Setembro de 1938: o primeiro-ministro da Inglaterra, Neville Chamberlain sendo recebido em Munique pelo ditador alemão, Adolf Hitler, para a assinatura do Pacto de Munique, o qual concordava com a exigência de Hitler de que a região dos montes Sudetos na República Tcheca fosse entregue à Alemanha. |
Vocês precisam considerar o caráter do movimento nazista e o domínio que ele implica. Nunca poderá haver amizade entre a democracia britânica e o poder nazista, poder esse que despreza a ética cristã, que saúda com aplausos seu avanço conquistado por meio de um paganismo cruel, que se gaba do espírito de agressão e conquista, que da perseguição extrai força e prazer pervertido, bem como usa o ameaçador impulso assassino com impiedosa brutalidade. Tal poder nunca poderá ser um amigo confiável da democracia britânica.Um ano depois, com a deflagração da Segunda Guerra Mundial, naturalmente ficou comprovada a advertência de Churchill de que o Pacto de Munique era “o começo da consideração do problema” com um inimigo implacável.
Em 2005, naquelas semanas que sucederam os ataques terroristas ocorridos em Londres, ouvimos, por várias vezes, a analogia entre aqueles atentados à bomba e o bombardeio nazista contra a Inglaterra durante a Segunda Guerra. A maioria dessas analogias mencionava a famosa resistência inglesa diante do terror e da carnificina. Algumas dessas comparações tinham relação com a decisão anunciada pela rainha Elizabeth e pelo primeiro-ministro Tony Blair de nunca se render às forças que estavam por trás daquelas bombas. De fato, na maioria dos casos, as analogias feitas entre as duas circunstâncias diziam respeito à reação dos ingleses aos ataques e não à natureza similar dos culpados daqueles atos.
Entretanto, a verdade é que assim como a resistência paciente dos ingleses relembra a mesma de 65 anos atrás, também há uma semelhança profunda e pedagógica entre os nazistas que atacaram outrora e os combatentes islâmico-fascistas que atacam hoje em dia. Mais importante ainda do que invocar a célebre “resistência paciente” dos ingleses, o cerne da questão é que, para lutar e vencer esta guerra atual, é necessário que se entenda e aceite as similaridades existentes entre os nazistas e os exércitos terroristas árabe-islâmicos.
A conexão islâmico-nazista de Munique
Em julho de 2005, o The Wall Street Journal publicou uma reportagem investigativa sobre o estabelecimento e o crescimento do Centro Islâmico em Munique. Conforme Stefan Meining, um historiador alemão, relatou ao jornal, “se você quer entender a estrutura do Islã político, precisa considerar aquilo que aconteceu em Munique”. Winston Churchill. |
A reportagem do jornal esclarece que o primeiro líder da mesquita era oriundo do Uzbequistão e se chamava Nurredin Nakibhidscha Namangani. Ele serviu na SS nazista como imame (i.e., líder espiritual muçulmano) e participou do extermínio do Gueto de Varsóvia, bem como da repressão à revolta judaica em 1943.
Segundo aquele artigo, Said Ramadan, o líder da Irmandade Muçulmana Egípcia, que estava exilado, participou da Conferência de 1958, organizada por Namangani e seus correligionários muçulmanos nazistas com o objetivo de angariar recursos financeiros para a construção da mesquita. Depois o artigo resume o momento subseqüente em que a Irmandade Muçulmana assume o controle daquela mesquita na década de 60 e de sua transformação, com o patrocínio financeiro saudita e sírio, numa conexão para a propagação da ideologia islâmico-fascista em sua convocação para a jihad (guerra santa) e para o domínio do mundo.
Os nazistas apoiaram os terroristas árabes
Mulheres muçulmanas numa manifestação em Islamabad (Paquistão). O cartaz diz: “Deus abençoe Hitler”. |
Nos idos de 1930, o mufti [líder e intérprete oficial da lei islâmica – N.T.] de Jerusalém, Amin el-Husseini, cortejou exatamente os nazistas. Em 1936, quando iniciou sua guerra de terror contra os yishuv (“assentamentos”) judaicos na Palestina governada por mandato britânico, Amin el-Husseini, por várias vezes, solicitou apoio financeiro aos nazistas, patrocínio esse que começou a chegar em 1937.
De 1936 a 1939, as tropas terroristas de Husseini assassinaram 415 judeus. Anos mais tarde, Husseini comentou que se não fosse o dinheiro nazista, sua investida violenta contra os assentamentos judeus teria sido derrotada em 1937. O movimento que ele liderava estava impregnado de nazismo. Seus homens cumprimentavam-se com saudações nazistas e os membros de seu movimento jovem ostentavam os uniformes da juventude nazista.
Husseini tinha relações de parentesco com o novo movimento da Irmandade Muçulmana, fundado pelo sogro de Ramadan, Hassan al-Banna, na década de 20. O impacto que sua guerra terrorista causou no movimento foi profundo. De uma lista com 800 membros em 1936, as fileiras da Irmandade cresceram em número para 200 mil membros oficiais nos idos de 1938, apoiados, talvez, por um número igual de simpatizantes ativos.
