paz e a segurança no mundo. Vocês não devem se preocupar com uma nova guerra", declarou nesta terça, citado pela CNN.
Mark Regev, porta-voz do premiê de Israel, Ehud Olmert, também afirmou não querer conflito com o Irã.
Longo alcance
A agência estatal de notícias Irna afirmou que "o exercício militar tinha como objetivo aumentar o preparo das Forças Armadas iranianas para o combate". O texto afirma ainda que "o míssil Shahab-3, com alcance de 2.000 km, foi testado para demonstrar a capacidade do Irã de atingir seus inimigos nos momentos iniciais de seus prováveis ataques contra a República Islâmica".
Segundo a Irna, analistas "acreditam que o Shahab-3 é capaz de atingir alvos nas terras ocupadas caso o regime sionista realize prováveis ataques contra as instalações nucleares iranianas", em referência clara a Israel.
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, afirmou nesta quarta que os testes com mísseis iranianos são mais uma evidencia de que o "mundo precisa de um sistema de defesa com um escudo antimísseis".
Ontem, os EUA fecharam um acordo com a República Tcheca para a instalação de radares do escudo no país, o que gerou uma reação imediata da Rússia, que ameaçou reagir militarmente se o sistema de defesa for construído.
Washington
O secretário americano da Defesa, Robert Gates, disse nesta quarta que os Estados Unidos e o Irã não estão prestes a um confronto militar.
"Não penso nisso", respondeu Robert Gates a um jornalista que o questionou se os testes teriam aumentado os riscos de um conflito entre os dois países.
"Há muitos gestos em curso, mas acho que todos estão conscientes das conseqüências de um conflito qualquer que seja", acrescentou Gates.
O americano disse que Washington continuava a privilegiar uma aproximação diplomática e sanções econômicas para que o governo iraniano mude sua política, principalmente em matéria de enriquecimento nuclear.

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