Recrutas do Hizb’allah (Partido de Alá) prestam juramento. Observe o gesto semelhanteà saudação nazista. |
Para os nazistas, os judeus eram considerados a principal força que os impedia de atingir seu objetivo de dominar o mundo. Como Hitler expressou: “Vocês verão que precisaremos de pouco tempo para reorientar os conceitos e critérios do mundo inteiro pura e simplesmente pelo ataque ao judaísmo”. Em sua concepção, Hitler achava que, após destruir os judeus, o resto do mundo estaria a seus pés por causa dessa conquista. Ele declarou: “A luta pelo controle do mundo será travada exclusivamente entre alemães e judeus. O resto é fachada e ilusão”.
Husseini se tornou um efetivo agente nazista. Fomentou um golpe pró-nazista em Bagdá no ano de 1942 e fugiu em seguida para a Alemanha, onde passou o resto da guerra treinando uma tropa de jihadis composta de muçulmanos bósnios, exortando o mundo árabe a se levantar contra os Aliados, participando do Holocausto e planejando a construção de um campo de extermínio em Nablus, semelhante ao de Auschwitz, depois da [esperada] vitória alemã. Após a guerra, com ajuda francesa, ele conseguiu escapar para o Cairo, no Egito. Lá, Husseini foi recebido como herói de guerra.
Husseini se tornou um efetivo agente nazista. Fomentou um golpe pró-nazista em Bagdá no ano de 1942 e fugiu em seguida para a Alemanha, onde passou o resto da guerra treinando uma tropa de jihadis composta de muçulmanos bósnios, exortando o mundo árabe a se levantar contra os Aliados, participando do Holocausto e planejando a construção de um campo de extermínio em Nablus, semelhante ao de Auschwitz, depois da [esperada] vitória alemã. Na foto: o grão-mufti passa em revista tropas muçulmanas das SS. |
Em 2002 na Alemanha, durante o julgamento de Mounir al-Moutassadeq, acusado de colaborar com os seqüestradores dos aviões nos atentados de 11 de setembro, testemunhas fizeram uma descrição da visão de mundo de Muhammad Atta, o líder dos terroristas naquele atentado. Uma das testemunhas declarou:
A [visão de mundo] de Atta baseava-se num modo de pensar nacional-socialista. Ele se convencera de que “os judeus” estão determinados a conquistar o domínio do mundo. Ele considerava a cidade de Nova York como o centro da comunidade judaica do mundo todo, esta que, em sua concepção, era o Inimigo Número Um.
A mesma guerra continua
À luz da fartura de documentação histórica acerca das raízes nazistas do fascismo islâmico, é absolutamente evidente que a cooperação dos nazistas com a Irmandade Muçulmana na construção e desenvolvimento do Centro Islâmico de Munique foi tudo, menos coincidência ou fato isolado.Também não é surpresa nenhuma que o chefe da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, cujo antecessor, Yasser Arafat, era um seguidor de Husseini, tenha feito sua dissertação de doutorado para negar o Holocausto e justificar o nazismo.
A realidade disso é que, à semelhança dos nazistas, é impossível separar a busca ideológico-militar islâmica pelo domínio mundial de seu anti-semitismo genocida. Como no caso dos nazistas, são dois lados da mesma moeda. E, tal como aconteceu desde o momento da ascensão dos nazistas ao poder em 1933 até o fim da Segunda Guerra Mundial, os ingleses e, em grau menor, todavia crescente, os americanos, se recusaram a admitir que a guerra contra os judeus e Israel era a mesma guerra travada contra eles.
Existem motivos para as tentativas de separar o inseparável. A descoberta de que os responsáveis pelos atentados à bomba em Londres pertenciam à mais distinta classe de imigrantes da Inglaterra é prova de que, hoje em dia, o inimigo é produzido em casa. Um exemplo disso é o daquele grupo organizado anglo-paquistanês, ligado à Al-Qaeda e ao Hamas, que praticou o atentado suicida no Mike’s Place, na cidade de Tel-Aviv, em abril de 2003 e de Omar Sheikh, o inglês de origem paquistanesa ligado à Al-Qaeda que seqüestrou e assassinou o repórter Daniel Pearl do Wall Street Journal numa execução ao estilo nazista em janeiro de 2002.
Não é surpresa nenhuma que o chefe da Autoridade Palestina (AP), Mahmoud Abbas, cujo antecessor, Yasser Arafat, era um seguidor de Husseini, tenha feito sua dissertação de doutorado para negar o Holocausto e justificar o nazismo. |
É mais fácil engajar-se no partido dos que negam tais realidades do que lutar contra elas. Assim como os ingleses e franceses outrora responsabilizaram o empobrecimento e a humilhação [alemãs] resultantes do Tratado de Versalhes como a causa do anti-semitismo e espírito belicoso alemão na década de 30, atualmente os ingleses, à semelhança de seus aliados europeus e de grande parte da sociedade americana, consideram que as causas do anti-semitismo e das aspirações árabes e islâmicas de dominar o mundo são a pobreza, resultante da aparente humilhação de estarem nas mãos dos imperialistas ocidentais, bem como o estabelecimento do Estado de Israel e [as ações para garantir] sua contínua viabilidade.
O Estado de Israel tem o dever (negligenciado em grande parte pelas próprias autoridades israelenses no atual momento) de chamar a atenção do resto do mundo para essa realidade inconveniente. A responsabilidade e o dever de todos os que prezam a liberdade e o direito de viver sem medo é admitir tal realidade, apesar de sua inconveniência. Recusar-se a admiti-la não é uma mera questão de covardia. É a receita do suicídio.
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